Fanfics Brasil - Capítulo 75 Tudo Muda, Tudo Passa... ( Adaptada) Portiñón

Fanfic: Tudo Muda, Tudo Passa... ( Adaptada) Portiñón | Tema: Portiñon


Capítulo: Capítulo 75

1574 visualizações Denunciar


Na sexta seguinte Any finalmente conseguiu falar com a avó. Ela havia passado mal do coração e tia Shelley estava com ela no hospital. Enquanto isso o senhor Angus também passou mal e Herbert ficara com o irmão. Por isso estavam incomunicáveis. Any não teve coragem de falar o que houve, e apenas disse que encerrou aquela conta bancária por outras razões, pedindo para que ela não depositasse mais dinheiro. Deu meu telefone do trabalho e o da secretaria da engenharia civil da faculdade para ela tentar entrar em contato se precisasse.


Depois disso, dois meses meses haviam passado, e vivíamos um cotidiano corrido. Any estava fazendo um curso longo na arquitetura e com isso chegava em casa na mesma hora que eu, por volta das seis e pouco da tarde. Eu vivia como louca nos canteiros de obra de Bonsucesso, e virava e mexia me aborrecia com um ou outro peão, porém, a cada dia, aumentava o número dos que gostavam de mim, até porque eu me preocupava com a segurança e bem estar deles, apesar de tudo. Por conta disso, eu praticamente não parava no escritório em Botafogo, e meu contato com os colegas de trabalho se resumia a reuniões com Bárbara, Alcides e Anderson, mas os dois primeiros quase não iam na obra, por conta das tarefas que foram incumbidos de fazer.

Anderson e eu nos revezávamos nos plantões de final de semana.

Com todo o corre corre, Any e eu encontrávamos tempo para nós, e nos divertíamos com programas simples, porém românticos. Fazíamos amor com uma frequência considerável.

Eu não deixei que ela saísse da academia de ginástica, pois o dinheiro estava dando para pagar. Minha capoeira e o vôlei na praia continuavam firmes e fortes na medida do possível.

Meu contato com as Feiticeiras se restringiu a trocas de e-mails. Aline estava comparável a Any, efetivamente no sétimo período da engenharia elétrica. Soninha disse que se formaria no final do ano, e que estava com um namorado sério que era da igreja dela. Pensavam em se casar em janeiro, talvez. Taís andava por todas as farras possíveis e imagináveis e havia recebido uma carta da faculdade dizendo que se não passasse em física e álgebra desta vez seria ejubilada. Não notei da parte dela qualquer receio com isso.

Eu me inscrevi no plano do telefone fixo, e Anderson tinha um primo que trabalhava na empresa de telefonia e se dispôs a acelerar meu processo mediante um "cafezinho". Com isso, a previsão era de que o aparelho chegasse no começo de junho. Estávamos no meio de maio.


Um dia desses houve uma chuva tão danada que alagou tudo, como uma que houve nas vésperas do carnaval. Ficamos dois dias sem poder ir para o canteiro e com isso trabalhei no escritório, do qual estava longe praticamente desde que comecei.

Simone, a secretária, me olhava de um jeito que me perturbava e eu às vezes me via de olho em seus "atributos físicos". Ela tinha uma intimidade esquisita com Júlio, o que parecia chatear Anderson. "Esse escritório deve ser cheio de fofocas..."

Saí para almoçar com Leon, Camille e Alcides. Na verdade, Alcides me chamou e os outros dois se ofereceram para vir junto.

- E então Mona, quer dizer que você já é casadinha? – perguntou Leon.

- Casadíssima, eu diria.

- Por que todo boiola é indiscreto?

- Pára Alci, a conversa aqui é com a Mona.

- Alci? – ri

Ele fez cara de contrariedade.

- Quê que seu maridão diz de você trabalhar em obras, cherry? – Camille perguntou

"Ih, é agora!"

- Ela não se surpreende, até porque é estudante de engenharia civil e sabe como é a coisa.

Fez-se um silêncio tumular até que Leon deu um gritinho afetado e falou:

- Ai, você é da comunidade, Mona! Que bom saber, eu me sentia tão só naquele escritório cheio de heteros quadrados...

- Ei! – Camille se revoltou.

Alcides permaneceu quieto e não abriu mais a boca no almoço. Leon me encheu de
perguntas sobre Any e Camille perguntou algumas coisas sobre ela também, mas nada indiscreto. Voltamos para o prédio e na entrada da sala Alcides parou para tomar um cafezinho. Os outros dois entraram. Parei perto dele e peguei um café também.

- Então. Eu espero que nada disso afete o nosso trabalho, que tá para acabar e muito bem sucedido.

Ele me olhou e respondeu.


