Fanfics Brasil - Capítulo 18 Tudo Muda, Tudo Passa... ( Adaptada) Portiñón

Fanfic: Tudo Muda, Tudo Passa... ( Adaptada) Portiñón | Tema: Portiñon


Capítulo: Capítulo 18

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 Fui para a capoeira e consegui jogar por algum tempo. Mestre Tião reclamou do atraso e inventei uma desculpa. Caio me olhava de um jeito malicioso e, no final da aula, fui conversar com ele em particular.

- Posso saber que olhar malicioso é esse?

- Resolveu seu problema?

- Do que você tá falando?

- Any...

- Não estive com ela.

- Não?! Então quem foi a mulher com quem esteve?

Sacudi a cabeça e sorri. Ele fez o mesmo.

- Como sabe?!

- Algumas pistas: seu atraso e os ombros arranhados desse jeito. Só uma mulher arranha assim!

Olhei para meus ombros e só então reparei nisso.


- Gente é mesmo. Tô toda arranhada. Gente, que vergonha!

- Vergonha por que?? – riu - Você particularmente não arranha, mas muita mulher sim. Você aliás tem uma pegada forte e às vezes me deixa quebrado. Não descadeirou a coitada não é Dul?

Novamente ri:- Ela andava perfeitamente quando saí do seu apartamento. E que conversa é essa? Quer dizer que eu sou bruta é?

- Digamos que seja selvagem. Mas conta, como foi? Como a conheceu?

- Fui em um aniversário de uma garota lá na Gávea. E aí a tal estava na danceteria. Ela se aproximou, disse ser atriz, me chamou para irmos para outro lugar, nós fomos, e aí... aconteceu.

- E a transa em si? Boa?

- Achei boa sim. Sabe, transar com uma mulher é diferente, envolve mais toque, mais criatividade. E pode durar muito mais. A experiência foi muito boa sim. Eu... acho que
precisava disso pra sentir minhas próprias reações, entender o que eu realmente quero. Foi uma loucura mas... não me arrepende de ter feito.

- E que papo é esse de ser atriz? Qual o nome dela? Como ela é?

- O nome é Maite e disse que trabalha na novela das oito. É morena, magra...

-O quê???? Não acredito? Você já começou pegando Maite Perroni Aquela mulher é muito gata, cara!! Sabia que ela vai até pousar pra Playboy???? – pôs a mão sobre a boca e apertou o saco.

- Eu não! Não gosto de TV e nunca nem tinha visto ela. Mas de fato, é mesmo muito bonita.

- Caralho! – riu - E você vai ser tão má com as mulheres como é com a gente?

- Não vou ficar transando com mulheres. Foi só uma experiência.

- E a Any? Você já teve sua experiência, gostou, mas e ela?

- Ela é... outro papo.


 


Sábado seguinte Any estava sozinha com Dolores, como habitual, e a aula foi bastante puxada. Estava distante de mim, mas achei que fosse a ansiedade por um bom resultado. A segunda prova de cálculo se aproximava, era muita matéria, e ela queria muito passar direto. Na hora do almoço Dolores recebeu um telefonema urgente de casa e pediu para se retirar mais cedo. Disse que precisaria faltar na segunda e terça. Any permitiu e deu ordens para que André a levasse de carro em casa. Se seu pai reclamasse ela assumiria a responsabilidade. Dolores agradeceu, não quis entrar em detalhes de seu problema, e foi embora com André. Any ficou em pé na porta vendo-a partir e depois entrou. Cheguei perto e parei em frente a ela.

- Será que aconteceu alguma coisa muito grave? Ela não quis entrar em detalhes e eu me preocupei; será que precisará de dinheiro? Dolores vive tendo problemas, e não são invencionices!

- Você saberá. Certos problemas vêm à tona a gente querendo ou não. – passei a mão em seu rosto . "Hoje eu vou jogar com tudo!" – Você é uma pessoa apaixonante sabia?

Ela corou e virou o rosto para o lado: - Boba!

