Fanfics Brasil - Saudade Anahí (AyD)

Fanfic: Anahí (AyD) | Tema: Portiñon


Capítulo: Saudade

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Dulce acordou e não quis abrir os olhos. Sabia que Anahí não estava mais lá. A irmã de Anahí viria de outra cidade despachar a mudança, fechar o apartamento e resolver alguns problemas. Dulce agarrou os lençóis e uma lágrima escorreu pelo seu rosto. Pensou em tentar alcançá-la no aeroporto para dar um abraço, mas não sabia se teria forças para sentir algo que pudesse ser pior do que o que estava sentindo. Ficou ali deitada mais um pouco, sentindo o perfume de Anahí pela cama e enfim tomou forças e levantou-se, jogou água gelada no rosto, arrumou-se rapidamente e foi embora. Aquele lugar era estranho sem Anahí. Não mais tinha sentido ficar ali. O encanto havia acabado.
Dulce desceu correndo pelas escadas e atravessou o pátio. Respirou aliviada. O dor anterior tinha acabado. Começava outra agora, um pouco mais clara, mas bem pior. A jovem não quis pensar muito em mais nada. Estava ansiosa e não agüentava mais chorar, queria esquecer. Colocou o som no último volume e correu para casa, fingindo que nada estava acontecendo.
E assim Dulce conduziu sua vida naqueles meses. Correndo, mantendo a cabeça ocupada com qualquer coisa que distraísse seus olhos, ouvidos e mente. Música alta, telenovela, páginas de revista, recortes de jornal, imagens, vozes, barulho, e, acima de tudo, trabalho. Tanto que além dos últimos meses de faculdade e de seu estágio formal, ela começou a trabalhar como voluntária aos domingos.
Dulce não queria parar. Não podia parar, pois se fechasse os olhos por um instante, era Anahí que tomava sua mente e trazia à tona toda aquela avalanche de sentimentos, de amor, de paixão, de entrega e de saudade. Dulce estava inquieta desde então. Esta era a sua maneira de encarar a falta que sentia de Anahí.
Dulce gostava de esportes e, matriculada numa academia de ginástica, passou a frenqüentar todas as aulas e a levar o treino muito a sério, se esforçando muito e chegando a cometer alguns excessos. Uma vez, na esteira, Dulce já corria há pelo menos uns cinqüenta minutos. O suor escorria pelos seus braços e dedos e pingava pelo chão. O dia havia sido difícil, e Dulce mal sentia o cansaço de seu corpo, apenas corria teimosamente. O instrutor, notando a menina meio pálida, aproximou-se para convencê-la a diminuir o ritmo:
- Dulce...
- O que foi, algum problema? - perguntou a jovem meio assustada com a abordagem.
O instrutor tocou a mão de Dulce e sentiu que estava gelada:
- Você está bem? Acho melhor encerrarmos...
- Estou bem. Só mais dez minutinhos... - respondeu ofegante.
- Dulce...
- Ok, ok... já estou diminuindo... - respondeu Dulce meio contrariada, diminuindo a velocidade da esteira e preparando-se para encerrar a corrida.
Na academia, havia uma professora de natação e hidroginástica que Dulce sabia que era lésbica. Esta professora tinha um relacionamento já estável com outra mulher. Algumas pessoas mais próximas sabiam, e Dulce sabia porque o pai da namorada desta professora era um amigo de colégio do pai de Dulce e acabou surgindo o comentário. O nome dela era Maite. Mas antes mesmo do comentário, Dulce já havia notado e olhava Maite de uma maneira diferente. Mas não era um olhar de desejo, era um olhar com carinho. Em primeiro lugar porque ela era muito educada e atenciosa com todos, e, em segundo lugar, porque elas eram iguais e Dulce se espelhava bastante nela, apesar de não deixar transparecer muito, pois tinha medo de ser mal interpretada. Maite era tranqüila, bonita, educada, cuidadosa e Dulce a considerava confiável talvez para conversar algum dia. Sentia falta de ter uma amiga, mas não queria forçar nenhuma situação, tanto é que não fazia nenhuma aula com esta professora.
O tempo passava, mas não era tão fácil assim enganar a mente. O celular era um problema, pois bem no fundo Dulce tinha a esperança de que Anahí pudesse telefonar, pudesse precisar dela, pudesse querer entrar em contato, pois, bem ou mal, Dulce continuava no mesmo lugar, no mesmo endereço, na mesma universidade e com o mesmo número de telefone. Já estava completando quase seis meses desde que Anahí fora embora e às vezes Dulce desesperava-se ao ver que a dor não ia embora, que a saudade não tinha fim.
Voltando para casa depois de um dia cheio, lá estava o celular no banco ao lado. Dulce olhou e pensou em Anahí. Às vezes era inevitável pensar em Anahí, principalmente quando estava sozinha dirigindo, e sabia que estava contornando a rua onde Anahí morava para não ter de lembrar daquele apartamento. Dulce sentiu-se triste e sozinha. E pensou por que Anahí nunca telefonou? Será que ela sofre também? Será que ela pensa em mim?
