Fanfics Brasil - Capítulo 55 Tudo Muda, Tudo Passa... ( Adaptada) Portiñón

Fanfic: Tudo Muda, Tudo Passa... ( Adaptada) Portiñón | Tema: Portiñon


Capítulo: Capítulo 55

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Passamos por uma porteira de madeira que se encontrava aberta, e um homem nos acenou. Havia uma placa dizendo: Sunflower Farm. Logo percebi uma linda árvore de natal, um pinheiro de verdade, de uns 6m de altura, completamente enfeitado e com uma estrela na ponta.

- Uau! Lindo! – exclamei

- Também acho. Passamos três dias para enfeitá-la, mas valeu a pena.

- Todo ano temos uma bela árvore. Espere só até acenderem as luzes. – Any me falou.

Vó Dorte se deslocou até o celeiro e estacionou o carro em uma espécie de grande garagem toda feita em madeira, que era como um anexo do celeiro. As portas estavam abertas quando chegamos. Lá dentro, estavam mais seis carros e um trator, além de poucas ferramentas de campo penduradas em uma parede.

- Pelo que vejo todos já chegaram – cruzou os braços – Bem, está frio e acredito que agora sim vocês queiram se preparar e comer algo. Vamos entrar?

Retirei as malas do bagageiro enquanto Any e a avó fechavam as portas. Saímos de lá e andamos até a porta de entrada da casa. Olhei para trás para ver melhor o celeiro. Ele tinha uns 12m de altura por quase a mesma coisa de largura, era todo em madeira e estava fechado. A poucos metros da porta havia um pequeno poste com uma lamparina pendurada, que estava apagada. Eram umas 18:00h, mas já estava escuro. Porém, podia perceber a existência de muitas árvores, desfolhadas por conta do inverno, e de um campo plano cheio de trigo. Mais ao longe se via um pequeno lago.

- A fazenda se estende até aquele lago?

- Sim. Por conta da escuridão você não poderá ver uma cerca de madeira bem próxima às suas margens. Ela nos separa da fazenda dos McGueer. Do outro lado – apontou o lado oposto ao do lago- é a fazenda do pastor O’Brian. E o nosso famoso campo de girassóis fica ali, perto do celeiro, mas nesta época do ano você não os verá. Ficará para a próxima, no verão! – sorriu.


- Eu sinto interromper, mas o frio está me matando! Vamos entrar? – Any trincava os dentes.

E finalmente estávamos paradas diante da porta. A casa era enorme, como estas que se vê nos filmes. Também em madeira, pintada de branco, com seis janelas na fachada, todas com umbrais pintados de azul claro. A porta de entrada era preta, lisa, e com uma grande argola de bronze pendurada. Vó Dorte segurou esta argola e bateu forte.

- Ajuda para uma pobre mendiga – brincou.

Uma mulher muito parecida com ela abriu a porta e nos recebeu sorridente.

- Mendiga, é?- sorriu – Oh, meu amor, quanta saudade! Está linda com este corte de cabelo! E você deve ser Dulce . Vamos, entrem, saiam deste frio!

Entramos na casa e o interior era magnífico. Não parecia uma casa de fazenda, mas uma de bonecas e contos de fadas. Tudo era rústico, feito em madeira, mas com delicadeza e bom gosto. Any e a tia se envolveram em um abraço apertado.

- Oh, deixe-me ajudar com isso! – um senhor correu até mim e pegou as malas – Sou Herbert Duncan, marido de Shelley.

- É um prazer. Dulce .

- Fique a vontade.

- Olá tio! – Any beijou o rosto do homem.

- Olá querida! Tivemos saudades.

- Dulce , é um prazer – dona Shelley me puxou em um abraço de urso.

- Igualmente.

- E onde estão todos? – perguntou vó Dorte.

- Alguns no salão e outros na cozinha. À propósito Any, seus pais chegaram não faz muito tempo. Robert está jogando gamão com Terry, e sua mãe está...

- Está parada aqui na sala querendo um abraço da filha!

Olhamos quase que todos ao mesmo tempo e nos deparamos com Jack parada perto de uma pequena estante. Any caminhou até ela e se abraçaram sem muito entusiasmo. Quanto a mim, se resumiu a um cumprimento com a cabeça.


- Bem, essas meninas fizeram uma longa viagem e é hora de realmente chegarem. – vó Dorte interrompeu – Creio que querem desarrumar as malas e comer algo. Talvez até queiram tomar um banho; os brasileiros tomam banho demais pelo que se diz, e Any deve ter adquirido o hábito.

