Fanfic: Tudo Muda, Tudo Passa... ( Adaptada) Portiñón | Tema: Portiñon
O avião se preparava para decolar. Eram 19:05h e Any me reservou um lugar na janela e sentou no meio. O assento da ponta permaneceu vazio. Estávamos no segundo piso da aeronave e achava tudo grande e com espaço. Vestia jeans e uma blusa leve. Nas bagagens de mão levamos as roupas de frio para vestir na chegada.
- Vamos fazer conexão em Paris, linda?
- Sim. Air France não tem vôos direto para Londres.
- E dá pra ver a cidade?
- Só se o céu estiver limpo. Mas nessa época do ano há muitos nevoeiros.
- Eu só estive em um avião por duas vezes. A ida pra Salvador e o retorno. Quando eu fui jogar capoeira lá. Mas agora essa viagem dura um tempão!
- Dez horas e cinqüenta e cinco minutos até Paris e depois uma hora, aproximadamente, para Londres.
- Caraca!
O avião acelerou na pista e levantou vôo. O piloto falou algumas coisas sobre a viagem, mas eu nem prestei atenção. Estava tensa pensando em como seria encontrar a família de minha amada na Inglaterra, assumir nosso relacionamento e ainda dormir na casa deles.
- Com medo?
- Medo? Eu já passei desse estágio; eu tô com pavor!
Ela riu gostosamente.
- Eu não sabia que alguém tão destemida quanto você tivesse medo de viagens de avião!
- Não da viagem, mas da sua família! Não sei se vou me sair bem com eles. – esfreguei o rosto com as mãos - Any, nós estamos noivas e todo mundo vai ver a aliança nos nossos dedos. Como vai ser isso? Além do mais eu vou comer, beber e dormir na casa dessas pessoas que eu nem sei se vão aceitar nossa realidade. E tem também o meu inglês, não sei se vou saber me comunicar direito. – respirei fundo - Sua avó sabe de nós, mas como você vai explicar nosso noivado?
- Nem estou pensando nisso. E se alguém perguntar, eu respondo a verdade.
- Rá! Seus pais vão ficar possessos.
- Sinto muito por eles!
Rimos. Eu mais de nervoso que por qualquer outra coisa.
- Any, vamos recapitular: você disse que nós passaremos o natal na fazenda, e a fazenda não é da sua avó, é da irmã dela. E a dona Shelley não é obrigada a me ver com bons olhos porque a vó Dorte vê! Além do mais ela é casada e o marido dela pode não concordar também.
- Dul , você se preocupa demais! Eu não tomei essas iniciativas às cegas. Conversei muito com vovó antes. Ela me garantiu que na fazenda estará tudo bem.- a comissária nos interrompeu e entregou um papel com o cardápio e mais um pequeno kit com brindes da Air France – Se você estiver mesmo firme na sua decisão não deve se preocupar tanto com a opinião dos outros. – sua voz denotava certa decepção.
- Perdoe querida. – segurei sua mão – Eu tô completamente envolvida, não tenha dúvidas disso! É que nem sempre eu tenho essa sua coragem de assumir e encarar o que vier; vergonhoso, mas é verdade. Ás vezes eu dou essas bobeiras, mas eu te amo. Não duvide!
- Eu não duvido. – entrelaçou os dedos comigo – Mas sinto uma pontada de dor quando você esmorece.
Beijei sua mão.
- Olhe pra mim amor. – ela olhou – Prometo que nunca mais me verá fraquejando. Prometo!
- Eu sei que você é capaz de coisas incríveis quando quer. Eu acredito.
Beijei sua testa e seus lábios. Ela se assustou e corou.
- Louca! – deu-me um tapinha no braço e olhou em derredor – Estamos em um avião, cercadas de gente de todo o tipo!
- Promessa é dívida! Eu ajoelhei, tinha que rezar. – rimos – Mas, Any, acha que os quatro mil que eu saquei no banco vão ser o bastante pra essa estadia? Lá no banco não tinha libra e não sei depois da conversão quanto vai sobrar.
- Por volta de uns dois mil e trezentos no câmbio atual. Fique tranquila, meu bem, seus gastos serão pequenos uma vez que teremos casa e comida.
- Você não acha que é muita cara de pau da minha parte?
- Claro que não! Você é minha convidada de honra!
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O vôo foi tranquilo e a conexão idem. O nevoeiro era intenso e não pude ver Paris. Trocamos de roupa ainda dentro do avião, antes do pouso, e fazia um frio danado: 1ºC!
