Fanfic: Da ficção para realidade! | Tema: Rebelde/ AyA

POV Anahí (flashback on)

As gravações estavam indo bem. Eu já estava me acostumando com as câmeras. Damião me dava alguns conselhos e eu os seguia. Descobri que Edu seria o meu par romântico..tá eu pirei só de pensar em ter cenas fofas com ele, e realmente eram varias cenas! Durante as gravações e os ensaios ele era muito gentil comigo, me dava algumas dicas. Fora o Edu, com quem eu sempre tinha cenas era Cely. Ela fazia Clara, que era muito amiga de Jessica – minha personagem. Mais ela era muito fechada, então, enquanto não estávamos em cena, ela não falava comigo. Durante as primeiras semanas, eu praticamente me isolei. Primeiro porque me concentro melhor sozinha, então eu sempre ficava no meu camarim e segundo porque, apesar de Edu e Dul sempre me chamarem, eu não queria me sentar na mesa dos atores de Classe 406. Eu iria me sentir deslocada. Por isso eu ficava numa mesinha no canto, bem escondido, só observando eles, durante o intervalo. Quase sempre era assim: eles conversavam muito e sempre estavam sorrindo, ainda mais quando Poncho e Chris estavam. Eu sabia que o Chris era divertido, mais o Poncho? Isso era impossível para mim.

Por mim o meu isolamento poderia se prolongar por muito tempo, se não fosse por Lili, que depois de gravar uma cena comigo, me obrigou a ir ao refeitório com ela. Eu gostava da Lili, ela era muito espontânea e animada, mais sinceramente eu não queria ir almoçar com ela. Na mesa estava Chris, Dul e, é claro, Poncho!

- Oi galera, olha quem eu consegui convencer a vir aqui- Na verdade você me arrastou! 

- A moça que gosta de ficar isolada- Poncho disse em tom de sarcasmo. Ai que ódio! Eu ia responder. Iria dizer que preferia ficar isolada a ficar ao lado de pessoas como ele, mais fui impedida por Chris. Santo Chris!

- Deixa ela cara- Chris falou rindo dando um tapinha em Poncho que gargalhava também.­- E ai Any, tá gostando de gravar?- Essa foi uma das milhares de perguntas que eu tive que responder, foi um verdadeiro interrogatório. “Você já fez teatro?” “Você compõe?”, ”Qual seu estilo de musica favorito?”. Durante as resposta eu ficava entre olhar para Chris, Lili ou Dul, de jeito nenhum eu iria olhar para Poncho. Mais teve uma hora que não resisti. Eu o olhei enquanto falava, ele não olhava fixamente pros meus olhos como os outros. Seus olhos percorriam pelo meu rosto e pelo meu cabelo, ele estava me analisando. Mais por que, se no dia que nos conhecemos ele me ignorou? Depois que meu interrogatório acabou, foi minha vez de fazer as perguntas. Eu descobri muitas coisas. Dul começou desde pequenininha e não parou mais. Lili começou como garota propaganda de iogurtes e depois ganhou fama. Poncho e Chris começaram com propagandas e depois foram chamados para fazer uma novela. Fiquei conversando com eles ate dar a hora de voltar a gravar. Dai em diante passei a sentar com eles. Eles eram bem legais e simpáticos, isso incluía o Poncho, que apesar de não falar diretamente comigo, não era seco e nem frio, ele até que era bem legal. Mais eu não engolia o nosso primeiro encontro. Ele poderia ter pedido desculpas pelo seu modo grosseiro, mais nunca fez isso, na verdade ele agia como se nada tivesse acontecido. Isso me deixava com o pé atrás quanto a minha opinião sobre ele

Depois de três meses gravando, eu já estava mais confiante em cena. Minha relação com os outros era ótima. Edu era um fofo, eu realmente me encantava com seu jeito. Ele era sério, mais nossas conversas eram bem legais, e eu amava gravar cenas românticas com ele, a maneira como ele me olhava me deixava calma e ao mesmo tempo nervosa. Difícil de explicar. Dul e Lili eram super legais, engraçadas e brincalhonas, não chegamos a trocar confidencias e segredos, mas sabia que poderia contar com elas. Mais o meu maior confidente mesmo era Chris. Nós viramos grandes amigos, contava muita coisa pra ele, e ele fazia o mesmo. Ele me chamava de “maninha” porque éramos como irmãos. Não tinha malicia, não iriamos, nem pensávamos em nos apaixonar. Por mais que as meninas falassem que rolava alguma coisa entre a gente, eu sabia que não rolava. Isso era uma certeza. O único que não me aproximei nesses meses foi Poncho. Só nos encontrávamos durante o intervalo, com todo o grupo unido. Não tínhamos uma conversa direta. Ele me trava bem, mais era diferente do jeito que tratava a Dul ou a Lili. Com elas, ele vivia brincando e zuando, bagunçava os cabelos delas, mexia nas pulseiras delas. Além de cumprimentá-las com um beijo. Comigo ele se limitava a dar um sorriso de lado, acenar com a mão e falar “Oi”, acompanhado pelo meu nome. Nome. Ele me chamava pelo meu nome, não pelo meu apelido, o que só deixava claro que não tínhamos intimidade. Não que eu me importasse. Ou talvez eu me importasse..só um pouco.

