Fanfic: Tudo Muda, Tudo Passa... ( Adaptada) Portiñón | Tema: Portiñon
Julho começou com Any fazendo uma prova atrás da outra. Vó Dorte estava cada vez mais adaptada com a cidade e achei incrível como nem mais parecia ser estrangeira, a despeito do tipo físico e da língua nativa.
Trabalhei muito na obra, e não tive problemas. A previsão era de que em agosto nossa parte do trabalho estivesse concluída. Sábado chegou fazendo sol e vó Dorte não pode fugir: passaríamos o dia todo na praia, como eu adorava! Any ainda tinha duas provas na semana seguinte, mas consegui convencê-la a ficar conosco.
Eram nove horas e aguardávamos vó Dorte vestir o maiô. Estava trancada no banheiro.
- O que houve vovó? Por que ainda está aí? – Any perguntou delicadamente.
- Eu acho que estou horrível! Pareço um saco de batatas!.
- Pois eu duvido! – cheguei na porta e respondi sorrindo – Vamos lá vovó! Vai haver um monte de rapazes solteiros circulando na praia...
- E eu lá posso fazer nada com eles? Foi-se o tempo!
- Venha vovó, não tenha vergonha. Outras vovós estarão lá também! – continuei.
- Brancas como um fantasma? Eu duvido!
- Venha vovó! Eu sou branca igual! Seremos um par de fantasmas então!
- E a minha fantasminha tá uma delícia com esse short jeans desfiado. – posicionei-me por trás de Any e falei no seu ouvido enquanto apalpava sua bunda.
- Quer deixar de ser tarada? – beliscou levemente minha coxa e sorriu virando-se de frente para mim – Comporte-se! Já bastou aquela sexta quando...
- A gente fez amor gostoso e você mordeu o lençol pra gemer baixinho! – puxei seu corpo de encontro ao meu – Eu aguento que você faça o que for comigo sem fazer grandes barulhos. Que tal se a gente essa noite... – mordi sua orelha e ela se esquivou rindo e me dando tapinhas nos braços.
- Safada! Palhaça! – olhou para o banheiro – Vamos vovó! Dulce já está aqui aprontando! – riu.
Vó Dorte abriu a porta e apareceu enrolada na canga.
- Vamos então! A vampira velha chegou!
Vó Dorte perdeu a vergonha no momento em que pisou na areia. Tomou banho, deitou para se bronzear, comeu churrasco no espetinho e ainda comprou pulseiras dos hippies. E eu, novamente, de olho no protetor solar das minhas inglesas.
Almoçamos em um quiosque e continuamos aproveitando o mar. Joguei minha partida de vôlei e apresentei vó Dorte ao pessoal. Ela conversou muito com Nara, que falava inglês fluentemente. E vibrou com cada ponto do meu time.
Voltamos para casa umas seis da tarde, e a velhinha estava com a corda toda.
- Vovó, amanhã você deve descansar em casa. Tem tido uma rotina muito ativa e convém não abusar. – Any pediu
- Hum tudo bem! Mas na semana que vem eu quero ir em uma discoteca!
Não aguentei e ri com vontade.
- Nós iremos! Any entra de férias na sexta e podemos ir neste dia mesmo.Vou levá-la para a Gávea. Tem uma discoteca lá que eu adoro. Vou aproveitar e convidar minhas amigas e você conhecerá o meu grupinho.
- Dulce , as Feiticeiras e vovó em uma danceteria! – Any pôs as mãos na cabeça e foi para o banheiro – Oh, my!
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A semana correu bem. Muito trabalho para mim e muito estudo para Any, mas como sempre, ela passou bem em todas as matérias. Convidei as meninas para sair conosco e todas aceitaram. Soninha disse que o namorado estava viajando e por isso iria sozinha. Taís não passou em álgebra e física e esperava ver se a faculdade iria mesmo ejubilá-la. Aline havia acabado o namoro com um funkeiro, mas ainda conservava os resquícios do visual de popozuda. Seu estágio no trabalho da mãe estava firme e forte.