- E fica ainda mais linda coradinha.

- Pare. Você fica dizendo coisas assim para mim.

- Assim como? – virei seu rosto em minha direção novamente.

- Que sabe que mexem comigo.

Apoiei uma das mãos na porta e com a outra segurei seu rosto delicadamente: - E são só minhas palavras que mexem com você?

Any olhou para mim fixamente: - Pena é que nada mexe com você. – tirou minha mão de seu rosto e se afastou de mim

- Que quer dizer? "Cuidado com o que vai dizer agora Dulce ".


Ela estava de costas para mim. Aproximei-me por trás e falei bem ao seu ouvido: - Acha que...não sinto nada?

Any se afastou e me olhou de frente: - Seu corpo sempre sente. Seu coração é fechado.

- O que é isso Any? – não entendia porque dizia aquilo

- Por que me beija e depois se afasta, agindo como se nada estivesse acontecendo? Percebo que parece evitar de me encontrar na faculdade. Você ficou duas semanas sem me ver e não me deu um telefonema sequer! – encostou-se em uma parede – Aposto que teve com quem passar o tempo.

- Por mais que eu tente você não sai da minha cabeça.

- Eu não entendo você!

Cheguei novamente perto dela e apoiei as duas mãos na parede. Curvei o rosto para perto do rosto dela e perguntei:

- Que parte de mim você não entende, linda?

- O que você quer?

Aproximei-me dela. Nossos lábios se tocaram levemente em um beijo que quase aconteceu. Beijei seu pescoço de cima a baixo. Beijei seu queixo, suas bochechas, sua testa. Puxei-a para junto mim, agarrando-a pela cintura, mordi sua orelha e sussurrei: - Você é especial Any!


Começamos a nos beijar e nos perdemos assim por muito tempo. Levei-a até seu quarto e chegamos lá ainda aos beijos. Deitamos na cama e fiquei sobre ela. Apoiei-me com os cotovelos para não fazer peso e nossas pernas se entrelaçaram. Ela estava de vestido e eu de saia. Passei uma das mãos por sua coxa e ela me interrompeu quando senti o elástico da calcinha. Subi a mão pela barriga e parei na base do seio sem saber se deveria continuar. O telefone toca. Levamos um susto e ela levanta da cama com um salto. "Maldito telefone que sempre me atrapalha!"

- Hello? André? Yes, quer dizer, sim. Stay here for...Fique um pouco aí com eles e ajude no que puder. Não, não vou precisar.Tchau.

Sentei na cama e sorri para ela.

- Calma querida. André não pode ver pelo telefone. – rimos - Notícias de Dolores?

- Era com o pai dela. Parece que foi atropelado estava no hospital, mas vai levar alta daqui a pouco. Pedi para que André ficasse com eles. – sentou do outro lado da cama

- Está com medo de mim?

- Acho que as coisas estão acontecendo rápido demais. Isso me assusta!

"Vai devagar Dulce , vai devagar!"


Reparei em uma bela foto onde Any, talvez com uns 13 anos, se encontrava no meio de um grande campo de girassóis. Estava com os cabelos soltos bagunçados pelo vento e um belíssimo sorriso.

- Que foto linda! Esse é o tal campo de girassóis que sua avó mandou fazer?

- Lembra-se que lhe disse isso? – perguntou surpresa.


"Não sei porque, mas lembro de cada palavra que já me disse" - Sim eu lembro. É esse?

- Sim, é este. – levantou-se e pegou o porta retratos.- Vovó Dorte esteve passeando pela França com meu avô pouco antes de ele morrer, e ela amou a visão do amarelo sem fim dos girassóis franceses. Daí conversou com minha tia avó, Shelley, elas são irmãs, e ambas gostaram da idéia de fazer um campo igual na fazenda. Acho que no fundo ela queria manter uma lembrança bonita dos últimos bons momentos passados com meu avô, e a irmã fez uma gentileza a ela. Além do mais o vovô Gary adorava aquela fazenda e fazia questão de que passássemos os natais sempre lá.