- Não tenho nada com vida pessoal de colega. Além do mais eu entendo. Os homens tão virando uns boiolas e os que gostam de mulher não têm mais seriedade. As mulheres ficam sem opção. Se eu fosse mulher nem sei o que faria.

Conseguimos concluir os trabalhos no final de maio, totalmente dentro do planejado e Arthur ficou satisfeitíssimo. A Prefeitura marcou uma cerimônia para inaugurar a linha nova e Arthur e Júlio foram convidados. Ganhei um aumento de salário e fiquei incumbida de coordenar os trabalhos nas favelas. Seriam cinco favelas, e todas sob minha responsabilidade. O prazo era até março do ano seguinte.

A fofoca da minha sexualidade correu no escritório como fogo em rastro de pólvora, e com isso notei que Bárbara mudou seu jeito comigo. Parecia ter medo. Simone continuava com suas atitudes estranhas. Júlio se decepcionou e Arthur não se modificou em nada. Os outros às vezes cochichavam, menos Camille, Leon e Alcides.

O telefone chegou no dia 3 de junho e Any estreou ligando para a avó. Dona Dorte ainda estava melhorando do coração, e perguntou quando a neta iria abrir outra conta bancária. Disse que estava gastando muito dinheiro com a saúde mas que ainda poderia ajudar. Any tinha medo de piorar o estado da avó e não contou tudo a ela. Concordei. Eu liguei para as Feiticeiras e soube das novidades. Aline estava estagiando na emissora onde a mãe trabalhava, Soninha se preparando para abrir um loja grande de autopeças na Avenida

Suburbana e Taís a poucos dias de ser ejubilada. Tinha certeza de que não conseguiria passar em álgebra e física.

Any, como sempre, muito bem nas notas e havia acabado de concluir o tal curso que fez na arquitetura. Naquela noite fomos assistir a um espetáculo muito bonito no Teatro Municipal, e Paulinha e a namorada, Ruth, foram conosco. Ao final, paramos em um dos belos bares da Cinelândia e tomamos um café bem gostoso.


- Meninas, que espetáculo! Eu fiquei tão emocionada! E uma coisa dessas por um preço acessível! Se minhas filhas tivessem sensibilidade pra ver algo assim! Mas elas só gostam do rock barulhento e sem sentido dessas bandas de malucos viciados... – disse Ruth

Paulinha não dava muita sorte em seus relacionamentos, e ela sempre se envolvia com mulheres bem mais velhas e complicadas. Desde o final do ano passado estava com Ruth, que era separada e mãe de duas filhas. Era professora, tinha 42 anos mas parecia mais velha. Era baixinha, magra, morena e dona de cabelos curtos pintados de ruivo. Seus olhos eram negros e esbugalhados como se fossem saltar das órbitas a qualquer momento. Paulinha tinha 20 anos, era nissei, e um pouco mais alta que Any. Seus cabelos eram curtos e lisíssimos.

- É o jeito delas Ruth! Nem todo mundo consegue entender esse tipo de espetáculo. – disse Paulinha bebendo seu café.

- Eu sempre gostei. Em Londres a vida cultural é muito intensa e vovó me acostumou desde cedo a gostar de teatro, balé e musicais. Meus pais também adoram e isso foi outro incentivo para mim.

- Eu confesso que comecei a dar atenção a essas coisas depois de você. – olhei para Any – E hoje gosto muito.

- E eu fui incentivada por Ruth. – apertou a mão da outra – O primeiro espetáculo que vimos foi em São Paulo, quando eu fui visitar meu avô no final do ano. Ele estava doente de reumatismo e se tratando na Beneficência Portuguesa. No dia que íamos embora ela descobriu que Aleluia! estava em cartaz e me chamou para o musical. Adorei!

- Ai, nem me fale! Eu estava atacada de reumatismo e com muito custo subi as escadarias do teatro. Durante o show minhas pernas se enroscavam uma na outra toda hora e eu tive que lutar pra não virar um espaguete humano naquele ar condicionado.

- Eu não me lembro de nada disso Ruth. – Paulinha disse desconfiada.


- Porque eu disfarcei! E você é uma cabeça de vento.

Paulinha balançou a cabeça, respirou fundo e perguntou:

- E sua avó Any? Melhorou?

- Acho que agora ela anda bem mais disposta. Disse que os médicos falaram que ela precisa sair dos ares de Londres e espairecer em algum lugar diferente e tranqüilo. Pensei que fosse para a fazenda dos meus tios, mas eles estão tendo problemas porque o irmão do meu tio anda doente, e bem doente, e agora está lá com eles.

- E ela certamente não vai querer incomodar. Ah eu entendo isso. Quando eu tive problema de coração não queria dar trabalho pra ninguém...

- Você teve problema de coração Ruth? Quando? – Paulinha se espantou.

