Fanfic: Historias de Amor e Fantasma | Tema: Portiñon
A porta do escritório abriu-se e Dulce entrou secando os cabelos com uma toalha, já sorrindo por saber de antemão que Cristian àquelas alturas certamente estaria pendurado no telefone com a esposa.
--É com a Alice que está falando ou com a sua amante? – indagou alto o suficiente para a cunhada ouvir do outro lado da linha.
Cristian fez cara de ultraje, mas a esposa ria de se acabar do outro lado da ligação.
--Diga para essa sua irmã venenosa que um dia eu vou me vingar quando ela resolver levar alguma mulher a sério na vida dela.
--Ih, amor, se for assim a vingança jamais será concretizada. Ela é um caso perdido.
--Estão falando de mim? – Dulce intrigou-se.
Cristian ignorou a pergunta, apenas para ensinar-lhe uma lição.
--Então boa viagem, amor. – despediu-se da esposa – E me liga quando chegar em Miami.
--Está bem. Um beijo.
Quando Cristian desligou o telefone, Dulce já tinha tomado posse de uma das cadeiras e punha os pés para cima na mesa.
--Vai em frente e acenda logo a vela. Acha que não sei que sempre faz isto quando ela viaja?
Cristian fez uma careta de irritação por saber que seria alvo de mais gozações. Foi até o armário, de onde tirou uma imagem de Nossa Senhora, um prato de cobre e um maço de velas. Fez o sinal da cruz e acendeu uma das velas, depositando-a cuidadosamente no prato.
Após alguns momentos de meditação, retornou para sua cadeira, esperando ver a cara de deboche da irmã. Mas ao contrário ela tinha tirado os pés da mesa e demonstrava um incomum respeito por seu ritual de fé.
--Acho bonito o amor de vocês. – Dulce afirmou com um pouco de inveja na voz – Não sei se vou conseguir algum dia ter algo semelhante.
--Se perdesse mais tempo conversando com as mulheres e menos tentando levá-las para a cama, talvez encontrasse alguém especial. Não que o quesito “sexo” deva ser desprezado completamente, mas só vai gostar realmente de alguém se parar um pouco para prestar atenção no que ela diz, no que sente, no que sonha.
E Dulce sorriu.
--Pois hoje conheci alguém que talvez valha a pena escutar. Quem sabe seja ela a mulher da minha vida? Bonita, elegante, inteligente e...
--Com cabelos cacheados. – Cristian a interrompeu como se aquilo fosse a coisa mais óbvia do mundo.
--Como sabe?
--Por favor, Dulce, essa é a pedra mais cantada do bingo.
--Pois é isto mesmo. Belos, longos e sedosos cabelos cacheados.
Cristian rolou os olhos impacientemente. Só mesmo Freud para fazer a irmã compreender sua fixação por cabelos cacheados.
*****
Angelique sentou-se à mesa do restaurante e logo sua amiga Cristal surgiu sorridente na porta de entrada, acenando-lhe com as mãos. Em seguida caminhou até ela e sentou-se no lugar oposto ao dela.
--Desculpe o atraso, mas a loja estava lotada e deu um trabalhão arrumar um tempinho para vir almoçar.
--Percebi que o shopping está cheio.
--Todo mundo quer se esconder da chuva aqui e aproveitam para olhar as vitrines e comprar algo.
--O que é bom para você, não é?
--Com certeza. Como gerente da loja, tenho metas gigantescas a cumprir.
O garçom veio e as duas fizeram seus pedidos.
--Então me diga, minha amiga: a Maite ligou?
Angelique fez uma careta de desapontamento.
--Nem sinal. Deve estar se divertindo com alguma piriguete entre uma parada e outra.
Cristal condoeu-se da amiga. A namorada viajava o tempo todo com suas pesquisas e pelo que já havia ocorrido antes, era bem capaz que estivesse dando escapulidas pelo caminho. Não sabia por que Angelique insistia tanto naquele relacionamento infeliz.
Angelique percebeu o olhar que Cristal lhe deu e ficou envergonhada por ser motivo de pena. Precisava terminar com Maite e partir para outra. Havia chegado ao seu limite de paciência.
Talvez fosse por isso que tivesse permitido que aquela mulher atrevida, com um jeito travesso a cantasse descaradamente. Era bom sentir-se desejada, fazia bem para seu ego e a enchia de coragem para tomar uma decisão difícil, porém inevitável. Não podia mais fingir que algum dia as coisas mudariam e Maite se redimiria de seus pecados e voltaria a ser o que era antes. Não passava de uma ilusão que lhe custaria caro se não pusesse um fim o quanto antes.