- Banho em um frio desses?? Deus! Mas tudo bem. Eu vou levá-las para o quarto e depois elas conversarão com todos.- disse seu Herbert.

"Todos? É esse todos que me apavora!"

Reparei que muitas vozes vinham de um cômodo mais para dentro da casa. "Deve ser o tal salão!"

- O quarto de vocês fica no terceiro andar. Any conhece bem a casa. Venham!

- Quarto de vocês? – perguntou Jack com desaprovação – Any não dormirá com Robert e eu como sempre?

- Não querida! – dona Shelley interveio - Elas dividirão o quarto com Leslie e Meg. Deixamos os jovens todos no terceiro andar.- e olhando para nós – Podem ir meninas!

Não perdemos tempo e subimos as escadas atrás do senhor Herbert. Cruzamos um corredor comprido, cheio de quadros, e entramos em um belo quarto com quatro camas.

- Aqui está! – colocou as malas sobre uma mesinha – Leslie está com esta cama e Meg com aquela ali do canto. Fiquem a vontade. No mais, Any conhece bem a casa.

- Obrigado, senhor!

- Obrigado tio!

- Pode me tratar por meu nome, Dulce . Senhor é apenas Deus. – dito isso retirou-se do quarto.


****************************************


Após nossa efetiva chegada na casa, descemos arrumadas para o primeiro andar. Any estava lindíssima usando botas negras de salto alto, calça preta justa no corpo e casaco de pele com motivos de oncinha. Maquiou-se com descrição e usou jóias douradas. Era incrível como sempre sabia ser deslumbrante!


Eu também usava botas, as que ela me deu, vesti uma calça jeans mesclada e coloquei o casaco marrom sobre uma blusa preta de gola rolê. Meus adereços eram prateados, e deixei Any me maquiar. Ela adorava fazer isso.

A primeira pessoa que vimos foi vó Dorte, que iniciou a peregrinação nos apresentando a família. Fomos direto para o salão e choquei ao chegar. Era um cômodo imenso, com uma grande mesa central na qual a ceia já estava posta. Havia inúmeras cadeiras, junto a mesa e espalhadas, um relógio estilo cuco, uma grande estante cheia de fotografias, vários quadros na parede e um piano de cauda perto da janela. O lustre de cristal parecia com aqueles que se vêem no Museu Imperial de Petrópolis. O salão era todo acarpetado, e me senti pisando em uma daquelas preciosidades que vêm do Oriente Médio. Havia também uma mesa menor, onde "meu sogro" e um homem jogavam gamão. Próxima a ela, um móvel cheio de tabuleiros e peças de jogos. Além de tudo isso, claro, havia também as pessoas. Dona Shelley e o marido tinham três filhos: Thompson, Malcon e Henry, havendo pouca diferença de idade entre eles, que regulavam quarenta e poucos anos. Thompson era o mais velho e mais simpático, e casado com Carmem, uma espanhola totalmente louca. Eles eram os pais de Leslie e Meg, que regulavam minha idade, e pareciam duas hippies. Malcon era do tipo calado, mas muito gentil e sorridente. Era casado com Mildres, de iguais maneiras, e eram os pais de Terry, um rapaz de uns 30 anos, sendo o mais velho dos netos de Shelley e Herbert. Segundo vó Dorte: - Malcon foi pai e casou-se muito cedo. Os calmos são os piores...

Terry vestia-se como um evangélico típico e era bastante conservador. Muito sério e sisudo, parecia gostar muito do pai de Any. Henry era solteiro e estava acompanhado por uma bela namorada de origem indiana, de nome Bandhari. Ele era brincalhão e animado, e aparecia a cada ano com uma namorada diferente no natal.


Talvez por isso tivesse quatro filhos, cada um com um tipo físico: Bryan, de 22 anos, inglês típico, Kevin, de 19 anos, ruivo, Augustus, de 16 anos, negro, e Mirayn, de 15 anos, a única menina e com traços orientais. Na caravana deles também veio um rapaz de nome Martyn, amigo de Kevin. Havia também o senhor Angus, irmão mais velho de Herbert, viúvo e sem filhos e dona Doroty, irmã caçula do falecido avô de Any, com sua neta Corina, de 18 anos. Vó Dorte e o marido tiveram um único filho, "meu sogro". Então ao todo contei que éramos 25 pessoas, incluindo os donos da casa.

