Fanfic: Anahí (AyD) | Tema: Portiñon
Anahí, meu amor. Onde você está? Será que você pensa em mim tanto quanto penso em você? perguntava Dulce a si mesma deitada em sua cama. Não conseguia conter a alegria e a ansiedade ao imaginar a possibilidade de rever o rosto de Anahí, seus cabelos, sua voz, seu sorriso.
A semana passou rápido, e no domingo Dulce não conseguiu ir visitar as crianças. Todas as coisas simples que imaginou fazer para tentar encontrar Anahí estavam sendo empurradas para frente, porque o tempo estava curto e além de todos os compromissos, ela estava ajudando a organizar um evento para a universidade. Dulce tinha a mania de se engajar em várias atividades e às vezes exagerava. Aquela semana foi assim. Na terça-feira, a assistente social a telefonou para saber por que não havia aparecido. Não estava cobrando, mas ficou preocupada, pois pela primeira vez Dulce não apereceu e não avisou nada:
- O Santiago perguntou por que você não foi até lá.
Santiago. Só de ouvir falar naquele nome seu coração derretia de carinho por aquele menino. E sentiu desta vez o peito apertar por não ter ido:
- Diga a ele que no próximo domingo eu apareço sem falta e vou levar a pipa que ele quer.
Dulce não teve tempo de comprar a pipa, mas pediu que seu pai a comprasse. No domingo cedo, no caminho para o local, olhava a pipa no banco ao lado. Papai tem bom gosto, pensava. Homem entende bem dessas coisas. Dulce não saberia nem onde achar um brinquedo desses.
Entrou correndo, abraçou todo mundo e os olhos procuravam por Santiago, que deveria estar por ali em algum lugar. Deixou a pipa dentro do carro para não causar alvoroço entre as crianças. A assistente social se aproximou e Dulce assustou-se com a feição dela, que foi logo adiantando:
- Calma, Dulce , não aconteceu nada, está tudo bem...
As duas se abraçaram e Dulce perguntou:
- Cadê o Tiago?
- Ele foi embora sexta-feira.
Dulce perdeu o chão e não conseguiu disfarçar:
- Foi embora? Mas eu disse a você que eu viria, eu prometi a ele que viria, eu comprei uma pipa para ele - disse com os olhos cheios de lágrimas.
A assistente social, percebendo o aborrecimento de Dulce, a pegou pela mão e a levou até a sala:
- Dulce, sente aqui. Tente se acalmar... Santiago está com a família como todos nós queríamos, inclusive você...
- Sim, eu também quero. Mas gostaria de ter me despedido dele. Você não disse a ele que eu viria? Você não disse a ele que eu ia comprar uma pipa?
Dulce estava quase não contendo o choro, mas se controlou:
- Por que você não me telefonou? Eu deixaria tudo, qualquer coisa que eu estivesse fazendo, para ter a chance de me despedir dele, deixar meu endereço, conhecer o pai dele...
Dulce continuava inconformada:
- Não posso falar com ele? Onde ele está?
- Dulce , não sei se é o caso fornecermos esse tipo de informação a você agora. Você já cumpriu seu papel. Temos outras crianças aqui que também precisam de você...
Dulce desta vez não se controlou e quase gritou daquele jeito infantil e egoísta que às vezes fazia:
- Eu não quero outra criança, eu quero o Santiago! Por favor, todos esses meses de convivência entre nós, você não confia em mim? Só quero falar com ele uma última vez.
E segurou a moça pelos braços, tentando controlar o volume da voz:
- Por favor, me diga onde ele está. Só quero dar um abraço nele. Um último abraço. Não me impeça de fazer isso ou eu não vou agüentar.
A moça olhou bem para Dulce, com a testa franzida:
- Então, por favor, tente se acalmar - disse, pausadamente.
E foi buscar a agenda dentro da bolsa:
- Talvez ele ainda esteja neste hotel aqui na cidade com o pai. É mais provável que eles partam amanhã cedo, no início da semana. Você vai anotar o endereço?
- Pode dizer que eu decoro.
Bastou ouvir uma única vez para nunca mais esquecer. Dulce sorriu satisfeita e abraçou forte a mulher:
- Obrigada, você não sabe o bem que está me fazendo, você não imagina... prometo que não vou decepcioná-los... só quero abraçá-lo e me despedir. Só preciso disso...
