Fanfic: Anahí (AyD) | Tema: Portiñon

Anahí, meu bem... sussurrava Dulce, deitada em sua cama. Não conseguia dormir. Parece que seu limite estava estourando. Precisava de Anahí. Deitou de bruços, inquieta. Estava frio, mas o corpo de Dulce estava quente, quase suando. Parecia arder em febre, mas Dulce sabia bem que tipo de febre era aquela. Fechava os olhos e lembrava dos quadris de Anahí sobre os seus, suas coxas esfregando nas dela. Seu olhar ardente, profundo, que acompanhava Dulce todo o tempo na cama. Tirou um pouco as cobertas de cima, tentando se acalmar. Olhou no relógio. Já eram quase três da manhã.
Virou de lado. Virou pro outro. Fechou os olhos e parecia ouvir a voz de Anahí em seus ouvidos. Pensava em seus lábios, seu sorriso, suas mãos, e lembrou de quando agarrava Anahí pela cintura, cruzando os braços em volta de seu corpo, sentindo-a quente. E quando dizia adoro você ser mulher. Isso me excita. Dulce sorria de prazer, lembrando de tudo aquilo, pois a mente dela era livre. Pensava e imaginava o que quisesse. E queria Anahí naquele momento. Bem no seu íntimo, sabia que Anahí também sentia sua falta, onde quer que estivesse. Naquele momento tão íntimo, tinha certeza que não estava sozinha, tinha certeza que Anahí ainda era sua.
O corpo de Dulce estava quente, pedindo, e seu coração batendo muito forte. Levou a mão até entre as coxas. Respirou fundo. Sorriu sozinha. Subiu mais um pouco, tocando a si mesma. Anahí... sussurrava. Abriu os olhos. Tentou voltar à realidade, mas algo a puxava para aquele sonho com Anahí. Lembrava da maciez e temperatura exata do corpo de Anahí e do gosto de sua boca. Gosto de mulher, gosto de paixão. E tocava a si mesma, devagar, sem pressa, como Anahí fazia. Contraiu os músculos e apertou com força suas mãos entre as coxas. Parecia que o ar não seria suficiente. Respirou fundo e foi às nuvens com Anahí em sua mente. Meu Deus, pensava, respirando ofegante e sorrindo de satisfação, enquanto tentava recuperar o fôlego.
A jovem sentou-se na beira da cama e ficou pensando em como encontrar Anahí. Não estava agüentando. De repente, teve uma idéia. Enrolada na coberta, levantou-se e caminhou até o escritório. A casa estava em silêncio, todos estavam dormindo. Ansiosa, ligou o computador e abriu o navegador. Não sabia por que não tinha pensado nisso antes. Entrou numa página de busca e digitou o nome completo de Anahí, que ainda sabia de cor. Colocou entre aspas e apertou enter. Apareceram vários links. Mariana acomodou-se melhor na cadeira e cobriu o corpo com o cobertor, olhando atenta para a tela:
- Meu Deus, quanta coisa - disse baixinho.
Clicou no primeiro link. Era um artigo científico de Anahí e outro professor que Dulce já conhecia. Voltou. Clicou no segundo link. Agora um texto em francês assinado por Anahí. Dulce sorriu, achou lindo. Procurou a data. Tinha sido publicado cerca de quatro meses antes. Que preciosidade, um texto escrito por Anahí, pensou. Dulce copiou e arquivou para ler com mais calma depois. Voltou. Descendo a barra de rolagem, viu que tinham outros vários links. Pulou alguns que eram da página da própria universidade e clicou em um outro em francês. Era um outro artigo numa publicação científica, que Dulce ainda não conhecia. Dulce o arquivou. Sentia-se aliviada por saber que Anahí estava bem, estava viva e produzindo, que aquilo tudo não foi só um sonho. Dulce estava boquiaberta com tanta informação. Poderia passar a noite toda fazendo aquilo, mas na verdade não haviam tantos links assim:
- Ai, como eu amo a tecnologia - disse sorrindo, empolgada.
Vamos ver estes outros. Um outro link em francês. Uma universidade. Parecia ser onde Anahí estava, e havia número de telefone e endereço. Dulce anotou num pedaço de papel e deu um belo sorriso. Começou a navegar dentro do site da universidade, mas começou a ficar meio impaciente. O idioma era muito diferente. Num campo que parecia o de uma ferramenta de busca interna no site, Dulce digitou " Anahí " e apertou "chercher", que parecia o mesmo que "search", em inglês. Apareceram mais vários links. Dulce esfregou os olhos. Parecia perdida em um labirinto. Foi clicando em vários aleatoriamente, já meio desanimada. De repente, entrou em uma página que parecia ser sobre um evento, um encontro científico, talvez. Tinha uma mesa com várias pessoas e microfone. Apareceram várias fotos e Dulce foi clicando em algumas delas para ampliá-las. De repente, seu coração disparou. Parecia estar vendo Anahí em uma foto pequena. Dulce mal acreditava. Clicou sobre a foto e ficou admirada quando uma foto grande apareceu na tela. Anahí estava linda. Simplesmente linda. Dulce ficou imóvel, olhando fixamente. Sentiu uma emoção muito forte. De repente toda aquela ansiedade passou. Dulce ficou calma, olhando, como se já tivesse encontrado o que buscava. E assim, cara a cara com Anahí, vinha à tona todo aquele sentimento e Dulce lembrou-se que o que sentia quando estava perto dela era ainda mais forte que as lembranças.
Dulce continuou olhando aquela foto e parece que um filme passou em sua mente. Na foto, Anahí parecia estar em frente a um painel, segurando um microfone. Devia estar explicando alguma coisa, mas não importava. O fotógrafo enquadrou tão bem o rosto dela que dava até para ver o brilho dos olhos. E a foto estava em uma boa resolução, o que é pouco comum na internet. Grande sorte. Anahí estava linda, com aquele mesmo rosto sério, bonito, com seus cabelos lisos loiros e seu nariz de italiana. Dulce ficou admirando por um bom tempo, sorrindo sozinha. Olhou no relógio e já estava tão tarde que restariam poucas horas de sono. Mandou a foto direto para a impressora e, com aquele papel nas mãos, encostou de leve seus lábios nos lábios da professora. Voltou para a cama agarrada naquele papel como se fosse a única coisa que tivesse no mundo. Acomodou a cabeça no travasseiro e ficou olhando, olhando... E, de repente, olhou bem para a pescoço de Anahí. Lá estava o colar. Dulce olhou de novo para ter certeza. Não acreditou. Era mesmo o colar que Anahí havia ganhado de Dulce na última noite que passaram juntas. Dulce se lembrava bem. Aquilo tinha um significado. Se Anahí ainda usava o colar, é porque ainda estava ligada a Dulce. Dulce sorriu de felicidade e chorou de emoção, dormindo agarrada à única foto que agora tinha de Anahí.