Encontramos com todas na porta, e elas acharam vó Dorte uma gracinha. A velhinha vestia calça jeans, sandálias baixas, blusa colante com a bandeira do Brasil e casaco jeans dobrado na altura dos cotovelos.
Entramos e o lugar estava cheio. Escolhemos uma mesa e começamos colocando as
novidades em dia. Soninha disse que estava marcado: casamento para janeiro, dia 25. Disse que passaria a lista de casamento por e-mail. O chá de panela seria no final de novembro.
Aline convidou para uma festa que a mãe daria em casa, no começo de agosto. Taís disse que se fosse ejubilada buscaria fazer um curso de relações diplomáticas. Queria ser embaixatriz e viajar mundo afora.
- Já pensou conhecer homens bonitos do mundo inteiro? Hein, vovó? – Taís brincou com vó Dorte.
- É para quem pode meu amor. Eu já enverguei a espinha e outras coisas mais!
Dançamos bastante e foi uma noite divertidíssima. Any também adorou.
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Passamos o sábado em Petrópolis e vó Dorte adorou o Museu Imperial, o Palácio de Cristal e a Catedral. Comprou várias lembranças e doces. Ela já estava no vigésimo rolo de filme. No domingo passeamos por Niterói e ela adorou a travessia na barca. Ficou impressionada com a ponte e quis pegar ônibus só para passar por ela.
Descemos no Galeão, porque ela quis acertar seu retorno para dia 16 de julho, e assim foi. Ela teve de comprar uma mala nova por conta das mil coisas que comprou. Any ajudou a arrumar. Esse dia caiu numa quarta, e eu saí do canteiro direto para o aeroporto. Saí um pouco mais cedo e consegui ainda falar com ela antes de embarcar. Encontrei-a abraçada com Any, as duas chorando de emoção.
- Que medo! Pensei que não fosse conseguir!- cheguei correndo – O táxi pareceu levar tanto tempo, embora estivesse tão perto! – abracei as duas.
- Eu sabia que você viria! – disse emocionada – E queria agradecer por tudo! Você foi minha guia, minha amiga, minha neta e ainda me sustentou! – passou a mão no meu rosto. - Não sabe o quanto esses dias aqui me fizeram bem.
- Nós também adoramos você aqui. – olhei para ela e Any, que confirmou balançando a cabeça – Pena que vai embora agora.
- Meu anjo, ouça – segurou meu rosto com as duas mãos – você não é um atraso ou um mal na vida de minha neta. Do contrário, você é uma bênção que só faz bem a ela e a todos a sua volta. Any te ama, você é muito boa para ela e eu te amo também.
Essas palavras me tocaram verdadeiramente e meus olhos marejaram instantaneamente. As palavras engasgaram na garganta e eu não soube o que dizer.
- Eu sei o que você diria, mas a emoção te calou. Não se preocupe, eu sei!
- Eu também a amo, vovó! – foi só o que consegui falar.
- Cuide bem do meu bebê! – olhou para a neta – E você cuide bem dela!
- Eu irei! – abraçou a avó novamente.
Vó Dorte teve que ir e nós a vimos sumir em meio aos outros. Esperamos seu avião levantar vôo, e ficamos abraçadas assistindo a aeronave sumir no céu escurecido pela noite.
No aeroporto Any disse que a velhinha pediu os dados de nossa conta conjunta e disse que passaria a depositar o dinheiro nela. Voltamos para casa caladas, ambas emocionadas, e pouco depois de chegarmos fizemos amor delicadamente até que o sono nos envolvesse em seus braços poderosos.
E a vida seguiu normalmente. Vó Dorte passou a depositar dinheiro em nossa conta conjunta e Any e eu combinamos que não mexeríamos naquele dinheiro. Seria nossa poupança para comprar uma casa própria, nossa de verdade. Eu passei a juntar a esse montante um pouquinho todo mês, e continuava sustentando a casa e a nós duas.
