Fanfic: Nascida à Meia-Noite [FINALIZADA] | Tema: Anahí, AyA, Alfonso, Dulce, Ucker, Christian, Maite,

— Não. Por que pensou...

— Burnett gosta de você — disse Anahí. — Sempre que está distraída, ele devora você com os olhos.

— Ah, fala sério, esse sujeito é tão arrogante que eu nunca...

— Eu acho que ele é bem bonito — confessou Anahí.

— Ele é mesmo, meu Deus do céu — resmungou Holiday. — Eu o odeio por isso também.

As duas caíram na risada. Holiday observou Della e a família.

— Obrigada por quebrar o meu galho. O pai dela é muito chato.

— Eu sei — concordou Anahí. — Ele me fez perceber como eu tenho sorte. Espere até conhecer o meu pai. É muito diferente.

— Estou ansiosa — disse Holiday.

Anahí sabia que Holiday esperava examinar seu pai e declará-lo sobrenatural. Anahí não acreditava naquilo. Seu pai não tinha dons. Ou melhor, seus dons eram de outra natureza.

Anahí suspirou e olhou de novo para a porta, na esperança de vê-lo entrar. Precisava ao menos de um de seus abraços. Avistou novamente Della entre a multidão e perguntou a si mesma se seu pai já a abraçara alguma vez.

— Você acha que Della deveria ir morar com outros vampiros? — perguntou a Holiday.

— É muito difícil, para um vampiro novo, conviver com gente normal — respondeu Holiday, suspirando. — Principalmente quando essa gente é controladora. Mas Della gosta da família e deixá-la também não seria nada fácil. Receio que qualquer dessas escolhas seja um problema.

— Odeio isso — disse Anahí, com o coração doendo pela amiga.

Nesse instante as portas se abriram de novo e Anahí conteve a respiração, esperando que fosse o pai. Mas quem entrou foi Lucas Parker, acompanhado por uma mulher mais velha, cujo braço apertava carinhosamente.

— Quem é? — perguntou Anahí.

Holiday olhou na direção que ela apontava.

— A avó de Lucas.

Anahí não tinha pensado na possibilidade de encontrar os pais de Lucas. A última coisa que desejava era ser reconhecida por eles — principalmente porque o próprio Lucas não a tinha reconhecido.

— Então os pais dele virão?

— Não. Morreram pouco depois de ele nascer. A avó o criou.

— Não, pouco depois de ele nascer, não — disse Anahí, sem pensar.

— E, é terrível — concordou Holiday, achando que Anahí estava lamentando a morte deles, não fazendo uma afirmação. — Acho que Lucas tinha só uma ou duas semanas de vida quando aconteceu.

— Nossa! — exclamou Anahí, olhando para o outro lado. Lembrou-se então do que Dulce dissera sobre filhos de malandros. Será que Lucas tinha mentido a respeito dos pais porque, de outro modo, o veriam com maus olhos? E seria verdadeiro o provérbio de que quem nasce malandro morre malandro?

— Ah, não, de novo não! — gemeu Holiday.

Anahí se virou e viu Burnett entrando na sala. Vinha carrancudo e não era preciso ser sobrenatural para perceber que alguma coisa de muito ruim tinha acontecido. Holiday pegou seu celular e discou um número. Franziu as sobrancelhas e recolocou o aparelho no bolso.

— Por que será que, quando ele vem, Sky desaparece e tenho que aguentá-lo sozinha?

Como, sem dúvida, Holiday não esperava resposta, Anahí apenas deu de ombros e não disse nada.

— Com licença — desabafou Holiday. — Parece que tenho mais uma batalha a travar.

Segundos depois, Anahí viu Holiday e Burnett saindo juntos da sala. Consultou o relógio e achou melhor ligar para o pai e saber se ele não estava com um pneu furado ou coisa parecida. Ele era capaz, é claro, de trocar um pneu, pois já tinha passado horas ensinando Anahí a fazer isso.

Minha filha nunca vai ficar na mão.

Anahí sorriu, lembrando-se de quando haviam apostado para ver quem trocava um pneu mais depressa. Com essas boas recordações na cabeça, decidiu que tinha de perdoá-lo pelos deslizes recentes. Merecia isso, por ter sido um bom pai. Anahí sorriu de novo. Certa de que ele concordaria plenamente com a ideia de acolhê-la quando a mãe estivesse viajando.