Fanfics Brasil - Capítulo 57 Tudo Muda, Tudo Passa... ( Adaptada) Portiñón

Fanfic: Tudo Muda, Tudo Passa... ( Adaptada) Portiñón | Tema: Portiñon


Capítulo: Capítulo 57

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Saímos para andar pela fazenda e Any me mostrou cada parte de lá. Conheci o celeiro, o local onde nascem os girassóis, o pomar e a pequena estufa. Corremos por um pequeno campo de trigo e caminhamos na beira do lago. Chegamos ao estábulo e Any pediu a um rapaz que preparasse dois cavalos.

- Any, você tá brincando! Eu não vou montar não!

Ela riu divertida.

- Como pode alguém tão destemida como você ter medo de andar a cavalo? – segurou minha mão – Eu estarei do seu lado. Não confia em mim?

- Em você eu confio! Agora, em um bicho que tem mais pernas do que eu, corre mais do que eu e que pode me matar só com uma leve pisadinha no crânio eu não confio de jeito nenhum!

Riu novamente.

- Deixe de ser boba! Cavalos não vivem dando pisadinhas no crânio das pessoas, Dul . – puxou-me pela mão – Vamos!

O rapaz me ajudou a montar e Any montou sozinha. Segurava as rédeas dos dois animais, que caminhavam tranqüilamente e solidários. Eram duas éguas negras, bem tratadas e muito bonitas.

- Como é que a gente regula a velocidade delas, Any?


- Engenheira, não estamos em um carro, está bem? – sorriu – Segure aqui. – estendeu-me as rédeas – É assim que você deixará que ela saiba o que você quer, puxando as rédeas mais ou menos, aliado a batidas leves com os calcanhares. Eu não peguei o... como fala em português? Chicote?

- É, chicote. Mas o que fazer se ela sair correndo como louca?

- Eu ajudo você, mas isso não é normal, só se você perturbá-la.

- Eu? Tô disposta a ser o mais agradável possível pra ela.

Demos algumas voltas em trotes cada vez mais velozes, até uma hora em que quase caí. Reduzi a velocidade e liberei Any para correr como quisesse. Logo desmontei depois disso, mas ela ainda correu bastante, e fiquei sentada na cerca admirando sua desenvoltura. Sua imagem sobre aquele cavalo estava me enfeitiçando sobremaneira.

- Deus, que paixão hein?

- Cuidado para não escorregar na própria saliva.

Olhei para trás e eram Meg e Leslie que vinham chegando. Sorri.

- Bom dia!

Elas responderam sorrindo e acenando com a cabeça. Sentaram-se na cerca como eu.

- Vocês acordaram a que horas? – perguntou Leslie.

- Sete e meia, mais ou menos.

- Nós acordamos por agora, meio dia. – disse Meg. Olhou para mim e piscou – E então? Já estão noivas? – olhou para minha mão.

- Acho que já sabe a resposta. – voltei admirar Any.

- Papai nos contou. Vovó disse para os filhos que Any havia se apaixonado por uma garota que também viria para a fazenda. E ela contou só para não haver constrangimentos, e não por fofoca. Assim como o tio Henry advertiu que Kevin traria o namorado.

"Eu bem notei que aquela amizade envolvia muita mão em muito lugar. Any e eu somos bem mais discretas quando queremos."


- Nossa família não tem essas coisas, nós somos liberais, e não um bando de conservadores como a família do tio Malcon. Nem parece que ele foi criado pelos nossos avós! Mas relaxa, que ele e a mulher falam por trás. Quem pode encher a paciência é o São Terry. – disse Leslie.
- E Bryan, que sempre teve esperanças de conseguir alguma coisa com Any. – Meg Complementou.

- Ele e Corina se pegam há três natais, e é capaz de se pegarem nesse também, mas o interesse do "garanhão" sempre foi Any. – Leslie disse.