- Ih, minha filha nem te conto! Eu fui subindo as escadas do metrô do Estácio e senti uns troços dentro de mim que comecei a dar um monte de trimiliques. O povo todo me olhava. Eu tava igual a Elvis dançando. Depois vim saber que era infarto.

- Infarto? – perguntei surpresa e já achando graça.

- Infarto! Os médicos me disseram que não morri porque sou muito forte. Mas a coisa foi assim: eu subindo as escadas e os infarto me comendo... – repetiu os tais trimiliques que tivera

Ruth era assim, adorava falar de doença. Quando sabia que alguém teve alguma doença tratava de dizer que teve também e ainda pior. No dia que soube que eu perdi o útero por conta do tiro, tratou de dizer que também tinha perdido o dela, com trompas, ovários e tudo mais, e na mesma idade que eu. Só que ninguém saberia explicar como tinha então duas filhas geradas por ela.


- Any, eu andei pensando, por que não convida vó Dorte pra ficar aqui com a gente? O período vai acabar em meados de julho, e ela pegaria suas férias. Poderia ficar aqui o tempo que quisesse, desde que não se incomodasse com a simplicidade de nossa casa. Nós dormiríamos no sofá cama e ela no nosso quarto. O Rio pode não ser um lugar tranquilo, mas sem dúvidas seria diferente pra ela. E no nosso inverno nem faz frio direito! Ela poderia curtir umas praias, passear com a gente e conhecer tudo aqui.

- Sério, amor? – perguntou feliz.

- Claro! – respondi sorrindo.

- Traz ela mesmo boba! A coroa vai gostar porque quando eu tive meus infarto passei uns dias em Salvador e foi muito bom. Vai fazer bem. – disse Ruth.

- Ruth, onde eu andava que não vi nada disso e nem soube que você passou dias em Salvador? – Paulinha perguntou desconfiada.

- Ah! Você não me conhecia ainda. Eu era casada com Agenor naquele tempo e morava lá em Araras!

- Sei... – sua cara era de descrença.

Any gostou muito da ideia e disse que conversaria com a avó a respeito.


****************************************


Vó Dorte ficou excitada com o convite e ao mesmo tempo com medo de encarar um vôo transatlântico. Eu mesma falei com ela também, e disse que perguntasse ao médico o que ele achava. Se o parecer fosse favorável que ela viesse e não pensasse em data para voltar.


Após uns dias ela nos telefonou e disse que estava disposta a vir. Disse que iria comprar a passagem para o dia 20 de junho, e com isso chegaria aqui no dia 21, que era uma sextafeira, pela manhã. Any disse que faltaria a faculdade nesse dia e iria buscá-la no aeroporto.

Eu não estava fazendo plantões então teria como acompanhá-las no final de semana.


As coisas no trabalho estavam andando em bom ritmo. Estávamos trabalhando na favela Nova Holanda, perto da Ilha do Fundão, e eu ia para lá pela manhã de carro com Any. Aí ela seguia para a faculdade e eu descia no ponto de ônibus em frente a Vila Pinheiro e caminhava até o local. Minha equipe era composta por Alcides, Rodrigo e Raimundinho.

Éramos um time bem mais unido que o anterior, pois Bárbara e Anderson às vezes eram meio fresquinhos. De vez em quando tínhamos uns probleminhas na favela, mas nada que não pudesse ser debelado. Quem mais andava nos canteiros éramos Raimundinho e eu.

No dia em que vó Dorte chegou, Any veio no carro comigo como sempre, só que seguiu para o Galeão. Eu fui até o canteiro e os trabalhos estavam indo normalmente, até de repente ouvi um burburinho e gente gritando. Percebi que alguma coisa havia acontecido e o tiro comia por todos os lados. Chamei os pedreiros que estavam sobre as lajes e eles pularam para o chão apavorados. Os tiros pareciam aumentar em quantidade e poder de fogo e explosões se faziam ouvir em pontos diversos. Alguns moradores corriam desnorteados e outros pareciam nem ligar.

Uma menininha de uns cinco anos chorava sozinha abraçada a uma boneca e sem pensar eu a peguei no colo e continuei correndo. Um peão pulou em uma vala e fez sinal para nós, que buscávamos um abrigo em vão. O desespero tomava conta de mim e cheguei até o valão quase sem respirar. Entreguei a menina nas mãos de um que já estava lá embaixo e pulei em seguida. Ficamos todos abaixados com os rostos quase cravados na terra, enquanto a menina ainda chorava copiosamente.

- Não tenha medo não, queridinha. A gente toma conta de você.

Puxei-a para perto de mim e protegi-a com meu corpo. Mentalmente rezava pedindo a Deus que nos salvasse daquela violência. Uma hora depois, ou um pouco mais que isso a confusão parou. Saímos da vala e nossa aparência era péssima. Sujos de terra e fedendo a esgoto.


- Qual é seu nome, meu bem? – abaixei e perguntei a criança.

