Fanfic: Da ficção para realidade! | Tema: Rebelde/ AyA

POV Any

Hoje é o dia! Dia de encontrar com o Damião e com o resto do elenco de Rebelde. Dia de reencontrar com Dul e com Chris. E é claro, dia de reencontrar com o Poncho. Isso me deixava nervosa. Fazia seis meses que não conversa e nem tinha noticias dele.  Será que continua lindo? Continua marrento, charmoso e com o poder de me deixar encantada? Será que continua namorando? Não! Eu tenho que me concentrar somente no trabalho. Profissional, é isso que eu sou. Mais eu não conseguia. Tentei afastar ao máximo esses pensamentos e terminar de me arrumar.

Meu coração batia mais forte a medida de que me aproximava da Televisa, e já estava disparado quando cheguei perto da sala de reunião. Antes de entrar, parei e respirei fundo. Tenho que me acalmar. Aja naturalmente Any. Naturalmente! Respirei fundo novamente e entrei. A sala de reuniões era grande, com um sofá largo num lado, e no outro uma mesa grande com várias cadeiras. Assim que cruzei a porta vi no centro da sala uma rodinha. Dul, Chris e Poncho conversando animadamente. Por cima do ombro de Poncho, Dul sorriu e disse “Any”, atraindo a atenção de todos para mim. Ela correu em minha direção e me abraçou. Eu estava com tanta saudade de Dul. Ela tinha cortado o cabelo, este estava na altura dos ombros, mais continuava castanho, também parecia que estava mais magra e mais alta. Logo atrás de Dul, veio Chris me abraçando e me chamando de “maninha”. Era bom ver que mesmo sem nos falar direito por seis meses, ainda éramos íntimos. Ele não havia mudado nada, continuava loiro, musculoso, lindo e engraçado. Assim que me separei de Chris, ouvi a voz sobre meu ombro pronunciando “Any”. A voz dele. Meu coração disparou de novo. Incrível como o meu corpo me traia. Me virei, fingindo estar calma e natural. Ele sorriu; um sorriso tímido. Ai ele fez o inevitável. Talvez até o impossível, depois de tudo o que aconteceu no passado. Ele me abraçou! Seus braços fortes me envolvendo e me apertando. Suas mãos grandes e quentes em minhas costas. Retribui o abraço, e assim pude sentir o quão musculosa e grande eram as suas costas. Será que ele havia malhado? Pude sentir o seu perfume, masculino e tão bom. Eu iria sentir esse cheiro em todas as cenas com ele?  Eu tenho que ser profissional! PROFISSIONAL!  Mais não consegui naquele momento. Torci para ele não sentir meu corpo rígido e tenso. Torci pra ele não ouvir o meu coração disparado. Torci para aquele abraço não acabar nunca.

Ai Any, senti tantas saudades! E quais as novidades?- Sai dos meus pensamentos e do meu abraço com o Poncho, ao ouvir a voz de Dul. Sentamos no sofá e ficamos conversando. Contei tudo o que aconteceu comigo nesses últimos meses. Eles fizeram o mesmo. Arrisquei perguntar sobre Cely, que me disseram estar totalmente recuperada. Também perguntei sobre Lili, que segundo eles estava trabalhando como modelo e também continuava namorando com Poncho.  Ainda? Quase sete meses de namoro, sete meses com a mesma menina. Nunca imaginei isso para ele, um cara que ficava com um monte de garotas. Ele devia amar muito ela. Isso me consumia e me deixava triste. Resolvi pensar em outras coisas e voltar à conversa, mais me dei conta que só havia nós três ali. Nada de Damião. Nada de selecionados para Rebelde. Só eu, Dul, Poncho e Chris. Questionei isso na conversa.- Na verdade, só faltam o Damião, e mais duas pessoas que farão parte da banda. Parece que teremos uma conversa sobre a banda, para depois começar a trabalhar com a novela. – Dul respondeu. Tão calma e meiga assim como era antes. Senti saudades disso. Sorri e pronunciei um “Entendi”. Continuamos conversando até que de repente Damião entra na sala, acompanhado por um casal de jovens. Um rapaz muito bonito, com carinha de bebe. Cabelos castanhos, enrolados e penteados para traz. Não era estilo musculoso, mais tinha um corpo robusto e escultural. A moça era morena e com cabelo liso, longo e preto. Realmente muito bonita. Ambos pareciam ser tímidos. Damião nos cumprimentou e matou as saudades, pois assim como a mim, ele não os via desde a novela Classe 406.

