Fanfic: Os 10 Olhos de Lince | Tema: Suspense Policial, Romance, Yaoi
Aquela sala era como uma segunda casa. Ficava ali de segunda a sexta – às vezes no sábado também –, das 7h às 20h. Tinha sua mesa de escritório bege, com os utensílios em cima sempre bagunçados e seu armário velho no canto, com a porta quase caindo, abarrotado de coisas que não usava mas tinha preguiça de jogar fora. E também tinha aquela maldita samambaia que sua mãe insistira em pendurar ali. Agora estava morta, e as folhas não eram mais que coisas secas que caíam vez e outra, sujando seu chão.
Aquele lugar era como sua casa não porque lembrava ser como ela, e sim porque odiava cada canto dele. Mas também não tinha vontade de melhorá-lo.
Em casa, ainda tinha as empregadas que arrumavam seu quarto e lavavam o chão; ali, por mais que tivesse suas secretárias, nenhuma delas era paga para arrumar nada.
E ainda tinha as pessoas pelo qual ele não mantinha nenhum afeto, dentre eles, seu próprio pai, que aturava em casa e ali também. Tinha Jorge Hermamn, o sócio, cuja inicial do sobrenome estampava a fachada da empresa e das lojas junto da dos Macário. HM Modas. Que original. Era outro mala, se igualava a um tio por parte de mãe que estava sempre pedindo dinheiro, e quando o tinha, esnobava todo mundo.
Carlos e Renan Hermamn eram como irmãos que não tivera. Carlos era o ganancioso, sempre queria mais do que já tinha. Sem falar que era o que mais cobrava de Maroni a rapidez que ele, nem ninguém ali possuía. Estava sempre com as modelos, organizava os eventos e preparava as roupas para os desfiles. Gostava de tudo a seu modo, e odiava opiniões.
Renan não era seu completo oposto, mas era um rapaz mais legal. Sempre há aquele irmão que preferimos, e, se tivessem mesmo algum grau de parentesco, com certeza Renan seria seu irmão favorito. Estava sempre ajudando-o nisso, livrando-o daquilo… Pagando sua fiança quando era preso por dirigir embriagado…
Naquela manhã Maroni se sentia mal. Ficara o final de semana inteiro trancado em seu quarto com raiva até os ossos e com o orgulho ferido por ter sido abandonado no próprio casamento. Teria uma conversa séria com Alexia quando a encontrasse. Ah, ela ouviria poucas e boas.
Ouviu baterem na porta.
— Entra – resmungou, endireitando-se na cadeira giratória para receber quem quer que fosse.
Renan Hermamn adentrou a sala e o encarou com uma expressão assustadora, em seguida lhe estendeu uma carta.
— Fui processado por abuso sexual de novo? – perguntou, pegando-a e abrindo rapidamente. A julgar pela ausência de sua secretária, provavelmente era exatamente disso que a carta se tratava.
Renan lhe deu um sorriso.
— Mais um processo pra sua coleção. Já são quantos agora? Quatro ou cinco? Já perdi as contas.
— Cinco – respondeu – Não sei porque aquela sem graça tá me processando, só passei a mão na bunda dela! – defendeu-se, e suas palavras foram motivo suficiente para Renan gargalhar.
— Cê não tem vergonha na cara, né? – perguntou em um tom divertido –, E agora? Vai ficar sem secretária, ou vai arriscar contratar outra e ganhar outro processo?
— Tenho alguma escolha?
Renan oscilou a cabeça para a esquerda e para a direita lentamente.
— Vou procurar alguém pra você. Mas, por favor, pare de dar em cima delas.
Ele ajeitou o botão do casaco de veludo e se preparou para sair, mas pareceu lembrar-se de algo e voltou, dessa vez puxando uma cadeira do canto da sala e sentando-se em frente a mesa de Maroni.
— Carlos não gostou muito da nova coleção outono/inverno. Ele quer cancelar o desfile.
— Quê? Não! – bradou indignado, apertando os olhos – De jeito nenhum. Meu pai já contratou o organizador, e já tá tudo certo. Ninguém vai querer desenhar tudo de novo, e já estamos em atraso, se quer saber. Controla teu irmão. Ele não é dono disso aqui, ele é só estilista. Não cabe a ele decidir se a coleção é boa ou não para ser apresentada!