Era um dia comum nas gravações. Tive uma cena de beijo com Edu, e confesso que amava essas cenas. Era beijo técnico, mais era com o Edu, então valia a pena. Sai das gravações e queria relaxar um pouco. Eu estava caminhando ate a sala de ensaios onde tinha sofás grandes e confortáveis..era isso que eu queria. Enquanto eu caminhava a Cely veio correndo até mim. Ela estava eufórica, algo incomum nela. Ela era muito quieta – digo que era ate meio estranha.  Ver ela toda alegre e falante foi estranho. Mais logo descobri o motivo. Ela me contou que começaria a gravar cenas românticas com Poncho, já que os seus personagens começariam a namorar. Não era segredo que a Cely era louca pelo Poncho. Ela queria contar a novidade pra ele, por isso estava o procurando. Eu não fazia ideia de onde ele estava, por isso deixei ela toda eufórica e sorridente e continuei andando. Fiquei pensando nisso. Como será que Poncho reagiria quando soubesse? Ele tinha um pouco de medo da Cely, era hilário. Sai rapidamente dos meus pensamentos, quando cheguei à sala de ensaios, não acreditei no que via. Ele estava lá. No mesmo sofá em que o vi pela primeira vez. Estava com as pernas esticadas no sofá, e com os braços atrás da cabeça – e que braços! Ele me viu e deu um sorriso de lado. Ótimo, eu não poderia mais fugir, eu tinha que entrar e ficar sozinha com ele. Entrei e sentei numa poltrona que ficava ao lado do sofá que ele estava. Enquanto eu me acomodava no sofá, ele resolveu quebrar o silencio entre nós.

- Descansando das gravações?- ele me olhou com um sorriso quase imperceptível, que o deixava ainda mais lindo. Eu tinha que parar de achar tudo nele lindo. Eu balancei a cabeça afirmando e abri um pequeno sorriso. Eu estava nervosa com essa situação. Depois de minha resposta, ele soltou um pequeno suspiro e ficou olhando pra baixo. Aquele silencio era terrível. Ai me lembrei de Cely.

-É..- Ele me olhou.- É a Cely está te procurando. Ela quer conversar com você sobre a aproximação dos seus personagens- não pude deixar de sorrir enquanto falava. Poncho fez uma careta quando falei Cely, que ficou hilária – e muito linda. Any!

- Eu sei.Porque você acha que eu estou aqui.­-  eu ri. Ele estava se escondendo dela. Ele me acompanhou no riso. Eu nunca tinha visto o seu sorriso tão lindo. Acho que nunca tinha prestado atenção no seu sorriso. - Vida de ator não é fácil. Você tem que fazer coisas que não quer, e que tem medo. Eu sorri. Fiquei com pena dele, a Cely era muito estranha, ainda mais ao lado dele. Ela ficava olhando fixamente pra ele e ficava imóvel perto dele. Iriam ser cômicas essas gravações. Ótimo o silencio voltou. Mais não por muito tempo. – E você tá gostando da vida de atriz, Any?- Eu que estava com a cabeça baixa, ergui imediatamente ao ouvir o meu apelido. Any, ele me chamou de Any. Ouvir sua voz falando o meu apelido me fez ter um arrepio por dentro, algo tão bom. Any você tem que parar com isso!

-Mais ou menos. Eu gosto de estar aqui gravando. Já me acostumei com as câmeras e tudo, mais não gosto de vida publica, eu fico fugindo das entrevistas e paparazzi.- eu respondi. Era a primeira vez que nós conversávamos sozinhos e que ele me chamava por Any. Isso era muito pra minha cabeça.

- Oxi..mais entrevista só tem uma câmera e uma pessoa te fazendo perguntas. O que isso tem de difícil? É quase como gravar. Não precisa se preocupar.  - ele falou calmamente. Ele estava tentando me fazer sentir bem com a exposição. Eu realmente estava gostando de conversar com ele. Mais eu não pensava como ele.

- Claro que não. Gravar é fácil. Eu só tenho que decorar as falas e arrasar na frente das câmeras. - ele riu - Agora na entrevista não me dizem o que fazer ou que falar. Isso é muito difícil!- eu fiz uma cara de drama e ele gargalhou. Eu também ri.- Mais eu acho que não sou tão famosa assim pra ter que dar tanta entrevista. Posso ficar tranquila.­- falei por fim.