Dulce estava cansada, mas determinada a encontrá-los. Atravessou a cidade, orientada pelo mapa que carregava dentro do carro. Foi andando devagar pela rua, tentando ver o número das casas. Localizou o letreiro com o nome do local. É ali. O hotel era muito simples. Dulce desceu do carro meio sem jeito e adentrou o local. Perguntou para a recepcionista se ali estava hospedado um homem com um menino pequeno. A moça pediu que aguardasse e pegou o telefone.
Dulce ficou ali, olhando os enfeites da salinha de entrada, um pouco apreensiva com medo que o pai do menino talvez não gostasse da visita. De repente os dois surgiram, no alto da escadinha estreita. Santiago estava grudado no colo do pai igual um bichinho e quando viu Dulce deu um belo sorriso. O pai largou o menino no chão e ele desceu as escadas apressadamente, mas segurando firme no corrimão. Dulce foi até ele e o pegou no colo:
- Oi, meninão... esse aí é o papai?
O menino olhou satisfeito para o pai. O homem estendeu a mão para Dulce e cumprimentaram-se. Perguntou se Dulce era assistente social e se houve algum problema. Falava uma mistura de português e espanhol. Dulce explicou que estava tudo bem, que havia conhecido Santiago naquela casa e que veio se despedir. O homem sentou no sofá disposto a esperar Dulce terminar. Dulce se ajoelhou no chão e pegou as mãozinhas do menino:
- Vim te dar um beijo e um abraço, porque você está indo embora e eu vou sentir sua falta.
Santiago olhava para o chão, meio sem jeito, como as crianças costumam fazer. O menino olhou para o pai, depois olhou para Dulce:
- Eu vou pra casa...
- Sim, meu amor... você vai para casa. E está feliz por isso?
O menino balançou a cabeça dizendo que sim e abraçou Dulce de um jeito meigo e carinhoso. Dulce sentiu o cheirinho de açúcar de Santiago e seus olhos se encheram de lágrimas e os do pai do menino também. Do sofá, ele disse:
- Acabou o pesadelo...
Dulce sorriu para os dois e entregou Santiago ao seu pai:
- Gostaria que o senhor anotasse meu endereço e meu telefone, caso precisem de alguma coisa.
Dulce respirou aliviada. Sabia que ia sofrer caso não conseguisse se despedir de Santiago. Deu um beijo nos dois, entregou a pipa ao garoto e foi embora. Estava leve, tranqüila. Se precisassem de qualquer coisa, telefonariam. Olhou a foto de Santiago ali do ladinho. Foi impossível não lembrar que não tinha nenhuma foto de Anahí, exceto as das cópias dos documentos, que praticamente nem apareciam. Não sei como ainda me lembro tão bem do seu rosto, Anahí, dizia a si mesma. Lembro de cada traço... E ficou pensando no rosto marcante de Anahí. Acho que Santiago, tão pequeno, me ensinou a deixar quem eu amo partir, pensou.
Autor(a): MahSmith
Este autor(a) escreve mais 9 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Anahí, meu bem... sussurrava Dulce, deitada em sua cama. Não conseguia dormir. Parece que seu limite estava estourando. Precisava de Anahí. Deitou de bruços, inquieta. Estava frio, mas o corpo de Dulce estava quente, quase suando. Parecia arder em febre, mas Dulce sabia bem que tipo de febre era aquela. Fechava os olhos e lembrava dos quadris de A ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 7
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
tammyuckermann Postado em 06/09/2015 - 03:26:50
Posta mais pfff
-
flavianaperroni Postado em 03/11/2014 - 13:07:17
Vai postar né??...não vai nos deixar?? não nos deixe por favoor..Ok ok parei com o drama kkkkkkkkkk
-
flavianaperroni Postado em 03/11/2014 - 13:06:28
Pooosta mais por favor
-
vverg Postado em 01/04/2014 - 13:50:04
Cheguei aqui...Nossa tantos caps?? kkkkk Vou me atualizar..hahaha
-
vverg Postado em 09/02/2014 - 15:10:31
Nossa!!! Eita Amor heim..rsrsrs
-
vverg Postado em 09/02/2014 - 01:52:55
Gostei..vai ter continuação???
-
jessealter Postado em 25/01/2014 - 19:43:54
Continua , to gostando :)))