Fanfic: Anahí (AyD) | Tema: Portiñon

Dulce fechou os olhos, tentando dormir. Tocava uma música bem suave em seus ouvidos. O corpo de Dulce estava aquecido, relaxado. A água da chuva batia de leve na janela. De olhos fechados, ficou lembrando das histórias que o porteiro contou e no que ele havia dito sobre Anahí querer voltar. Às vezes a saudade era quase insuportável, pois a mente conseguia satisfazer-se de lembranças e pensamentos, mas o corpo sentia-se só.
Olhou a foto de Anahí que acabara de pegar na casa do colega. Quando Dulce acreditava que podia tentar esquecê-la, o destino se encarregava de trazer as lembranças à tona . Resolveu levantar-se. No meio do frio, foi buscar mais uma vez alguma pista na internet. Teve outra idéia. Com uma manta sobre os ombros, puxou uma cadeira e sentou-se em frente ao computador. Entrou no site de busca e desta vez digitou apenas o primeiro e o último nome de Anahí. Colocou entre aspas e apertou `search`. De imediato, bateu os olhos num link sobre um encontro científico. Sorriu, curiosa para saber do que se tratava. Clicou no link.
Tratava-se de um encontro científico no Rio de Janeiro. Devo estar louca, caçando o nome de Anahí na internet a essa hora, dizia a si mesma, tremendo de frio. Impaciente, descia e subia procurando pelo nome da ex professora. Respirou fundo. Com mais calma, voltou e tentou ler alguns trechos. Na verdade, nada interessava. Só queria saber onde estava o nome de Anahí. E lá estava, bem diante do seu nariz. Dulce mal acreditava. Por um momento parou para esfregar os olhos. Anahí seria palestrante. Dulce sorriu novamente. E voltou para cima, procurando a data do encontro. O tal encontro seria em menos de um mês.
Não podia ser. Dulce leu e releu. Viu que Anahí participaria também de uma mesa redonda. A jovem ficou eufórica. Sua cabeça estava a mil, não dava para ficar calma diante daquilo. Anahí a estaria em uma cidade brasileira em menos de um mês e qualquer que fosse a cidade, seria muito mais fácil que ir até a Europa. Dulce apoiou as costas no encosto da cadeira, tentando relaxar os ombros. Estava boba, sorrindo e por um momento se sentiu um pouco tola. Voltou a ficar séria e pensativa. Anotou o endereço do site e desligou o computador, voltando para cama a passos lentos.
Se enfiou embaixo das cobertas. Já era muito tarde. Por um instante, sentiu-se magoada por Anahí não ter avisado que viria ao Brasil. Cobriu a cabeça com a coberta. Tentou relaxar. Precisava dormir, mas estava agitava. Deveria ir até lá atrás de Anahí? E se Anahí não gostasse? E ficou matutando até o seu corpo se render ao cansaço e adormecer.
Na semana seguinte, imprimiu tudo sobre o encontro. Precisava rever Anahí e estava disposta a ir até lá. Um segundo olhando Anahí seria um grande alívio. Um segundo ouvindo sua voz, observando seu jeito de andar, de olhar, de falar, encheria a jovem de alegria.
Dulce decidiu ir e ficou despreocupada. Seria fácil chegar até lá. Maite foi a única a saber o real motivo de Dulce ir ao Rio. Aos pais, Dulce disse que seria um encontro muito importante. Realmente seria, mas o enfoque tinha pouco a ver com a área de Dulce, tanto é que nenhum dos seus colegas de classe iriam. Geralmente quando era um evento de relevância para turma, todos iam juntos. Mas a menina teve paciência e jogo de cintura para convencer os pais, mostrando-se segura do que queria. Além do mais, não era a primeira vez que viajaria sozinha.