Durante as apresentações, as pessoas foram muito gentis comigo, mas não gostei muito de Terry, que me olhou com frieza, Bryan, machinho típico, Corina e dona Doroty, ambas muito metidas. Robert e Jack me espreitavam disfarçadamente, e me parecia que desejavam que eu cometesse uma gafe a qualquer momento. Any era simpática com todos e agia com muita naturalidade; eu me esforçada para fazer o mesmo, pois ainda tinha receios sobre o que viria pela frente.

Feitas as apresentações, Shelley me levou em um tour pela casa; Any veio atrás. Apesar de viver numa fazenda, eles contavam com recursos modernos e a casa era extremamente confortável. Seus três andares eram decorados com bom gosto e obras de arte não faltavam.O terceiro tinha cinco quartos grandes e um banheiro. O segundo era idêntico, e o primeiro tinha uma sala de visitas, o tal salão, uma grande cozinha, um banheiro e um quarto de estudos.

Herbert era advogado e adora estudar direito e história. Havia também um porão, cheio de ferramentas e pequenas coisas da casa. A fazenda possuía treze empregados, que moravam em pequenas casas que margeavam a estrada principal, de onde viemos. Na verdade, destes havia dois que moravam na fazenda: o homem que vimos ao chegar e a esposa. Ele e a mulher eram indianos, Shrid e Angia, e estavam na cozinha trabalhando. Os demais funcionários foram dispensados após a arrumação dos preparativos de natal. Por fim, com eles, éramos 27 pessoas.


Eram nove da noite e o grupo estava assim reunido: os filhos dos donos da casa e suas esposas conversavam animadamente entre si. Herbert, Shelley, seu Angus e dona Doroty estavam próximos ao piano cantando, enquanto vó Dorte tocava músicas antigas. Robert conversava com Terry e Jack. Leslie, Meg, Kevin, Martyn e Augustus conversavam e mostravam fotografias mutuamente. Bryan fazia gracinhas para Mirayn e Corina. Shrid e Angia pediram licença e foram para sua casa, atrás do celeiro, receber os dois filhos que estavam para chegar. Any e eu circulávamos por todo esse povo, nos detendo mais tempo onde vó Dorte estivesse. Respondi a um milhão de perguntas sobre o Brasil, algumas, inclusive, bem idiotas.

Terminada uma música, vo Dorte ofereceu:

- Filha, por que não toca um pouco? Acredito que deva ter saudades deste piano.

- Será um prazer!



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Autor(a): portinons2vondy

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Any sentou-se no piano e tocou todas as músicas que lhe pediam. Em pouco tempo, o grupo inteiro estava ao redor dela, cantando e sugerindo a próxima canção. Ela tocava com intensidade, e parecia invadida pela música. Eu me vi desligada de tudo, e absorvendo cada gesto dela, admirando profundamente a mulher que amava com todas as minhas for& ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 28



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  • marianac Postado em 22/06/2020 - 21:59:07

    A autora sabe que vc está postando a história dela aqui?

  • madilima Postado em 03/11/2015 - 20:15:32

    Termina a fanfic por favor!!! Quero muito saber o final!!!!

  • tammyuckermann Postado em 27/09/2015 - 00:17:41

    Posta mais pff

  • pekenna Postado em 08/04/2015 - 18:56:08

    voltaaaa please

  • nanda302 Postado em 26/03/2015 - 12:37:33

    Venho aqui diariamente ver se vc tem postado mas capítulos.... Estou louca pra vê o final dessa história... Por favor não demora a posta;-) OBG!!!

  • pekenna Postado em 25/03/2015 - 15:33:16

    volta a postar por favorzinhoooooo!!!

  • anymaniecahastalamuerte Postado em 10/12/2014 - 00:25:38

    Posta mais pleaseee!to morrendo pra saber oq vai acontecer!posta maaaaaais!

  • anymaniecahastalamuerte Postado em 06/12/2014 - 22:00:45

    Posta maaais please!VC pode dar uma passadinha na minha fic Os olhos da alma (portinon) ou divulgar ela??obg

  • anymaniecahastalamuerte Postado em 05/12/2014 - 01:24:15

    Brigaduu por postar!!!!!!nunca li ate o final,e gostaria MT de ler essa historia maravilhosa!!valeu MSM!!!posta maaais?obg

  • anymaniecahastalamuerte Postado em 24/11/2014 - 04:34:58

    Por favor posta mais me cadastrei aq só pra comentar essa fic maravilhosa!postaa please


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