Fanfic: Nascida à Meia-Noite [FINALIZADA] | Tema: Anahí, AyA, Alfonso, Dulce, Ucker, Christian, Maite,

Anahí deu um sorrisinho, esperando sem muita convicção que Dulce fizesse o mesmo. Mas não. Dulce nem sequer moveu os lábios.

— Você está brincando, né? — o coração de Anahí deu cambalhotas no peito.

—Não, não estou, não — garantiu ela, muito séria. — Mas talvez tenha exagerado um pouco.

Alguém limpou a garganta tão alto que o som ecoou pelo ônibus. Anahí olhou para frente e deu com a motorista espiando pelo retrovisor. Anahí teve a estranha sensação de que o alvo daquele olhar era ela e Dulce.

— Pare com isso! — exclamou Dulce em voz baixa, tapando os ouvidos com as mãos. — Eu não te convidei!

— Parar com o quê? — perguntou Anahí. O comportamento bizarro da garota fez com que ela se afastasse um pouco. — Não me convidou para o quê?

Dulce não respondeu; correu para frente do ônibus e voltou em seguida.

Então Anahí chegou à conclusão de que estava errada: errada na conclusão de que as coisas não podiam piorar.

Podiam, sim. E pioraram.

Não chega a ser terrível. Quer dizer se você não tem medo de ver sangue. As palavras de Dulce vibravam como música de filme de terror na cabeça de Anahí. Certo, a garota admitiu ter exagerado, mas convenhamos... Mesmo um pouquinho de sangue já é demais.

Para que espécie de inferno minha mãe está me mandando? — perguntou a si mesma, talvez pela centésima vez desde que entraram no ônibus.

Nesse momento seu celular tocou e um texto apareceu na tela. Vitoria, de novo.

Por favor, não diga nada... Você já disse.

Anahí deixou de lado seus próprios problemas para pensar somente na melhor amiga. Os últimos meses talvez tivessem sido ruins, mas as duas eram amigas desde o quinto ano. Vitoria precisava dela.

Começou a digitar.

Fala sério, nem pensei nisso! Não sei o que dizer. Você tá ok? Seus pais sabem? Você sabe quem é o pai?

Apagou a última pergunta. Vitoria sabia quem era o pai, é claro. Um dos três garotos, obviamente. A menos que tivesse mentido sobre o que tinha feito com os dois últimos namorados.

Ah, meu Deus, Anahí só conseguia pensar na melhor amiga. Mesmo considerando as terríveis circunstâncias em que se encontrava — o divórcio dos pais, a morte da avó e a perspectiva de ficar acampada com um bando de gente esquisita no “sangrento” Shadow Falls —, a situação de Vitoria era pior.

Dali a dois meses, por pior que pudessem estar as coisas, Anahí estaria de novo em casa. Então, esperava, já teria superado o choque de perder o pai e a avó. Além disso, no fim do verão, talvez o soldado Dude não mais se interessasse por ela, desaparecendo para sempre. Mas, em dois meses, Vitoria estaria com a barriga do tamanho de uma bola de basquete.

Será que Vitoria voltaria para a escola?

Nossa, isso ia ser bem constrangedor. Para Vitoria, aparência era... Tudo! Se sombra azul estivesse na moda, podia apostar que Vitoria apareceria com sombra azul antes do final da semana. Caramba, ela perdeu vários dias de aula só porque uma espinha apareceu na ponta do seu nariz! Não que Anahí gostasse de ir à escola com uma espinha gigante na cara, mas, fala sério, uma “espinhazinha” todo mundo tem de vez em quando. Mas grávida nem todo mundo fica.

Anahí mal podia imaginar o que Vitoria estaria enfrentando.

Releu o texto, acrescentou um coraçãozinho e enviou. Enquanto aguardava a resposta de Vitoria, concluiu que nunca tinha se sentido tão feliz quanto agora por não ter transado com Alex.

— Dez minutos para ir ao banheiro — anunciou a motorista do ônibus.

Anahí ergueu os olhos do celular e viu a loja de conveniência. Não estava apertada, mas, como não sabia quanto tempo ainda duraria a viagem, guardou o celular na bolsa e se levantou para seguir os demais. Mal deu dois passos e alguém a segurou pelo braço. Uma mão gelada.

Anahí estremeceu e se virou. 

franmarmentini que bom que deu para esclarecer haha