- Esta é a avó que você me falou que freqüentava a igreja contigo e que você gosta muito?

- Sim. Ela é mãe do papai. Ontem mesmo estivemos ao telefone por bom tempo. Nós nos falamos toda semana. Morri de saudades e coloquei esta foto no porta retratos. Também são belas lembranças para mim.

- Quantos anos tinha? Imaginei uns treze.

- Pois acertou. – sentou-se do meu lado

- Seu avô morreu há muito tempo?

- No dia do meu aniversário de onze anos.

- Que chato Any! Como foi isso? Quer dizer, se você quiser tocar no assunto.

- Não tem problema. Foi do coração, que já andava mal. Ele era um homem muito nervoso, ansioso, e o trabalho mexia muito com os nervos dele. Durante a era da Dama de Ferro ele viva chateado com as decisões políticas de nosso país. Dizia que Tatcher estava entregando a Inglaterra para os Estados Unidos e tentava usar de suas influências para convencer outros militares a agir a seu lado. Ele acabou sendo forçado a... Deus, eu não sei a como dizer em português. Ele foi... uma pessoa que pára de trabalhar antes da época certa.

- Ele foi forçado a se aposentar. Ir para reserva, já que era militar.


- Isso! Minha avó inventou a viagem a França para distraí-lo, mas não deu certo. Ficou muito nervoso, agitado, inconformado e daí, seis meses depois, morreu de ataque cardíaco.

- Eu entendo o que ele sentia. Vê este nosso governo brasileiro entreguista? Eu também fico doente! Vira e mexe eu envolvo nos movimentos estudantis, junto com Taís, aliás, como aconteceu em 91 e no ano passado. Deprimente é você ver seus representantes políticos entregar o país nas mãos desses especuladores internacionais. Mas, e qual era a força armada e a patente dele?

- Ele era um dos mais antigos almirantes vivos da Royal Navy.

- Uau!

- Foi muito triste para nós perdê-lo. Ele e vovó sempre foram mais meus pais que os meus verdadeiros pais.

Segurei suas mãos e beijei-as.

- E pior foi quando você veio pro Brasil, porque acabou perdendo a companhia de sua avó. Não foi?

- Eu chorei muito quando soube que nós iríamos nos mudar.

Ficamos de mãos dadas.

- Eu entendo. A solidão sempre fez parte de minha vida e sei como ela é cruel. Minha avó me cria desde os meus cinco anos, mas não é muito ligada a mim. Conversamos pouco, ela nunca me deu muita abertura para me aproximar e me batia bastante. Acredita que só parei de apanhar quando fiz dezoito anos? – acabei rindo

- Por que??? O que fazia para apanhar até os dezessete? – também riu

- Ah, não tinha muito motivo. Na infância era por causa da minha "levadice" e na adolescência nem sei pelo quê. Uma cerca diferente do que ela queria, uma parede mal pintada, uma louça sem enxugar direito, sei lá. Acho que ela me batia pelo hábito e depois perdeu a graça na minha maioridade.

- E seu avô?

- Morreu muitíssimo antes de eu pensar em poder conhecê-lo.

- Eles são os pais de quem?

- Minha mãe.


 


- Ela tinha esses olhos azuis como os seus?

- Meu pai deveria ter. Não ela. Mas eu nunca a vi, nem por fotografia. Vovó foi quem me disse que seus olhos são negros. Parece que herdei dela a cor de pele e os cabelos.

- Também não conhece a família de seu pai? – perguntou com muita delicadeza

- Nada sobre eles.

Beijou-me o rosto.

- Você não tem culpa de nada querida. –acariciava meu rosto devagar.

- Por que me diz isso Any?

- Porque você tem vergonha disso. Não tenha! Foram as escolhas deles, os erros deles, e não os seus. Você é uma pessoa maravilhosa que eles tiveram a infelicidade de não conhecer melhor.

Virei meu rosto e beijei-a nos lábios. Ela segurava meu rosto com as duas mãos e eu apenas toquei sua cintura de leve. Foi um beijo carinhoso e longo.