A temporada no Rio fez mesmo muito bem a vó Dorte, que passava bem de saúde na Inglaterra e havia começado com aulas de dança de salão. Acho que foi a inspiração do samba.
Conforme o previsto nosso trabalho em Nova Holanda acabou em agosto. Passei quase um mês trabalhando no escritório e nesse período Simone era toda olhares sexys e cruzadas de pernas. Mas não dei abertura para ela, embora confesse que a desejava, mas nada que fosse incontrolável. Em setembro o mesmo grupo iniciou as atividades no Complexo do Alemão, entre os bairros de Bonsucesso e Olaria, e ficamos lá até novembro. Nesses dois meses sobrevivemos a uns dez tiroteios, no mínimo, e eu já estava craque em fugas e saltos fantásticos para salvar a própria pele. Any ficava desesperada e me pedia para deixar esse trabalho, mas ela sabia que isso não aconteceria. Em dezembro os trabalhos começaram no morro da Serrinha, no bairro de Madureira.
Any estava no oitavo período e cada vez mais envolvida com a arquitetura. Pensava em fazer um projeto de final de curso bem multidisciplinar, envolvendo engenharia civil e arquitetura, no que eu dava força, pois ela tinha um talento notável. Seus pais continuavam distantes, e por algumas vezes vimos Jack em badalações comentadas nos jornais.
Soninha estava muito bem a frente de sua loja de autopeças na Suburbana. Ela fazia bom uso dos conhecimentos que aprendia na engenharia de produção e era uma senhora mulher de negócios. Estava inclusive entendendo de mercado financeiro. Os preparativos para o casamento e sua formatura estavam com tudo. Nós conhecemos seu noivo, Murilinho, na festa de Aline e pareceu ser um bom rapaz e muito legal com ela.
Aline estava namorando um câmera man da emissora que era apaixonado por fórmula 1, e na sua característica de absorver a personalidade dos namorados já tinha até comprado uma jaqueta da Ferrari e ido com o cara para o GP de Interlagos. Em seu quarto havia um pôster de Ayrton Senna.
Taís foi mesmo ejubilada e houve brigas homéricas em sua casa. Seus pais arrumaram um curso de relações diplomáticas para ela fazer em São Paulo, acreditando que longe das amizades daqui e das praias a garota fosse tomar jeito. Só que ela engabelou os dois e conseguiu adiar o re início dos estudos para o ano seguinte. Enquanto isso, sua vida se resumia a praia, muitas festas, e muitos homens.
Paulinha havia se tornado a melhor amiga de Any, e costumávamos a sair com ela e Ruth. Sandra e Nara não se separaram e estavam vivendo um "polígono" amoroso: Sandra se dividia entre Nara e "a separada", e Nara se enroscava com Sandra e "a cocota", uma cliente pirua de sua clínica veterinária. Any e eu vivíamos bem, tínhamos o nosso lazer, namorávamos e a vida sexual continuava intensa. Ela estava cada vez mais gostosa por conta da academia e eu continuava no meu esquema de vôlei e capoeira na medida do possível.
No último sábado de novembro foi o chá de panela de Soninha. Ele aconteceu na casa de uma tia dela, na Tijuca. Fomos para lá e havia muitas pessoas: a mãe dela, duas tias, a irmã, umas dez primas, as outras Feiticeiras, moças da igreja, parentes de Murilinho e garotas das lojas da família dela. Uma maluquice completa! Fizeram mil brincadeiras, pintaram ela, mandaram que cantasse... Any e eu rimos demais. Mas tudo isso dentro de uma classe e decoro habitual para Soninha.
Ela ganhou vários presentes e ficou feito doida com tanta coisa. As pessoas foram se
despedindo no final da tarde e as Feiticeiras combinaram que depois que tudo acabasse a noiva seria nossa. Por volta das oito da noite, Soninha foi conosco de carro para nossa casa e Aline e Taís nos seguiram no carro desta última.
