Fanfic: Nascida à Meia-Noite [FINALIZADA] | Tema: Anahí, AyA, Alfonso, Dulce, Ucker, Christian, Maite,

A mãe continuou caminhando ao lado de Anahí pela trilha do bosque.

— Não gostei nada de fazer aquilo.

— Pois deveria — rebateu Anahí. — Acho que foi certo.

A mãe a encarou antes de falar:

— Ele está tendo problemas, Anahí. Nada mais.

O fato de a mãe defendê-lo irritou Anahí.

— É, o problema dele é sua assistente super jovem.

A mãe se deteve e a pegou pelo braço. Tinha lágrimas nos olhos.

— Ah, querida, sinto muito.

Anahí sacudiu a cabeça.

— Por que pede desculpas? Está tendo um caso também? Juro que, se você estiver saindo com alguém da minha idade, vou me divorciar dos dois.

— Não. Eu nunca... Eu não queria... que você soubesse. Vocês eram tão ligados! — Pousou a mão sobre os lábios trêmulos por alguns segundos. — Como descobriu?

Anahí achou que sua mãe ficaria muito magoada caso ela contasse que o pai tinha trazido a garota na semana anterior, por isso disse apenas:

— Peguei papai mentindo.

A mãe balançou a cabeça:

— Ele nunca foi um bom mentiroso.

Anahí se perguntou se poderia dizer o mesmo da mãe. Seu pai saberia dizer? Deteve-se, fechou os olhos e reexaminou a pergunta que precisava fazer.

— Muito bonito — disse a mãe.

Anahí abriu os olhos e a observou admirando o riacho.

— É — Anahí avançou até a margem e estendeu o cobertor para que se sentassem.

A mãe se acomodou e olhou para a água.

— Tem mesmo uma cachoeira por aqui?

— Me disseram que sim — respondeu Anahí, tentando não denunciar no tom de voz a frustração por nunca ter visto a tal cachoeira. E naquele mesmo instante decidiu que, mesmo sozinha, ainda iria lá. Podia parecer maluquice, mas aquilo era importante para ela. — Mas eu nunca vi.

— Por que não?

Anahí deu de ombros.

— Existe uma lenda de que existem fantasmas lá. A maioria das pessoas tem medo de visitar o local — inclusive eu, pensou Anahí, preferindo não dizer isso em voz alta... Por enquanto.

— É mesmo? — a mãe parecia intrigada. — Adoro histórias de fantasmas, e você?

— Às vezes — respondeu Anahí com franqueza, virando o rosto para que a mãe não lesse nada em sua expressão.

— É bem tranquilo aqui — observou a mãe. — Estou gostando — inclinou-se e acariciou a mão de Anahí. — Obrigada por me trazer.

Anahí, por covardia, adiou a pergunta que não gostaria de fazer e passou a um tema menos explosivo. Um tema que agradaria à mãe.

— Que acha da transformação do acampamento em internato?

— A líder do acampamento parecia muito feliz com isso — disse a mãe, ainda contemplando a água.

— Que tal se eu me matriculasse?