Fanfic: Fruto Proibido AyA (Adaptada) | Tema: Romance AyA

Anahi esbarrou no irmão ao sair da sala de estar.

— Ufa... você é mais sólida do que parece — ele disse, segurando-a para que ela não caísse.

— Desculpe — ela disse.

— Sem problemas; você parece estar precisando de uma folga. Venha comigo, tenho exatamente o que precisa.

Antes de ela poder concordar, foi levada para o carro de Carlos.

— Então, eu estava escutando atrás da porta quando Alfonso estava conversando com vocês.

— A Mamãe não o ensinou para não fazer isso?

— Por favor, não gosto que me escondam as coisas. Você gosta?

Ela pensou em tudo que o pai e Alfonso lhe esconderam nos últimos quatro anos.

— Não, não gosto nem um pouco.

— Então, qual é a desse negócio de casamento?

— Você disse que estava escutando.

— Estava. Entendi que a Portilla Enterprises tem problemas e precisamos de muito dinheiro, não é?

— É.

— Mas como papai chegou à conclusão de que vendê-la era uma solução?

Ela havia acusado o pai disso mas, vindo do irmão, soava muito pior.

— Não acho que ele enxerga isso desse jeito. Ele sempre quis a união de nossas famílias. Foi por isso que ele e Ricardo forçaram uma promessa de casamento entre mim e Christopher. O casamento ser um meio de tirar a empresa de um enorme buraco foi apenas um benefício colateral.

— Se isso é verdade, por que ele agora a está forçando a casar-se com Alfonso?

— Pelas mesmas razões.

— Ele ainda quer as famílias unidas?

— É. Pena Christopher e  Alfonso não terem uma irmã mais moça, não é?

— Morda a língua. Não estou nada pronto para casar.

— Nem eu, quatro anos atrás.

— Está pronta agora?

— Não tenho muita escolha.

— Tem, sim. Não é obrigada a casar com Alfonso.

— Aí a empresa afunda.

— Não. Aí o papai abre o capital.

— Acho que já passamos desse ponto. A situação piora à medida que a infusão de capital não acontece. Não seria atraente para os investidores agora, e Papai provavelmente perderia o controle da empresa.

— Então, recomeçamos.

Ela adorava a atitude do irmão, mas não concordava.

— Acho que isso mataria o papai e a mamãe.

— Mataria de verdade... tipo um enfarte?

— Ou alguma outra coisa. Tio Ricardo não é o único que trabalha demais e não faz exercício há mais de dez anos.

Carlos ficou sério.

— Então, vai se casar com Alfonso?

— Provavelmente.

— Por que prometeu casar com Christopher, pra começar? Na época, você não sabia que precisávamos de dinheiro.

— Eu queria esquecer outra pessoa... fazê-lo me enxergar como mulher.

— Deu certo?

— Não como planejei.

— Não o esqueceu?

— Não.

— E ele a enxergou como mulher?

— Sim. Mas a minha promessa o impediu de fazer alguma coisa a respeito.

— Então, era Alfonso? Ela riu.

— Como ficou tão esperto? Todo mundo acha que Alfonso e eu somos como irmãos.

— As pessoas vêem o que querem ver.

— E você não nos vê assim?

— Você deixa o cara louco, Anahi. E há muito tempo. E o jeito como você olha para ele... é ardente. Não é um olhar de irmã.

Ele tinha razão.

Carlos levou Anahi para uma boate popular e ela passou horas dançando. Foi divertido, e fez exatamente o que o irmão prometeu. Ela parou de pensar em Alfonso e em todo o assunto do casamento por algum tempo.

Ficou fisicamente exausta e pôde dormir ao chegar tarde em casa.

O velho ditado de que uma boa noite de sono tornava tudo mais suportável provou ser verdadeiro. Também ajudaram as palavras de Carlos sobre Alfonso. Seu irmão disse que fazia tempo que ela enlouquecia Alfonso, e isso lhe dava esperanças.

Ela nunca havia notado isso. Convencida de que ele jamais se sentiria atraído por ela, nem procurara sinais.

Quando se beijaram, a paixão tinha sido ardente demais para que ela não notasse. Depois, porém, ele tinha descartado o beijo como nada de especial.

Agora, ela estava em dúvida. Será que ele havia negado o impacto do beijo para não comprometer sua integridade? Respeitar promessas era muito importante para Alfonso.

Isso tudo, porém, não passava de especulações.

Só havia um jeito de saber se ele a desejava. Será que ela teria coragem de forçar a situação? Poderia enfrentar outra rejeição se estivesse enganada?

Diante da possibilidade de um casamento sem amor, sabia que não tinha escolha. Seria melhor lidar com a rejeição agora do que passar a vida casada com um homem que ela amava, mas que não a desejava. O que seria tolerável com Christopher, um casamento de conveniência, seria uma tortura com Alfonso. E não faria isso consigo mesma. Nem mesmo para salvar a Portilla Enterprises.