Chegando lá, as meninas foram para rua e compraram doces e salgados na padaria. Aline comprou vinho tinto no mercadinho. Taís sacou uma revista de homens nus que havia trazido consigo para presentear a noiva. Any veio trazendo taças e eu forrei o chão da sala com uma toalha plástica. Sentamos e ficamos comendo e bebendo.
- Ai gente, esse negócio de vinho, hein? Não quero me tornar alcoólatra! – Soninha olhava desconfiada para a taça em suas mãos.
- Deixa de ser boba mulher! Um dia só não vicia ninguém. Até Dul tá bebendo! – disse Aline enquanto comia um brioche.
- Dá uma olhada nisso aqui e pensa no que interessa! – Taís entregou a revista nas mãos de Soninha.
Any estava sentada a seu lado e ambas arregalaram os olhos com o que viram.
- Minha nossa! É assim mesmo? Como é que eu vou conseguir... Gente, como vocês aguentam? – olhou para Aline, Taís e eu apavorada.
- Há um exagero nessas dimensões aí Soninha! – respondi – Mas eu nunca conheci um homem que gerasse uma, digamos, incompatibilidade dimensional!
- Nem eu! – Taís bebeu um gole de vinho.
- E hoje a lista dela já supera a minha de longe. – respondi.
- Faço minhas as palavras delas, - Aline levantou a mão – se bem que Ricardo tem um que... – revirou os olhos – ai, eu fico ansiosa só de lembrar! – sorriu.
- Eu já tive um, na verdade um negão que conheci num samba da Mangueira, que era sinistro! Mas não fugi do combate, não! A gente na cama pegava fogo!
Any e Soninha ficaram vermelhas.
- Gente, e se Murilinho for assim? O que eu faço?
- Relaxa e aproveita. Melhor um pau grande que um anjinho barroco!
Any riu e balançou a cabeça negativamente. Soninha jogou uma almofada na outra.
- Você é uma tarada sabia? Cruzes! – olhou novamente a revista – E olha, eu nem deveria ta vendo isso... – seus olhos comiam cada página.
- Não devia, mas tá, e bem atenta. Nem respira! – Aline brincou.
- Dona Anahí também! – Taís acrescentou.
Ela ficou mais corada que nunca e respondeu sem graça:
- Eu só olho por curiosidade. Nunca vi...
As meninas ficaram sem graça ao ouvir isso e cheguei a ter um certo receio sobre o que aquela resposta trazia de oculto quando ela complementou:
- E cada vez mais me conscientizo que estou muito satisfeita com o que tenho em casa. – sorriu
- Touché pra você! – bati levemente com minha taça na dela.
Taís quebrou o clima das sem graça dizendo:
- É! Você gostou disso aí! – me deu um empurrãozinho – Fazer o que? – riu.
- Despeitada... – brinquei.
- Seja como for, gente. Eu tô apavorada! – comeu um doce – Me sinto a última virgem da face da Terra. Minha mãe diz que a primeira vez é tão tensa, tão complicada! Eu tô em pânico!
- Que nada! Depende do casal. Cada caso é um caso! – respondi – Eu não tive complicação nenhuma e foi bom pra caramba.
- Ah, é? Conta então! – Aline pediu – Se você não se incomodar... – olhou para Any receosa.
- Absolutamente! Ela tinha uma vida antes de mim. – olhou para mim – Pode falar.
Bebi um gole do vinho e comecei:
- Bem, eu estava no ginásio e o nosso professor de química era disputado a tiro pelas garotas, mas ele não dava idéia pra ninguém. Isso me interessou, além do fato dele ser bonito. Aí eu comecei a dar umas olhadas, a jogar umas indiretas e aquela coisa... No final do ano ele veio com um papo de que esqueceu minha prova em casa e me chamou pra ir lá pegar. Ele morava perto do colégio.
- Você estudou aonde? – Soninha perguntou.
