Fanfic: Tudo Muda, Tudo Passa... ( Adaptada) Portiñón | Tema: Portiñon
Estávamos de volta a nossa casa, vó Dorte sentada no sofá ao lado de Any, bebendo um chá de camomila, e eu de frente a elas em uma das cadeiras. Um silencio chato imperava. Eram onze e pouco da noite.
- Parece que hoje foi um dia de grandes emoções: a chegada da vovó, tiros na favela, um passeio divertido na orla e agora... aquilo lá. – disse para quebrar o gelo.
- O que Robert tem na cabeça? Como pode ter feito o que fez? – olhou para Any – Querida você não deveria ter desistido. Eu faria aquele safado devolver centavo por centavo a você.
- Não fique triste vovó, mas eu não acho que valha a pena. Eles apertam o dinheiro com tanta força nas mãos que vai acabar escorrendo por entre os dedos. Deixe que se consumam na própria miséria. Não gostei de ter ido lá. E da discussão, e de ouvir o modo como se referiam a Dul e nosso relacionamento... Além do mais eu a convidei para descansar e se divertir aqui, e não para esses aborrecimentos. Só fui lá por conta de sua insistência! – respondeu triste.
- Pois eu não me arrependo. Fui agressiva, me aborreci, mas Robert e Jack precisavam ouvir umas verdades. E eu já não estava agüentando mais com aquela louca e o trapo que tinha enrolado na cabeça!
Nesse momento visualizei a cena de novo em minha mente. Apesar da agressão do gesto, foi no mínimo hilário ver vó Dorte, em um momento de fúria em meio aos pitis de Jack, puxar o turbante e arremessá-lo no meio da sala. No susto, ela se desequilibrou e o sapato saiu de um pé. Os cabelos curtos ficaram apontando para cima em um legítimo aspecto de manga chupada. Robert, todo desgrenhado em virtude dos tabefes que levou, parecia um boneco de pano descosturado.
Sem me conter comecei a rir no que fui acompanhada pelas outras duas que certamente também rememoraram a cena. Os risos invadiam a casa, mas eu sabia que estávamos tristes. Ninguém queria aquilo: as brigas, a intolerância, as palavras amargas. Queríamos uma família unida e amiga, mas não podíamos escolher por eles. Minha dor maior foi ouvir Any dizer que estava órfã. Eu sabia o peso que isso tem. Dormimos abraçadas no sofá cama, e vó Dorte se recolheu em nosso quarto. Eu pedi a Deus que depois daquele dia tão conturbado, os demais em presença da vovó fossem mais felizes.
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Todas acordamos cedo e o dia estava muito bonito. Fazia calor, moderado, mas fazia e o dia convidava para um belo passeio. Combinamos de visitar os pontos turísticos mais famosos da cidade. Fiz questão que Any dirigisse, pois quando estava comigo ela fazia questão que eu guiasse.
- Você tem medo de dirigir filha? – vó Dorte perguntou enquanto Any abria a porta.
- Não é medo! Eu acho dirigir monótono. Prefiro quando ela é a motorista. – entrou.
- Vamos fazer assim, vó Dorte senta aqui na frente! Fica melhor para ver a paisagem Eu vou atrás. – abri a porta.
Vó Dorte foi animadamente sentar no banco do carona. Estava muito bonitinha. Vestia uma bermuda de linho verde escuro e uma blusa de alça verde clara com bordados na frente. Na cabeça um chapéu verde, e usava óculos escuros. Estava mais magra, por conta da saúde, mas era uma bela velhinha.
- Aqui no Brasil tudo é tão grande e espaçoso. E novo! Nem parece a Europa onde falta espaço até para os pensamentos! – parecia uma criança excitada.
Uns homens passaram em um carro na maior bagunça. Vó Dorte olhou para eles e depois avistou um amontoado de lixo no chão esperando um destino melhor.
- Aqui é tudo muito louco também. Mas estou gostando! Nunca fui muito simpática ao modo "politicamente correto" do europeu. Muita formalidade e hipocrisia. – fez careta – Boa merda!
