Fanfics Brasil - Capítulo 80 Tudo Muda, Tudo Passa... ( Adaptada) Portiñón

Fanfic: Tudo Muda, Tudo Passa... ( Adaptada) Portiñón | Tema: Portiñon


Capítulo: Capítulo 80

1247 visualizações Denunciar


Vó Dorte nos convidou para passar o final de ano na Inglaterra, mas não pudemos ir. Eu tinha o trabalho e Any o período letivo que só acabaria em janeiro por conta de um greve que houve no segundo semestre. Ainda assim com esse problema, a turma de Soninha manteve a comemoração da formatura para dezembro, até porque estava tudo pago, e foram três dias de festa: colação de grau simbólica, baile e culto ecumênico. Foram belos e animados eventos e nós nos divertimos muito.


Na segunda-feira imediata às festas de Soninha houve um tiroteio terrível no morro da Serrinha, e eu na fuga arranhei os cotovelos, machuquei as mãos e torci o pé. Isso foi considerado acidente de trabalho e Arthur me deu quinze dias em casa. Estávamos nas proximidades do natal e tive de ficar de repouso. Any ficou louca de preocupação. Por conta desse acidente não aceitamos o convite de Sandra e Nara para ir para Cabo Frio. As duas foram acompanhadas pelas outras duas integrantes do "polígono amoroso". Coisa de doida!

Sugeri que Any convidasse Ruth e Paulinha para passar o natal conosco e ela assim o fez. As duas aceitaram animadas e foram levando um monte de comida. Depois Any e Paulinha ainda cismaram que faltava coisa, e em plena véspera de natal as duas estavam na rua comprando. Eu fiquei em casa, sentada na cama com o pé para cima, e Ruth comigo batendo papo.

- Mas me conta, Dul. Quê que houve aí com esse teu pé? – pegou a cadeira da cozinha e sentou perto da cama

- Eu tava vendo com o pessoal o problema de uma encosta que tá difícil de conter, porque a galera do morro joga lixo direto em todo lugar, quando então o tiro começou. Todo mundo correu sem destino certo e eu achei melhor sair das partes mais expostas do morro, que era onde estávamos. Ali todo mundo era um alvo e tanto! Aí eu pulei numa laje, e mirei de passar pra outra pra depois pular pro chão. – ri - Só que nessa eu me dei mal! Escorreguei e caí num barranco. Me sujei toda, ralei, machuquei e torci o pé. Rastejei até um muro e fiquei quietinha encostada lá. Quando a poeira baixou fui tentar me levantar, mas não conseguia encostar o pé no chão que doía demais. Um próprio morador me levou de carro pro hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes, e lá disseram que eu tinha torcido o pé.

- Meu Deus, que coisa horrível! E a Any? Quando ela soube o que fez?


 


- Eu não avisei a ela na hora. Era bobagem e não queria assustar a garota. Pedi pra assistente social ligar pro chefe porque aquilo foi um acidente de trabalho, e ele veio correndo. Quis que eu fosse pro São Lucas, aqui em Copacabana, mas eu só torci o pé e me arranhei! Sem necessidade disso. Mas ele me trouxe de carro até aqui. Então, uma vez em casa, eu liguei pra faculdade e deixei recado pra Any.

- E o pessoal da faculdade avisou a ela?

- Avisou! Ela veio correndo e entrou aqui igual uma bala. Me disse um monte de coisa e ta de mal comigo. – abaixei a cabeça e fiquei mexendo no lençol.

- Mas também pudera! Eu ficaria possessa!

- Eu só não queria preocupar! Só isso. – olhei para Ruth.

- Ah, Dul, mas isso é coisa séria. Quando eu ainda morava em Araras fui pular uma fogueira na festa junina e torci o pé! Foi uma coisa complicadíssima! Arranhei cotovelo, joelho, mãos, a cara, tudo!

