Fanfic: Nascida à Meia-Noite [FINALIZADA] | Tema: Anahí, AyA, Alfonso, Dulce, Ucker, Christian, Maite,

O soldado Dude estava a apenas alguns passos dela. Perto demais. Mais perto do que nunca. O frio que emanava da presença dele fez com que um medo gelado subisse pela espinha de Anahí.

— Anahí? — ouviu Dulce chamar seu nome. Ou seria Della? Não saberia dizer porque o som parecia vir de outro mundo. Um mundo onde fantasmas não existiam. Um mundo para o qual queria voltar, mas não conseguia.

O espírito manteve os olhos fixos em Anahí, enquanto erguia lentamente a mão e tirava o capacete. Sangue — sangue vermelho vivo — escorria da testa. Anahí mal conseguia respirar vendo aquele líquido descer pelo rosto do homem. Então tudo entrou em câmera lenta. Anahí se levantou, disposta a fugir.

Plop, plop, plop.

As gotas de sangue caíam no assoalho e espirravam nos pés nus de Anahí. As gotas foram então se juntando, começando a formar letras e uma palavra apareceu:

Ajude...

Anahí tentou respirar, mas seus pulmões se recusavam a absorver o gelado. Soltou o oxigênio preso na boca e viu uma nuvem de vapor flutuando diante dos lábios.

— Tem algo errado? — as palavras de Dulce pareciam flutuar também no cérebro de Anahí.

Boa pergunta — pensou ela. Pena que não soubesse a resposta.

— Estão sentindo esse cheiro? — as palavras de Della penetraram na consciência de Anahí, mas pareciam vir de muito longe, como a música de fundo num filme. — Tem um cheiro muito bom aqui.

— Não sinto nada — disse Dulce. A conversa das duas prosseguiu... Mas logo se tornou um eco distante. — Ah, merda... Merda... Merda. A aura de Anahí está ficando preta... Preta... Preta. Acho que é um fantasma... Fantasma... Fantasma...

— Que droga! — exclamou Della. — Detesto essa merda! — ouviram-se passos. As amigas tinham fugido. Uma porta bateu. Anahí quis correr também, mas não conseguiu. Não conseguia se mexer. O sangue continua espirrando em seus pés; mas ela não quis ler as palavras que se formavam.

— Espere! — A voz sumida de Della vibrou através das paredes. — Ela parou de respirar. Anahí parou de respirar. Precisamos fazer alguma coisa.

Anahí ouviu a porta se abrir. Ouviu seu nome ser pronunciado. Mas então tudo ficou escuro e ela desabou no chão.

Até amanha!