- Assim como Corina sempre quis Kevin. Aliás, eu acho que ela passou a dar em cima do Bryan só para provocar Kevin, mas é perda de tempo; além do mais agora com Martyn no meio do caminho.

Any dirigiu-se até nós montada no cavalo.

- Bom dia.Ou boa tarde, como preferirem.- saudou-as com reverências.

- Você mudou Any. Acordando cedo, parece mais feliz, mais ousada. Vejo que o amor lhe caiu bem. – Meg brincou.

- Mais do que possa imaginar. E então? Ninguém aí quer andar a cavalo?

- Eu não posso. Caí da moto e estou proibida até de trepar por mais um mês.

- Agora pense na minha situação! Aturar o mau humor de Leslie com falta de sexo por meses a fio! E tudo porque enganaram a ela que sabia andar de moto.

- Mas eu sei, foi só um acidente! E eu estou sem sexo por recomendação médica. Você não trepa desde setembro e sem razão. Eu é que agüento essa sua ansiedade crescente. – olhou para Any – Divirta-se enquanto pode. Não é em todo lugar que se tem bons animais e um ótimo campo para correr.

- Isso querida. Aproveite. Eu estava gostando de ver você cavalgar.- disse.

- Então eu vou correr só mais um pouco e depois virei me juntar a essa conversa de vocês.- retirou-se.

- Já esteve com algum homem? – Leslie me perguntou a queima roupa.

- Vocês realmente vão direto ao ponto! – respondi sorrindo.


- Não estranhe nosso jeito de ser! Como disse, nossa família é liberal e não tem aquela mesura toda dos ingleses típicos. Talvez porque papai tenha sido hippie e mamãe seja espanhola e ex ativista contra a ditadura Salazar. Meg e eu provamos nossa "grama" dentro do quarto sem que eles fiquem tendo crises por conta disso. Nada que fazemos é escondido. E respeitamos todas as opções de vida: isso é o mais importante.

- Sim, eu já estive com vários homens.

- E você gostava? – Meg perguntou.

- Muito.

– Com quantas mulheres esteve?- insistiu.

- Duas.

- Sendo que uma é Any? – Leslie me beliscou.

- Sim, é ela. E eu a amo muito.

- A ponto de nem dar uma escapada?

- Não Meg. Se você ama alguém de verdade não existe isso de escapada. Além do mais Any me ensinou que fidelidade também é uma questão de maturidade.

- Hum. Bom para ela, mas... se não fosse assim... – aproximou-se de mim e cochichou no meu ouvido – eu iria adorar trepar com você. Dizem que o tempero brasileiro é muito gostoso.

- Não será dessa vez que você vai descobrir isso. – desci da cerca – Acho que vou dar uma caminhada.

- Ei, não tenha medo de Meg! Ela só está carente e por isso cometeu essa indelicadeza, não é irmã? – beliscou o braço da outra – Mas não passa de uma mulher parada que fala mais do que faz.- abriu a bolsa de pano que carregava e sacou uns cigarrinhos – Vamos esquecer isso e relaxar um pouco. – estendeu-me um cigarro e outro para a irmã, que logo pegou – Prove! Você vai ficar alta, louca!


-


 Ah, não obrigada! Eu não fumo cigarro, muito menos esses... especiais. Agora, me dêem licença que eu vou indo.

"Eu, hein!! Não fumo bagulho no Rio pra fumar na Inglaterra? Tô fora!

O almoço de natal aconteceu por volta das 15:00h, que foi mais ou menos quando Any e eu entramos em casa. Terry pediu para fazer a oração de agradecimento e disse algumas coisas sobre "acabar com o mal que quer invadir o seio da família". Ficou claro para mim que Any e eu fazíamos parte deste mal.

Bryan e Corina chegaram depois de nós e com aspecto de que haviam "almoçado" antes em algum canto destacado da fazenda. Mesmo assim ele sentou em frente a Any. Os pais dela ficaram um pouco mais longe. Vó Dorte beijou nossas testas e sentou-se ao lado de Any. Leslie e Meg não deram as caras.