- Vovó!! – Any disse surpresa.
- Deixe a vovó falar menina!
Começamos o dia dando uma volta pela Lagoa. Descemos um pouco do carro para ela sentir o local. Depois fomos para o Corcovado, e a velhinha estava elétrica. Esqueci de
dizer que ela havia trazido máquina, e fotografava aos montes. Eu cuidava do protetor solar para as duas, já que fazia sol e com pele branquinha não se brinca. Estacionamos nas Paineiras e caminhamos o aclive restante. Vó Dorte estava encantada. Vimos macaquinhos e ela não sabia o que fazer. Apaixonou-se por eles. Lá em cima, perdeu a fala ante a visão da cidade. Seus olhos se encheram de lágrimas.
- Deus! Que maravilha ver isto antes de morrer!
- Não fale em morte, vó! – abracei-a – Estamos bem vivas aqui e ainda falta muito para apresentar a você!
- É lindo! E os meus compatriotas se exibem por causa do Big Ben e o do rio Tâmisa! Se vissem isso aqui! – abriu os braços maravilhada.
- Eu também perdi a fala quando Dul me trouxe aqui pela primeira vez. Na verdade, ainda perco um pouco!
Circundamos a estátua e ela falou resoluta:
- Eu quero ir até lá em cima, na cabeça dele! – apontou.
- Não podemos vovó! – ri – Eu também adoraria, mas não deixam.
- Que coisa! Como não? Deve ser incrível subir até lá e olhar a cidade.
- E perigoso também! Vovó, por favor, não pode ficar se expondo a coisas tão perigosas!
- Ela é sempre assim Dulce ? – me cutucou.
- Tirando de hoje, todo dia. – ri.
- Engraçadas...
Gastamos ainda algumas horas lá e fomos almoçar em um restaurante no Leme, na avenida Princesa Isabel. Vó Dorte adorou o bairro. Depois fomos até a Urca e subimos no Pão de Açúcar. Dentro do bondinho ela endoidou.
- Meu Deus, que bonde magnífico! Que lindo! Veja querida, lindo, lindo! – e tirava um milhão de fotografias.
- Vovó, daqui a pouco vamos ter de comprar mais filme. – Any disse sorrindo.
- Que nada! Eu já vim de Londres com quinze rolos.
- Quinze?! Mas você é prevenida, hein?- ri.
- Ande Dulce , me explique tudo! Quero saber para onde vamos! – puxou-me pelo braço.
Saímos do bondinho e vó Dorte olhava tudo extasiada.
- Quem me vê deve pensar que nunca saí de Londres. Mas olha, estou amando essa cidade. É a mais bela onde já estive. – entrou correndo na lojinha mais próxima.
Eu estava me divertindo com ela.
- Any, a danada me pede pra explicar as coisas, e agora corre pra primeira loja que vê! – ri balançando a cabeça.
- Eu tenho que ficar de olho nela, senão os vendedores a farão comprar de tudo!
Vó Dorte comprou algumas caras lembrancinhas e camisetas do Rio. Comprou até um mico feito de pedra. Saímos da loja e andamos pelo morro.
- Vovó, este é o morro da Urca. Ele tem uns 200m acima do nível do mar e daqui se tem uma bela vista da baía de Guanabara e da praia de Botafogo. Pode-se subir aqui escalando.
- Oh, mas se eu tivesse menos idade bem que gostaria disso... – correu para o mirante – Olha! Maravilhoso!
- A segunda etapa do bonde nos leva ao Pão de Açúcar propriamente dito, e são mais uns 200m. De lá se vê uma boa parte da orla da cidade e o forte de Santa Cruz, na cidade vizinha de Niterói.
- Vamos lá, vamos! Eu quero ver mais! E esse bonde é um show a parte.
- Eu acho uma obra de engenharia fabulosa! – respondi.