Ri e passei a mão nos cabelos. "Lá vem ela com suas estórias!"

- E que diabo de fogueira é essa que você foi pular e se danou toda? – perguntei rindo.

- É que a fogueira tinha cada labareda tão alta, mas tão alta que eu tive que subir no alto da laje pra pular. Ela tava entre duas casas e eu pensei de pular de uma laje pra outra mas escorreguei e caí e aí já viu: me lasquei toda.

- Muito parecido com meu caso! – ri – E por que você escorregou? – dei corda.

- Porque soltaram fogos na hora eu pensei que fosse tiro me desequilibrei e caí.

- É! Realmente muito parecido com meu caso. – ri de novo.

Nesse momento Any e Paulinha chegam carregadas de coisas.

- Mas gente, alguém avisou a vocês que somos só quatro pessoas? – Ruth brincou.

- Fica quieta Ruth, isso aqui são os ingredientes das guloseimas que a gente quer fazer. – Paulinha respondeu.

- Vamos lá menina, mãos a obra! – Any falou para a amiga.


Passaram o resto do tempo preparando quitutes e na hora da ceia a mesa estava farta: peru a Califórnia, arroz com lentilhas, bolinhos variados, doces e salada de frutas com sorvete.

Ruth abriu uma garrafa de vinho gaúcho e nos serviu. Any fez uma prece muito bonita, lembrando inclusive de vovó, e nós ceamos com prazer. A conversa foi boa e divertida e assistimos a uma bela queima de fogos pela janela. Quando nos preparávamos para dormir Paulinha perguntou:

- Vocês vão passar reveillon aonde?

- Aqui. Dulce  está de repouso. – Any arrrumava o sofá cama para elas.

- Ruth e eu vamos ficar nas areias da praia esperando o ano bom. Se Dul estivesse cem porcento poderíamos ir juntas. Seria bem legal.

- A gente podia ir sim, amor!

- Ah não, Dulce ! Você está de repouso e não vai ficar na praia no meio de multidão. Pode abaixar o fogo! – me olhou com seriedade.

Elas se deitaram e eu me ajeitei na cama. Any saiu do banheiro e deitou-se a meu lado. Virei de lado e abracei ela:

- Ainda zangada comigo, lindinha? – beijei sua orelha – Hum?

- Que você acha? – perguntou emburrada.

- Ah, minha linda, não fica! Eu só evitei desesperar você à toa. Sabe lá como o pessoal da faculdade ia te dar o recado? Você podia pensar que eu tava morrendo e era uma coisa super simples. – beijei perto da boca – Me perdoa, vai?

- Eu não gostei! Seu chefe soube primeiro do que eu! – continuou com bico.

- Mas porque foi acidente de trabalho e eu achei que ele tinha obrigações. Quando eu cheguei em casa a primeira coisa que fiz foi procurar te avisar. – beijei sua testa – Não faz biquinho não. Vem cá que eu sei desmanchar esse biquinho. – tentei beijá-la na boca mas ela se afastou.


 


- Não me convence! Eu não gostei da sua atitude. Eu sou sua mulher, eu tenho que ser a primeira a saber! – virou-se de costas – Estou de mal com você!

- Ah não lindinha! Hoje é natal e você de mal comigo? – abracei-a pela cintura – Fica não!

- Solta Dulce ! – tirou meu braço – Você está de castigo comigo.

- E o que isso quer dizer? – perguntei preocupada.

Ela virou-se para mim e respondeu:

- Quer dizer que vou ficar sem fazer amor com você! – deu-me as costas de novo.

- O que?! – perguntei chocada – E por quanto tempo?

- Por quanto tempo? Hum... Até o dia de Reis!

- O que?! Mas Any... é muito tempo! Por que tudo isso se eu não fiz...?

- E fique quieta senão eu aumento o prazo para um mês!

- Mas... Humpf! – deitei-me de barriga para cima – Você fala em ficar sem fazer amor comigo e nem liga. Parece que não gosta! – disse chateada.