As conversas transcorreram sobre assuntos amenos até que Bryan resolve abrir a boca:

- Está noiva prima?

- É o que parece, não? – respondeu.

Corina riu.

- Isto é só um anel. Ela não está noiva. – disse Jack.

- Estou sim mamãe.

- E onde está seu noivo? – Bryan perguntou debochadamente.

- Eu disse que estava noiva, mas não disse que tinha noivo.

- E como pode ser isso? – perguntou o senhor Angus – Que conversa é esta entre vocês?

- Onde você está querendo chegar Bryan? – Vó Dorte perguntou seriamente.


- Ele está querendo uma família decente tia Dorte. Eu não agüento mais o que acontece aqui! – Terry bateu na mesa –Anahí fica noiva de uma mulher e todos têm que achar isso natural. Kevin traz o pequeno namorado escocês e eu tenho que me sentar do lado do "casal" na mesa porque foi o lugar que sobrou! E onde estão Leslie e Meg? Alguém sabe? Pois eu digo: - levantou-se - estão fumando maconha perto do estábulo! E o tio Henry? Alguém se lembra do nome da namorada dele que aqui está? Nem adianta memorizar porque ano que vem provavelmente será outra mulher e talvez venha mais um filho por aí. E mesmo você Bryan, - apontou para o rapaz- deveria se envergonhar de fazer sexo com Corina no meio do mato! – olhou para ela – Não imaginava que fosse essa a educação que recebeu.

- Corina! – dona Doroty deu um grito tapando os lábios com a mão.

- E quem elegeu você o representante da moral e dos bons costumes mocinho? Eu faço de minha vida o que bem entender, e criei meus filhos sem a sua ajuda e dela nunca hei de precisar, se Deus quiser. – Henry estava de pé furioso.

- E se minhas filhas estão fumando você não tem que se meter nisso. São minhas filhas, minhas, e não suas! – Carmem estava aos berros – Elas são saudáveis, e não puritanas complexadas e idiotas como você!

- Eu não quero mais permanecer aqui. Estamos de saída. – Kevin preparava-se para sair acenando para Martyn

- Oh, Deus, que vergonha! – Jack exclamou.

- Isso aqui está um antro! Se eu soubesse disso nem teria vindo. – o senhor Angus jogou o guardanapo na mesa.

A confusão se alastrou e Any e eu permanecemos paradas apenas observando tudo, até que Shelley se levanta furiosa e grita:

- Chega!!! Chega! Calem a boca agora! – socou a mesa – Ninguém sairá daqui! Chega de tanta hipocrisia e show gratuitos de intolerância! Chega!


 


- Mas vovó... – Terry tentou argumentar.

Shelley saiu de seu lugar pegou Terry pelo braço e o sentou em seu lugar com um empurrão.

- Deixe de ser tão desagradável e inconveniente. Que Deus você diz louvar se não sabe sequer respeitar a família que tem? Ninguém é obrigado a fazer o que você acha certo, e como bom cristão você deve respeitar as escolhas alheias! – olhou para Kevin e Martyn – E vocês dois sentem-se nos seus lugares, pois não vão a lugar algum. Essa é minha casa e recebo quem eu bem entender, Terry goste ou não.

Voltou para seu lugar e sentou-se. Herbert, que estava na outra cabeceira levantou a voz:

- Se estamos aqui reunidos é pelo aniversário de Cristo. – olhou para todos – Angus você é meu irmão mais velho, mas não admito que chame minha casa de antro. E trate de pegar seu guardanapo de volta e agir como um cavalheiro. Se vocês não respeitam os direitos dos outros de fazerem o que bem entendem das próprias vidas respeitem pelo menos a Cristo que deve ser comemorado com alegria e não com deboches, provocações e lições baratas de moral!

