Fanfic: Nascida à Meia-Noite [FINALIZADA] | Tema: Anahí, AyA, Alfonso, Dulce, Ucker, Christian, Maite,

Com movimentos sinuosos e regulares, ela veio se aproximando de Anahí. O medo foi crescendo e ela sufocou um grito na garganta. Pela lógica, não conseguiria se afastar da cobra com rapidez suficiente para não ser picada. Pela lógica, devia ficar imóvel, mas... A lógica que fosse para o inferno. Queria aquela coisa bem longe dela.

A mão de Alfonso apertou seu ombro.

— Não se preocupe — murmurou ele em voz baixa, suave. — Ela está só passando. Continue parada e deixe que ela passe. Estou aqui. Não vai acontecer nada.

A mão de Alfonso parecia ainda mais quente, estranhamente quente e logo o medo de Anahí foi diminuindo. Seu coração desacelerou e o gelo no estômago se desfez. Ela observou o corpo volumoso e rechonchudo da cobra deslizar por sobre a ponta de seu tênis como se fosse uma borboleta inofensiva. Algo em seu cérebro lhe dizia que aquela calma e aquela ausência de medo não eram naturais; que, de algum modo, vinham de Alfonso. Nem essa constatação a perturbou. Foi como se o toque dele tivesse anestesiado sua capacidade de ter medo, deixando-a apenas curiosa.

Curiosa em relação à cobra. Curiosa em relação ao modo como ela deslizava. Curiosa em relação a Alfonso. Como ele tinha conseguido alterar suas emoções? Como seria se entregar aos seus beijos?

— Você vai indo bem. Ela já está se afastando — sussurrou Alfonso.

E estava mesmo. Seu corpo volumoso escorregou para a água, provocando apenas um leve encrespamento na superfície, enquanto mergulhava e se deixava levar pela corrente. Alfonso manteve a mão no ombro de Anahí, enquanto ela observava a criatura desaparecer entre as rochas. Depois, lentamente, retirou a mão.

A tempestade de emoções a dominou a tal ponto que ela não conseguiu conter um grito. E, como o grito não bastasse, olhou em volta e começou a subir de novo a rocha. O coração lhe saltava no peito, como se fosse explodir e parecia que ia sair pela boca. Alfonso tentou segurá-la, mas Anahí continuou subindo, pensando apenas em ficar o mais longe possível daquele animal escorregadio.

— Está tudo bem! — exclamou ele, rindo, e caiu de costas na rocha dura, arrastando-a consigo. Anahí aterrissou com metade do corpo em cima do dele. Os braços de Alfonso a envolveram, sem muita força.

Com as mãos dele pousadas delicadamente em suas costas, Anahí sentiu o pânico evaporar. Seus olhos encontraram os olhos verdes de Alfonso, cujos os raios dourados pareciam brilhar ainda mais assim de perto. Anahí baixou os olhos para a sua boca, seus lábios tão macios, tão convidativos. O calor do corpo de Alfonso se fundiu com o dela. O cheiro natural dele invadiu seus sentidos. Anahí conteve a respiração.

— Está melhor agora? — perguntou ele, num tom de voz mais profundo.

— Estou — junto com o pânico, Alfonso também tinha levado sua força vontade. Agora queria realmente ser beijada por ele. Ou beijá-lo. Isso não lhe pareceu de modo algum uma má ideia. Aproximou-se mais até que os lábios de Alfonso ficaram tão próximos dos seus que podia sentir seu calor.

— Solte ela! — bradou uma voz masculina às suas costas. 

Hoje a noite eu volto e posto mais, ok?