--Decidi terminar com a Mai. – verbalizou para a amiga para tornar as coisas mais reais.
--Aleluia! – Cristal brindou com seu copo de refrigerante.
Angelque riu da empolgação da amiga.
--Quem vê parece que lhe disse que ganhei na loteria.
--É muito melhor que isso, amiga. Não quis falar para não influenciá-la, mas Maite não é mulher para você. Tem gente bem melhor por aí e que lhe dará o valor que merece.
Angelique ergueu também seu copo e brindou a uma decisão acertada. Cristal tinha razão: encontraria alguém que a tratasse com respeito. E quem sabe já tivesse até conhecido. A mulher de olhos hipnóticos era uma séria candidata a seu coração.
--Esse ar sonhador não me engana. – Cristal afirmou desconfiada – Conte logo esse segredo.
--Não tem segredo. – Angelique negou. Nem ao menos tinha certeza se Dulce ligaria. Poderia ser do tipo que flerta com todas. Uma conquistadora compulsiva.
--Nem vem. – Cristal não acreditou na negativa – Por um momento seus olhinhos foram para longe. Conheceu alguém?
--Talvez.
--Quando? Onde? Quem?
Angelique riu da curiosidade da amiga.
--Quando? Hoje. Onde? Num táxi. Quem? O nome dela é Dulce. E tem os mais belos e fascinantes olhos que já vi na vida.
Cristal duvidou que fosse possível encontrar alguém em um táxi.
--Por acaso ela é taxista? – resolveu esclarecer melhor o que a amiga contava.
--Não. Apenas tentou entrar no meu táxi sem perceber que já estava ocupado.
--E você, espertinha, deu-lhe abrigo.
--O que fazer? Ela estava tão adorável com os cabelos grudados no rosto, completamente encharcada pela chuva! Meu lado humanitário reagiu de imediato.
Cristal quase cuspiu o gole de refrigerante que tinha na boca.
--Sei muito bem quanta compaixão existe dentro desse seu coração inocente.
Angelique limitou-se a rir.
--E o que combinaram? – Cristal indagou curiosa.
--Ela ficou de ligar para jantarmos juntas.
--Você pegou o telefone dela?
Angelique fez uma careta, inconformada com seu lapso: Não tinha lembrado de pedir.
--Esqueci deste detalhe. Mas se ela não ligar, significa que não está interessada de verdade, não é?
--Ou que perdeu seu cartão numa poça d’água. Isto acontece, sabia? E agora você não tem meios de entrar em contato.
--Bom, nesse caso, vamos torcer para que ela não tenha algum buraco nos bolsos
Autor(a): angelr
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Dulce acomodou-se confortavelmente na cadeira de espaldar alto de seu escritório, colocou os pés desleixadamente sobre a mesa de trabalho, como era seu costume, e discou o número que estava no cartão de visitas que tinha em mãos, rolando-o entre os dedos. No quarto toque uma voz suave, mas firme, atendeu do outro lado. --Alô. --Ang ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 98
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annecristine Postado em 11/03/2014 - 00:22:09
Amei o final.. Muito lindo... Entao vamos com mais uma fic.. Rs
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angelr Postado em 10/03/2014 - 23:22:37
delmyra - Espero que goste da proxima *__*
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angelr Postado em 10/03/2014 - 23:22:13
claricenevanna - Ufa convenceu hahaha
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delmyra Postado em 10/03/2014 - 22:20:08
pronta pra ler a proxima fic. As suas são de mais. Cada uma q me faz chorar. Foi otima.
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claricenevanna Postado em 10/03/2014 - 19:56:49
Pensei que a Dulce não ia convencer a Anahí! Hahaha. Que pena que acabou. :( E eu vou ler a outra.
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annecristine Postado em 10/03/2014 - 17:11:18
Aiiiin elas são lindas demais! Ansiosa para o final! Pena q já vai acabar! Dulce até q enfim né! kkkkkkk
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angelr Postado em 10/03/2014 - 00:23:45
lunaticas - breve hahaha
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angelr Postado em 10/03/2014 - 00:23:25
vverg - Sim muito linda essa web
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angelr Postado em 10/03/2014 - 00:22:56
claricenevanna - hahahaha
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lunaticas Postado em 08/03/2014 - 21:41:21
Ansiosa para o final *-*