- Mas vovô, como respeitar a data como ela merece se estas pessoas...

- Cale a boca Terry! - Malcon gritou – Seus avós já falaram com você, e chega por hoje com suas observações inconvenientes! Se abrir a boca novamente eu mesmo vou dar um jeito de fechá-la!

- Corina, conversamos depois! – disse dona Doroty.

Corina abaixou a cabeça sem graça.

- O mesmo para você Bryan! E não quero mais ouvir nenhuma pergunta idiota de sua parte! – Henry afirmou com raiva

- Nada disso teria acontecido se... – Robert ensaiou um discurso.

- Robert! – vó Dorte disse secamente – Cale-se!

Ele obedeceu prontamente. Um silêncio tumular invadiu o salão e todos voltaram a comer normalmente. Olhei para Any e ela estava visivelmente chateada.


Pus a mão na perna dela que então me olhou sorrindo. De repente, Leslie e Meg chegam esbaforidas.

- E então família? No meio de toda essa paz há lugar para mais duas na mesa?- Leslie tinha os olhos vermelhos.

Depois do almoço tudo foi acontecendo rapidamente. Dona Doroty disfarçou um pouco e foi embora com a neta. O senhor Angus alegou ter de ir visitar a família de um amigo e se foi logo depois. Bem à noite, Malcon, Mildres e Terry despediram-se de todos e partiram. O frio aumentou e foi quase impossível ficar do lado de fora depois do almoço. A neblina era tão intensa que mal se via a mão na frente do rosto. Mesmo com a casa sendo grande achei que este contato forçado estimulou os incomodados a irem embora; acharam mais fácil dirigir no nevoeiro.  Herbert criou várias opções de jogos para nos entreter, e todos, menos Bryan e os pais de Any, participamos. Henry conversou com o filho em particular, que não apareceu mais pelo resto do dia. Bandhari parecia ter medo da família.



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Autor(a): portinons2vondy

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 Com a sobra de quartos, Meg e Leslie foram dormir em outro lugar e Any e eu ficamos sozinhas no quarto. - Enfim, sós! – abracei-a pela cintura. - Ai, não amor, por favor! Estou morrendo de dor de cabeça. Mesmo com as boas tentativas do tio Henry em nos divertir, aquele episódio do almoço me deixou chateada demais. – desv ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 28



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  • marianac Postado em 22/06/2020 - 21:59:07

    A autora sabe que vc está postando a história dela aqui?

  • madilima Postado em 03/11/2015 - 20:15:32

    Termina a fanfic por favor!!! Quero muito saber o final!!!!

  • tammyuckermann Postado em 27/09/2015 - 00:17:41

    Posta mais pff

  • pekenna Postado em 08/04/2015 - 18:56:08

    voltaaaa please

  • nanda302 Postado em 26/03/2015 - 12:37:33

    Venho aqui diariamente ver se vc tem postado mas capítulos.... Estou louca pra vê o final dessa história... Por favor não demora a posta;-) OBG!!!

  • pekenna Postado em 25/03/2015 - 15:33:16

    volta a postar por favorzinhoooooo!!!

  • anymaniecahastalamuerte Postado em 10/12/2014 - 00:25:38

    Posta mais pleaseee!to morrendo pra saber oq vai acontecer!posta maaaaaais!

  • anymaniecahastalamuerte Postado em 06/12/2014 - 22:00:45

    Posta maaais please!VC pode dar uma passadinha na minha fic Os olhos da alma (portinon) ou divulgar ela??obg

  • anymaniecahastalamuerte Postado em 05/12/2014 - 01:24:15

    Brigaduu por postar!!!!!!nunca li ate o final,e gostaria MT de ler essa historia maravilhosa!!valeu MSM!!!posta maaais?obg

  • anymaniecahastalamuerte Postado em 24/11/2014 - 04:34:58

    Por favor posta mais me cadastrei aq só pra comentar essa fic maravilhosa!postaa please


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