Fanfic: Nascida à Meia-Noite [FINALIZADA] | Tema: Anahí, AyA, Alfonso, Dulce, Ucker, Christian, Maite,

Uma hora depois, o ônibus entrava num estacionamento. Anahí avistou a placa “Shadow Falls” logo adiante. O medo fez seu estômago se contrair. Olhou em volta, quase surpresa por não ver cercas de arame e um portão com cadeado. Afinal, os hóspedes eram considerados adolescentes “problemáticos”

Ouviu o motor sendo desligado. A motorista saltou do banco e estirou os bracinhos curtos sobre a cabeça. Anahí ainda não sabia como ela alcançava os pedais.

— Somos o último ônibus a chegar, minha gente — disse a baixinha.

— Estão todos esperando no refeitório. Deixem suas coisas no ônibus que alguém irá levá-las para suas cabanas.

Anahí olhou para sua mala. Não tinha posto etiqueta. Como saberiam que era dela? Resposta fácil: não saberiam. Droga, se levasse a bagagem com ela correria o risco de arranjar encrenca por não seguir as regras; se não levasse, poderia perder todas as suas roupas.

Não, as roupas ela não perderia. Pegou a mala.

— Eles levam para você — disse Dulce.

— Não tem meu nome — explicou Anahí, tentando não ser rude.

— Eles vão descobrir. Vai por mim — garantiu Dulce, querendo ser simpática.

Mas Anahí iria acreditar nela?

Claro que não.

De repente, o garoto de olhos verdes parecido com Alex avançou pelo corredor.

— Pode acreditar — disse.

Anahí o encarou. Não punha fé em Dulce, mas algo naquele garoto inspirava confiança. Ele vasculhou os bolsos, tirou dali algumas moedas e as colocou nas mãos de Anahí.

— Com licença — disse a Garota Gótica, passando à frente de Dulce.

Anahí olhou para as moedas.

— Seu troco da loja — o garoto lhe fez sinal para que passasse na frente dele no corredor.

Anahí pôs o dinheiro na bolsa e se dirigiu para a saída. Os passos dele vinham logo atrás. Estava bem atrás dela. Sentia-o se aproximar cada vez mais, tocando-a com o ombro.

— Ah, se me permite, meu nome é Alfonso.

Atenta àquela voz profunda atrás de si, não viu o Loirinho saltar para o corredor. Caminhando a passos curtos, concluiu que tinha duas chances. Avançar até o Loirinho ou recuar para Alfonso. Escolha fácil: as mãos de Alfonso pegaram-na pelos braços e seus dedos pressionaram sua pele nua logo acima dos pulsos.

Ela olhou por cima do ombro e seus olhares se encontraram. Ele sorriu.

—Está tudo bem?

Sorriso maravilhoso. Como o de Alex. O coração de Anahí deu um pequeno salto. Meu Deus, ela tinha perdido Alex!

— Está, sim — afastou-se, mas não sem antes sentir bem o toque quente de Alfonso. Por que aquilo parecia importante, não sabia; mas o toque gelado da garota pálida havia deixado uma impressão igualmente estranha.

Saíram do ônibus e se encaminharam para uma vasta estrutura semelhante a um grande galpão. Antes de entrar, ela ouviu uma espécie de rugido. Como o de um leão. Parou para ouvir de novo e Alfonso se aproximou.

— É melhor entrar — aconselhou ele num sussurro.