Fanfic: Marido e Inimigo | Tema: Vondy
Deixava-a louca com tanta ironia, e ainda sorria.
— Por que está gritando?
Ele aparentava estar calmo sensato. Mas Dulce sabia que era puro fingimento.
— Se vista e me entregue á chave do apartamento e saia daqui.
— Que tal discutirmos isso pela manhã?
Ele bocejou e sentou-se.
Embaraçada, ela desviou os olhos de seu corpo viril e bronzeado.
— Não. — Vamos resolver isso agora. — Quero que saia imediatamente.
— Dul, eu estou morto de cansaço.
— Eu também estou. — Se você pensa que vou permitir que durma na minha cama, está muito enganado. — Quer saber o quê mais? — Não vou nem conversar com você enquanto estiver aí. — Vamos para a sala.
Pela maneira maliciosa dele sorrir, com os olhos azuis fixos na curva dos seus seios, Dulce logo percebeu que cometera um erro.
— Bem, já que insiste...
O coração dela bateu forte quando ele puxou as cobertas e saiu da cama. Ela virou-se e saiu correndo do quarto, escutando uma risada atrás de si.
— Vista alguma coisa antes de vir para a sala — avisou.
— Meu Deus, como você é difícil!
Dulce acendeu as luzes e foi ligar o aquecedor elétrico. Tremia de frio. O robe era curto demais e estava cansada. Aquele era o pior fim de noite que podia esperar: uma briga. Detestava discussões; elas á deixavam doente. Já brigara muito com aquele homem, no passado. Acreditava que tudo tinha terminado...
"Oh, como é que ele ousou entrar no meu apartamento e instalar-se confortavelmente na minha cama?"
Quando o escutou entrar, ficou tensa.
— Está vestido?
— Estou. — Agora mais essa! — Não me vá dizer que está com vergonha de me ver nu!
Dulce se virou devagar, desconfiada.
Ele estava usando um robe de cetim preto que ela lhe comprara, dois anos atrás. Raramente o vestia, por isso, ainda parecia novinho em folha.
Dulce encarou-o com relutância. Nunca chegara a se acostumar com o impacto vital de sua aparência. Era um homem alto, esguio e forte, de um magnetismo físico tão evidente que era difícil desviar os olhos dele. Seu corpo musculoso movia-se com graça e determinação, tal e qual um animal predatório.
Seu rosto transmitia segurança. Os traços fortes, os penetrantes olhos azuis, as linhas irônicas do canto da boca. Os lábios eram incrivelmente sensuais.
Fazia muito tempo que Dulce não o via. Sentiu o coração acelerar, a garganta pulsar, e desviou o olhar.
— Vai demorar muito? — Perguntou ele, seco. — Porque se for, é melhor eu beber um uísque. — Está muito frio aqui.
— Não vai demorar nada.
— Pelo jeito, vai. — Você está novamente com aquele ar obstinado.
Dulce suspirou.
— Você pouparia tempo e desgaste para nós dois se pegasse suas roupas e fosse embora.
— Sem dúvida — concordou ele. — Mas acontece que estamos no meio da noite, e estou exausto. — O que quer que eu faça? — Que acampe em algum parque?
— Não me interessa. — Você não vai ficar aqui.
Ele enfiou as mãos nos bolsos do robe, e ergueu os ombros, tenso.
— Pelo jeito vou precisar daquele uísque.
— Não tem.
— Como não? — Ele foi até o armário onde ela guardava as bebidas. — Sua hospitalidade decaiu desde a última vez em que nos vimos, hein?
Dulce se conteve para não esbofeteá-lo. Viu quando ele pegou uma garrafa de vinho tinto, que ela guardava para o almoço com Martin.
— Isso é tudo que você tem?
— É.
— Que tal um cafezinho?
— Escute, quero saber o que você está fazendo no meu apartamento!
Ignorando-a, ele dirigiu-se à cozinha, em silêncio, com os pés descalços afundando no carpete creme.
Dulce mordeu os lábios. Era de enlouquecer! Ele não mudara em nada! O que podia fazer?
Seguiu-o.
Estava com a cabeça enfiada na geladeira.
— Não tem creme?
Ela contou até dez.
— Não.
— Você sabe que gosto de creme no meu café — reclamou ele.
Dulce conteve-se para não gritar.
— Eu não o esperava tão cedo.
Num instante o café estava pronto.
— Hum, que bom! — Estava com saudades. — O café da África não tem gosto de nada!
— Christopher!
Ele virou-se, com os olhos azuis mais aguçados do que nunca.
— Ah, então você ainda se lembra do meu nome!
Dulce sentiu um nó na garganta.
— Não acho graça nenhuma.