- Gente, eu gostaria de apresentar a vocês, seus outros colegas. Eles também farão parte da banda. Esse é Unker – Damião apontou pro rapaz com cara de bebê, que sorriu pra nós. Um sorriso que o deixava ainda mais fofo! – E essa é May. ­- Ele apontou pra morena, que também, com muita timidez, abriu um sorriso. Damião disse que Unker faria o mauricinho Diego, o par romântico de Dul. Eu sei que ela gostou. Quem não gostaria de trabalhar juntinho de um cara fofo como ele!?!. Ele também falou que a May seria a Lupita, a mais centrada da turma. Realmente ela tinha cara de ser responsável, cara de mais velha. Será? – Bem agora o assunto é com vocês três. - Damião falou apontando o dedo para May, Unker e pra mim. – Rebelde terá uma repercussão enorme, pelo fato de ser uma regravação de uma novela antiga de muita fama. As pessoas querem saber quem serão os atores, principalmente os que farão parte da banda. Elas vão ficar em cima. Por isso seria melhor se vocês fossem para a escola dos artistas, o E.A.- Parecia que esse tal de E.A era mais um cursinho. As aulas eram duas vezes na semana, três horas no dia e teríamos testes a cada fim de mês.  Dul já tinha me falado do lugar onde estudava, tanto ela como Poncho, Chris e Lili, só não sabia que se chamava E.A e que só tinha artistas. Até que seria legal estudar lá, mais não queria abandonar os meus amigos, mesmo assim concordei.

Nós seis juntamente com Damião, fomos até o saguão de ensaios. Era um lugar cheio de instrumentos, com microfones e outros aparelhos. Havia alguns “pufes” coloridos, e almofadas. Algo diferente e confortável. O plano de Damião era que nos conhecêssemos bem, antes de começar a gravar. Ele queria que nos entrosássemos e colocássemos as nossas ideias na banda. Teríamos essa tarde inteira para isso. Damião não ficou, pois, segundo ele, teria que terminar os assuntos sobre o tal concurso para Rebelde. Era um concurso para selecionar jovens artistas para serem os antagonistas da novela.

Agora só está nos seis. Cada um sentado, ou melhor largado, em um “pufe” e com almofadas. É claro que as primeiras perguntas foram para May e Unker. A morena fazia teatro e Unker amava tocar. Eu, assim como todos, me mantinha focada neles dois. Prestando atenção em tudo o que eles falavam. Mais estava um pouco difícil, já que sabia que Poncho estava bem na minha frente. Não resisti. Parei de olhar para o lado e olhei para minha frente. Olhei para ele. A surpresa: ele estava me olhando. 1,2,3 segundos. Foi o tempo em que ficamos assim nos encarando até eu olhar pra baixo, sabia que ele também havia virado o rosto. Tentei esconder ao máximo o que estava sentindo naquele momento. Era um misto de alegria, com repreensão e uma pitada de duvida. Alegria por ele estar me olhando. Repreensão por estar tão feliz por ele estar me olhando. Duvida por não entender o porquê ele estava me olhando. Tinha que esquecer isso. Voltei a me focar na conversa. Agora a banda e a novela eram as minhas prioridades. Nada de ficar pensando em Poncho. Banda e novela. E amigos. Era isso o que eu tinha que pensar.

Continuei ouvindo as historias dos novatos. May era de classe media, como eu. Gostei disso. Era bom ter alguém que sabia o que era ter uma casa simples e sem empregados. Que sabia o que era não ter tudo. Também me identifiquei com o Unker. Assim como eu, ele também nunca havia feito teatro, e ele foi chamado por Damião para fazer novela por conta do seu talento musical. Era bom me identificar com eles assim. Seria mais fácil ficar próximo e se tornar amigos, assim como Damião queria. Eu realmente estava gostando de ficar ali.