Fanfic: Fruto Proibido AyA (Adaptada) | Tema: Romance AyA

Completamente empolgada, Anahi entrou na antessala do escritório do seu pai. Ela mal podia esperar o que o pai tinha a dizer.

A secretária olhou-a.

— Boa tarde, srta. Portilla. Seu pai está ocupado, mas logo a receberá. Quer se sentar?

— Sim, obrigada. — Anahi sentou-se diante de uma janela que descortinava o centro de Atenas.

Empolgada por ter sido chamada ao escritório do pai, Anahi vibrava de expectativa. Era a primeira mulher da família a cursar uma universidade no exterior. O pai, surpreendentemente, apoiara o desejo de Anahi em estudar na América e se formar em Administração de Empresas. Ela estava quase certa de que ele ia lhe oferecer uma posição na Portilla Enterprises.

Era uma nova etapa para as mulheres da família, e Anahi sentia-se radiante em participar dela. Agora, se pudesse convencer o pai a desmanchar o acordo arcaico que ele e Ricardo Herrera tinham feito quando ela mal tinha 18 anos, ela ficaria completamente feliz.

De jeito nenhum poderia se casar com Christopher Herrera. Mal o conhecia, apesar de as famílias serem tão íntimas.

Não era como o seu irmão mais moço, Alfonso. A diferença de idade entre eles nunca atrapalhara sua amizade, mas os três anos a mais entre Christopher e Alfonso eram uma distância insuperável. Pelo menos assim lhe parecia.

 Christopher era um homem de gelo. Ela jamais poderia se casar com um homem que nem dava para imaginar beijando.

Não sentia nada pelo Herrera mais velho, ao contrário do que sentia pelo irmão mais moço. Não só conseguia se imaginar beijando Alfonso, como fazendo muito mais. Claro que não era apenas imaginação, era?

Tinha certeza de que Christopher  também ficaria feliz em desmanchar o acordo. Afinal, ele não foi visitar Anahi durante os quatro anos em que cursou a universidade nos Estados Unidos. Nem uma vez.

Foi Alfonso.

Seu amigo e... depois da última visita... mais que isso. Um calor interno e vibrações pelo corpo todo a dominaram quando ela lembrou aquela visita. Percebera, sem sombra de dúvida, que a atração que sentia por ele havia tanto tempo, a atração que ela achava sem esperança, era retribuída.

Ela ainda não o tinha visto desde sua volta à Grécia, mas isso era porque a honra dele não permitia. Não com aquele acordo ridículo ainda vigente, um acordo que ela estava determinada a desmanchar.

Independente da intimidade entre as famílias, o seu casamento com Christopher não era a maneira de cimentar aquela ligação. Francamente, nem deveria ter sido considerado. Uma amizade de muitas gerações não era motivo suficiente para que duas pessoas com tão pouco em comum unissem suas vidas.

Ela desconfiava que o acordo fosse fruto da dor de dois homens que ainda choravam a perda de seus amigos mais queridos. O pai dela e o avô de Christopher tinham buscado um meio de compensar suas perdas.

 Ricardo Herrera tinha sido o melhor amigo do avô de Anahi. Seus filhos tinham continuado essa tradição. Henrique, Falco e Timothy Herrera tinham sido como irmãos. Uma geração depois, ela e Alfonso tinham ficado amigos, também.

Quando os pais de Alfonso morreram, ele tinha recusado o consolo de todos. No entanto, passava horas brincando com uma garotinha de um ano que o adorava mais que aos próprios pais.

Anahi.

Ele tinha retribuído o favor, consolando-a quando o avô que ela adorava morreu oito anos depois. A essa altura, Alfonso era um adolescente sofisticado demais para passar o tempo com uma garotinha de tranças, mas isso não o impediu. Ela achava que tinha se apaixonado por ele naquela época.

Seus sentimentos por ele tinham aumentado à medida que ela crescia, e tornaram-se mais profundos quando ficou adulta.

Quando chegou aos 18 anos, esse amor não correspondido já durava mais de três anos. Alfonso tinha sido apenas um bom amigo, e vê-lo desfilando com suas namoradas era-lhe quase insuportável. Era uma história bem comum, e ela sabia que, para ela, não haveria um final feliz.

Para Alfonso, Anahi era o mesmo que uma irmã. Quando ela havia perguntado ao pai por que ele e o tio Ricardo queriam ela casada com Christopher e não Alfonso, ele respondeu que Alfonso era praticamente irmão dela. Seria quase incestuoso. Suas fantasias íntimas discordavam, mas ela não podia negar que Christopher era o mais velho, e, portanto, o melhor partido.

A atitude dos mais velhos e o que ela mesma via fizeram Anahi aceitar, de uma vez por todas, que seu amor por Alfonso era sem esperança. Alfonso era muito popular com as mulheres, mulheres deslumbrantes, sofisticadas e experientes. Mulheres com quem Anahi, uma adolescente tímida e ingênua, não tinha esperança de competir.

Anahi aceitou o casamento com Christopher numa tentativa tola de fazer uma de duas coisas. Ou esquecer sua fixação por Alfonso, ou chamar a atenção dele para o fato de que ela era, de fato, uma mulher. Se tinha idade bastante para ser a prometida de seu irmão mais velho, tinha idade bastante para interessá-lo.

Previsivelmente, nenhuma das duas hipóteses tinha se realizado.