Fanfic: Fruto Proibido AyA (Adaptada) | Tema: Romance AyA

— Claro que pode se casar com Christopher. Eu lhe disse para esquecer o beijo.

— Não posso.

— Deve tentar.

— E você? Esqueceu? — ela o desafiou.

E, pela primeira vez na vida, ele mentiu para ela.

— Esqueci.

Ela arregalou seus olhos, como se não esperasse aquela resposta.

— Beijo muitas mulheres, Anahi. — Isso, pelo menos era verdade.

— Mas pensei... quero dizer... por que não posso me casar com você? — ela perguntou.

Alfonso ficou sem ar.

— Você está prometida para o meu irmão.

— Mas foi você que eu beijei.

— Como eu disse, já beijei muitas mulheres, mas nunca acabei casado com uma delas.

— Mas...

— Mas o quê? Anahi, foi um momento de fraqueza de nossa parte. A culpa não deve fazê-la agir impensadamente.

— Não é culpa.

— O que mais poderia ser? — E nem lhe deu a chance de responder. — Amor? Acho que não. Você é minha irmãzinha, embora não tenhamos laços de sangue.

Isso também era verdade... mas não toda a verdade. Não se sentia nem um pouco como um irmão. Sabia porém, que, como seu amigo, tinha de fazer o melhor para ela... o melhor para todos.

— Então, o jeito como me beijou — isso não significou nada?

— Foi agradável. — Outra maldita mentira. Na verdade, tinha abalado o seu mundo.

Essas mentiras seriam necessárias? Depois, Alfonso se lembrou do tom acinzentado da pele do avô, devido ao problema cardíaco. Refletiu sobre a determinação de Christopher de se casar com Anahi. Nessa situação, ele, Alfonso, não tinha direitos. Precisava se lembrar disso.

Mas era tão difícil!

— Agradável? Nossas almas se uniram. Impossível você não ter sentido.

Isso era algo que ele não estava disposto a admitir, nem para si mesmo.

— Você é uma inocente... sua reação a dominou. Acredite em mim. Foi apenas um beijo. Repito, já beijei muitas mulheres e não pedi nenhuma em casamento.

— Christopher também não me pediu em casamento — ela disse, como se isso pudesse ser uma barreira intransponível.

— Tenho certeza de que ele o fará, mas, enquanto isso, o avô tem agido em lugar dele.

Isso era antiquado, porém aceitável.

Muito frio, no entanto. Teria de falar com o irmão o mais rápido possível, embora se sentisse mal só de pensar em aconselhar Christopher sobre Anahi.

— Christopher não liga para mim.

— Está disposto a se casar com você. Claro que liga.

— Ele nunca me beijou, nunca cuidou de mim. Você sempre cuidou, e o seu beijo... foi mais do que você quer admitir. Pode negar quanto quiser, mas lembro como você estava, e não me beijou como um irmão.

— Foi uma única vez. Nunca mais acontecerá. E, já que vai se casar com meu irmão, agradeceria se você não mencionasse mais o assunto.

Anahi merecia mais do que Christopher tinha lhe dado. Talvez Alfonso devesse falar com o irmão e o avô. Mas, e se isso precipitasse o ataque cardíaco que tanto temiam?

Ela o fitava com uma mágoa que Alfonso não suportava ver. Começou a sair detrás da escrivaninha, mas Anahi  estava recuando para a porta.

— Quer mesmo que eu me case com Christopher, não é?

Ele não conseguia responder. Estava num caos emocional que o paralisava.

— Acho que a minha felicidade pessoal não importa para ninguém, só a mim mesma — ela sussurrou, abrindo a porta e saindo.

Alfonso ficou ali, atônito. Quando foi que ele não se importou com a felicidade dela?

Ela estaria dizendo que seria infeliz se casasse com Christopher? Estava assustada, e ele, preocupado demais com sua responsabilidade em relação à família, não tinha lhe dado o apoio necessário.

Precisava ir atrás dela, convencê-la de que tudo ia dar certo.

Correu para os elevadores, mas ela já não estava lá. Deu um murro na parede, e depois apertou o botão.