Chegando em casa, entrou no seu quarto, bateu a porta e ficou encarando aquele visor verde. Por que nunca telefonou? Por quê? De repente não houve nada que pudesse inventar para não pensar em Anahí. E apertou aquele aparelhinho contra as mãos, respirando fundo e tentando conter as lágrimas. Por quê? Por quê? Se achou uma idiota por pensar tanto em Anahí. Eu não consigo mais viver... murmurava a jovem, buscando alguma explicação. Não consigo. Não estou suportando, dizia bem baixinho. Ninguém notava que Dulce estava morrendo por dentro? E, impulsivamente, atirou o celular contra a parede e não satisfeita, começou a chutá-lo até quebrá-lo em um monte de pedaços e a chorar feito criança até ficar rouca.
Seus pais, ouvindo o barulho, entraram no quarto assustados e a seguraram nos braços até ela se acalmar. Foi um momento meio tenso, mas pouco se falou no episódio. Dulce inventou qualquer coisa para justificar a cena e, apesar das explicações não terem convencido, não havia como força-la a contar seus problemas.
Vivendo desta maneira, os meses passaram-se rapidamente e já estava completando quase um ano da partida de Anahí. Dulce de vez em quando ouvia alguns comentários sobre Anahí na faculdade, sobre o andamento da pesquisa e dos trabalhos. E respirava fundo, pensando em tudo. Queria tanto tê-la de volta. Fazia-se de desinteressada, mas gostava de ouvir o que tinham a dizer. E às vezes vinham perguntar para Dulce se ela não tinha notícias da professora, já que haviam trabalhado juntas, e Dulce respondia qualquer coisa evasiva. Com o tempo, essas situações foram se escasseando.
E lá estava mais uma vez Dulce em pleno sábado na academia. Não parava um segundo sequer e sem nem notar já estava ficando com um corpo escultural, atraindo os olhares de muitos rapazes. Mas não dava nenhuma oportunidade de aproximação para ninguém. Estava sozinha em seu próprio mundo, tentando já há quase um ano esquecer Anahí. A música tocava alta e Dulce se deixava levar pelo ritmo, esquecendo todo mundo, todos os problemas. Encaixou as anilhas na barra. Uma, duas, três, quatro de cada lado, e um menino ali do lado ajudou a colocar sobre os ombros para fazer agachamento. A cada movimento, o suor escorria pelo seu rosto e as coxas queimavam. De repente, Dulce distraiu-se e seu corpo já cansado se desequilibrou, fazendo-a cair de costas no chão. O barulho dos pesos fez um grande estrondo e três professores correram em sua direção:
- Tá tudo bem, tudo bem - dizia Dulce sem graça, vendo uma rodinha de curiosos formar-se ao seu redor.
Os professores ficaram bastante preocupados com a expressão de dor que a jovem fazia, mas ela insistia que estava tudo bem:
- Está tudo bem, gente... apenas caí de mal jeito. Meu ombro torceu um pouco. Nada sério.
E sentiu uma mão apalpando o seu ombro. Era Maite que a olhava preocupada com seus olhos verdes:
- Dói assim?
- Um pouco...
Um dos professores levantou-se e conduziu o pessoal para que vontassem às atividades. Então os outros dois levaram Dulce para uma salinha e um deles foi buscar um pouco de gelo:
- Está tudo bem com você, Dulce? - perguntou Maite, aproveitando que estavam a sós.
Dulce baixou os olhos e não respondeu. Sentiu vontade de conversar, mas teve medo, pois mal se conheciam. Respirou fundo. Maite, assim como várias pessoas, já havia notado os excessos de Dulce. E com toda a sua sensibilidade, sabia que a jovem não andava muito bem:
- Quer conversar comigo? Você sabe que pode conversar comigo sobre qualquer problema, não sabe?
Dulce a olhou com os olhos brilhantes:
- Obrigada, Maite.
E apertou as mãos de Maite, sentindo-se por um momento feliz, por saber que havia alguém que se preocupava com ela. O professor já voltava com um saquinho de gelo e colocou sobre o ombro de Dulce, que ficou calada, encostou a cabeça na parede e fechou os olhos, esperando a dor passar. Maite disse que o professor poderia ir, que ficaria com Dulce até a dor diminuir:
- Pode ir que eu cuido dessa menina cabeça dura...
As duas riram e depois ficaram em silêncio, vendo a água pingar do saquinho de gelo. Dulce olhou bem para Maite e agradeceu novamente:
- Obrigada, Maite...
Maite pensou um pouco e disse:
- Aconselho você a fazer a aula de hidroginástica semana que vem. Assim você relaxa um pouco e espera seu ombro melhorar. Você pode fazer a aula comigo no final da tarde - convidou sorridente.
Maite era assim mesmo. Gentil, comunicativa, educada. Gostava de se aproximar das pessoas, olhar nos olhos, conversar. Além do mais ela era baixinha, com rosto de menininha, morena, de olhos castanhos e muito meiga, o que fazia as pessoas sentirem vontade de protegê-la. Constantemente os meninos a pegavam no colo e a abraçavam, fazendo algazarra. Dulce também gostava dela, sentia-se bem quando a via, e voltou para casa mais leve naquele dia. Não sabia por que, mas estava feliz. Antes de dormir, fechou os olhos e pensou em Anahí e rezou baixinho, pedindo a Deus que a protegesse. Seu corpo estava relaxado e seu ombro meio dolorido. De olhos fechados, lembrou do rosto de Anahí, dos cabelos lisos, da pele, do olhar. Lembrou da voz de Anahí em seus ouvidos e sentiu seu corpo se aquecer. Dulce queria Anahí. Eu quero tanto você, Anahí... pensava. Eu preciso de você, dizia baixinho. Onde você está, meu amor? Não estou conseguindo viver sem você... e assim adormeceu mais uma vez sozinha, sentindo seu corpo chamar por Anahí.



