Fanfic: Desejo Lavrado (adaptada AyA) | Tema: Anahi e Alfonos , Ponny, AyA

PRÓLOGO

— Considere negócio fechado — disse Alfonso Herrera na tarde de domingo ao trio reunido em volta da mesa de jantar da mansão Herrera para a leitura do testamento de seu pai.
— Não pense que será tão fácil. Nada envolvendo uma mulher é. — preveniu Christopher, seu irmão mais velho.
— Ei! — protestou Maite, a irmã mais nova deles. Richards, o advogado, fitou Alfonso por sobre seus óculos. — A criança é seu meio-irmão e vai herdar um quarto dos bens de seu pai. Quando bilhões de dólares estão envolvidos, complicações imprevisíveis freqüentemente surgem.
— Deixe-me entender isso direito! Devo trazer o filho ile­gítimo de meu pai para a mansão Herrera e mantê-lo aqui por um ano. — Alfonso resumiu o absurdo que Richards lera momentos atrás.
— Correto. E se você falhar ao completar sua tarefa, tam­bém falhará em herdar sua parte dos bens de Everett. — Ri­chards pausou para observar os três herdeiros legítimos da descendência Herrera. — Vocês três fracassarão. E tudo que Everett possuiu será vendido para o dirigente rival da Linha Marítima Herrera por um dólar.
Bilhões em investimentos escapando pelo ralo. Cinqüenta navios. Cinco mais em construção. Oito linhas de cruzeiro com o logotipo Herrera. Sessenta mil empregados. Tudo so­bre os ombros de Alfonso.
A Linha Marítima Herrera não era apenas seu emprego; era sua vida, sua mulher, sua amante, seu filho. Ele não era como o irmão, que se não fosse pela morte inesperada do pai, três dias atrás, não estaria em Miami agora. Christopher afastara-se da família e dos negócios há cinco anos, sem olhar para trás.
Alfonso não permitiria que LMH falisse sem uma briga. Aqui­lo significava que não somente tinha de cumprir com a tarefa que lhe fora designada, mas também convencer seus irmãos a cumprirem suas obrigações da herança. Ou perder tudo.
— O que acontece ao garoto quando o ano terminar?
— Isto depende de quem irá controlar a fortuna dele até que alcance 21 anos. Você ou a tia dele — replicou Richards.
— Não a tia — disse Alfonso sem hesitação. — A mãe da criança esta morta e sua irmã gêmea é a guardiã do garoto. Estou apostando que Anahi Portilla é idêntica à sua gêmea ga­nanciosa não somente na aparência. Ela é jovem e solteira. Irá querer se livrar do garoto. E se não quiser, eu a convencerei.
— Como?— perguntou Christopher.
— Dinheiro. Jamais conheci uma mulher que não tivesse um preço. Papai instrui-me a pagar à mãe do menino um bom dinheiro para fazer um aborto, e eu paguei... um aborto que obviamente ela nunca fez.
O primeiro erro de Alfonso tinha sido confiar na mulher quando ela aceitou o dinheiro. Deveria ter se assegurado de que ela fizesse o que tinha sido paga para fazer, mesmo que não aprovasse o plano do pai.
Os olhos de Christopher estreitaram-se.
— Tem certeza que o pequeno bastardo é de papai? Alfonso assentiu.
— Um exame de DNA confirmou.
Um nó familiar voltou ao peito de Alfonso. O pai deles re­cebera o resultado do exame dias antes que a mãe da criança morrera atropelada, enquanto atravessava uma rua. O moto­rista e responsável pelo carro não fora encontrado.
Ele esperava que seu pai não tivesse tido parte na morte da mulher. Mas Everett Herrera jamais gostara de seguir re­gras que não fossem as suas próprias. Ninguém sabia disso melhor do que Alfonso... a mão direita do pai.
Maite bateu suas unhas na mesa, ansiosa para ouvir seu requisito para a herança.
— Ignorando suas observações machistas, e presumindo que a srta. Portilla o entregue... qual é o nome de nosso irmãozinho? — Ela olhou para sua cópia do testamento. — Rhett. Oh, Ever-Rhett, em homenagem a papai. O que você sabe sobre tomar conta de uma criança de um ano?
Alfonso sabia mais do que Maite pensava. Mas não iria lá. Jamais novamente.
— Não preciso saber nada. Contratarei uma babá. A man­são é muito grande. Nunca precisarei ver a criança. — Ele pôs a caneta ao lado do testamento. — Ele estará instalado aqui até o fim do mês. Antes que o ano termine, terei a guar­da e a tia será história. Anotem isso.