- Mas eu gosto! – olhou para mim de novo. Eu virei o rosto para encará-la – Você sabe que eu gosto, e muito! Mas como você é muito ligada em sexo eu sei que vai ser um castigo que vai fazê-la pensar duas vezes antes de repetir uma gracinha dessas. – me deu as costas de novo – E não discuta!

"Fazer o que??"


**************************************************


Permaneci no meu repouso e perto do ano novo Arthur e Júlio foram me visitar. Eu estava sentada na cozinha ajudando Any a catar feijão. Ela abriu a porta e eles entraram no apartamento reparando em tudo.

- Olá, tudo bem? – Júlio olhou Any de cima a baixo – Não sabia que ia sair. Podemos voltar outra hora...

- Eu não vou sair. – ela falou sem entender


 


- Ela é sempre chique assim mesmo. – respondi – Any, estes são Júlio e Arhtur, meus chefes. Esta é minha esposa e companheira.

Any ficou toda prosa com a apresentação e os dois ficaram meio constrangidos. Sorriram completamente sem jeito e apertaram a mão dela formalmente.

- Nós nos conhecemos na sua defesa de projeto final. – Arthur lembrou - Tudo bem com você Dulce ? Nós estávamos de passagem para uma reunião no Flamengo e decidimos te dar uma olhada. Incomoda?

- Não. Sentem-se. – apontei o sofá.

Eles se sentaram. Eu estava de short e Júlio meteu os olhos nas minhas pernas.

- Querem um café, suco...? – Any perguntou.

- Não se incomode. – Arthur respondeu – É visita de médico.

- Raimundinho se aborreceu muito naquele dia. Disse que está cansado e não quer mais saber desse tipo de trabalho. Parece que agora seu grupo tem um a menos. – Júlio falou.

- A firma tem um a menos. – Arthur corrigiu.

- Ele pediu demissão? – perguntei surpresa.

- Mais ou menos... – Júlio disse – O ponto é que não faz mais parte da equipe.

- Hum... E vocês vieram aqui ver se eu saio também ou me convidarão a isso? – perguntei de cara.

- Que é isso menina? – Arthur perguntou sem graça – Eu não quero perder uma profissional como você! Não sou homem de bajular, mas digo uma coisa: tenho certeza de que nas mãos de qualquer outro lá os trabalhos que você tem levado não teriam andado tão bem. A Serrinha mesmo. Em janeiro tá entregue, pronta!

- Nós não vamos desistir de você. Nós vamos desistir desse trabalho! Quando acabarmos com as favelas que nos comprometemos nós vamos jogar a toalha! Pensamos em fechar mais trabalhos com as obras sociais da Prefeitura, mas não tem condições. Sem segurança não dá! – Júlio disse.


-


 E até lá? Quem coordenará esses trabalhos? Até onde eu saiba faltam mais duas favelas! – Any perguntou com segurança.

Eles não esperavam por isso e se entreolharam. Júlio abaixou a cabeça e Arthur continuou:

- Bem... as outras são o Vidigal e Dona Marta. As coisas lá andam calmas, nós procuramos saber. Dulce  estava à frente do trabalho e acho que pretende continuar... – olhou para nós duas incerto

- Ela quer! Mas acho que vocês precisam dar mais condições a ela. Assim como torceu um pé poderia ter ficado aleijada ou coisa pior. – parecia minha advogada falando.

- Bem. Nós podemos providenciar um seguro. – olhou para o outro - Ela também podia ficar com aquela Uno enquanto estivesse por lá... – Arthur falou sem graça.

- De repente um celular também. Eu tô com dois aparelhos, posso ceder um meu. – Júlio olhou para mim – Você precisaria justificar suas ligações, sabe como é?

- Por mim! Não fico pendurada em telefone.