Renan bufou.
— É questão de dinheiro. Ele acha que outras marcas vão fazer mais sucesso que a nossa.
— Seu irmão confia muito no trabalho que faz, hein? – estava prestes a dizer que contaria para o pai se ele tomasse alguma decisão precipitada, mas soaria um tanto infantil. Pareceu-lhe que Renan estava do lado do irmão, e estava ali para tentar persuadi-lo a persuadir Mano Macário a adiar o desfile.
Sabia que o pai diria não. Ele não escutava nem Jorge Hermamn, porque viria a escutá-lo?
— Vai deixar como está então? – Renan perguntou o óbvio, sem expressão no rosto. – E se a gente perder dinheiro? O que o Mano vai falar?
— Se perdermos dinheiro, a culpa vai ser do meu pai, porque ele não ouve ninguém. E eu não vou me arriscar a ir falar com ele pra ser escorraçado. Fui deixado no altar no dia do meu casamento, tenho cinco processos por abuso sexual nas costas, e a última coisa que eu preciso é disso, Renan – brigou, e o gêmeo apenas assentiu, levantou-se da cadeira e saiu pela porta, sem dizer mais nada.
Sabia que os Hermamn eram orgulhosos e não se dariam por vencidos por causa do seu não. Provavelmente pediriam a Jorge para falar com Mano, mas que fosse, pelo menos não teria de falar com o pai.
Maroni retirou o celular do bolso e passou o polegar pela tela touch screen para desbloquear e entrou nos contatos. O nome de Alexia era o quarto da lista e pensou em ligar, mas lembrou-se de que não mais podia pedir conselhos para ela, e duvidava que ela fosse ao menos atender.
Ligou, mesmo assim.
Como previra, ela não atendeu.
— Se acha que vai se livrar de mim assim tão fácil, ah, não vai não, Alexia – disse para si mesmo, enquanto encarava a foto dela no papel de parede do celular. – A gente fez um trato, e você ainda não cumpriu sua parte.
— Desce daí! – exclamou Eliseu, desesperado ao ver que a irmã pulava em cima da cama. Tentou puxá-la pelas pernas, mas ela pulou para o outro lado e escapou de suas mãos nervosas. – Marina, eu não tô brincando! Você não pode ficar pulando assim, pode ter falta de ar! Desce! Rápido antes que a mãe chegue!
A garota pulou rapidamente para o chão e ficou quieta ao ouvir menção da mãe. Tinha um coelhinho de pelúcia que abraçava fortemente contra si. Se não estava enganado, ela o apelidara de Sr. Gordinho.
— Mas eu quero brincar! – choramingou Marina, apertando cada vez mais forte o coelhinho. O coração de Eliseu se quebrava toda vez que tinha de interromper alguma brincadeira da irmã, mas o médico dissera em alto e bom som na última vez que a levara para o hospital que ela não deveria se cansar.
— Gatinha, brinque com as bonecas. Com qualquer outra coisa, mas não fique pulando por aí – pediu com a voz doce e caminhou até a menina, passando a mão por seu cabelo loiro. Eliseu reparou que cada dia que passava, ela parecia cada vez mais uma versão sua, só que feminina. – Eu disse pra você, que assim que as coisas melhorarem, eu te levo no parquinho. Onde você quiser. Mas não agora.
A menina limpou uma lágrima com as costas da mão, e caminhou até a cama, deitando-se nela. Abraçada no ursinho, como sempre. Eliseu respirou fundo. Com certeza ela começaria a fazer-lhe mais perguntas.
— O Sr. Gordinho disse que você é um mentiroso – chorou. Eliseu cruzou os braços, e ficou encarando o teto, sentindo um nó se formar em sua garganta. Sabia que mentia o tempo inteiro, dizia que faria uma coisa e fazia outra; dizia que tudo ficaria bem, mas nada ficaria bem. Não enquanto não conseguisse que a menina fosse operada. E isso não aconteceria de um dia para o outro, tinha de ficar prometendo, prometendo… Até o dia em que não pudesse prometer mais nada. E o pior de tudo é que não conseguia mais esconder, Marina, mesmo com seus ingênuos 5 aninhos, sabia que estava muito doente.