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Autor(a): MahSmith

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Domingo cedo, Dulce espreguiçou-se na cama. Os olhos ainda pesavam de sono e o ombro ainda doía um pouco pela queda dias antes. Anahí. Era o primeiro nome que pensava ao abrir os olhos. Às vezes achava que estava louca, obcecada. Queria conversar com alguém sobre isso para saber se era normal. Pensou em Maite e em suas palavras no dia do ep ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 7



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  • tammyuckermann Postado em 06/09/2015 - 03:26:50

    Posta mais pfff

  • flavianaperroni Postado em 03/11/2014 - 13:07:17

    Vai postar né??...não vai nos deixar?? não nos deixe por favoor..Ok ok parei com o drama kkkkkkkkkk

  • flavianaperroni Postado em 03/11/2014 - 13:06:28

    Pooosta mais por favor

  • vverg Postado em 01/04/2014 - 13:50:04

    Cheguei aqui...Nossa tantos caps?? kkkkk Vou me atualizar..hahaha

  • vverg Postado em 09/02/2014 - 15:10:31

    Nossa!!! Eita Amor heim..rsrsrs

  • vverg Postado em 09/02/2014 - 01:52:55

    Gostei..vai ter continuação???

  • jessealter Postado em 25/01/2014 - 19:43:54

    Continua , to gostando :)))


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