Fanfic: Quimica perfeita - adaptada - AyA( Finalizada) | Tema: AyA
Poncho
Estou neste hospital há uma semana. Detesto enfermeiras, médicos, agulhas, exames. E, principalmente, essas camisolas horríveis. Acho que se eu continuar aqui vou ter uma crise nervosa, por conta desse mau-humor. Ok, eu não deveria ter xingado a enfermeira que tirou minha sonda. Mas o que me deixou furioso foi seu bom humor, aquela enervante disposição à alegria. Não quero ver ninguém. Não quero falar com ninguém. Quanto menos gente se envolver em minha vida, melhor. Quase morri para conseguir mandar Anahi embora... E, para isso, precisei magoá-la profundamente. Mas, afinal, eu não tinha escolha.
Quanto mais próxima ela ficasse de mim, mais sua vida correria perigo. Não posso deixar que aconteça com ela o que aconteceu com Paco. Pois Anahi é a garota que eu... Pare de pensar nela, digo a mim mesmo. As pessoas que eu amo acabam morrendo. Simples assim. Primeiro meu pai... E agora Paco. Fui um idiota quando acreditei que poderia me realizar, ter tudo o que quisesse. Escuto uma batida na porta e grito:
— Vá embora. As batidas se repetem. — Porra, me deixe em paz! A porta se abre, rangendo. Atiro uma xícara naquela direção e consigo acertar o intruso, bem na altura do peito... Só que o intruso não é uma enfermeira, nem um médico... E sim a Professora Peterson. — Oh, merda... — resmungo.
A Sra. Peterson está de óculos novos.
— Este não é exatamente o cumprimento que eu esperava, Poncho — ela diz. — Sabe que posso lhe dar uma suspensão, por sua falta de respeito? Você até disse uns palavrões...
Eu me viro de lado, para não ter que olhar para ela.
— A senhora veio aqui só para me ameaçar? Se foi esse o motivo, esqueça... Pois não vou voltar para o colégio. Obrigado pela visita... Pena que foi tão breve. Adeus, professora.
— Não vou a lugar nenhum... Não antes que você ouça o que tenho a dizer.
Oh, por favor não. Qualquer coisa, menos um sermão da Peterson. Pego o interfone e pressiono o botão, para chamar a enfermeira.
— Posso ajudá-lo, Poncho? — pergunta uma voz, através do pequeno alto-falante.
— Estou sendo torturado — respondo.
— Como assim? A Peterson se aproxima e tira o interfone da minha mão:
— Ele está brincando. Por favor, queira desculpar. — Ela põe o aparelho sobre a mesa de cabeceira, fora do meu alcance. — Que mau-humor Poncho! Não lhe deram umas “happy pills” neste hospital?
— Não quero ser feliz.
A Sra. Peterson se inclina para a frente e sua franja chega a encostar nos óculos.
— Olhe, sinto muito pelo que aconteceu com Paco. Ele nunca foi meu aluno... Mas ouvi dizer que vocês eram muito amigos.
Olho para a janela, para fugir dos olhos da Sra. Peterson. Não quero falar de Paco. Não quero falar de nada.
— Por que a senhora veio? Escuto alguns ruídos... É Peterson, remexendo na bolsa.
— Eu lhe trouxe um material, para você ir estudando, até que possa voltar ao colégio. Assim, você não vai ficar atrasado, em relação a seus colegas.
— Já disse que não pretendo voltar. Estou fora... E a senhora não deveria se espantar com isso. Afinal, sou membro de uma gangue, lembra-se?
Ela contorna a cama e entra no meu ângulo de visão.
— Acho que me enganei a seu respeito, Poncho. Eu poderia apostar que você seria o primeiro a romper com os padrões e com essa visão que as pessoas têm sobre...
— Sim — eu a interrompo. — Talvez eu pudesse romper com o molde. Acho que podia, sim... Mas isso foi antes que meu melhor amigo morresse baleado, no meu lugar. Porque aquele tiro era para mim, sabe? — Olho para o livro de Química, na mão da Sra. Peterson... Esse livro me faz lembrar de tudo o que foi... E do que jamais poderá ser. — Não era Paco quem deveria ter morrido, porra! Era eu! A Sra. Peterson não se abala:
— É, mas você não morreu. E agora está pensando que vai fazer um grande favor a Paco, abandonando a escola e desistindo de tudo? Considere o fato de você estar vivo como um presente que Paco lhe deu, Poncho... E não como uma maldição. Paco não pode voltar ao colégio. Mas você pode. — Peterson põe o livro de Química no peitoril da janela. — Já perdi tantos alunos desse jeito, como jamais imaginei possível. Meu marido acha que devo deixar Fairfield, para lecionar em outra cidade, num colégio onde não haja gangues, onde os garotos não vivam apenas para morrer violentamente, ou para acabar como traficantes de drogas. Sentando-se na beira da minha cama, ela olha para as próprias mãos. — Acontece que eu quis permanecer em Fairfield, na esperança de fazer a diferença, de ser um modelo... O Dr. Aguirre acredita que podemos preencher as lacunas, estender pontes sobre abismos, aproximar as pessoas, aceitar as diferenças. E eu também penso assim. Se eu puder mudar a vida de um aluno, então isso significa que posso também...
— Mudar o mundo? — eu pergunto.
— Talvez.
— A senhora não pode. O mundo é o que é. Ela me encara, convicta, decidida a não entregar os pontos.
— Poncho, você está muito enganado. O mundo, além de cruel, é também o que fazemos dele... Você acha que não pode mudar nada? Então vá e siga o caminho que já traçaram para você. Mas há outros, que são apenas mais difíceis de transpor... Mudar o mundo não é fácil, Poncho. Mas vou continuar tentando. E você?
