Fanfic: Nascida à Meia-Noite [FINALIZADA] | Tema: Anahí, AyA, Alfonso, Dulce, Ucker, Christian, Maite,

— Então algo esta acontecendo, garotas. E, seja lá o que for, deve ser sério. No segundo dia de acampamento, Burnett garantiu a Holiday que, se “algo”, que não sei o que é, não parasse, iriam fechar este lugar.

— Fechar? — Della se virou na cadeira. — Não podem fazer isso. Este acampamento é o que nos impede de pirar e trucidar uns aos outros.

O computador emitiu um sinal de chegada de e-mail, Della olhou para monitor e em seguida para Anahí.

— Você acaba de receber outra mensagem do seu pai.

Anahí devolveu o pedaço de pizza ao prato, perdendo subitamente o apetite. Ainda não tinha falado com o pai. Sabia que estava errada em enrolá-lo, mas o mesmo se podia dizer dele. Disse que viria no dia da visita dos pais. Isso, mais o fato de Anahí ter concluído que ele não a amava mais, tornava aquele assunto outro demônio que precisaria domar. E era o que Anahí pretendia fazer. Mais tarde. Quando pensar no caso já não a magoasse tanto.

— Holiday não parecia nada satisfeita — continuou Della. — Principalmente quando trouxeram Lucas ao escritório.

Anahí engoliu em seco.

— Conversaram com Lucas? E o que disseram?

— Não sei — respondeu Della. — Mas ele parecia muito nervoso.

Depois que Dulce e Delia saíram, Anahí se estirou na cama. Mas o sono não vinha. E não apenas por temer que um certo fantasma a raptasse para outra viagem pelos caminhos tortuosos da memória. Pensou em Holiday e naquela confusão toda com a UPE.

Sua mente se agitava e ela não sabia qual desses problemas deveria encarar primeiro. Nem como ignorá-los. Por quarenta minutos naquela manhã, ouviu Vitoria falar sem parar sobre Phillip, o novo garoto que estava namorando. Em seguida, ligou para a mãe e mentiu descaradamente. Tudo no acampamento era uma maravilha.

Quando ouviu baterem à porta, estremeceu, agitada. Mas mais agitada ficou ao abrir e se deparar com Lucas. Bem, fora pega desprevenida; Lucas ficou parado na soleira, com uma das mãos atrás das costas.

Anahí abriu a boca para dizer alguma coisa, mas não conseguiu balbuciar sequer uma saudação convencional.

— Oi — Lucas riu como se percebesse que ela tinha ficado sem palavras. — Sua colega de alojamento, a do cabelo tricolor, me disse que você não estava passando bem.

— É, mas agora já melhorei — conseguiu murmurar Anahí. E em seguida: — É verdade que a UPF falou com você hoje?

— Não foi nada — disse ele.

Anahí sentiu que era mentira.

— Eu trouxe uma coisa pra você — continuou Lucas, abrindo seu sorriso arrasador.

Anahí sentiu-se derreter. Segurando firme o trinco da porta, perguntou.

— O quê?

— Fui à cidade comprar umas coisas para Holiday e... Encontrei isto — de repente, uma expressão de culpa se estampou em seu rosto.

Estendeu o braço. Anahí esperava ver um buquê de flores baratas, não um gatinho preto e branco, irrequieto e miando. Quase perdeu o fôlego.

— Acho melhor você pegar. Ele não gosta muito de mim.

Anahí recolheu o animalzinho e aconchegou-o ao peito. O bichinho era tão pequeno que quase cabia na palma de sua mão. Anahí acariciou sua testa e o ouviu ronronar. Será que estava sonhando? Tinha que estar, porque o gatinho se parecia em tudo com o outro, Socks. O gato que Lucas...

Anahí ergueu os olhos para ele.

— Então você se lembra?