Fanfic: Fruto Proibido AyA (Adaptada) | Tema: Romance AyA

— Anahi, byba, você está bem?

Ela abriu os olhos e viu um Alfonso nervoso ao lado de sua cama. A testa dele estava franzida, os cabelos caiam em ondas em volta do rosto.

Ela sorriu com esforço. Estava destruída. Se um beijo podia fazer isso, como sobreviveria ao ato completo do amor?

Percebeu que tinha feito a pergunta em voz alta quando Alfonso franziu mais a testa.

— Está esgotada por excesso de estudo e falta de alimentação. Precisa cuidar-se melhor.

— Acredite que hoje não foi a primeira vez que deixei de jantar. E nunca desmaiei assim.

— Naturalmente que não. Você está prometida para Christopher. Não anda beijando outros homens. Eu nunca deveria tê-la beijado.

Ela não ia falar em suas tentativas de superar seus sentimentos por Alfonso. Ele jamais entenderia. Realmente a considerava noiva de Christopher, embora nenhum anúncio oficial tivesse sido feito. E agora não era o momento de discutir sua perspectiva diferente do assunto. Ele parecia tão infeliz.

Ela se sentou.

— Fui eu que comecei.

— Você é uma inocente — ele disse. — Não sabia o efeito que seu toque teria sobre mim.

— Mas é algo de que não me arrependo.

— E nem deve. Não foi sua culpa. Deve esquecer tudo. Deixe para trás. — Ele falava sem nexo.

Alfonso. O próprio sr. Sofisticação, balbuciando como um colegial nervoso.

Seria enternecedor, se ele não estivesse se esforçando tanto para fingir que nada de importante se passara entre eles.

Ela olhou para as mãos e disse baixinho:

— Acho que não posso esquecer.

Como poderia esquecer os melhores momentos de sua vida? Nem queria esquecer.

— Por favor, byba, precisa tentar. Pelo bem de nossa amizade, de nossas famílias. Não deveria tê-la beijado. Durante aqueles momentos, não fui eu mesmo, e levei-a a um lugar onde nenhum dos dois devia ter ido, mas não vamos permitir que isso manche a nossa honra.

Sua voz era desolada, magoada como ela nunca ouvira antes. Era de cortar o coração.

Caramba... Um Herrera cheio de culpa era realmente assustador. Os homens da família eram fanaticamente leais. Ela tinha de fazer alguma coisa.

— Não foi sua culpa. Eu o acompanhei o tempo todo.

A expressão dele ficou ainda mais aflita.

— Não diga isso — ele ordenou ferozmente. — Você é muito mais moça do que eu, e inexperiente. Eu assumo toda a culpa.

— De quê? Foi apenas um beijo. Você não tem nada de que se censurar.

Vendo-o tão perturbado, ela procurou acalmá-lo.

— Tudo bem. Sem honra manchada. Para nenhum dos dois. — Tinha de acertar tudo com Alfonso. Amava-o demais para vê-lo naquela aflição.

Tanto Christopher como Alfonso tinham sido traumatizados pelos pais. A mãe, uma adúltera, o pai, que a amava demais, um fraco que sempre a aceitava de volta ao fim de cada caso.

O casal morreu num acidente, voltando de uma estação de esqui para onde Timothy tinha seguido a esposa e o amante, para implorar que ela voltasse para casa.

Isso afetou profundamente os filhos. Christopher era emocionalmente frio como gelo. Alfonso era mais caloroso, mas tinha um senso exagerado de honra, e muito medo de ser igual ao pai ou à mãe.

— Não falemos mais naquele beijo — disse Anahi animadamente.

— Bom. Sim. Certo.

Realmente era enternecedor vê-lo assim, mas também causava-lhe compaixão.

— Vá esperar na sala e eu vou me trocar para sairmos para jantar.

— Não sei se isso é uma boa idéia.

— Prefere que eu não jante? Ou, então, vamos encomendar alguma coisa.

Ele sacudiu a cabeça.

— Não. Eu... — ele respirou fundo e continuou. — Levo-a para jantar.

— Obrigada,

Alfonso manteve-se distante durante o resto da noite, mas quando a deixou em casa estava mais calmo. Mas não lhe deu um beijo no rosto de despedida.

Ela não lamentou muito isso. A lembrança daquele beijo anterior, verdadeiro, era forte demais para que ela se preocupasse com um beijinho de despedida.

Aquele beijo ainda mexia com suas emoções e seus pensamentos. Ela nunca pensara que Alfonso pudesse ter tais sentimentos por ela. E agora sabia que podia.

Era difícil aceitar isso, e ainda mais difícil confiar...