Fanfic: Nascida à Meia-Noite [FINALIZADA] | Tema: Anahí, AyA, Alfonso, Dulce, Ucker, Christian, Maite,

— Tudo bem — disseram as duas ao mesmo tempo. — Nós estávamos apenas...

— Discutindo? — Sky franziu a testa com ar acusador.

— Um pequeno desentendimento — explicou Dulce.

— Acabou? — quis saber Sky.

Della tomou a palavra:

— Ela derramou de propósito o sangue que guardei na geladeira.

— Não foi de propósito. O vidro caiu quando abri a porta.

— Tem sangue na nossa geladeira? — apavorou-se Anahí.

Sky revirou os olhos.

— Vocês precisam se entender — disse, fixando as pupilas escuras em Dulce. — Você, Dulce, é veterana aqui e por isso esperamos que se saia bem.

— Tá, vou ser boazinha com a turma dos que me detestam — esbravejou Dulce, afastando-se a passos largos.

Sky acompanhou-a com o olhar e depois se voltou para Anahí e Della.

— Resolvam suas diferenças dentro da cabana, não em público, do contrário Holiday e eu teremos de intervir... O que, posso lhes assegurar, não será nada bom — e, virando-se, Sky as deixou.

Anahí olhou para Della, que sorria parecendo não ter se importado nada com a advertência de Sky.

— E então, o que houve entre você e o carinha Fae? — perguntou Della.

— Esqueça isso. Você e Dulce precisam parar logo com isso.

— Parar com o quê? — perguntou Della, dando de ombros.

— Vocês não podem continuar se ameaçando — ponderou Anahí e, no mesmo instante, viu a garota de Lucas se aproximando. Com as pálpebras cerradas de raiva, comprimia os lábios quando chegou perto de Anahí. Se olhares matassem, Anahí já estaria a um passo da decomposição. A garota passou por elas como um raio.

Com a ideia de morte pairando no ar, Anahí sentiu uma leve dor de cabeça, um latejar persistente na têmpora esquerda. A possibilidade de que realmente tivesse um tumor cerebral quase fez Anahí perder o fôlego.

— Ameaçar não é fazer — raciocinou Della. — Portanto, relaxe. Mas então, o que você e Alfonso andaram aprontando? Chegaram pelo menos ao básico?

— Não aprontamos nada — Anahí pressionou uma das palmas contra a têmpora. — Olha, gosto de você e de Dulce, portanto criem juízo e parem com as brigas antes que nos separem e eu tenha que engolir outra colega de alojamento.

— Não foi uma briga. Apenas um bate-boca.

— Você ameaçou vender o sangue dela pela internet — disse Anahí. — De onde venho isso seria considerado uma briga.

— Sim, mas agora você não está mais no seu mundo — as palavras de Della a acertaram em cheio, como só a verdade poderia fazer.

Tudo havia mudado. Um garoto deu o próprio sangue para passar uma hora com ela. Ela tinha visto sapos, na realidade, tarados, pulando na mesa da cozinha e tinha examinado os genitais de um gato que no fim das contas nem gato era. E, era bom não esquecer, continuava sendo perseguida pelo soldado Dude. Sua cabeça latejou ainda mais.

— Além disso, nunca venderia o sangue dela. Preferiria saboreá-lo gota a gota. Sangue de bruxa é doce.

Doce.

Anahí levantou a mão.

— Pare já com isso. Não aguento mais — consultou o relógio. Droga! Não teria tempo para falar com Vitoria. — Tenho que me encontrar com Holiday — avisou.

E pôr minha vida em pratos limpos porque, como Dorothy, não estou mais no Kansas — Anahí se virou para partir.

Della a pegou pelo braço.

— Ah, eu queria te dizer...

Anahí soltou-se.

— Espere — disse, erguendo a mão. — Tem algo a ver com sangue? — não suportava mais aquela conversa e ponto final.

Della fechou os olhos com força.

— Não — respondeu, com um tom de sarcasmo na voz.

— Então pode falar.

— Ou não — Della cruzou os braços. — Talvez eu devesse deixá-la cair numa cilada por querer ser tão espertinha — e ameaçou ir embora.

Cilada? Aquilo não parecia nada bom.