Fanfic: Quimica perfeita - adaptada - AyA( Finalizada) | Tema: AyA
Anahi
Faz cinco minutos que estou aqui, no pátio da casa de Dulce, sem coragem de sair do carro. Ainda não consigo acreditar que fiz amor com Poncho. Não me arrependo de nada, mas tudo parece tão irreal. Ainda mais porque senti que Poncho estava... não sei... desesperado, como se quisesse provar alguma coisa para mim, não com palavras, mas com ações.
Estou zangada comigo, por ter sido tão emotiva, mas não pude evitar. Chorei de alegria, de felicidade. Chorei por amor. E quando vi uma lágrima escorrendo pelo rosto de Poncho, eu a colhi, com um beijo... Quis guardar aquela lágrima para sempre, porque essa foi a primeira vez que ele chorou, na minha frente. Pois Poncho não chora, não se permite ficar emocionado... Com nada. Mas nesta noite Poncho mudou, querendo ou não. Eu também mudei.
Entro na casa de dulce e a encontro no sofá da sala... Junto com meus pais.
— Hum... Isso está parecendo suspeito, como um episódio daquele programa, Intervention.
— Não se trata de uma intervenção, Annie... E sim de uma conversa — diz dulce.
— Por quê?
— Por quê? — diz meu pai. — A resposta não é óbvia? Você sumiu de casa!
Olho para meus pais e me pergunto como pudemos chegar a esse ponto. Minha mãe parece vestida para um funeral, toda de preto com os cabelos presos num coque. Meu pai está de jeans e moletom. Pelo seus olhos congestionados e vermelhos, posso apostar que ele passou a noite em claro. E talvez minha mãe, também, só que ela jamais confessaria... Em vez disso, pingaria um colírio para mascarar a verdade.
— Não posso mais fazer o papel da filha perfeita — eu digo, calma e simplesmente.— Pois não sou perfeita. Será que vocês podem aceitar isso?
Meu pai franze a testa, a ponto de suas sobrancelhas se juntarem... Sinal de que ele está fazendo um intenso esforço para manter o controle.
— Não queremos que você seja perfeita, filha. Patricia, diga a ela como você se sente.
Minha mãe meneia a cabeça, como se não pudesse compreender por que estou dizendo tudo isso, fazendo essa tempestade em copo d’água.
— Annie, isso já foi longe demais. Pare com essa manha, essa rebeldia, esse egoísmo. Seu pai e eu não queremos que você seja perfeita. Só queremos que você sempre se esforce ao máximo, para atingir o melhor de si mesma, e isso é tudo.
— E vocês querem isso porque duda, a despeito do quanto ela possa tentar, jamais conseguirá corresponder às suas expectativas?
— Deixe Eduarda fora disso — diz meu pai. — Não é justo envolvê-la nessa conversa.
— Por que não, se o que estamos falando tem tudo a ver com duda? — Estou me sentindo derrotada. É como se todas essas palavras, que me veem à boca, não fossem suficientes para explicar o que estou sentindo... Não adianta, as coisas entre nós nunca se resolverão. Deixo-me cair numa cadeira estofada de veludo, em frente a eles. — Pelo que me consta, eu não fugi de casa. Apenas, estou passando uns dias com minha melhor amiga.
— E nós somos muito gratos a ela — diz minha mãe, tirando um fiozinho de linha que grudou em sua calça, na altura da coxa. — dulce vem nos mantendo informados, diariamente, sobre você.
Olho para minha melhor amiga, encolhida a um canto do sofá. Ela ergue as mãos, como se pedisse desculpas. E então corre a atender a porta, pois é noite de Halloween e alguém acaba de tocar a campainha.
— Quanto tempo você ainda pretende ficar fora de casa? — pergunta minha mãe.
Preciso tanto dos meus pais. Preciso de uma compreensão que, provavelmente, eles nem têm para dar.
— Eu não sei — respondo, por fim. Meu pai leva a mão à testa, como se estivesse com enxaqueca.
— Será que nossa casa é tão ruim assim?