- No horário deles são 11:00h, não é isso?
- Sim, e no de Londres são dez.
- Afinal, chegando lá, pra onde vamos?
- Vovó nos espera no aeroporto e iremos de carro direto até a fazenda.
- Nossa! E quem vai dirigir?
- Ela!
- Velhinha danada! Mas, escuta, e seus tios avós sabem que eu irei?
- Ela já deve ter dito a eles.
- E seus pais?
- Estarão lá com toda certeza.
"Oh, my!!!!"
Chegamos em Heathrow sem qualquer atraso. Eram 13:10h da tarde. Pegamos as malas e saímos, e não demorou muito para que um rosto conhecido despontasse no meio dos outros. Logo reconheci das fotografias: vó Dorte. Ela era da altura da neta, tinha cabelos grisalhos, curtos, um rosto redondo, pele bem branquinha e lindos olhos verdes. Tinha um corpo roliço, compacto, mas não era gorda. Suas mãos eram pequenas e delicadas. Usava óculos de lentes redondas, como aqueles que os hippies gostam, e se vestia como estas vovós de filme, faltando apenas o xale. Parecia ter uns 75 anos.
Any correu de encontro a ela e as duas se perderam em um abraço apertado. Parei perto de ambas e fiquei calada olhando. Any sorriu para ela, beijando-lhe o rosto, e disse alegremente, em inglês:
- Vovó, esta é Dulce , da qual falo desde muito!
- Sabia desde o início; ela é exatamente como você descreveu.- e abrindo-me os braços – Venha aqui!
Nós nos abraçamos e simpatizei com aquela senhora logo de estalo. Não imaginava que os ingleses fossem tão simpáticos, ou então era uma característica particular dela, assim como de Any.
- É um prazer conhecê-la senhora. Não repare no meu inglês, pois não é fluente como gostaria.
- Seu inglês é muito bom, não se envergonhe. E pode me chamar de vó Dorte também. – e dirigindo-se a nós – Faremos uma boa viagem para a fazenda. Querem ir ao banheiro antes,comer alguma coisa...
- Eu preferiria ir direto, e você amor?- olhou para mim.
Balancei a cabeça concordando.
"Calma Any, vai devagar, não fique me chamando assim de estalo na frente da sua avó!"
- Vamos direto, então.
Fomos até o estacionamento e fazia um frio de cão. Logo achamos o carro e pela primeira vez vi as famosas máquinas de mão invertida. Engraçado! O carro, aliás, era um senhor Ford, que eu nunca tinha visto rodando no Brasil.
Autor(a): portinons2vondy
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Saímos do aeroporto e pegamos uma bela estrada. Any foi sentada no banco da frente e conversava com a avó o tempo todo. Eu viajava olhando a paisagem e pensando em como poderia estar ali, tão longe do Brasil. Em Londres e arredores imediatos neve não é comum, mas a cidade é fria havendo um nevoeiro intenso no inverno. Nã ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 28
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marianac Postado em 22/06/2020 - 21:59:07
A autora sabe que vc está postando a história dela aqui?
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madilima Postado em 03/11/2015 - 20:15:32
Termina a fanfic por favor!!! Quero muito saber o final!!!!
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tammyuckermann Postado em 27/09/2015 - 00:17:41
Posta mais pff
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pekenna Postado em 08/04/2015 - 18:56:08
voltaaaa please
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nanda302 Postado em 26/03/2015 - 12:37:33
Venho aqui diariamente ver se vc tem postado mas capítulos.... Estou louca pra vê o final dessa história... Por favor não demora a posta;-) OBG!!!
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pekenna Postado em 25/03/2015 - 15:33:16
volta a postar por favorzinhoooooo!!!
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anymaniecahastalamuerte Postado em 10/12/2014 - 00:25:38
Posta mais pleaseee!to morrendo pra saber oq vai acontecer!posta maaaaaais!
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anymaniecahastalamuerte Postado em 06/12/2014 - 22:00:45
Posta maaais please!VC pode dar uma passadinha na minha fic Os olhos da alma (portinon) ou divulgar ela??obg
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anymaniecahastalamuerte Postado em 05/12/2014 - 01:24:15
Brigaduu por postar!!!!!!nunca li ate o final,e gostaria MT de ler essa historia maravilhosa!!valeu MSM!!!posta maaais?obg
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anymaniecahastalamuerte Postado em 24/11/2014 - 04:34:58
Por favor posta mais me cadastrei aq só pra comentar essa fic maravilhosa!postaa please