Fanfic: Anahí (AyD) | Tema: Portiñon

Dulce não conseguiu disfarçar um certo desapontamento. Anahí mais uma vez a agarrou pelos ombros, olhando-a profundamente nos olhos:
- Tem paciência comigo, por favor. Eu não posso deixar de ir.
A jovem enfim deu um belo sorriso e concordou. Já tinha esperado tanto tempo, nada mais importava.
As duas atravessaram o corredor lentamente e tomaram o elevador de mãos dadas. Não havia ninguém para censurá-las. Separaram-se ao chegar no térreo e entraram no salão onde o jantar estava sendo servido. Aqueles senhores as receberam cheios de mesuras. Dulce só conseguia ouvir a voz de Anahí e de vez em quando seus olhares se cruzavam, ansiosos. Mas Dulce não ousaria sorrir para Anahí do jeito meigo que sua alma pedia. Não na frente de tantas pessoas.
A conversa entre Anahí e o senhor com cabelo cinza parecia estar muito animadora. Num determinado momento, Anahí parecia querer mostrar a ele alguns papéis. E olhou em volta:
- Infelizmente esqueci minha pasta no quarto.
E o senhor de cabelo cinzento tentava remendar, despreocupado:
- Não tem problema. Amanhã você me mostra.
De repente um homem com cara de ranzinza, seu nome era Poncho, pegou a chave da mão de Anahí e atirou na frente de Dulce:
- Vá buscar a pasta para sua professora, menina.
Anahí, supreendida, arregalou os olhos e disse:
- Não, imagina, não precisa. Muito obrigada.
E pegou a chave do quarto de volta. Poncho deu um gole de vinho e insistiu para que Dulce fosse, causando um pouco de constrangimento:
- Deixa a menina ir, Anahí. Estes jovens têm muita energia e vitalidade.
Dulce, diante do impasse, resolveu se manifestar:
- É claro que eu vou, pode deixar.
E pegou novamente a chave da mão de Anahí. Talvez aquele senhor arrogante considerasse impertinente a presença de uma menina tão jovem entre eles. Dulce levantou-se e saiu do salão, notando Anahí um pouco preocupada. Não deu muita importância. Buscou a pasta, mas decidiu não ficar mais. Na volta, encontrou Anahí voltando do banheiro:
- Sua pasta...
E entregou a pasta e a chave para Anahí. Anahí sorriu:
- Obrigada - disse baixinho - você experimentou aquela torta?
- Eu já comi doce hoje...
Dulce respirou fundo:
- Eu vou subir, tudo bem?
Anahí deu um sorriso sensual e colocou a chave de volta na mão de Dulce:
- Me espera no meu quarto. Eu já estou indo.
Dulce subiu novamente. Entrou apressada no quarto e arrancou as roupas, ficando só de calcinha. Ligou o ar-condicionado e se jogou na cama macia. Ficou pensando em Anahí, inquieta, louca para tê-la em seus braços, naquele quarto, naquela cama. Estava quente, excitada, só de pensar naquela boca, só de lembrar daquele olhar.
Mas o tempo passou, o quarto esfriou, o corpo de Dulce se acalmou e Anahí não voltava. A jovem estava arrepiada de frio e levantou-se para procurar uma manta nos armários. Se cobriu e se deitou novamente, encolhida. Adormeceu.