Fanfic: Anahí (AyD) | Tema: Portiñon

Faltava um dia para a viagem. Dulce só conseguia fechar os olhos e imaginar Anahí a recebendo com um belo sorriso. Estava segura, apesar de um pouco apreensiva. Caminhando sozinha pelo jardim, buscava um pouco de sol para se aquecer. Sentou-se e ficou repensando todos os detalhes. Estava tudo acertado. Sentia algo parecido com o que sentiu quando foi ao apartamento de Anahí um ano antes, com a intenção de passar a noite com ela. Pensou que se não tivesse feito aquilo talvez nunca tivesse experimentado o amor de Anahí. Talvez nunca tivesse experimentado suas mãos, seu corpo, seu calor. Estava realmente decidida a ir.
Menos de trinta horas depois, Dulce desembarcava no Rio de Janeiro. Passando pelos corredores, encheu o peito daquele ar novo, daquele clima agradável. Pegou sua bagagem e de início ficou meio perdida. Nunca tinha andado sozinha pelo Rio. Tinha o telefone de um dos organizadores do evento:
- Estou no aeroporto. Como faço para chegar ao hotel?
O encontro científico seria em um luxuoso hotel da cidade. O homem de voz grave explicou detalhadamente a Dulce, notando que se tratava de uma jovem estudante. Também disse que ao meio-dia iriam buscar alguns outros convidados no aeroporto e que se quisesse esperar, eles a levariam também. Mas ainda era cedo, e Dulce não gostava de depender de ninguém. Pensou em alugar um carro, mas desconsiderou a própria idéia. Deve ser difícil andar sozinha por aqui, pensou, observando um caderno de mapas que acabara de comprar. Decidiu pegar um taxi.
No caminho, se encolheu no banco de trás e ficou só observando os olhos do taxista pelo retrovisor. Sentiu o peito congelar. Faço tanta coisa por você, Anahí. Não me desaponte por favor, disse a si mesma, fazendo quase uma oração. Com o papel sobre o evento, calculou mentalmente quantas horas faltavam para a solenidade de abertura, que seria na mesma noite. Teria tempo mais que suficiente para descansar e tomar um banho quente. Contrariando o esperado, estava frio no Rio também. E olhando o pouco que dava para ver entre os espaços dos carros, achou a cidade apaixonante. Já havia estado lá quando criança e adolescente, mas não tinha muita percepção na época.
Chegou no hotel e foi recebida com um pouco de formalidade. Um rapaz uniformizado a levou até o seu quarto. Assim que conseguiu ficar sozinha, jogou-se na cama e esticou o corpo. Estava agitada feito criança, sorrindo sozinha. Estaria Anahí no mesmo hotel? Provavelmente. Isso deixou a jovem inquieta. Pensou em ligar para a recepção e perguntar sobre Anahí, mas preferiu ir por partes. Telefonou para os pais para avisar que já havia chegado. Olhou pela janela. Havia grande movimento de carros lá embaixo. Deitou-se. Sentia-se aliviada, mas estava realmente cansada. Fechou os olhos, tentando dormir. Deitada de bruços, quieta, pensativa, tentava acalmar seu corpo ansioso, teimoso. Esperava aquela tempestade de sentimentos passar para poder descansar, mas com Anahí na cabeça, era tarefa difícil. Não resistiu. Ligou para a recepção:
- Bom dia, eu gostaria de saber se vocês tem previsão de que horas os palestrantes chegam para o encontro?
- Olha, senhora, temos convidados que já chegaram e outros que a organização estará buscando até o final da tarde.
Dulce pensou bem. E, dissimulando um pouco, disse:
- Eu gostaria de saber de três nomes em especial. Você teria como verificar para mim?
Junto com o de Anahí, Dulce disse o nome de mais outros dois outros pesquisadores que estariam no evento. Só interessava saber de Anahí, mas preferiu fazer isto para não chamar atenção. A recepcionista respondeu em seguida:
- O professor Fabrice já chegou - disse, dando uma pequena pausa.
E continuou:
- O professor Augusto e a professora Anahí só chegam mais à noite.
Dulce já tinha a resposta que queria. Anahí chegaria perto da hora da solenidade de abertura. Desligou. Só restava esperar. Talvez assim conseguisse relaxar. Caiu de novo na cama. Os olhos ardiam e o corpo pesava. Espreguiçou-se e cobriu seu corpo com uma coberta. Acabou dormindo com facilidade.