Fanfic: Anahí (AyD) | Tema: Portiñon

Já eram três da manhã quando a professora tocou o ombro da aluna para que acordasse. Dulce sentiu o corpo pesado e calmo, abriu os olhos e viu o rosto enigmático de Anahí no meio do penumbra:
- Vamos, levanta! Tenho que me deitar. Você precisa ir embora.
Dulce ficou observando o rosto de Anahí. O quanto seu olhar era profundo e inteligente, cheio de segredos. Isso é o que a atraía, e que não encontrava no olhar raso e fútil das mais jovens. Embriagada de sono e de cansaço, sob a penumbra do escritório, Dulce levantou-se e agarrou-se aos ombros de professora, numa atitude infantil e sedutora:
- Por favor, deixa eu dormir aqui com a senhora...
A professora, constrangida, tentava livrar-se delicadamente da aluna. Dulce acabou notando que Anahí , apesar de se mostrar explosiva e impaciente com os outros, estava razoavelmente tolerante com aquilo tudo. A professora não sabia o que fazer, pois estava quase sendo forçada a ceder. Dulce continuava sussurrando meio fora de si:
- Por favor, por favor...
Dulce beijou o rosto da professora e prendeu os cabelos dela entre os dedos, e a segurava com toda a paixão. Anahí, apesar de um pouco tensa, acabou concordando:
- Tá certo, Dulce, pode ficar aqui... - disse meio assustada, conseguindo enfim livrar-se do abraço.
Ficou pensando por alguns minutos e completou:
- Está mesmo tarde para você sair por aí sozinha. Vou buscar uma manta para você, pois está um pouco frio. E você pode dormir aqui mesmo no escritório.
Anahí entregou um cobertor dobrado, depois sumiu novamente. Dulce sentou no sofá e ficou pensando que talvez a professora não fosse tão chata assim. E também no quanto era curioso o fato de se gostar de uma pessoa não porque ela é boazinha ou educada, mas simplesmente por gostar. Ficou lembrando do abraço, dos corpos quentes próximos um do outro, do cabelo macio entre seus dedos, seu coração estava disparado, batendo muito forte. Não conseguiria dormir de jeito nenhum. Ouviu o barulho do chuveiro e ficou imaginando mil e uma coisas, como por exemplo Anahí espalhando o sabonete pelos seus seios e coxas... Olhou no relógio e já eram quase quatro da manhã. Resolveu levantar-se e ir até o quarto da professora. Aquela penumbra, aquele apartamento antigo, parecia tudo fora da realidade, tudo parecia ser permitido. Empurrou a porta e entrou, sem medo. Deitou ao lado da professora e a abraçou. Anahí estava cheirosa, levemente perfumada, não tinha fumado:
- Não quero dormir lá sozinha, quero dormir aqui com você - sussurrou Dulce, notando que a professora ainda estava acordada.
- Por que você está fazendo isso, Dulce? - perguntou Anahí com a voz mais suave e compreensiva que o habitual.
- Eu quero ficar com você, não consigo explicar. Sei que você não está gostando, mas não consigo evitar. É mais forte do que eu - explicou Dulce, encostando sua cabeça no peito da professora.
Anahí abraçou Dulce e aproximou-se mais um pouco. Notou o corpo da menina queimando. Dulce encostou suas mãos nas costas de Anahí e começou a acariciá-la lentamente.
- Dulce... - interrompeu a professora - o que você quer de mim?
- Quero te beijar - respondeu a jovem, olhando fixamente para os olhos de Anahí, pronta para levar um tapa na cara ou o que fosse preciso para desistir.
- Dulce, eu não sou homossexual - disse, de maneira natural.