- Então, ficamos assim. – Arthur se levantou seguido por Júlio - Quando você voltar a gente conversa. Até lá, Alcides manda no seu lugar.

- Tá bom. – respondi.

- Abre a porta pra gente? – Júlio perguntou sem graça a Any.

Ela abriu e eles se despediram. Quando partiram, comentou:

- Eu detestei esse Júlio. Sujeito saliente! Eu vi como logo olhou para suas pernas. E olha, eu tive vontade de dizer um monte de desaforo para os dois. Não disse com medo de você perder o emprego.

Levantei-me e ela veio correndo me ajudar. Segurou-me pela cintura.


 


- Você me pôs de castigo mas um beijo pode me dar? – olhei para ela – Adorei a advogada de defesa. Fiquei até arrepiada! – mostrei o braço.

- Você nem tem pêlos nos braços! Boba! – sorriu e me beijou com carinho.



**********************************************************************

E o tempo foi passando e nossa vida foi seguindo muito bem. Voltei ao trabalho e logo em seguida entregamos a obra na Serrinha pronta. A melhor experiência foi no Vidigal, porque as pessoas lá gostam daquele morro e isso faz toda a diferença. Trabalhamos sem problemas e levamos quatro meses; e olha que era muito a ser feito! Ainda concluímos antes da época. No Dona Marta foi problemático e havia tiroteio quase todo dia. Passamos apenas dois meses lá porque decidimos jogar a toalha: sem condições.

O casamento de Soninha foi lindo, e os noivos estavam muito bonitos.

- Joga o buquê Soninha! – Aline gritava.

- Você tá tão doida assim pra casar?? – Taís brincou.

- Ai gente, eu achei esse buquê tão lindo! Quero jogar não... – Soninha olhou para as flores penalizada.

- Mas minha filha, onda já se viu não jogar o buquê!? – sua tia falava envergonhada.

- Eu quero um dublê de buquê! – disse chateada.

- Mas só tem esse! Menina, suas primas estão malucas esperando, joga logo isso! – a mãe pediu preocupada.

- Joga mulher, ou você corre risco de vida! – brinquei.

- Humpf! Se eu soubesse o que sei hoje, nunca tinha corrido atrás de um buquê! –resmungou uma senhora.

E o buquê foi arremessado e devidamente destroçado por uma mulherada louca. Só Taís e nós ficamos de fora. Os noivos passaram a lua-de-mel em Porto Seguro e Soninha voltou satisfeita, e inclusive agradecendo às palavras de Any.


Taís foi para São Paulo em março; fizemos uma festa de despedida. Ela começou o tal curso de relações diplomáticas, mas a julgar por seus e-mails, eu não notava muita diferença no comportamento.

"Gente, esse lugar tem muito homem bão dando sopa!! E quando sabem que sou carioca eu não preciso nem estalar os dedos. Tenho um verdadeiro harém! E os trouxas ainda acham que eles é que tão por cima!"

Aline estava bem com o namorado e já entendia mais de fórmula 1 que Galvão Bueno. Ela disse que se formaria no final do ano e dona Zuzu andava a mil com isso. Sandra e Nara romperam o polígono amoroso e estavam tentando recomeçar. Paulinha e
Ruth estavam morando juntas no bairro Peixoto.

- Eu conheci esse Peixoto que deu o nome ao bairro. Era um amigo de papai lá de Araras!

- Ruth, menos! – Paulinha pediu envergonhada.

Any estava ansiosa porque se formaria naquele ano, e arrumou de cuidar da formatura. Ela foi a presidente da comissão de festa, e andava feito louca preparando o projeto final de curso, estudando e correndo atrás de salão, decoração... Eu ajudava no que podia, mas não tinha muito tempo para isso. Basicamente apenas pagava as contas.

- Ai Dul , você acha melhor o que? Gérberas ou rosas? – olhava umas fotos.

- Bem eu... – comecei a responder.