- Está diferente!

- Eu? Por que Any?

- Parece mais segura, como se não tivesse mais medo.

- Ainda morro de medo. Só estou disfarçando melhor... - sorri

- Eu gostaria de conhecer tudo de você. – disse timidamente e segurou minha mão

- Quer passar o dia comigo amanhã no morro? Eu viria aqui cedo te buscar. Seria como daquela outra vez em que você foi lá.

- Minha mãe chegará em casa umas dez horas porque viajará amanhã saindo daqui às oito. Se você viesse às nove estaria tudo bem.

- Ótimo! Você veste uma roupa simples e confortável e eu te levo.

- Minhas roupas não são assim Dulce ? – sorriu

- Nada! Você é a mulher mais sofisticada, – beijei-a – linda – mais uma vez – e elegante que eu conheço. – beijei-a pela terceira vez.

- Obrigada, mas você deveria dizer moça. Não sou uma mulher. – beijou-me e se levantou.

"Não ainda, mas vai ser; e minha!" Olhei para o relógio.


 


- São 7:25h. Você disse que sua mãe chega às dez... – levantei-me e abracei-a por trás beijando-lhe a orelha – Posso ficar aqui até umas nove e pouco?

- Não! É hora de você ir. – desvencilhou-se de mim.

- Por que??? – fiz cara de choro imitando criança.

- Porque eu ainda não entendo nossa situação e não quero você aqui para continuar a me confundir.

- E tem que entender tudo?

- Sem rodeios Dulce .

- Pena que te ensinaram português tão bem! Eu poderia te enrolar mais fácil, do contrário.

- Eu aprendo rápido! – foi me empurrando até a porta de saída.

- Já notei. Pra quem nunca tinha beijado você me deixa doida.

- Quer deixar de ser cafajeste? – sorriu e abriu a porta.

- Então estou sendo expulsa? – apoiei-me na porta

- Sim. Até amanhã. – continuava sorrindo

- Você não vai se despedir de mim assim. – agarrei-a pela cintura e beijei-a em cheio na boca. Ela acabou me empurrando, fazendo um charme que eu adorei.

- Go away Dulce !

Fui embora feliz, sorrindo sem motivo. "Ela me quer. Ela realmente me quer!"



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Autor(a): portinons2vondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 28



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  • marianac Postado em 22/06/2020 - 21:59:07

    A autora sabe que vc está postando a história dela aqui?

  • madilima Postado em 03/11/2015 - 20:15:32

    Termina a fanfic por favor!!! Quero muito saber o final!!!!

  • tammyuckermann Postado em 27/09/2015 - 00:17:41

    Posta mais pff

  • pekenna Postado em 08/04/2015 - 18:56:08

    voltaaaa please

  • nanda302 Postado em 26/03/2015 - 12:37:33

    Venho aqui diariamente ver se vc tem postado mas capítulos.... Estou louca pra vê o final dessa história... Por favor não demora a posta;-) OBG!!!

  • pekenna Postado em 25/03/2015 - 15:33:16

    volta a postar por favorzinhoooooo!!!

  • anymaniecahastalamuerte Postado em 10/12/2014 - 00:25:38

    Posta mais pleaseee!to morrendo pra saber oq vai acontecer!posta maaaaaais!

  • anymaniecahastalamuerte Postado em 06/12/2014 - 22:00:45

    Posta maaais please!VC pode dar uma passadinha na minha fic Os olhos da alma (portinon) ou divulgar ela??obg

  • anymaniecahastalamuerte Postado em 05/12/2014 - 01:24:15

    Brigaduu por postar!!!!!!nunca li ate o final,e gostaria MT de ler essa historia maravilhosa!!valeu MSM!!!posta maaais?obg

  • anymaniecahastalamuerte Postado em 24/11/2014 - 04:34:58

    Por favor posta mais me cadastrei aq só pra comentar essa fic maravilhosa!postaa please


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