Completamos a segunda parte do passeio e vó Dorte não cabia em si. Lá pelas tantas
meteu-se mata a dentro e saímos a sua procura. Estava encantada com tudo. Na hora de ir, adorou a idéia das fotos impressas em pratos e quis uma de nós três. Depois disse que queria mais dois pratos e os vendedores adoraram.
Descemos o morro por volta das 16:00h. Passeamos com ela pelas praias do Leme,
Copacabana, Arpoador, Ipanema e Leblon. Descemos do carro algumas vezes, e no finalzinho da tarde, corremos descalças pelas areias do Leblon. Vó Dorte estava feliz e cheia de vida, e com isso Any estava feliz da mesma maneira.
Em um dado momento parei e fiquei contemplando as duas. Fugindo das ondas na beira da praia e rindo das próprias brincadeiras. Eu me sentia feliz, já esquecida das coisas do dia anterior, e em paz. Jantamos uma comida leve em uma lanchonete de Ipanema, e vó Dorte provou combinações de sucos que ela nem sabia que existiam. Chegamos em casa por volta das dez.
- Oh meninas, que dia lindo! Gastei cinco rolos de filmes!
- Ainda sobram dez! Está no lucro! – Any brincou.
- Amanhã haverá mais passeio. É bom tomar banho e dormir cedo, pois o domingo será intenso.
- Olha ela me dando ordens de novo Any! – riu – É uma safada!
Após os preparativos noturnos, dormimos um sono reparador.
No dia seguinte começamos no Jardim Botânico, e vó Dorte gastou simplesmente três rolos de filme. Rodamos por tudo lá dentro, e ela se acabou de comprar coisas na loja de artesanato. De lá fomos para a Vista Chinesa, e o local estava bem frequentado por famílias e turistas. Adentramos mais no parque e chegamos até a Mesa do Imperador; perdemos a noção de tempo. Fomos voltar para o almoço quase às quatro horas. Retornamos passando por Itanhangá, Joá e São Conrado. Vó Dorte gostou até das favelas.
Achou tudo exótico. Voltamos para casa mais cedo, por volta das oito. Comprei sorvete na padaria e janta foi banana split.
- Vamos voltar naquela floresta mais vezes?
- Sim, aquilo lá é um programa e tanto. – pensei em uma coisa e sorri - Mas você não escapará de tomar um bom banho de mar. O primeiro final de semana com temperatura quente será o escolhido.
- Vamos ter que comprar um maiô para você vovó. – Any disse.
- Meninas eu não vou ficar tanto tempo. Vocês têm sua vida e eu não sou estraga festa.
- Não se incomode, não atrapalha. Fique aqui até julho, até o final das férias de Any. – disse com sinceridade
- Vamos vovó, fique, fique! – Any fez beicinho e posição de súplica.
- Oh, meu Deus, mas vocês... É muito tempo! Eu não me preparei para isso!
- Então fique pelo menos até o meado do mês! – argumentei.
Ela pensou e respondeu:
- Só aceito se me deixarem ajudar com os gastos.
- Que gastos? – perguntei espantada.
- Gasolina por exemplo. Tenho certeza que vocês não andam de carro assim! Você pagou até meus almoços! – apontou para mim.
- Façamos assim, se faltar dinheiro, eu aviso e você completa. Pode ser?
- E você vai avisar? – perguntou desconfiada.
- Vou. Mas não se preocupe. Não somos ricas, mas estamos bem. Não tenho deixado sua neta sem recursos.
- Não mesmo! – Any segurou minha mão – Estamos muito felizes vovó. E mais ainda porque está aqui.
- Então eu devo avisar a Shelley que ficarei por mais tempo que o planejado. Ainda não tinha fechado a data de retorno com a British Airways, mas também não imaginei... Bem, pelo menos o telefonema eu pago! – bateu na mesa e foi para o quarto.
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Na segunda passei no escritório quando voltava do canteiro só para devolver a blusa e a toalha de Simone. Agradeci e ela respondeu piscando o olho.
Ao longo da semana o trabalho foi puxado, mas sem direito a salva de tiros. Any passou a maior parte do tempo na faculdade ou estudando e vó Dorte circulava pelas adjacências quando estava sozinha. Fiz um mapinha básico para ela e anotei nosso endereço, bem como frases de sobrevivência.
Curiosa com o famoso samba do Rio, vó Dorte queria ver como era. Então na sexta à noite levei as duas inglesas para uma famosa roda de samba do Estácio e a velhinha ficou como pinto no lixo. Ela achou nossos negros brasileiros lindíssimos e quis até aprender a sambar. Conquistou a simpatia de umas pessoas e arrumou um professor de samba. Fomos embora quase às duas da manhã e ela tentava cantar o samba que ouviu, mas sem sucesso.
- Ai meninas eu estou morta! Não tenho mais idade para o samba! Mas que é bom, oh, isso é! Maravilhoso! – se abanava com um leque de papel da Estácio.
- Vó Dorte, você está sempre me surpreendendo. – ri – Não imaginava que fosse se integrar tanto assim! Sabe, acho que você é uma carioca que nasceu no continente errado.
Eu dirigia, Any estava sentada a meu lado com a mão na minha coxa e vó Dorte vinha esparramada no banco de trás.
- O que quer dizer carioca? Essa palavra tem um som bonito: ca-rioca!
- Carioca é quem nasce na cidade do Rio vovó! Dul acha que seu espírito é como o deles, e sinceramente eu também acho. – riu.
- Ah, então isso é um elogio. É, eu bem poderia ser uma... carioca. – pausou um minuto - Olha, eu adorei o meu professor de samba!
- Ah, eu sabia que você iria se apaixonar pelo belo negro careca de quase dois metros de altura. Bom gosto! – ri.
Any me olhou com cara não muito boa e me deu um tapa na perna.
- Calma amor, foi só um comentário. Sabe que eu prefiro uma lourinha, baixinha, de olhos verdes. – pisquei para ela que cruzou os braços e continuou séria.
- Que vocês estão dizendo? Oh, mais uma temporada no Brasil e eu aprendo esse português de vocês.
- Ela está com ciúmes vovó, só isso! Porque eu elogiei o seu namorado.
- Meu namorado? Quisera... Eu não tenho mais idade para isso!
- Como não? Aliás, me diga como uma bela mulher, interessante e cheia de vida está sem namorado em Londres? Esses ingleses são cegos ou é você que é muito dura com os pretendentes?
Vó Dorte sorriu e corou, mas não perdeu a chance de brincar.
- Ouça isso Any! Uma mulher casada me dizendo estas coisas! Escute bem moça, não sou deste tipo! – me deu um tapa com o leque.
- Ela é sem vergonha mesmo! – Any respondeu ainda fazendo bico.
- É serio, vó! Se não quiser responder não responda, mas com todo respeito, por que não namora?
- Ah, eu já estou velha. Brinco e tudo, mas tenho muita saudade de Gary. Não sei se conseguiria me envolver de novo. E só para passar o tempo eu não quero. - respirou fundo
– Aprenda uma coisa meu bem, só se ama de verdade uma vez na vida, e depois que este amor vai embora, você se torna uma pessoa mais exigente. Não aceita qualquer coisa.
- Entendo, e respeito. – respondi.
Chegamos em casa e vó Dorte tomou um banho e caiu na cama dormindo como pedra. Any foi para o banheiro em seguida e depois eu. Ao voltar, ela estava deitada de lado no sofá cama, vestindo uma camisola mais fechadinha. Deitei me encaixando por trás dela e abracei-a pela cintura.
- Hum... Cheirosa... Eu não conhecia essa camisola...
- Claro, você tem prestado muita atenção em outras coisas ultimamente. – respondeu emburrada.
- No que, por exemplo? – perguntei no seu ouvido.
- No sambista de hoje, por exemplo... – fez bico.