— Vai ficar tudo bem, Mari – mentiu mais uma vez, e doeu-lhe a face sorrir, quando queria chorar. Talvez se repetisse a mentira mais algumas vezes, ela se tornasse verdade. Talvez tudo ficasse bem. Afinal, a esperança é a última que morre.
Saiu do quarto e caminhou até a cozinha, pensando no que faria para o almoço. Nos últimos dias, para piorar tudo, a garota estava se recusando a comer. Conseguia enrolar a mãe, dizendo que a garota estava comendo, apenas para não vê-la brigando com Marina, mas estava começando a ficar preocupado. Era uma complicação atrás da outra e Eliseu sentia estar enlouquecendo.
Moravam na periferia de São Paulo, em uma casa pequena, porém, sempre organizada. Joana, sua mãe, trabalhava como babá de duas menininhas gêmeas de um casal que morava algumas quadras dali.
— Eli – a menina chamou do quarto, com a voz rouca.
— Oi?
— Faz panqueca? – a escutou pedir. Sorriu, suspirando aliviado por ela querer comer. Talvez fosse só coisa da idade. Lembrava-se de quando era mais novo, de sua mãe pedindo para ele comer alguma coisa. Depois que cresceu, ela tinha de pedir para que ele parasse.
Acabou fazendo as panquecas que Marina queria. Observou-a comer e ficou mais que contente. Ao menos agora tinha um problema a menos na cabeça.
— O que vai fazer hoje? – perguntou a menina, enquanto brigava para pôr um pedaço da panqueca e um pouco de guisado no garfo.
— Procurar emprego – respondeu. Dessa vez faria direito.
Estava tentando esquecer a loucura que fizera no banco. Que diabos lhe dera na cabeça de empunhar uma arma e apontar ela para pessoas inocentes?! Tinha ficado maluco de vez! Quando a policial vestida de noiva entrara no lugar e prendera os outros, pensou que acabaria na cadeia também, longe da irmã. Sem poder ajudá-la. Jamais faria aquilo de novo, fora uma coisa impulsiva. Pensou se não estariam atrás de si, se os reféns não o reconheceriam… Sabia que se topasse com aquela noiva, estaria perdido. Nem sequer estava saindo de casa mais, por medo.
— Terminei – a menina avisou, tirando-o de seus devaneios.
Recolheu o prato sujo e o levou até a cozinha, voltando para o quarto em seguida, para arrumar o quarto da mãe. Marina dormia com Joana e Eliseu tinha seu próprio quarto. Era um espaço pequeno e sufocante, mas era seu. A cozinha era junto da sala, e nos fundos havia uma área de serviço, e um pátio pequeno.
— Vá assistir TV enquanto eu arrumo aqui – pediu. A garota desceu da cama e caminhou calmamente até o sofá, carregando o Sr. Gordinho em uma mão e arrastando o cobertor na outra. Ela usava um pijama branco com desenhos de gatinhos, que caía tão bem no corpo pequeno dela.
Arrumou a cama da mãe e a da irmã rapidamente, varreu o chão e guardou as roupas que havia dobrado mais cedo. Fez tudo que tinha para fazer, para poder sair assim que Joana chegasse.
Quando terminou de lavar a louça, ela chegou. Era uma mulher pequena, com aparência de ser velha. Tinha rugas de expressão, e o cabelo era escuro, com umas mechas cinzas.
Ela cumprimentou os filhos e fora tomar banho.
Eliseu correra até o quarto para pegar um casaco e uma pasta. Despediu-se de Marina com um beijo na testa e saiu.
Pretendia arrumar um emprego.
Após passar uma tarde inteira recebendo elogios e apertando as mãos de homens cujos nomes esquecera antes do fim da festa, ela fora liberada para sair. Alegou ter outros compromissos e eles concordaram que não poderiam prendê-la ali para sempre, embora vontade não lhes faltassem. Todos riram do comentário, e Alexia sentiu-se obrigada a fazê-lo também.
Claro que não foi tão fácil assim se livrar daquela gente. Insistiram em tirar fotos com ela, pois a imprensa estava obstinada a dar sua opinião sobre o assunto e estampá-lo nas primeiras páginas dos jornais. “Delegada impede assalto a banco vestida de noiva”. Era uma coisa bem inusitada.
Depois um grupo de homens, que deveriam ser bancários ou advogados, convidaram-na para sentar-se à mesa com eles. Acabou aceitando.
Forçou-se a rir de mais comentários idiotas. Respondeu-lhe coisas idiotas também e todos riram. Até que alguém tocou em um assunto sério.
— Você é aquela delegada que prendeu o Lince, não é?
— Sou – respondeu educadamente, embora não quisesse falar sobre aquilo. Não com aquela gente, pelo menos. Os dedos bateram freneticamente contra o vidro da taça que segurava.
— Ah, o líder daquele grupo de malucos, né? – alguém perguntou, mas Alexia não respondeu. Limitou-se a ficar nervosa em ter de falar sobre. – A polícia não prendeu os outros também?
— Não, nós não conseguimos pegá-los. Mas, de qualquer jeito, eles nunca mais deram as caras depois que prendi o Igor – disse Alexia, encarando um guardanapo na mesa, sentindo-se desconfortável.
— Nem retomaram as buscas? Eles continuam por aí – o homem que iniciara aquela conversa falou, parecia criticá-la. Ela levantou o olhar e o encarou. – Jaguar, os gêmeos, o Leão. Os quatro ainda estão – insistiu.
— “Ouça-me rugir!” – comentou alguém em um tom humorado, e todos gargalharam, menos Alexia e o homem de terno. Continuaram se encarando.
— Está criticando meu trabalho, senhor? – ela perguntou séria. Os outros ficaram quietos ao ver o clima tenso que pairava sobre a mesa. Alguns ainda mantinham seus sorrisos nos lábios e as taças com vinho entre os dedos, olhando para a delegada ofendida e o homem acusador. Em suas mentes deveria se passar aquelas cenas de colégio em que eles eram a “plateia” e gritavam incessantemente “briga!, briga!, briga!”. Desejou que Francis estivesse ali, ou até mesmo Diogo, ambos sabiam como impedi-la de começar uma discussão.
— Não, de jeito nenhum – seu tom de voz dizia exatamente o contrário – Só acho que a polícia deveria ir atrás deles antes que resolvam voltar…
— Eles não voltarão – interrompeu Alexia.
— Como pode saber? – retrucou – E mesmo, não deveriam ter largado o caso pela metade, eles mataram muita gente, e estão impunes. Acha que prender um só é justiça suficiente, delegada? – o homem arqueou uma sobrancelha, provocando-a. Não poderia se deixar levar pelos insultos dele, mas estava começando a irritar-se.
Alexia sabia que o caso ainda estava em aberto. Depois de três longos anos, ainda não havia interrogado todas as testemunhas e parentes das vítimas; não olhara todas as fotos das cenas do crime, nem mesmo estivera nelas. Na maioria, pelo menos. Sabia que uma hora a questionariam sobre o porquê de ela ter deixado tudo de lado, mas não poderia responder simplesmente que ainda não havia superado tudo o que passou.
Ainda sonhava com a noite em que capturou Igor.
Era noite, ouvia o som das corujas lá fora. “Quando a coruja grita, significa morte”, dissera sua vó uma centena de vezes quando era mais nova, e em todas as vezes ela estava certa. Lembrou-se de ver uma coruja sentada em uma das árvores do pátio da casa da vó, em plena luz do dia. Ela não gritou, mas olhava fixamente para si. Era uma ave tão feia… Lhe pareceu tão agourenta quanto um urubu. Algumas horas depois, estava conversando com a vó e ela simplesmente dormira em sua cadeira de balanço. Havia morrido. E a coruja estava lá.
Naquele dia, não fora diferente. Encontraram três corpos no galpão. Era tanto sangue escorrendo de tantos lugares dos corpos das vítimas que não soube dizer o motivo da morte. Poderia ter sido uma facada, ou um tiro. Simplesmente não conseguia dizer.
Francis sumira naquela noite. Se lembrava de estar acompanhada no galpão com dezenas de policiais, mas, de repente, estava só.
Uma voz soou na escuridão. Uma janela enorme com vidros quebrados revelou uma silhueta entre as árvores. Virou a lanterna e a frase “Ouça-me rugir” estava escrita com sangue na vidraça.
“Te vejo” uma voz masculina soou. Virou-se e ficou frente a frente com Lince. Os olhos azuis brilhavam como olhos de um gato na escuridão. “Te vejo”, ele repetiu e caminhou em sua direção.
Foi então que ela se lembrou que estava armada.
O cachorro latiu do lado de fora.
A arma disparou.
E Alexia voltou ao presente, aos olhares debochados dos homens à sua frente.
— E então, delegada?
— Vou embora – ela anunciou, levantando-se bruscamente da cadeira e quase a derrubando. Caminhou a passos largos, sentindo-se nua sob os olhares dos presentes. Haviam conseguido irritá-la, mas ela jamais deixaria que uma afronta como aquela passasse assim.
Alexia caminhou até o estacionamento, passando a mão sobre o vestido preto que usava. Os cabelos estavam presos em um rabo de cavalo, e os soltou, deixando que os espessos fios castanhos escorressem por suas costas.
Respirou fundo e entrou no Scenic verde-musgo que fora do pai quando este estava vivo e dirigiu até a delegacia. Quando entrou em sua sala, ficou surpresa ao encontrar Francis lá.
— Devia ter me acompanhado – disse a ele, enquanto jogava a bolsa em qualquer canto e se atirava na cadeira giratória, exausta.
— Está encantadora esta noite – o comentário a fez rir, e o policial a acompanhou – O que aconteceu lá?
— Nada demais. Só uma pequena discussão sobre o porquê de eu não ter continuado as buscas aos psicopatas da Olhos de Lince. Nada de mais – deu de ombros. Francis franziu o cenho.
Percebeu que a delegacia estava movimentada naquela noite. Policiais caminhavam para lá e para cá com homens algemados.
— Alexia, agora que tocou nesse assunto… Igor tem que ser levado daqui pra um presídio. Ele está ocupando uma cela inteira, e ninguém quer colocar outro preso com ele!
A delegada saltou da cadeira.
— Ele não vai durar em um presídio, e eu ainda preciso dele aqui. Perto de mim. Eu ainda não terminei de interrogá-lo! – bradou. Não poderiam tirar Lince dali, ele era o único que conhecia a Olhos de Lince, e talvez pudesse lhe dar pistas para que ela pudesse achá-los. Não havia desistido, só dera uma longa pausa nas buscas.
— Ele não vai falar, desista. Vou tirá-lo daqui, vai ser melhor. Encerre isso tudo, os felinos não aparecem há três anos! – felinos eram como chamavam os integrantes da Olhos de Lince. Não se deu por vencida. Resolveu que iria até o fim com aquela história.
Apesar de tudo, o homem na festa tinha razão: eles continuavam soltos e impunes, e tinham muitas mortes para responder.
— Não! – ela exclamou –, Ninguém vai tirar ele daqui até eu interrogá-lo pelo menos mais uma vez. Por favor, Francis, por favor.
— Você não se lembra o que eles fizeram a você, não é? Quer que eu te lembre? Você andou em círculos, eles brincaram com o teu psicológico como se fosse uma bola de lã, eles te colocaram em uma armadilha! Se o Lince não tivesse feito a burrada que fez em ter ido te enfrentar sozinho, talvez você nem estivesse mais aqui – as palavras de Francis eram duras, mas ela sabia que ele apenas estava preocupado. – Se resolver ir atrás deles outra vez, pode ter certeza que eles vão te matar.
Alexia cruzou os braços.
— Eu vou voltar a caçá-los – disse. O policial massageou as têmporas – E eu espero que você e o Diogo me ajudem.
— O Diogo talvez, mas não conte comigo pra essa loucura.
Francis saiu da sala e bateu a porta.
Alexia ficou um tempo pensando. Estava mais do que na hora de encerrar aquele caso. E ela o faria, assim que os felinos estivessem atrás das grades, junto de seu líder.
Autor(a): Vagalume
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
A cada passo que Lince dava até a cadeira, o coração de Alexia parecia querer saltar pela boca. Tinha evitado aquele dia durante três longos anos, e agora não podia mais adiar. Interrogaria o homem, e arrancaria dele o máximo de informação possível, para que pudesse deitar a cabeça no travesseiro à n ...
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