- Bom eu acho que você é muito boa atriz. E se você quiser pode fazer muito sucesso- corei violentamente com esse elogio. Um elogio me deixa sem graça. Um elogio vindo do Poncho me deixou muito mais sem graça ainda. Eu sorri e baixei a cabeça envergonhada.- E também será uma ótima cantora.- Eu levantei minha cabeça e olhei assustada. Ninguém do elenco tinha me ouvido cantar, com exceção de Chris. Ele percebeu minha confusão. - Eu vi seu clipe. Você tem a voz linda.­- ele falou sorrindo. Outro elogiu, acompanhado de um sorriso lindo. Fiquei mais corada ainda. Eu sorri envergonhada, baixei a cabeça e falei um “obrigada” baixo, mais ele escutou.- De nada.- Eu não iria erguer a cabeça, estava muito bem ali olhando pra minha calça. Mais sabia que ele estava me olhando, me analisando como fez alguns meses atrás. Estava começando a ficar constrangedor demais até que Chris chegou. Santo Chris! Ele perguntou o que estávamos fazendo.

– Estávamos falando de como o Poncho está ansioso para trabalhar com a Cely- Chris virou espantado paro o Poncho. Eu reuni coragem pra falar alguma coisa, sabia que Chris iria brincar com isso ate não querer mais. E isso ia me deixar relaxada depois da situação anterior. Poncho cerrou os olhos e me olhou, fingindo estar aborrecido, e foi se formando um sorriso de lado em seu rosto. Ele balbuciou um “você me paga” e eu gargalhei alto. Chris também estava gargalhando. E assim voltamos para as gravações.

Depois desse encontro com o Poncho, nossa relação, não mudou muito. Só o fato de ele me chamar de Any. Para mim isso estava bom. Nunca mais eu encontrei com ele sozinho, apesar de varias vezes me pegar torcendo por um encontro desse tipo. Porque eu queria tanto isso? Eu tinha que tirar essas coisas da minha cabeça. Concentrei-me nas gravações. Também voltei a compor, fazia tempo que não fazia isso.

As gravações continuavam a todo vapor. Tinham varias emoções rolando. A personagem de Cely havia morrido, por causa de uma infecção. Foi uma cena muito emocionante. Já fazia um mês que ela não estava gravando mais com a gente. Eu até que estava com saudade dela. Fui pra mesa do refeitório com esse pensamento. Mais logo que sentei me arrependi.

- Anorexia?!- Dul falou perplexa. Eu virei minha cabeça para olhá-la com os olhos arregalados. Aquela palavra me dava calafrio. Como? Eles não poderiam saber. Ninguém sabia, só minha família e os mais íntimos. Eu estava tremendo. Eu olhava todos os rostos e todos estavam perplexos. Será que eles tinham descoberto? Não, não, não. Estava a ponto de explodir com aquela situação.

- Cely está com anorexia- Poncho falou. Ele estava me olhando. Ele foi o único que percebeu que eu estava perdida na conversa. Na hora que ele falou Cely, senti os meus músculos relaxarem. Eles não sabiam de mim. Mais essa sensação de alivio passou quando reparei a cara de Poncho, cara de preocupado.

- Eu não consigo acreditar- Foi Lili que falou. Eu permaneci calada. Acho que não conseguia nem me mexer. - Como descobriram?­- Poncho explicou que ela teve um desmaio e que a diagnosticaram com a doença em estagio inicial. Enquanto ele falava, um filme passou por minha cabeça, eu me lembrava de cada detalhe do que tinha acontecido. Ficava imaginando o que Cely estava sentindo, eu ficava lembrando de mim. Meu estomago começou a embrulhar e a vontade de chorar estava forte, mais eu tinha que ser mais. A reação deles era de espanto e de preocupação. Nos últimos meses a Cely tinha se tornado nossa amiga, e não era mais a esquisita.

-Mais que bobeira o que a Cely fez. Porque fazer isso. Ela é linda, pra que querer emagrecer. E outra se quer emagrecer, não é mais fácil fazer uma dieta? Simples.- Eu olhei para Edu indignada. Ele pensava que era uma bobeira. Aquilo doeu. Tive vontade de bater nele. Tive vontade de falar pra ele que não é simples. Tive vontade de chorar. Tive vontade de correr. E foi isso que eu fiz. Me levantei dali e sai correndo em direção ao meu camarim. Ouvi me chamarem, mais não fiz caso. Cheguei ao meu camarim, e ali, sozinha eu desabei. Sentei no chão e chorei. Chorei por Cely. Chorei pelo comentário de Edu. Chorei por causa do que eu passei. Aquilo não saia da minha mente.

Fiquei ali, sentada no chão chorando por quase meia hora. Meus olhos já estavam vermelhos e inchados de tanto chorar, mais eu não conseguia parar. TOC TOC TOC. Alguém batia na minha porta. Eu não queria atender ninguém. Mais quem poderia ser? Me levantei, enxuguei as lagrimas e fui em direção a porta. 

Um pouco de suspense no ar ein haha!!

E seja bem vinda rbd_annie_jb, obrigada!

Ate mais..e comentem!!Beijus!!