Fanfic: Quimica perfeita - adaptada - AyA( Finalizada) | Tema: AyA
Poncho
E a primeira vez que estamos tendo uma conversa civilizada. Agora preciso encontrar um jeito de derrubar essa muralha de defesa que ela ergueu entre nós.
Ô cara... Preciso mostrar a ela que tenho sensibilidade. Se Anahi me vir como um cara sensível, e não como um idiota, talvez eu encontre um jeito de chegar até ela. Mas tenho de ser cuidadoso, pois Anahi é desconfiada. É bem capaz de dizer que estou com conversa mole para o lado dela... É bem capaz de não acreditar em mim. Não sei se estou pensando em agir assim por causa da aposta, do projeto de Química, ou por minha causa, mesmo.
Na verdade, não estou a fim de analisar esse lado da questão.
— Meu pai foi assassinado, na minha frente, quando eu tinha seis anos — digo a ela. Anahi arregala os olhos:
— Sério?
Faço um gesto afirmativo. Não gosto de tocar nesse assunto. Nem sei se devia falar nisso. Anahi leva as mãos à boca... Mãos de unhas tratadas e perfeitas.
— Eu não sabia... Oh, Deus! Sinto muito! Deve ter sido horrível.
— Foi. — Engraçado... Sinto um certo alívio por ter falado disso em voz alta. O sorriso nervoso do meu pai se transformou numa expressão de choque, antes dele ser baleado... Nossa! Mal consigo acreditar... Acabei de me lembrar da expressão do meu pai, naquela hora.
Nunca mais eu tinha recordado esse detalhe. Ainda estou confuso e muito surpreso, quando me viro para Anahi e digo:
— Se eu pensar demais no assunto, se deixar que isso me pegue, vou me sentir de novo como no dia em que meu pai morreu. E não quero que isso aconteça. Nunca mais. Então, é melhor esquecer e levar a vida sem me importar com nada.
A expressão de Anahi é puro pesar, tristeza e compaixão. Não sei dizer se ela está fingindo. Seu rosto ainda está contraído, quando ela diz:
— Obrigada por... Bem, você sabe... Por ter me contado. Mas não posso realmente imaginar você como um cara que não se preocupa com nada. Você não pode se programar, não pode se obrigar a ser assim.
— Quer apostar? — De repente, me sinto desesperado para mudar de assunto. — Agora, é sua vez de compartilhar algum segredo comigo.
Anahi desvia os olhos. Não pressiono mais, com medo que ela caia em si e resolva ir embora.
Será que é mais difícil, para ela, compartilhar seus problemas comigo, ou ao menos uma pequena parte deles? Minha vida tem sido tão desgraçada, que é difícil imaginar que a vida dela possa ser pior, em algum sentido. Vejo uma lágrima solitária correr por seu rosto. Uma lágrima que Anahi se apressa a enxugar.
— Minha irmã, Eduarda... — ela começa — sofreu uma paralisia cerebral. É deficiente mental. “Retardada” é a palavra que a maioria das pessoas usam, para definir o que ela é. duda não anda e só se comunica através de gestos e do que os médicos chamam de “aproximação verbal”, porque não consegue articular as palavras.
Com isso, outras lágrimas escapam... E, dessa vez, Anahi deixa que escorram livremente. Tenho vontade de enxugar essas lágrimas, mas sinto que ela não quer ser tocada, nesse momento.
— Quando minha irmã fica muito irritada, é melhor manter distância pois ela pode agarrar seus cabelos. — Anahi suspira. — Ontem ela puxou os meus, com tanta força, que arrancou um punhado. Então minha cabeça sangrou e minha mãe começou a gritar comigo.
Ah, esta é a explicação para aquela falha de cabelos... Então não foi para fazer algum exame clínico. Pela primeira vez, sinto pena de Anahi. Imaginei que a vida dela fosse um conto de fadas... E que o pior de seus problemas fosse perder o sono por alguma idiotice, tal como achar um caroço no colchão... Agora vejo que não é bem assim. Alguma coisa está acontecendo. Percebo uma mudança no ar... Uma compreensão correndo entre nós dois. Nunca me senti assim, em minha vida. Eu limpo a garganta e digo:
— Acho que sua mãe explode na sua frente porque sabe que você vai aguentar.
— Provavelmente você está certo. Antes comigo, do que com a minha irmã.
— Mas isso não é desculpa para sua mãe despejar os problemas deIa em cima de você. — Estou sendo bem sincero, neste momento, espero que Anahi também esteja. — Escute, não quero continuar bancando o durão com você — eu digo e logo me arrependo. Isso é um pouco demais para o Poncho Herrera Show...
— No fundo, eu entendo seu comportamento — ela diz. — É uma questão de imagem, do que significa ser Poncho Herrera. A atitude é sua marca registrada, seu logotipo... O mexicano perigoso, mortal, gostoso e sexy. Sou perita nessa estória de criar imagem... A que tento passar não é exatamente a da patricinha loura e vazia. Está mais para “a perfeita e intocável” compreende?
Uau! Replay, por favor... Anahi me chamou de gostoso e sexy. Por essa eu não esperava. Talvez ainda tenha uma chance de ganhar aquela aposta idiota.
— Você percebeu que me chamou de gostoso?
— Como se você não soubesse!
Bem, eu não sabia que Anahi Portilla me achava gostoso.