- Isso não interessa agora, fala Dulce . – Taís acelerou o papo
- Bem, aí eu fui lá, já sabendo que eu não ia ver prova nenhuma e quando entramos no apartamento dele, o cara me ofereceu um refrigerante. Eu aceitei, a gente foi pra cozinha,bebemos guaraná e ficamos nos encarando, até o momento em que ele me puxou pela cintura e o agarramento começou. – bebi mais um gole de vinho – A gente foi se beijando e amassando pro quarto dele e ele me deitou na cama, que era de solteiro. Ficou parado de pé em frente a mim e foi tirando a roupa. Eu sentei e fiquei olhando extasiada. Ele ficou nu e eu o achei super gostoso. Tava completamente doida!
- E aí?? – Taís me olhava ansiosa.
- E aí ele disse: "Agora você.". Eu me ajoelhei na cama e tirei a roupa bem devagar. Ele ficou super excitado e veio se aproximando. A gente voltou a se beijar e ele se deitou por cima de mim. Eu sentia o pau duro roçando e ficava maluca. Ele tava me preparando pra me deixar bem doida, e quando viu que tava na hora colocou dentro e foi bom pra caramba. A gente ainda transou duas vezes, em posições diferentes. Depois eu tomei banho, me arrumei e ele me levou de carro até o pé do morro.
- E depois, vocês treparam mais? – Taís quis saber.
- Treparam?! Que vocabulário! – Soninha reclamou.
- Umas três ou quatro vezes. Depois vieram as férias e eu me mandei. Ele ainda quis alguma coisa, mas depois desistiu.
- E ele não sabia que você era virgem? – Aline perguntou.
- Ele só soube no nosso terceiro encontro, mas acho que não acreditou.
- Você não sangrou? – Soninha perguntou.
- Não, e nem senti dor. Só um desconforto horas depois, que durou pouco também.
- Gente, mas que coisa! Eu não teria minha primeira vez assim. Você só queria transar criatura? – Soninha perguntou horrorizada.
- Só.
Eu contei a estória, mas tive vergonha por conta de Any estar ali. Ela me olhava serenamente e não demonstrava nada. Também, ela já conhecia essa conversa.
- E você não ficou tensa e nem nada? – Soninha insistiu.
- Ela ficou com tesão garota! Não ouviu? – Taís riu.
- Quantos anos Dul? – Aline perguntou
- Treze.
- Treze?! – Soninha arregalou os olhos – E eu tenho 26 anos e até hoje...
- Conta você agora! – Aline pediu a Taís.
- Bem, nessa você me ganhou! – olhou para mim – Eu tinha 15.
- Quinze?! – Soninha perguntou – Também, por que eu me espanto ainda?
- Eu tava doida pra saber como era, mas só achava uns carinhas que não entendiam grande coisa de sexo e aí eu não queria. Até que meu pai descobriu que uns parentes nossos moravam na Nova Zelândia e eu tinha até um primo nascido lá. Aí o papi cismou que o cara tinha que passar as férias com a gente e ele veio mesmo. Quando eu o vi, nossa senhora!
- Como ele era? – perguntei.
- Alto, mais que você – apontou para mim – louro, olhos azuis, atlético e 19 anos de pura sacanagem...
- Era tudo o que você queria... – Aline disse.
- Se era! A gente foi fazendo amizade, e um dia nos vimos sozinhos em casa. Eu treinava meu inglês com ele e ele me falava várias coisas pra testar vocabulário. Aí, nesse dia falamos de sexo, e eu disse que era virgem. Ele perguntou se eu queria deixar de ser, e respondi que sim. Não prestou! Estávamos na poltrona da sala e foi lá mesmo. As roupas voaram por toda parte – fez uma simulação com os braços – ele ficou em cima de mim, me beijou o corpo todo, enfiou um dedo pra conferir e eu arrepiei. Depois meteu pra valer e foi um arraso. Transamos desde aquela hora, que devia ser umas três da tarde, até a noitinha. Fiquei toda ardida! E fizemos de tudo! Mas não sangrei nem nada não.
