Fanfics Brasil - O primeiro dia p1 Reiniciando

Fanfic: Reiniciando


Capítulo: O primeiro dia p1

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Acho que umas das piores sensações do mundo, é sentir que está sendo observada. E eu sinto isso constantemente desde que  cheguei a Constance School, uma escola particular porém pouco rígida. Eu diria que é um abrigo de meio tempo para filhinhos de papai desprovidos de intelecto. Não que eu não goste das pessoas daqui, mas  sinto muita falta da minha antiga vida...


Morei durante toda minha vida em Londres, estudei no melhor colégio, frequentei as melhores rodas, sou poliglóta, já  viagei por diversos países, desfrutando de sua culinária e cultura. Essa é a minha carta de apresentação. Perfeita, eu diria. Mas essa carta não descreve alguem de verdade. Descreve alguem idealizado, um alguem perfeito. Se existem pessoas perfeitas? Bem, eu não sei. Mas sei que perfeita não é uma palavra que me descreve muito bem.Não menti em nenhum dos tópicos acima, porém me "esqueci" de acrescentar que  sou adolescente, então decido não me descrever, pois me desconheço. Deixo que tirem suas próprias conclusões e me rotulem como quiserem, afinal, é isso que costumam fazer, não é?


Acordei exaltada com o barulho do despertador. Já eram 7 da manhã, estava na hora de levantar. Meu primeiro dia de aula na Constance School, o colégio mais respeitado de toda Los Angeles.


Tomei um banho demorado e fui me trocar, pegando o primeiro jeans que avistei e  meu tradicional suéter preto, que já está bem surrado, mas eu não me importo. Calcei uma botinha do Ferragamo que Maria comprou em uma boutique em Paris pra mim. Desci as escadas cantando Queen e rindo da minha voz horrenda, sem me preocupar com o barulho que fazia, já que Maria foi viajar com  o mais novo amor de sua vida e a casa era grande o bastante para meu barulho não imcomodar  os vizinhos. Tomei um rápido café da manhã com suco de  cereja e frutas, e logo parti em direção a escola.


Fazia um bom tempo que eu não dirigia.Em Londres, costumávamos andar de helicóptero quando não tinhamos um prazo longo, e de bicicleta quando tinhamos tempo de sobra. Gosto muito do helicóptero pela vista que ele nos proporciona, principalmente no crepúsculo.


O colégio não era tão longe da colina onde eu morava, o tempo que gastei de casa até lá foi em média 4 músicas. Fui escutando Ace Hood daqui até lá. O que posso fazer? Hoje acordei inspirada. Entrei no estacionamento com a música mais alta do que devia, cantando mais alto do que devia e com as madeixas mais loucas do que deviam. Aposto que causei boa impressão. Não sei se foi a música, o  Chevelle 454  ou meu cabelo, mas  alguma coisa chamou a atenção de quem estava no estacionamento para mim. Não devem ter muitos alunos novos por aqui. Sorri pra mim mesma, coloquei o ray ban, os fones de ouvido, peguei  minha capanga hippie, liguei o foda-se e saí do carro. Sério, tinha gente pra caralho olhando pra mim ainda. Isso é no mínimo desconfortável. Olhei as horas no meu Rolex só para disfarçar, e subi a escadaria, em direção a uma placa que apontava a secretaria.


A secretaria era uma sala quente e mal-cheirosa, uma senhora rechonchuda e muito educada me atendeu e me indicou minhas classes. Ela não me levou até lá, tive que me virar para achar minha primeira aula, que era Francês. Parei enfrente a porta da minha primeira aula pontualmente às 8:00 a.m. Pude ver pelo vidro da porta, que o professor já estava em sala. Então tirei os óculos escuros, tirei os fones, deixando-os pendurados em meu colo e bati duas vezes na porta. Um senhor grande e barbudo logo me atendeu.