— Não estava sendo engraçado. — O olhar irônico percorreu o corpo inteiro dela, dos cabelos úmidos aos pés descalços. — Era assim mesmo que eu a imaginava. — Fez uma pausa. — Bem, quase. — Sem o robe.
Dulce corou e ficou furiosa consigo mesma. Christopher riu, divertido.
— Pare de agir como se eu tivesse invadido sua casa para atentar contra suas virtudes, mocinha. — Tudo o que desejo são algumas horas de sono.
— Por que não foi para um hotel?
A expressão do rosto dele alterou-se, empalidecendo estranhamente.
— Eu estava cansado. — Queria dormir. — Faz três noites que não durmo.
— Podia muito bem dormir num hotel.
— Não.
Christopher olhou para a caneca de café.
— Tinha de vir para cá — completou-o.
Dulce franziu a testa. Havia algo de errado, percebeu de repente. Uma mudança indefinível no comportamento dele. Estava tão forte e viril como sempre. Mas, sob a pele bronzeada e os músculos robustos, ele parecia muito tenso. Era verdade que não dormia há três noites, a boca estava vincada e seus olhos denotavam um cansaço que ela jamais vira.
— O que aconteceu?
Ele passou a mão pelos cabelos.
— Tive uma semana péssima — disse finalmente, fingindo indiferença. — A pior da minha vida.
Christopher pegou uma caneca e entregou-a a Dulce, que a aceitou, trêmula de frio. Era gostoso sentir as palmas das mãos aquecidas pelo café.
Os dois foram para a sala e sentaram-se em frente ao aquecedor.
— Tinha me esquecido do frio de Londres nessa época do ano.
— A primavera está demorando.
Ele tomou um gole de café.
— Como está no novo emprego?
— Muito bem.
Fazia seis meses que Dulce estava trabalhando no suplemento feminino do jornal, desde que Christopher se fora pela última vez. Agora se sentia muito melhor e já se acostumara com o novo serviço, bem mais tranquilo que o anterior, quando ficava na reportagem.
Depois que mudou de seção, não teve condições de tomar conhecimento das notícias do dia-a-dia. Mas, pela televisão, soube de uma guerra civil na África, no país onde Christopher estava trabalhando. Aliás, foi por esse motivo que ele foi enviado para lá. Só ia aos lugares atribulados do mundo. Ao menor sinal de guerra, lá estava ele.
Autor(a): bahzzinha
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Ela o fitou, preocupada. O que havia de errado, afinal? Ele parecia distante, perdido em seus pensamentos... Christopher nunca falava sobre o trabalho; escrevia suas reportagens dava por encerrado o assunto. Fora exatamente por causa dos seus relatos objetivos, que obtivera ótima reputação nos meios jornalísticos. Era famoso por seu estilo conci ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 92
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stellabarcelos Postado em 13/12/2015 - 12:55:01
Amei muito!
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Postado em 13/12/2015 - 12:53:27
Muito lindos!
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menininha_uckermann Postado em 03/07/2015 - 15:18:24
Que fofo adorei essa Fic ela é super Fofinha *----*
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naferreirahotmail.com Postado em 26/05/2014 - 23:47:08
Eu amei tudo amor, que Bom que Christopher não esteve com outra mulher, adorei, parabéns ><'
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bahzzinha Postado em 26/05/2014 - 22:36:06
Cheguei pra postar o fim, demorei mas cheguei. Gostaria de agradecer a todos os leitores, aos q comentaram e aos q não comentaram, o meu muito obrigada, vocês todos são muito especiais pra mim. Vamos ao q interessa... postando...
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babar_slon Postado em 24/05/2014 - 17:34:26
BanbanbanbanbanBANBAN...... Bahhhhhh, coitadinha ela está grávida, agora, no mínimo o Christopher vai ficar com ciúmes. Talvez ele não acredite que o filho é dele. E se acreditar provavelmente vai ameaçar tirar a guarda do bebê caso ela continue com o divórcio. AMEI, POSTA MAIS!!!!!
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gabivondy Postado em 22/05/2014 - 22:32:46
ahh foi ele que apareceu tenho certeza agora é a vez dele senti ciume
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candy_wilt Postado em 20/05/2014 - 15:40:39
Foi o Christopher que apareceu né?!Ai como é que vc para logo aí?!...Que pena que tá acabando...postaaa
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wermelinnger_ Postado em 19/05/2014 - 22:04:44
omo vc me para ai? POOOOOOTA
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naferreirahotmail.com Postado em 19/05/2014 - 17:43:34
AW Louca para ver Christopher com ciumes. Olha quem apareceu eu \o/ hahaha' Continua amor, desculpa a demora é que leio mais pelo cel, o horário que você posta, ai fica ruim de comentar! Perdão1