Fanfic: Como resistir? | Tema: VONDY

-Pedro - a voz do Poncho me tirou dos meus pensamentos sádicos - Você pode contar ao papai o que aconteceu desde ontem? - o garoto assentiu e deixei de lado minha raiva pra prestar atenção nele - Pra onde a mulher má te levou?

-Era um lugar escuro - ele falou e vi seu corpinho tremer  

-Um quarto? - arrisquei e ele assentiu - Vocês ficaram trancados? - ele confirmou mais uma vez

-E depois?

-Eu abracei a Belle, eu tava com medo e eu chamei você e a mamãe e ninguém veio

-Eu sinto muito querido, nós não sabíamos onde você estava - Poncho explicou e ele assentiu - E a bruxa?

-Depois de um tempão ela abriu a porta e deu um celular a Belle, daí eu escutei quando ela falou com minha mamãe, mas a bruxa má não deixou mais e começou a bater na Belle - seu olhar estava cada vez mais triste e eu já tinha perdido a noção do quanto de sofrimento eu estava sentindo - tava doendo na Belle aí eu pedi pra bruxa parar e ela correu pra bater em mim - Pedro escondeu o rostinho no pescoço de Alfonso

-Tá tudo bem agora querido, já passou - Poncho continuou o confortando enquanto suspirava não era fácil pra nenhum pai ouvir uma história como aquela

-Depois ela saiu e depois os homens maus entraram e pegou eu e a Belle, daí a gente veio pra cá - Pedro continuou a explicar mesmo com o rostinho escondido

-Você falou com sua mãe?

-Sim - ele levantou olhando o pai - a mamãe falou comigo e a madrinha com a Belle, daí minha mãe me deu o celular e disse que era pra apertar duas vezes no verde e eu ia falar com o papai

-E depois elas foram embora? - eu perguntei e ele negou

-A bruxa falou que não gostava da madrinha, daí a madrinha mandou a Belle vim ficar perto de mim e da mamãe, aí depois... - ele parou mais uma vez e temi - depois a bruxa bateu nela

-Estúpida - murmurei sem controle, a raiva tomando conta de mim de um jeito que não conseguia controlar, Belle me abraçou forte, minha menina estava tão frágil e sabe se lá Deus onde a Dul estava, e tudo por culpa daquela infeliz

-A Belle ficou chorando e a mamãe ficou abraçando a gente e ela também chorou, eu não queria que a mamãe tivesse ido com a mulher má - ele falou com a vozinha embargada e fechei meus olhos tentando controlar a dor - Mas a madrinha tava mal e a mamãe tinha que ajudar ela

-Nós entendemos querido, mas não precisa se precopar mais, o papai já está indo buscar a mamãe - Poncho falou carinhoso com ele e pegou o celular que estava com o filho o olhando

-Elas foram inteligentes - ele comentou - além de ser pequeno, é mais fácil para as crianças mexerem nesse celular

-Elas tem que ter deixado algum rastro, alguma pista - eu falei deixando mais uma vez minha raiva de lado e me concentrando na Dul

-Sim, mas onde? Temos que achá-las Ucker

-Olha no celular - eu sugeri já sem muita alternativas

Poncho assentiu segurando Pedro em um braço e com o outro começou a mexer no celular, fui para o lado dele, não tinha muito o que olhar num celular como aqueles, nas últimas chamadas só havia a que Pedro tinha feito para o Poncho então ele foi nas mensagens, não havia nenhuma

-Espera - eu pedi quando ele apertou em voltar tirando das mensagens - olha o rascunho - Poncho foi rápido apertando nas teclas e pra nossa alegria havia um rascunho, meio ansioso ele apertou pra ver o que era, e sorrimos, era uma mensagem da Any

"Meu moreno, se você está lendo isso é porque você encontrou as crianças, e isso já faz qualquer loucura minha e da Dul ter valido a pena, eu estou nesse momento num táxi indo para o parque então não tenho muito tempo pra escrever, nós não sabemos pra onde a Belinda vai nos levar, mas ela vai deixar as crianças no parque e isso é o mais importante, só quero que saiba que eu sinto muito e que espero que você me perdoe eu nunca quis dizer nada daquilo com você, mas eu precisava me afastar, precisava que você não estivesse perto de mim quando a Belinda ligasse, mas nada, absolutamente nada do que eu disse é verdade

Eu e a Dul sabemos que talvez a gente não volte e estamos seguras quanto isso, só te peço que continue sendo o pai maravilhoso que você sempre foi e continue cuidando do nosso filho e que diga ao Ucker que a Dul também sabe que ele vai ser um pai maravilhoso para a Belle "

Eu não sabia o que falar, ler tudo aquilo, saber do sacrifício que elas estavam fazendo, mas tinha mais coisa escrita e Poncho continuou a descer

"Eu e a Dul tivemos uma ideia, compramos um rastreador e ela está usando, não sei como funciona ao certo e acho que a bateria não deve durar muito, é simples, você só precisa ligar para o número que está embaixo e seu celular vai receber uma mensagem de volta com as coordenadas, nem sempre a localização é exata mas eu espero que funcione

Não esquece que onde quer que a gente esteja, nós vamos sempre amar vocês

Any"

A gente estava mexido, eu confesso, mas a possibilidade de encontrar as meninas era maior que isso, porque a gente não queria aceitar que aquelas palavras eram de despedida, a gente queria as duas, bem e seguras

-Diz o número, eu pedi - olhando pra Poncho que me passou os números que estavam no fim da mensagem agora era só ligar e esperar, fiz isso enquanto saíamos do parque e íamos até onde nossos carros estavam, May e Christian deviam estar chegando

-Chegou Alfonso - eu falei animado quase ao mesmo tempo em que vi Christian chegando e estacionando o carro

Coloquei as coordenadas no google maps, ficou carregando

-Vocês estão bem? - Christian perguntou chegando perto da gente e sendo seguido por May

-Eu sinto muito gente - a morena disse

-Tudo bem May - eu falei dando um meio sorriso - Precisamos que vocês fiquem com as crianças enquanto vamos atrás das meninas

-Vocês já sabem onde elas estão?

-A Dul está com um rastreador - Poncho explicou - Acho que vamos achá-las

-É tão bom escutar isso - May deu um sorriso

-Pedro querido que tal você ir com o Tio Chris enquanto o papai vai buscar a mamãe? - Poncho perguntou ao filho, ele fez uma careta mas assentiu e esticou os bracinhos pra que Christian o pegasse

-Pai, eu quero minha mamãe logo - Pedro pediu

-Ela vai vir querido - Poncho afirmou e olhou pra May - Eles... estão machucados

-Oh meu Deus - May disse assustada - Ela bat...

-Sim - eu conformei antes que ela terminasse  

-Deus do céu, essa mulher é louca - ela falou atordoada e olhou pra Belle que continuava com a cabecinha repousada no meu ombro - Ei pequena você está bem? - ela perguntou mas Belle não respondeu

-Pode falar meu amor - eu tentei mais uma vez, mas ela continuou quietinha, May me olhou já estendendo como Isabelle estava

Tentei afastar um pouco ela de mim pra colocá-la nos braços de May mas minha pequena se agarrou a minha camisa

-Eii Calma meu amor, é a Tia May que vai ficar com você - eu expliquei mas ela me olhou negando com a cabeça com os olhinhos cheios de lágrima - Minha menininha, eu sei que você quer o colinho do papai mas agora eu preciso ir atrás da sua mamãe, que tal? - eu tentei argumentar e ela me olhou meio indecisa - O papai promete que vai voltar bem rápidão com a mamãe pra gente te encher de beijinhos

Apesar de relutante ela cedeu e foi para os braços de May

-Acho melhor irmos logo - Maitê disse - vou levá-los ao hospital e examiná-los, não se preocupem com nada, vamos cuidar deles

-Tudo bem - concordei tranquilo sabendo que as crianças estariam seguras

-Boa sorte - Christian desejou entrando no carro e instalando Pedro lá atrás com Belle

Assim que eles saíram peguei meu celular

-Achou? - Poncho perguntou olhando como eu - Onde diabos é isso? - ele perguntou olhando as coordenadas

-Parece a zona norte da cidade, olha aqui - apontei

-Acho que já sei - Poncho disse rápido - na saída da cidade não pela avenida principal, mas aquela que vai para as cidades do interior, é essa a estrada

-Claro - falei com um sorriso mas que diminuiu logo - Isso é do outro lado da cidade

-Então vamos logo - Poncho falou entrando no carro e eu o acompanhei assim que ele deu a partida meu celular tocou, era meu pai

-Filho - ele disse rápido

-Sim pai

-E as crianças?

-Estão com a May e o Christian - expliquei vendo Poncho acelerar - E como estão as coisas aí

-O Figueiredo falou, ele disse que se encontrava com Belinda sempre no mesmo lugar pra dividir o dinheiro que ele roubava da empresa

-Onde era esse lugar?

-Num casebre, bem depois da saída da cidade, na zona norte

Sorri, não podia ser só coincidência, elas só podiam estar lá

-Filho, o delegado está enviando umas viaturas pra lá, por favor venha pra cá e espere comigo e sua mãe, não faça nenhuma besteira

-Eu sinto muito pai mas não vou perder a mulher que eu amo de novo

Foi a única coisa que disse antes de desligar, eu não ia deixar a Dulce sozinha novamente, se ela estava lá então eu iria atrás dela com ou sem polícia, eu não me importava mais, só queria vê-la bem, foquei meus pensamentos nela, ela tinha que estar bem, eu não suportaria se algo de ruim acontecesse a ela...

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BJS!!!