- Com ciúmes do cara? Ah, meu amor não seja boba. – coloquei a mão por debaixo da camisola – Ele não é nem um pouco o tipo que me interessa desde 1993... – comecei a morder sua orelha.
- Dul , pare, vovó está aqui com a gente, se lembra?
- No quarto e dormindo como uma pedra. – virei-a de frente para mim – E você toda gostosa aqui do meu lado com o corpo implorando pra ser devassado. – avancei beijando seu pescoço.
- Ai, Dul , ela vai ouvir... – fechou os olhos – Sossegue... cafajeste...
- Impossível! – deitei em cima dela e abri suas pernas – Eu tô ligada e quero minha gostosa aqui e agora... – puxei a camisola para cima e me meti entre suas pernas beijando, lambendo e mordendo tudo que encontrava.
- Ai Dul , oh, oh, God, no, no, Dul , please... – arqueou as costas e mordeu o lençol para sufocar seus gemidos
Fizemos amor duas vezes madrugada a dentro.
Não acordamos tão cedo como de costume, mas vó Dorte e eu levantamos antes de Any. Após o café decidimos passear pelo centro da cidade, mas Any preferiu ficar em casa estudando por conta das provas.
Vó Dorte eu andamos por vários lugares, visitamos dois museus rapidamente e o espaço cultural do Banco do Brasil. Ela se interessou muito pela história brasileira e comprou um livro a respeito no Museu Histórico Nacional. Era um volume em inglês. Passamos pela Candelária e ela achou o máximo. Visitamos o Espaço Cultural da Marinha e fizemos o passeio até a Ilha Fiscal. Ela amou o lugar, os vitrais e até anotou em um bloquinho que naquele local aconteceu o último baile do império. Eu explicava para ela tudo que eu sabia sobre o Rio.
Tomamos o café da tarde na Confeitaria Colombo e ela adorou o ambiente, segundo ela, no melhor estilo de Paris em seus áureos tempos de glamour.
Fizemos estes passeios só na base do ônibus, metrô e canelas. Ela adorou as experiências, e achou que nossos ônibus correm demais.
Terminamos o dia pegando o bondinho de Santa Teresa e descendo no Convento. Daí circulamos pela Lapa e voltamos para casa.
- Como esta cidade tem coisa para se ver! Dá vontade de nunca parar de conhecer!
- E tem muita coisa mesmo! Eu levei quase dois anos para mostrar a Any todos os pontos legais de se conhecer. E até hoje a gente gosta de explorar a cidade.
- Eu entendo! Eu estou amando cada vez mais. Sabia que já fiz até amizades em meus passeios matinais?
Chegamos em casa e Any estudava. Mal abri a porta e ela veio correndo:
- Deus, como vocês demoraram! Eu já estava preocupada!
- Não fique, meu amor. Veja, trouxemos um bolo, suco e brioche para você!
- De fato eu fiz um almoço rápido para mim mas não fiz janta. – cheirou o pacote – Hum...Cheira bem!
- Any tivemos um dia e tanto! – vó Dorte entrou no quarto e tirou o tênis – Andamos pelo Centro, conheci um comércio de rua fantástico, muito melhor que em Nothing Hill, visitamos museus, uma pequena ilha onde há um palácio, andamos de bonde, fomos na confeitaria de Colombo, Lapa... – estava excitada como criança.
- Bonde? Lapa? – olhou-me espantada – Não me diga que você a levou em Santa Teresa?
- Sim e qual o problema? – perguntei sem entender.
- Qual o problema Dulce ?? Lá é perigoso e você foi com vovó para lá?? E se acontece alguma coisa? Ela que fotografa tudo? Um ladrão poderia querer levar a câmera e fazer mal as duas! Meu Deus, como você é irresponsável! – colocou as mãos nas cadeiras.
- Linda, não aconteceu nada. A gente é malandra, ninguém veio em cima, foi tranqüilo! E se viesse era capaz da vovó ainda fazer amizade com o ladrão!
- O que foi dessa vez? – vó Dorte veio com a toalha nas costas – Que dizem?
