Fanfic: Freedom | Tema: Disputa Familiar, Triller Psicológico e Drama.

Subi as escadas e bati na porta do banheiro.
- Romeu?
- Não quero conversar, agora - Disse com voz de choro.
- Não precisa ser agora, só quero saber se vc está bem.
- Estou, porquê?
- Nada, só fiquei preocupada
- vai me deixar em paz agora ou depois?
- Ontem.
Andei em direção ao meu quarto, tranquei a porta e abri meu guarda-roupas.
Ali estava ela, do jeito que eu me lembro, exceto por aquela noite perturbadora.
Morian Silva e Couto, imagino como seria se ela ainda estivesse viva, como ela
lidaria com as doenças do marido, As crises adolescentes, A Embriaguez semanal,
e se eu poderia me dar ao luxo de virar uma roqueira sem noção.
- Vendo a foto da mãe? - Disse o ticiano no corredor, do outro lado da porta.
- Sim.
- Não precisa fazer a janta, eu não estou com fome.
- Cerveja enche a barriga.
- Boa noite pra vc tbm - Disse andando para o quarto deles.
A partir daquele dia, passei a refletir melhor em como ajudar eles, ou em como
fazer um empréstimo por procuração no nome do meu pai pra virar uma jovem rica e
foragida, pois essas eram as minhas únicas escolhas. Eu não poderia casar com um
homem rico pois eu não suporto homens, e quero distancia deles.
Deitei na cama com aquela velha vontade de chorar, que como sempre o bloqueio
emocional não me permite esse luxo.

7:30 no celular, aquele toque irritante do Nyan Cat, a única coisa do mundo que me
faz levantar da cama, ainda assim, por bobagem.
Cabelo embaraçado, bafo fedorento, roupas desconfortáveis, tudo que eu não
suporto numa só manhã. Corri para o banheiro, mas a porta estava trancada.
- ABRE ROMEU!!
- "Pera".
Muitas das pessoas que vieram me visitar, e que tiveram a sorte de ver o andar
de cima da casa, ficaram em choque quando souberam que a casa só tem um banheiro,
no andar de cima, com direito a uma banheira entupida.
O momento que o romeu abriu a porta do banheiro, eu corri pra sentar no vaso como
se estivesse entrando no trem na estação brás, para conseguir um assento, com a
diferença que dessa vez eu estou abaixando as calças para urinar, o que não é comum
no trem.
- Sai!
- Tabom - Falou ele com uma cara de cão sem dono.
pulando meus momentos "eu mesma no banheiro", estava eu fazendo café num coador de pano
bicentenário, por onde já se passou o café do rei dom pedro segundo, quando meu pai
anunciou uma grande notícia:
- Quero vender a loja!
Bom, é obvio que aquela cozinha foi tomada pelo vozerio, quando há três segundos atrás
todos estavam naquela chateação compartilhada. Mas eu vou ser bem resumida:
Eu disse: - Eba! Até que enfim!
Ticiano disse: - e como vamos pagar nossas dívidas? - Obs: as dívidas são dele.
e Romeu foi bem direto: - Fo**-se aquele bazar!
Logo meu pai entendeu: Eu não aguentava mais aqueles médicos metidos a rico dizendo que
a gaze deve estar longe do prazo de vencimento, o Tico queria uma garantia que
o nome dele fosse ficar limpo, E o romeu não conseguia se importar nem com ele mesmo.
- Podemos abrir outro tipo de negócio - Disse tentando remendar.
- Prefiro vender o corpo! - Gorda Depressiva
- Vou morrer com o nome sujo? - Alcóolatra
- Vocês só pensam no dinheiro - Delinquente
Estava bem claro que qualquer mudança de planos que envolvesse os quatro naquele momento,
ia acabar na delegacia ou no fórum.
E isso era só o começo.