— Só para constar, eu realmente pensei que você fosse intocável. — E prossigo, bem- humorado: — Mas, agora, tudo mudou. Sei que você me acha gostoso, sexy, uma espécie de deus mexicano...
— Eu não disse a palavra “deus”...
Toco os lábios dela com a ponta do dedo:
— Psiu... Quero viajar nessa fantasia, nem que seja por um minuto. — Fecho os olhos.
Anahi ri e esse som tão doce ecoa em meus ouvidos.
— De um jeito meio maluco, acho que entendo você, Poncho... Embora esteja realmente aborrecida, por seu comportamento grosseiro. Quando abro os olhos, encontro os dela, me observando. — Não conte a ninguém sobre minha irmã — ela diz. — Não gosto que as pessoas saibam certos detalhes da minha vida pessoal.
— Somos atores, na vida, Anahi, fingindo ser o que queremos que as pessoas pensem que somos.
— Então, você compreende por que morro de medo que meus pais descubram que somos... amigos?
— Você ficaria encrencada, eu sei. Mas, porra, Anahi, você já fez dezoito anos! Não acha que tem o direito de ser amiga de quem bem entender? O cordão umbilical já foi cortado, sabe?
— Você não compreende.
— Tente explicar.
— Por que você quer saber tanto a meu respeito?
— Ora, os parceiros de Química não devem se conhecer a fundo? Ela ri:
— A fundo? Espero que não.
A verdade é que essa garota não é quem eu pensei que fosse. Quando contei a ela sobre meu pai, senti que ela suspirou de alívio, de corpo e alma... Foi como se a miséria de outra pessoa pudesse confortá-la fazendo com que não se sentisse tão sozinha em seu sofrimento. Ainda não consigo entender direito por que ela criou essa imagem do tipo “sou impecável”, para encarar o mundo. E ainda tenho aquela aposta voando em círculos sobre minha cabeça. Preciso ganhar essa garota, preciso conseguir que ela se apaixone por mim. E enquanto meu corpo diz “vá em frente”, o resto do que sou denuncia: “A menina está vulnerável... E você é um grande canalha.”
— Quero, da vida, as mesmas coisas que você — eu admito. — Apenas, vou por outro caminho. Você se adapta ao seu ambiente e eu ao meu. — Seguro novamente a mão dela. — Deixe-me mostrar que sou diferente... Escute, você já namorou um cara que não pode levá-la a restaurantes chiques, nem comprar jóias caras?
A mão de Anahi desliza sob a minha, escapando ao meu contato.
Autor(a): micheleponny
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— Eu tenho um namorado, Poncho. — E se não tivesse... Você daria uma chance a este mexicano? Brittany cora. Seu rosto inteiro assume um tom pink profundo. Será que Colin a faz corar assim? — Olhe, eu não vou responder essa pergunta. — ela diz. — Por que não? É tão si ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 230
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jeny_herrera_ Postado em 02/11/2016 - 20:04:13
Uma das primeiras fics que li, e agora estou relendo. Amo essa estória. <3
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lenny_ponny Postado em 02/08/2016 - 10:23:36
Nossa que fic :) Amei!!!! a história Parabéns! Cheleh *-*
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Lala AyA Postado em 27/03/2016 - 20:40:31
Eeeee
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isajuje Postado em 12/03/2014 - 16:57:15
Finaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaalmente eu consegui vir comentar, aliás, eu sempre entrava, só que era pelo celular então era difícil comentar porque o verificador sempre dava incorreto ¬¬ isso é um saco. Foi mal não ter comentado e vindo dizer sobre todos os capítulos mas saiba de uma coisa: eu amei. Bem, nem tudo, não queria que o Paco tivesse aquele fim, morresse daquela forma e que Poncho tivesse dito coisas tão duras a Anahí ou que ele sofresse nas mãos da Sangue. Mas eles se deram bem no final, tiveram filhos e sem se importar com o que os outros pensavam, Poncho conseguiu ter uma vida decente, conseguiu sair da Sangue (": coisa maravilhosa KKKKK pois é, quase chorei mas me contive porque né KKKKKKKKKK mas eu amei, e obrigada por ter dividido esta história conosco. <3
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portillas2 Postado em 04/03/2014 - 14:44:50
Desculpa não ter comentado mais só que minha net tá um caos, mas quero dizer que sua web foi linda e eu SUPER AMEI bjus <3
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franmarmentini Postado em 01/03/2014 - 23:04:03
já vou acompanhar ;)
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franmarmentini Postado em 01/03/2014 - 20:23:32
EU QUE AGRADEÇO POR VC TER POSTADO UMA FIC* TÃO LINDA ASSIM...ME DEU UM NÓ NA GARGANTA QUANDO VI PACO HERRERA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ACHEI MARAVILHOSO...ELES HOMENAGEAREM ELE DESSA FORMA...AMEI MUITO MESMO...GOSTARIA MESMO QUE TIVESSE UMA 2 TEMPORADA ACHARIA MARAVILHOSA...BJUS E VOU ESTAR FIRME E FORTE NA NOVA FIC* ;)
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franmarmentini Postado em 01/03/2014 - 20:02:43
*_*
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franmarmentini Postado em 01/03/2014 - 19:57:04
posta...
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franmarmentini Postado em 01/03/2014 - 19:40:04
NÃO QUERIA QUE ACABASSE A FIC* VC ACHA QUE DÁ PRA FAZER UMA 2 TEMPORADA??????????????????? SERIA MARAVILHOSO :)