- Any brigando comigo porque a levei a lugares perigosos! – fiz cara de medo.
- Deixe de bobagens menina! E amanhã nós passaremos o dia na selva do Tijuco!
Any riu, balançou a cabeça e corrigiu:
- Floresta da Tijuca vovó!
- Você vem conosco linda? Morremos de sentir sua falta hoje. - abracei-a.
- Eu preciso estudar, de verdade. Mas vocês me deixam louca de preocupação.
- Any, esqueça isso! Deixe preocupações e medos para os velhos, e como eu sou a velha aqui – apontou para si mesma - e não me preocupo ou tenho medo, está tudo sob controle. – deu as costas e foi para o banheiro.
- Ela não toma banho todo dia na Inglaterra! – comentei rindo
- Novos hábitos. – olhou para mim – Você está deixando vovó tão safada quanto você!
Abracei-a e beijei-a nos lábios. Continuei beijando seu pescoço e sussurrei no seu ouvido: - E nós somos as mulheres da sua vida, não é verdade
No domingo, Any permaneceu estudando e vó Dorte e eu rumamos para a Floresta da Tijuca. Fizemos um caminho mais longo, acessando pela avenida Edson Passos para entrar pela portaria de onde saem visitas guiadas. Eu já sabia que aos domingos as caminhadas são mais puxadas, mas como amanheceu fazendo frio e com uma leve neblina no ar, imaginei que haveria pouca gente. De fato! Mais de uma pessoa já com idade. Conversei com o guia e ele topou fazer um passeio mais leve.
Passamos a manhã com esta atividade e retornamos pela estrada do Redentor com algumas paradas para vovó apreciar a paisagem. Almoçamos numa lanchonete do parque e chegamos em casa às 16:00h, mais ou menos. A tarde fomos para o Shopping de Botafogo e convenci vó Dorte a escolher um maiô azul com detalhes brancos. Marcamos que se o tempo estivesse firme, passaríamos o próximo sábado na praia. Novamente comprei um lanchinho para Any jantar e dormimos cedo.
Autor(a): portinons2vondy
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Julho começou com Any fazendo uma prova atrás da outra. Vó Dorte estava cada vez mais adaptada com a cidade e achei incrível como nem mais parecia ser estrangeira, a despeito do tipo físico e da língua nativa. Trabalhei muito na obra, e não tive problemas. A previsão era de que em agosto nossa parte do trabalho estives ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 28
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marianac Postado em 22/06/2020 - 21:59:07
A autora sabe que vc está postando a história dela aqui?
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madilima Postado em 03/11/2015 - 20:15:32
Termina a fanfic por favor!!! Quero muito saber o final!!!!
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tammyuckermann Postado em 27/09/2015 - 00:17:41
Posta mais pff
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pekenna Postado em 08/04/2015 - 18:56:08
voltaaaa please
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nanda302 Postado em 26/03/2015 - 12:37:33
Venho aqui diariamente ver se vc tem postado mas capítulos.... Estou louca pra vê o final dessa história... Por favor não demora a posta;-) OBG!!!
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pekenna Postado em 25/03/2015 - 15:33:16
volta a postar por favorzinhoooooo!!!
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anymaniecahastalamuerte Postado em 10/12/2014 - 00:25:38
Posta mais pleaseee!to morrendo pra saber oq vai acontecer!posta maaaaaais!
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anymaniecahastalamuerte Postado em 06/12/2014 - 22:00:45
Posta maaais please!VC pode dar uma passadinha na minha fic Os olhos da alma (portinon) ou divulgar ela??obg
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anymaniecahastalamuerte Postado em 05/12/2014 - 01:24:15
Brigaduu por postar!!!!!!nunca li ate o final,e gostaria MT de ler essa historia maravilhosa!!valeu MSM!!!posta maaais?obg
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anymaniecahastalamuerte Postado em 24/11/2014 - 04:34:58
Por favor posta mais me cadastrei aq só pra comentar essa fic maravilhosa!postaa please