- Tudo? Logo na primeira vez? – Soninha perguntou chocada.
- Tudo! Ele me chupou, eu chupei ele, e trepei de frente e verso... Tudo que tinha direito! – comeu um doce.
- Mas e depois Taís? – perguntei.
- Eu e ele vivemos em orgia por uma semana. Depois mamãe pegou a gente no banheiro e meu pai o colocou de volta pro país dele. Depois disso, nunca mais se falou nos parentes neozelandeses e eu fiquei de castigo por um mês, além de ouvir um monte de sermões.
- Gente! Eu nunca imaginei que a primeira vez de garotas pudesse ser assim! Pensava que só os homens gostavam dessa coisa tão... desavergonhada! – Soninha estava em choque. Olhou para mim e perguntou: - Você também fez tudo assim de cara?
- Menos por trás. Isso eu provei bem mais tarde e com outra pessoa. Mas nunca curti essa modalidade não.
- Eu nunca fiz por trás! – Aline disse.
- Agora é você comadre, desembucha! - Taís jogou uma almofada nela.
- Calma gente, eu ainda estou em choque! – Soninha bebeu vinho.
- Bem, eu tinha 17 anos, morria de medo de sexo e pensava em casar virgem. Aí arrumei um namorado do meu prédio e gamei nele. Com uns cinco meses de namoro ele começou a fazer a maior pressão e eu tive medo de perdê-lo. Minhas amigas da época já tinham transado e eu acabei achando que não seria nada de mais.
- E então? – Taís perguntou.
- E então que eu acabei dando pra ele dentro do carro do pai dele na garagem do prédio. Foi horrível! Eu fiquei nervosa, doeu, sangrou e nem gozei. Nós tivemos uma briga porque eu fiquei chorando e ele falava que eu era muito sem graça.
- Que cara babaca! – falei revoltada.
- Depois disso o namoro foi indo de mal a pior e eu mesma terminei. Contei tudo pra mamãe e ela me deu a maior força que eu precisava.
- Dona Zuzu é show! – Taís disse.
- Ai, tá vendo? E se for assim comigo também?
- Qual é Soninha, você já vai casar, pra que vai transar dentro do carro? – Taís perguntou debochando.
- Eu falo da parte de sangrar, doer e não gostar! Ai que medo!- roeu uma unha.
- Não Soninha! É porque eu fui boba de ter cedido a pressão e feito o que não queria. Meses depois eu arrumei outro namorado, um garoto do colégio, e quando a gente foi pra cama, um ano depois, foi muito bom e eu perdi a cisma com sexo. Prometi a mim mesma que só faço o que quero, tanto que Ricardo é doido pra fazer anal, bota a maior pressão e eu não dou mesmo!
- E para mim, ninguém pergunta nada? – Any bebeu um gole de vinho e olhou para as meninas.
Elas ficaram quietas e não sabiam o que dizer. Sem esperar resposta, Any disse:
- Eu não gostaria de fazer sexo pura e simplesmente. Só se fosse com amor. E também morria de medo de fazer amor com alguém que não me amasse igual. – olhou para Soninha. – Então entendo que você tenha esperado. Você é como eu. Só que quando eu encontrei a pessoa – olhou dentro dos meus olhos – e me senti segura, eu me entreguei. – abaixou a cabeça - Lógico que eu não sabia o que fazer, e nem como fazer, mas as coisas vão acontecendo naturalmente, e você ama por completo se a entrega acontecer sem ansiedades e cobranças. E aí é bom, muito bom.
Soninha gaguejou um pouco e perguntou:
- Mas, você... Estar com uma mulher deve ser mais... tranquilo. Não?
- Depende! – respondi sorrindo.
- Tranquilo por que você pensa em não haver penetração? Não é bem assim... – brincava com a taça vazia – Eu não senti dor, só um breve desconforto depois.
