Fanfic: Marido e Inimigo | Tema: Vondy

— Você emagreceu.

Durante o casamento, ela perdera muito peso. Jamais o recuperara novamente.

— Fica bem assim — continuou ele. — Gosto de garotas magricelas.

Ela empinou o nariz, desafiando-o, e passou por ele com toda a dignidade possível. Trancou a porta do quarto e vestiu-se.

Minutos mais tarde, saía com um jeans justo e uma camisa de seda branca. Christopher ouvia o rádio na cozinha. Ele também tomara um banho; seus cabelos estavam molhados e rebeldes.

Dulce esforçou-se para manter a calma.

— E agora, quer fazer o favor de vestir-se e ir embora?

Ele desligou o rádio.

— Não vou a lugar nenhum. — Estou aqui só por uma semana, depois volto para o Oriente Médio. — Planejei ficar hospedado aqui.

— Você está louco? — Não pode.

— Por que não?

Dulce respirou fundo.

— Christopher nós estamos nos divorciando. — Se alguém descobrir que você está morando comigo, haverá comentários. — Não deve ficar. — Não mora mais aqui.

Ele bocejou, esticando os braços para cima.

— Ainda estou cansado. — Vou dormir mais um pouco.

— Não ouse. — Escute...

— Depois, gracinha, depois. — Agora pretendo descansar por mais doze horas.

E ele foi saindo, surdo aos protestos de Dulce, que, furiosa, o seguiu até o quarto. Sem avisá-la, Christopher deixou o robe cair no chão.

Dulce engoliu em seco, diante dos ombros musculosos e bronzeados pelo sol quente da África, os quadris estreitos, as coxas cobertas de pêlos. Desviou os olhos, embaraçada.

Christopher deitou na cama e espreguiçou-se. Ela sentiu o sangue ferver.

— Por que não vai para um hotel?

— Por que deveria? — Esta é a minha casa.

— Não é mais. — Está dificultando as coisas para mim. — Fez uma pausa. — Estou esperando alguém hoje.

Ele não se moveu, mas seus olhos azuis tornaram-se, de repente, ameaçadores e frios.

— Esperando quem?

Dulce estava com os nervos à flor da pele, mas não demonstrou nada. Ergueu a cabeça e disse:

— Não é da sua conta. — Mas não quero que esteja aqui quando ele chegar.

— Ele?

— Sim — respondeu ela, encarando-o.

— Dê-me o nome.

— Martin. — Sua voz estava rouca. — Martin Eastwood.

Por um instante, Christopher não disse nada. Depois sorriu, diabolicamente.

— Bem, sinto muito por atrapalhar o seu encontro. — Imagino que seja muito inconveniente para você estar com a cama ocupada...

— Não! — A interrompeu, furiosa. — Como ousa sugerir...

— Mas acontece que eu preciso muito mais da cama que vocês — continuou ele, ignorando-a.

— Vão ter de se virar com o sofá.

Dulce sentiu-se insultada.

— Martin e eu não... Não...

— Não? — Ergueu as sobrancelhas, irônico. — Pobre Martin, que cara paciente...

— E é mesmo. — Está preparado para esperar até que o nosso divórcio seja homologado e daí...

— E daí ele fará de você uma mulher honesta? — Grande! — Coloque-me a par dos detalhes românticos mais tarde, combinado? — Agora quero dormir, e não saber dos segredos da sua vida amorosa.