 


-Bonjour Mademoiselle ... - disse meu novo professor de francês


-Watson- eu disse, complementando-o


-Bonjour Mlle Watson, est classe d`accueil de fractions. Suis Pablo White, son professeur- disse o Sr. White


-Bonne journée matin M. White, le plaisir de vous rencontrer, merci pour l`accueil chaleureux- disse eu, em um refinado sotaque fracês e com o tradicional floreiro inglês.


Sr. White sorriu pra mim gesticulou para que eu entrasse. A sala estava cheia, mas por sorte ainda haviam dois lugares próximos a janela e no fundo da sala. Já estava me dirigindo ao último lugar da fileira ao lado da janela quando Sr. White diz:


 


-Mon cher, ne vous s`il vous plaît vous présenter à vos nouveaux camarades de classe?-disse o sr. White calmamente enquanto se sentava em sua cadeira.


Pensei: Puta merda! Destesto apresentações.


Girei vagarosamente e me dirigi a frente da sala. Todos me observavam atententos, como se fosse algum tipo de objeto de estudo.


-Meu nome é...- comecei dizendo mas logo fui interrompida pelo professor.


 


-En français, s`il vous plaît par- disse Sr. White


-Ok. Mon nom est Isabelle, je suis de Londres, étudiant à Saint-Patrick- falei, mas todos continuavam me olhando e me estudando.


-Muito  bem Srta. Watson, seja bem-vinda e pode se sentar por favor.-


Sorri discretamente para o Sr. White e me dirigi rapidamente para o lugar que visava desde que entrei nessa sala, o último, perto da janela. No caminho até meu lugar uma garota loura e extremamente maquiada colocou o pé na minha frente para que eu tropessace,  e deu certo. E tropecei e quase bati meu braço em um garoto que estava sentado ao seu lado. Sei que não foi um acidente, mas a última coisa que quero é inimisade no meu primeiro dia de aula.


-Ei! - gritou a garota loura -Olha por onde anda, Inglesinha.


A encarei por um breve segundo, sorri e continuei andando em direção ao meu assento. Como dizem, um sorriso fala mais que mil palavras e se tem uma coisa que detesto, é briga.


Depois que me sentei, acabou. Me desliguei completamente. Não ouvia e nem via nada do que acontecia dentro daquela sala de aula. Estava distraída demais com a mais bela vista do mundo, o mar da Califórnia. Era tão imenso e tão azul. Era de encher os olhos. Fiquei absurdada de ninguem mais estar absorto e dopado por aquela vista. Foi quando o sinal tocou que saí da transe. Peguei minha bolsa e me dirigi em direção ao corredor. Minha próxima aula era de literatura. A minha disciplina predileta depois das exatas e das ciências.


Me dirigi em direção a uma longa fileira de armários, a procura do 357. Não foi muito difícil de achar. Era quase enfrente a minha sala de Francês. Parados bloqueando meu acesso ao armário estavam uns garotos bonitões e bronzeados, bem típicos de Los Angeles mesmo. Me aproximei e disse:


-Com licença, estão bloqueando o meu armário.- disse com um leve sorriso


Os garotos pararam a conversa e olharam para mim. Um de cabelos castanhos, olhos claros e boca carnuda disse:


-Você não é daqui, né?- disse ele com um sorriso de derreter garotinhas. Só tem um problema: não sou uma garotinha.


-Não, sou de Londres- disse calmamente


Um garoto alto no grupo dos bloqueia-armários disse:


-Aaaa, então você é a inglesinha?-disse o sócia James BTR


Franzi o cenho e disse -Não sei. Sou?- Já não estava tão formal e educada. Detesto apelidos maldosos 


-Ei, relaxa- disse o bonitão de cabelos castanhos e olhos azuis- Sou o Matt-


-Prazer Matt, sou Isabelle. Desculpem-me a falta de educação, mas eu preciso de um livro que está aí no meu armário!- não fui mal educada dessa vez, mas confesso que fui bem enfática. 


 -Ok, ok- disseram eles em uníssono, e saíram rindo e se socando. 


Garotos...



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Autor(a): lobluejeans

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