Soninha corou e abaixou a cabeça. Aline perguntou cheia de dedos:
- Mas isso foi antes do casamento de vocês?
- Pouco mais de um ano antes. – sorriu – Em janeiro.
- Dia 27 de janeiro de 1995! – complementei.
- E tu já chegou com tudo na garota logo de primeira? – Taís me bateu no braço.
- Fique sabendo que foi muito romântico! Eu conheci um aspecto do sexo que não
conhecia; sexo com amor. – olhei para Any.
- Foi lindo mesmo! E ela foi muito gentil. – dirigiu-se a Taís – A intimidade foi crescendo com o tempo.
- Mas todas vocês começaram com pessoas experientes! Eu vou começar com outro
virgem!! Vai ser um fiasco! – cobriu o rosto com a mão.
Any tomou suas mãos e disse:
- Soninha, vocês vão se descobrir juntos, e isso é bonito! Não tenha medo, não se cobre um desempenho fantástico e nem fantasie sobre como ele é ou deixa de ser. Seja você, veja o seu parceiro além do corpo que ele vai te oferecer e se entregue inteira. Vai ser muito bom! Sexo é descoberta, e toda descoberta vem junto com o inesperado! Por isso é excitante! – sorriu para ela - Eu fiz assim, e faço assim sempre. Eu me entrego de corpo e alma, e sinto cada momento como se fosse o meu último.
- Casa comigo? – pedi estendendo a mão.
Ela me olhou, sorriu e segurou minha mão. Cheguei mais perto e beijei sua testa.
- Olha, - Taís respirou fundo – mandou ver Any! Vai nessa aí Soninha, e fica calma que vai dar tudo certo. – pegou a garrafa de vinho - Vamos brindar! – encheu nossos copos novamente – Ao amor, a estas belas e sábias palavras, ao seu casamento – olhou para a amiga – e a nossa amizade!
- Tintim! - Aline disse
Erguemos as taças e brindamos. Quase como na minha formatura.
Autor(a): portinons2vondy
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Vó Dorte nos convidou para passar o final de ano na Inglaterra, mas não pudemos ir. Eu tinha o trabalho e Any o período letivo que só acabaria em janeiro por conta de um greve que houve no segundo semestre. Ainda assim com esse problema, a turma de Soninha manteve a comemoração da formatura para dezembro, até porque estava tud ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 28
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marianac Postado em 22/06/2020 - 21:59:07
A autora sabe que vc está postando a história dela aqui?
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madilima Postado em 03/11/2015 - 20:15:32
Termina a fanfic por favor!!! Quero muito saber o final!!!!
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tammyuckermann Postado em 27/09/2015 - 00:17:41
Posta mais pff
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pekenna Postado em 08/04/2015 - 18:56:08
voltaaaa please
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nanda302 Postado em 26/03/2015 - 12:37:33
Venho aqui diariamente ver se vc tem postado mas capítulos.... Estou louca pra vê o final dessa história... Por favor não demora a posta;-) OBG!!!
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pekenna Postado em 25/03/2015 - 15:33:16
volta a postar por favorzinhoooooo!!!
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anymaniecahastalamuerte Postado em 10/12/2014 - 00:25:38
Posta mais pleaseee!to morrendo pra saber oq vai acontecer!posta maaaaaais!
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anymaniecahastalamuerte Postado em 06/12/2014 - 22:00:45
Posta maaais please!VC pode dar uma passadinha na minha fic Os olhos da alma (portinon) ou divulgar ela??obg
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anymaniecahastalamuerte Postado em 05/12/2014 - 01:24:15
Brigaduu por postar!!!!!!nunca li ate o final,e gostaria MT de ler essa historia maravilhosa!!valeu MSM!!!posta maaais?obg
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anymaniecahastalamuerte Postado em 24/11/2014 - 04:34:58
Por favor posta mais me cadastrei aq só pra comentar essa fic maravilhosa!postaa please