— Não.
— Bem, este é um direito seu. De qualquer forma, não pretendo desistir. — Ela faz uma pausa e então pergunta: — Quer saber como está sua parceira de Química?
— Não — eu respondo, meneando a cabeça, enquanto as palavras quase me travam a garganta. — Não me importa.
Ela suspira, frustrada. Então caminha até a janela e pega o livro de Química.
— Devo levá-lo... Ou deixá-lo aqui? Não respondo. Peterson põe o livro de volta no peitoril da janela e caminha até a porta, para sair.
— Gostaria de ter escolhido Biologia, em vez de Química — digo. Ela pisca para mim:
— Não, você não gostaria. E, só a título de informação, o Dr. Aguirre virá visitá-lo, mais tarde. Sugiro que você o receba melhor do que a mim... E que não atire nenhum objeto, quando ele entrar.
Duas semanas mais tarde, saí do hospital e fui com minha família para o México. Um mês depois, consegui um emprego de camareiro num hotel, em San Miguel de Allende, perto da casa de minha família. Era um bom hotel, com paredes caiadas e pilares na entrada principal. Às vezes, eu fazia o papel de tradutor-intérprete, já que meu Inglês era melhor do que o da maioria dos outros empregados. Quando eu saía com os colegas, depois do trabalho, eles tentavam me apresentar umas garotas mexicanas. Todas eram bonitas, sexies e, definitivamente, sabiam como seduzir um cara. Só havia um problema: elas não eram Anahi. Eu precisava tirar aquela menina da cabeça. E rápido. Bem que tentei... Certa noite, uma hóspede americana me convidou a entrar em seu quarto. Primeiro, achei que fazer sexo com uma garota do mesmo tipo físico de Anahi me ajudaria a esquecer... Mas, logo no início da coisa, travei.
Foi então que entendi que Anahi havia me arruinado... Pois eu jamais me contentaria com nenhuma outra. Não adiantava. A menina não tinha o rosto de Anahi, nem seu sorriso, nem mesmo seus olhos. E não era só isso, não era só na superfície. As feições de Anahi, assim como seu corpo, faziam dela um modelo de beleza, não só para mim, mas para o resto do mundo. Mas o que a tornava diferente, de verdade, era algo bem mais profundo... Certas sutilezas, no seu modo de sentir e agir: o jeito suave de limpar o rosto de sua irmã,modo de demonstrar seu amor, mesmo quando soube quem eu era e o que fazia. A questão das drogas, por exemplo... Quando eu estava prestes a entrar para o tráfico: Anahi era radicalmente contra e, mesmo assim, continuou me amando.
Comentem,
tenho algumas coisas pra fazer agora daq apouco continuo bjs
Autor(a): micheleponny
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Agora, três meses depois de todo aquele horror, três meses depois de ter sido baleado, estou de volta a Fairfield, pronto a enfrentar o que a Sra. Peterson chamaria de “meu maior medo”. Sentado à sua mesa de trabalho, na oficina, Enrique meneia a cabeça, por vezes seguidas. Conversamos sobre a noite de Halloween... Acabo de perdo&aacut ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 230
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jeny_herrera_ Postado em 02/11/2016 - 20:04:13
Uma das primeiras fics que li, e agora estou relendo. Amo essa estória. <3
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lenny_ponny Postado em 02/08/2016 - 10:23:36
Nossa que fic :) Amei!!!! a história Parabéns! Cheleh *-*
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Lala AyA Postado em 27/03/2016 - 20:40:31
Eeeee
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isajuje Postado em 12/03/2014 - 16:57:15
Finaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaalmente eu consegui vir comentar, aliás, eu sempre entrava, só que era pelo celular então era difícil comentar porque o verificador sempre dava incorreto ¬¬ isso é um saco. Foi mal não ter comentado e vindo dizer sobre todos os capítulos mas saiba de uma coisa: eu amei. Bem, nem tudo, não queria que o Paco tivesse aquele fim, morresse daquela forma e que Poncho tivesse dito coisas tão duras a Anahí ou que ele sofresse nas mãos da Sangue. Mas eles se deram bem no final, tiveram filhos e sem se importar com o que os outros pensavam, Poncho conseguiu ter uma vida decente, conseguiu sair da Sangue (": coisa maravilhosa KKKKK pois é, quase chorei mas me contive porque né KKKKKKKKKK mas eu amei, e obrigada por ter dividido esta história conosco. <3
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portillas2 Postado em 04/03/2014 - 14:44:50
Desculpa não ter comentado mais só que minha net tá um caos, mas quero dizer que sua web foi linda e eu SUPER AMEI bjus <3
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franmarmentini Postado em 01/03/2014 - 23:04:03
já vou acompanhar ;)
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franmarmentini Postado em 01/03/2014 - 20:23:32
EU QUE AGRADEÇO POR VC TER POSTADO UMA FIC* TÃO LINDA ASSIM...ME DEU UM NÓ NA GARGANTA QUANDO VI PACO HERRERA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ACHEI MARAVILHOSO...ELES HOMENAGEAREM ELE DESSA FORMA...AMEI MUITO MESMO...GOSTARIA MESMO QUE TIVESSE UMA 2 TEMPORADA ACHARIA MARAVILHOSA...BJUS E VOU ESTAR FIRME E FORTE NA NOVA FIC* ;)
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franmarmentini Postado em 01/03/2014 - 20:02:43
*_*
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franmarmentini Postado em 01/03/2014 - 19:57:04
posta...
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franmarmentini Postado em 01/03/2014 - 19:40:04
NÃO QUERIA QUE ACABASSE A FIC* VC ACHA QUE DÁ PRA FAZER UMA 2 TEMPORADA??????????????????? SERIA MARAVILHOSO :)