- Letícia. – disse tristinha.

- Onde você mora, meu amor?

- Na casa 2 perto da árvore.

"Ai, isso não ajuda muito! As casas aqui nem têm número direito!"

- Você sabe onde fica?

- Sei. – esfregou os olhinhos com as mãos.

- Então me dá sua mão que eu te levo lá.

- Dona Dulce , vamo embora! Os homi disseram que hoje tem mais trabalho aqui não. – seu Vicente me disse.

- Eu já tô indo seu Vicente, mas não posso deixar essa criança solta aqui. –continuei andando.

Entramos em uma "rua" e as pessoas ficaram me encarando espantadas. Mais ao longe, uma mulher estava parada com as mãos nas cadeiras. Era uma mulata magra, jovem, vestindo um short curtíssimo e um top que deixava pouco dos seios protegidos. Seus cabelos eram pintados de um louro escandaloso.

- Mamãe! – a menina apontou.

- Vamos lá então.

Caminhamos até a mulher e ela nos viu antes de nos aproximarmos. Correu até nós e se abaixou para abraçar a filha. Soltei a mão da menina e ela abraçou a mãe.

- Porra, por onde tu andava? Fiquei doida atrás de você! Puta que pariu!

- Eu tava brincando... – disse chorosa.

- Ela tava chorando com medo e aí eu peguei ela e corri pro valão por causa dos tiros. Desculpa se você ficou muito apavorada, mas eu tive medo de que um tiro pegasse na criança. Morei muitos anos no Cantagalo e sei como é isso!

Ela se levantou e me olhou desconfiada de cima a baixo.


- E tu é quem?

- É a doutora que dirige essa obra aí! – uma voz masculina se fez ouvir.


Olhei para trás e vi dois homens se aproximando. Eram jovens, negros, cabeças raspadas, sem camisa e carregando poderosos fuzis escorados nos ombros. O que tinha feito o comentário me olhou de cima a baixo e perguntou:

- Tu salvou minha filha, doutora? – seu tom era sarcástico.

Eu morri de medo mas disfarcei o quanto podia.

- Tive medo por ela e levei a criança comigo. Desculpa se vocês não gostaram.

- Tu é o que? – o outro perguntou.

- Engenheira de obras.

- Deve ganhar bem. – a mulher comentou.

Ri e respondi:

- Olha pra mim! Se ganhasse bem eu tava assim?

- Chega desse papo! – empunhou o fuzil – Eu não quero mais porra de obra aqui por hoje! Vai pra casa!

Respirei fundo e disse:

- Tá! Valeu. – dei as costas e fui indo embora.

Ouvi a voz do pai da menina me dizer:

- Valeu você! Tu é sangue e eu não vou esquecer isso.

Olhei para trás e só respondi balançando a cabeça.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): portinons2vondy

Este autor(a) escreve mais 10 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

Dispensei os pedreiros e fomos indo embora o mais rápido possível. Raimundinho estava branco como cera e dividiu um táxi comigo para Botafogo de volta para o escritório. Chegando lá Simone nos olhou de cima a baixo perplexa: - Meu Deus! Vocês estão um lixo! E que cheiro! – fez cara de repugnância. - Bom dia pra vo ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 28



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • marianac Postado em 22/06/2020 - 21:59:07

    A autora sabe que vc está postando a história dela aqui?

  • madilima Postado em 03/11/2015 - 20:15:32

    Termina a fanfic por favor!!! Quero muito saber o final!!!!

  • tammyuckermann Postado em 27/09/2015 - 00:17:41

    Posta mais pff

  • pekenna Postado em 08/04/2015 - 18:56:08

    voltaaaa please

  • nanda302 Postado em 26/03/2015 - 12:37:33

    Venho aqui diariamente ver se vc tem postado mas capítulos.... Estou louca pra vê o final dessa história... Por favor não demora a posta;-) OBG!!!

  • pekenna Postado em 25/03/2015 - 15:33:16

    volta a postar por favorzinhoooooo!!!

  • anymaniecahastalamuerte Postado em 10/12/2014 - 00:25:38

    Posta mais pleaseee!to morrendo pra saber oq vai acontecer!posta maaaaaais!

  • anymaniecahastalamuerte Postado em 06/12/2014 - 22:00:45

    Posta maaais please!VC pode dar uma passadinha na minha fic Os olhos da alma (portinon) ou divulgar ela??obg

  • anymaniecahastalamuerte Postado em 05/12/2014 - 01:24:15

    Brigaduu por postar!!!!!!nunca li ate o final,e gostaria MT de ler essa historia maravilhosa!!valeu MSM!!!posta maaais?obg

  • anymaniecahastalamuerte Postado em 24/11/2014 - 04:34:58

    Por favor posta mais me cadastrei aq só pra comentar essa fic maravilhosa!postaa please


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais