Fanfic: Desejo Lavrado (adaptada AyA) | Tema: Anahi e Alfonos , Ponny, AyA

CAPÍTULO DOZE

Uma teleconferência com vídeo era um modo terrível de ter uma reunião familiar. Mas considerando os termos do testamento de seu pai, com ele e Christopher presos em Miami, e Maite em Dallas, Alfonso não tinha escolha.
Mesmo ansioso sobre o que precisava revelar aos seus ir­mãos, não pôde deixar de notar o estresse de Maite por ter sido exilada de seu lar e do trabalho que adorava.
— Você emagreceu, Maite.
Ela fez uma careta na webcam.
— A maioria das mulheres aceitaria isso como um elo­gio, mas não sinto essa vibração de você. O que está aconte­cendo, Alfonso? Não poria em uso um sistema de computador sofisticado na minha casa ao raiar da aurora para falar sobre dieta.
Ele não fez rodeios.
— Estou apaixonado por Anahi Portilla.
Em sua visão periférica, vislumbrou a cabeça de Christopher vi­rando na sua direção, mas manteve seu foco na irmã.
— Ela não é a guardiã do nosso irmãozinho? — pergun­tou Maite.
— Sim, Anahi é a guardiã de Rhett.
— Amor é uma coisa boa. Por que você parece arrasado ao compartilhar esta notícia?
— Porque estou perdido. — Rapidamente, ele descreveu os detalhes, desde quando tentara comprar Rhett até seu pla­no de seduzir Anahi, casar-se com ela e divorciar-se depois, e o resultado da investigação particular, e finalmente quando se apaixonara.
Christopher ouviu sem mudar de expressão ou dizer uma palavra. Maite estremeceu algumas vezes.
— Você mesmo cavou este buraco fundo. Como vai sair dele?
Alfonso passara a noite acordado, tentando, sem sucesso, arranjar uma estratégia alternativa.
— Anahi está convencida de que sou capaz de qualquer coi­sa para pôr minhas mãos na minha herança. O único jeito que tenho para provar que ela está errada... é desistindo da herança.
Christopher sentou-se ereto:
— Você enlouqueceu? Maite assentiu.
— Entendo seu ponto de vista.
— Alfonso, você não pode nos deixar perder a LMH — dis­se o irmão, quase gritando.
Alfonso girou sua cadeira em direção ao irmão na tela da webcam.
— Foi você quem disse que papai estava forçando-nos a descer ao nível dele pela empresa. Não quero ser igual a ele, Christopher. Não quero ser um patife que usa pessoas e destrói quem interfere no seu caminho.
— Ele está certo, Christopher. Depois de ficar sentada aqui por quase seis semanas sem nada para fazer, sinto-me pronta para desistir.
— Como assim, sem nada para fazer? — perguntou Christopher. — Eu lhe enviei caixas de livros e vídeos.
— E eu lhe mandei diversos artigos de jardinagem, livros de receitas culinárias e vídeos. Você tem tempo para apren­der agora — acrescentou Alfonso.
— E eles são todos ótimos. Obrigada. Mas não agüento ficar sentada por tanto tempo. Vocês sabem que o testamento estabelece que não tenho permissão de trabalhar, e só posso sair deste edifício algumas horas por dia. É como ficar con­finada numa solitária. Estou ficando louca.
Alfonso detectou uma ponta de histeria na voz dela.
— Você precisa que eu vá até aí?
— Papai não tolerava minha necessidade de manter-me ocupada. Meu palpite é que ele me estabeleceu aqui para me fazer lidar com minha bagagem. Estou lidando. Vamos en­contrar uma solução para você.
— Não há nenhuma.
— Alfonso, amor é uma coisa que acontece uma vez na vida. Não o jogue fora por dinheiro ou por papai. Ou por nós.
— Se eu fizer isso, perderemos tudo.
— Faça isso — disse Christopher abruptamente. Faça o que tem de fazer. Ao inferno com papai e seus jogos.
— Eu concordo. Alfonso, esta é sua vida. Somos todos in­teligentes, educados e experientes. Christopher já provou que há outras empresas lá fora que nos contratarão.
Alfonso olhou para o rosto estoico e determinado do irmão, e depois para o de sua irmã.
— Vocês não me considerariam um traidor? Christopher meneou a cabeça.
— Você sempre fez tudo por nós. É hora de fazer algo por si mesmo.
— Ele está certo, Alfonso.
Emocionado pelo apoio de seus irmãos, Alfonso assentiu.
— Avisarei vocês quando estiver terminado.
— Mal posso esperar para conhecer Anahi. Ela deve ser ma­ravilhosa, se conseguiu agarrá-lo. Boa sorte —: disse Maite.
— Obrigado. Embora precise de mais do que sorte.