- E para as mesas? Eu escolho o cobre manchas claro com toalha escura ou contrário? – olhou para mim.

- Olha eu nem sei as tonalidades...

- E as cadeiras, têm que ter os fantasminhas... Que eu faço com eles? Com os fantasminhas? – levantou-se olhando para mim.

- Reza que de repente eles vão embora! – respondi rindo.

- Palhaça! – riu também.

Com o final dos trabalhos nas favelas, pegamos uma etapa de obras intensas na Barra e no Recreio, e eu estava usando ao máximo as estruturas metálicas nos projetos. Isso estava me dando muita abertura na carreira. Eu deixava de ser uma engenheira "peão" para ser uma engenheira mais "nobre".


- Any, fica tranquila que hoje eu não corro mais de tiro. Se der mole sou eu quem atira!

- Ah é! – abraçou-me pela cintura – Agora você está chique demais! – beijou-me os lábios – Já dá até palestra...

- Dou outras coisas também! Mas depende pra quem! – abracei-a sorrindo.

- Acho bom, porque eu posso ser pior que traficante para defender o que é meu! – sorriu e me beijou de novo.

E finalmente dezembro chegou e com ele a data: a formatura de Anahí Giovanna Puente Portilla ! Ela estava tão ansiosa que mal cabia em si. Seriam três dias de festa: o primeiro para a colação de grau, no auditório nobre da Escola de Engenharia da Universidade, o segundo para o baile, no Jockey Clube e o terceiro para o culto ecumênico, na Catedral. Nas vésperas de cada evento ela passou a manhã em salões de beleza e chegou a quase desistir dos vestidos que escolheu para usar. Eu estava bem mais calma, mas sentia um orgulho imenso em vê-la pronta para iniciar sua carreira.

- Que eu faço Dul ? O que eu visto? – colocou as mãos nos cabelos.

- Se for pra mim, nada! – peguei o vestido passado sobre a cama – Mas como vai ter platéia, recomendo esse!

Ela defendeu o projeto final duas semanas antes e eu fui assistir. Foi um trabalho
conjugando engenharia e arquitetura e os professores ficaram admirados. Convidei Arthur e Júlio para prestigiarem e os dois cochichavam a respeito com empolgação. Paulinha foi ver também, ela estudava arquitetura, e gostou bastante.

- Vocês tão pensando o quê?! Eu sei onde amarro minha égua! – disse para os chefes que se entreolharam sem graça.

- Dulce !! – Any me beliscou a perna discretamente.

O trabalho ganhou nota máxima e meus chefes a cumprimentaram abobalhados. Arthur chegou a me dizer que tinha uma conversa séria comigo para depois do ano novo, e agora Any estava nos planos. "Será que vão contratá-la??"


Vó Dorte veio para a formatura e chegou uma semana antes. Estava totalmente recuperada e disse que veio para infernizar nosso verão. Os eventos festivos de Any foram todos perfeitos, sem uma falha sequer e foram festas elogiadas por muito tempo. Ela foi uma das oradoras da turma, e, apesar de um palhaço ter gritado "sapatão", ela falou muito bem e soube ser superior.

- Eu entendo essas manifestações tardias e sei como funciona a coisa no interior humano. Na falta de competências para conquistar, denigre-se. Típico de certas pessoas! – pausou - Lamento dizer isso! – sorriu debochada.

Estava linda, linda, linda. No auge de sua beleza! Foram dez pessoas participando além de nós: Vó Dorte, Paulinha, Ruth, Dolores, Nara, Sandra, Aline, dona Zuzu, Soninha e Taís. Murilinho inventou uma desculpa, mas nós sabíamos porque ele não foi. Desde que descobriu sobre nós, no dia em que se casou, notamos que estava diferente, e nunca comparecia onde nós estávamos.

- Deixa ele pra lá Any! Bom que avisou antes e sobrou um convite que usamos bem! – respondi.