— Ruim, não... Mas é estressante. Mãe, você me pressiona demais. Pai, detesto quando você chega de viagem e usa nossa casa como se fosse um hotel. Somos estranhos vivendo sob o mesmo teto. Eu amo vocês, mas não quero me sentir obrigada a “me esforçar ao máximo, para atingir o melhor de mim mesma”. Quero apenas me exercer, quero apenas ser o que sou. Quero ser livre para tomar decisões e aprender a partir dos meus erros, sem entrar em pânico, sem me sentir culpada ou aflita, com medo de não corresponder às expectativas de vocês. — Sinto vontade de chorar, mas consigo sufocar as lágrimas. — Não quero decepcionar vocês. Sei que duda não pode ser normal, não pode ser como eu. E sinto tanto por isso... Por favor, não mandem duda embora de casa, por minha causa.
Meu pai se ajoelha ao meu lado.
— Não fique triste, Annie. Não é por sua causa que queremos internar duda numa clínica. Quanto à deficiência... Não é culpa sua. Não é culpa de ninguém.
Minha mãe, com os olhos fixos na parede, como se estivesse em transe, diz:
— A culpa é minha.
Todos nos voltamos para ela, porque essas eram as últimas palavras que esperávamos ouvir, de sua boca.
— Patrícia? — diz meu pai, tentando tirá-la desse estado.
— Mãe, do que você está falando?
Autor(a): micheleponny
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Ela continua fitando o vazio, enquanto fala: — Sei que fui a responsável. Durante esses anos todos, venho me acusando... — Patricia, não foi por sua culpa... — Quando Eduarda era muito pequena, eu a levava para passear... — minha mãe o interrompe, num tom suave, como se estivesse pensando em voz alta. — Ah, como eu i ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 230
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jeny_herrera_ Postado em 02/11/2016 - 20:04:13
Uma das primeiras fics que li, e agora estou relendo. Amo essa estória. <3
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lenny_ponny Postado em 02/08/2016 - 10:23:36
Nossa que fic :) Amei!!!! a história Parabéns! Cheleh *-*
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Lala AyA Postado em 27/03/2016 - 20:40:31
Eeeee
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isajuje Postado em 12/03/2014 - 16:57:15
Finaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaalmente eu consegui vir comentar, aliás, eu sempre entrava, só que era pelo celular então era difícil comentar porque o verificador sempre dava incorreto ¬¬ isso é um saco. Foi mal não ter comentado e vindo dizer sobre todos os capítulos mas saiba de uma coisa: eu amei. Bem, nem tudo, não queria que o Paco tivesse aquele fim, morresse daquela forma e que Poncho tivesse dito coisas tão duras a Anahí ou que ele sofresse nas mãos da Sangue. Mas eles se deram bem no final, tiveram filhos e sem se importar com o que os outros pensavam, Poncho conseguiu ter uma vida decente, conseguiu sair da Sangue (": coisa maravilhosa KKKKK pois é, quase chorei mas me contive porque né KKKKKKKKKK mas eu amei, e obrigada por ter dividido esta história conosco. <3
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portillas2 Postado em 04/03/2014 - 14:44:50
Desculpa não ter comentado mais só que minha net tá um caos, mas quero dizer que sua web foi linda e eu SUPER AMEI bjus <3
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franmarmentini Postado em 01/03/2014 - 23:04:03
já vou acompanhar ;)
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franmarmentini Postado em 01/03/2014 - 20:23:32
EU QUE AGRADEÇO POR VC TER POSTADO UMA FIC* TÃO LINDA ASSIM...ME DEU UM NÓ NA GARGANTA QUANDO VI PACO HERRERA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ACHEI MARAVILHOSO...ELES HOMENAGEAREM ELE DESSA FORMA...AMEI MUITO MESMO...GOSTARIA MESMO QUE TIVESSE UMA 2 TEMPORADA ACHARIA MARAVILHOSA...BJUS E VOU ESTAR FIRME E FORTE NA NOVA FIC* ;)
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franmarmentini Postado em 01/03/2014 - 20:02:43
*_*
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franmarmentini Postado em 01/03/2014 - 19:57:04
posta...
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franmarmentini Postado em 01/03/2014 - 19:40:04
NÃO QUERIA QUE ACABASSE A FIC* VC ACHA QUE DÁ PRA FAZER UMA 2 TEMPORADA??????????????????? SERIA MARAVILHOSO :)