A formatura de Aline só teve festa e colação, e foi no final de semana seguinte. Ela
convidou as Feiticeiras, Any, vó Dorte e alguns parentes, além do namorado. Nunca vi uma formatura com tantos convidados. A festa foi no Clube Ginástico Português. No domingo, foi o "bota-fora", segundo ela, e aí meia emissora de TV, dentre atores jovens e profissionais anônimos, apareceram em massa em seu apartamento. Soninha quase morreu de tanta tietagem e Taís fez a festa com a rapaziada. Essa aí, aliás, continuava uma louca.

Vó Dorte voltou correndo para a Inglaterra no dia 23 de dezembro! Disse que não poderia deixar de passar o natal com Shelley, pois afinal de contas, em toda a vida nunca deixara a irmã nesta data.

- Vocês sabem, é coisa de velha! – brincou.


 


Any e eu passamos o natal sozinhas no apartamento, fazendo amor e mil promessas de felicidades. No reveillon nós ficamos nas areias de Copacabana, no chamado "Bonde das Entendidas", com Ruth, Paulinha, Sandra e Nara, e foi divertidíssimo! Esse apelido foi invenção de Ruth, que terminou o ano dizendo que quando foi mordida por um lobo quase morreu de tanta febre, e isso porque um cachorro mordeu Nara no trabalho.

- E onde você foi arrumar um lobo nessa fundura do campeonato criatura?? – Paulinha perguntou contrariada

- É coisa de quando eu morava em Araras! Por que você acha que não se vê araras por lá? O lobos comeram tudo... – afirmou categoricamente.

E assim acabou 1997, definido por Any como "O ano que eu não vivi."

Mas ela estava errada, porque viveu, e vivemos muito! Valeu à pena cada gota de suor. E a vida devolve conforme recebe; e devolveu bastante!



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): portinons2vondy

Este autor(a) escreve mais 10 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

Passada a euforia de final de ano, Any esperava por seu diploma. Arthur e Júlio viajaram pouco depois da defesa de fim de curso dela e só retornaram em janeiro. Tão logo Arthur chegou deixei que se acomodasse em sua sala e fui abordá-lo. - Bom dia Arthur. Podia conversar contigo? – parei na porta. - Claro, claro. Entre. – apontou a ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 28



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • marianac Postado em 22/06/2020 - 21:59:07

    A autora sabe que vc está postando a história dela aqui?

  • madilima Postado em 03/11/2015 - 20:15:32

    Termina a fanfic por favor!!! Quero muito saber o final!!!!

  • tammyuckermann Postado em 27/09/2015 - 00:17:41

    Posta mais pff

  • pekenna Postado em 08/04/2015 - 18:56:08

    voltaaaa please

  • nanda302 Postado em 26/03/2015 - 12:37:33

    Venho aqui diariamente ver se vc tem postado mas capítulos.... Estou louca pra vê o final dessa história... Por favor não demora a posta;-) OBG!!!

  • pekenna Postado em 25/03/2015 - 15:33:16

    volta a postar por favorzinhoooooo!!!

  • anymaniecahastalamuerte Postado em 10/12/2014 - 00:25:38

    Posta mais pleaseee!to morrendo pra saber oq vai acontecer!posta maaaaaais!

  • anymaniecahastalamuerte Postado em 06/12/2014 - 22:00:45

    Posta maaais please!VC pode dar uma passadinha na minha fic Os olhos da alma (portinon) ou divulgar ela??obg

  • anymaniecahastalamuerte Postado em 05/12/2014 - 01:24:15

    Brigaduu por postar!!!!!!nunca li ate o final,e gostaria MT de ler essa historia maravilhosa!!valeu MSM!!!posta maaais?obg

  • anymaniecahastalamuerte Postado em 24/11/2014 - 04:34:58

    Por favor posta mais me cadastrei aq só pra comentar essa fic maravilhosa!postaa please


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais