Fanfic: Uma vizinha especial AyA (Adaptada) | Tema: AyA

Poncho sentou-se na semi-escuridão da sua varanda dos fundos. O suave ruído da chuva, combinada com a música romântica vinda das janelas abertas da cozinha de Free, o relaxava.

Fechou os olhos e descansou a cabeça contra a pilastra de madeira. Havia quanto tempo não se sentava apenas para devanear? Sua rotina consistia em trabalhar até a exaustão, e então cair na cama até a chegada de um novo dia.

Talvez Christian estivesse certo e ele trabalhasse demais. Precisava de um descanso. Mas o que faria?

A imagem de Anahi Portilla lhe veio à cabeça. Aqueles cabelos lindos caindo-lhe nos ombros, sedosos e encaracolados. E aquele corpo! Mesmo sem nunca tê-la visto nua, sabia que ela era perfeita.

E muito feminina. Doce e sexy. E Poncho a queria mais do que já quisera alguém na vida. Ficava tenso só de pensar nela. E Anahi parecia tão inocente...

Poncho sorriu. Sexy, inocente e linda. Que rara combinação!

Anahi podia não ser inocente sexualmente falando, mas sem dúvida olhava para a vida através de lentes cor-de-rosa e achava que ainda valia a pena salvar o mundo. Confiava demais, acreditando que haveria bondade em tudo. Uma garota com o sonho de salvar o mundo e talvez ir a Paris. Tão suave e tão generosa, ela o fazia almejar o que oferecia.

Mas não havia docilidade em Poncho.

Abriu os olhos de repente. Não doava nada. Tinha associados em seus negócios e não necessitava de amigos. Possuía dinheiro e não precisava de família. E decerto não tinha a menor necessidade de nenhuma cigana virando seu mundo de ponta-cabeça.

A porta de tela nos fundos da residência vizinha bateu, e Poncho virou-se naquela direção. Anahi, usando um vestido branco indiano comprido, surgiu do lado de fora. Parou no último degrau e levantou o rosto para a chuva. Cerrou as pálpebras, como se gostando da sensação das gotas frias contra a pele.

Fazendo uma pose que o fez perder o fôlego, esperou uma batida da música e então saiu pela grama molhada como uma graciosa bailarina, movendo-se com ritmo. Todos os músculos de Poncho enrijeceram enquanto ele assistia aos leves movimentos flutuantes. Ela dançou pelo jardim, parecendo não ter peso, inconsciente da presença dele.

A leve iluminação que vinha das janelas da cozinha de Anahi alcançava o escuro, iluminando os movimentos sensuais. O vestido, úmido pela garoa, tornou-se transparente. Poncho ficou com água na boca, vendo o jogo de luzes sobre aquele pequeno corpo.

Quando a música acabou, ela parou devagar numa posição final. Sem poder se conter, Poncho a aplaudiu. Anahi se voltou para encará-lo, os incríveis cabelos pendentes sobre ombros e seios.

Poncho riu perante a expressão de surpresa dela.

- De tirar o fôlego, srta. Portilla. Espetacular. Você deveria ter sido bailarina.

Ela chegou perto, as mãos na cintura.

- Não costumo dançar em público, mas fico feliz que tenha gostado, sr. Herrera.

Poncho jamais vira uma mulher tão sexy. Querendo estar mais perto dela, desceu um degrau.

- Oh, gostei muito... - Outro degrau desapareceu atrás dele, e Poncho a observava aproximar-se mais um pouco. - Talvez não tanto quanto o banho de espuma de ontem, mas gostei demais.

Ele desceu o último degrau, então perguntou:

- Sempre dança na chuva?

- E você não?

Anahi parou diante dele. A chuva fria caía sobre o peito e as costas de Poncho, a grama molhada espetando seus pés, mas ele não se importou. Seus olhos estavam colados no tecido transparente sobre os seios de Anahi. Os mamilos arrepiados apareciam contra o tecido fino e úmido.

Quando ele encontrou a voz, balbuciou:

- Eu... ah.., não, nunca dancei na chuva. - Ergueu os olhos para ela, e a garganta se comprimiu de desejo.

- Bem, nunca é tarde. - Anahi alcançou-lhe a mão e puxou-o em direção ao centro do jardim.

Poncho procurou detê-la.

- Não sou um bom dançarino. - Não podia se lembrar a última vez que dançara.

- Não é difícil. - Anahi o puxou mais um passo.

- Talvez não para você.

- Bobagem... É fácil. Você apenas põe a mão aqui... - Ela colocou a mão direita dele sobre seu quadril esquerdo. - E a outra aqui. - Pegou-lhe a mão esquerda, pondo-a sobre o outro lado de seu quadril, e sorriu. - Então eu ponho a minha aqui.

Os braços dela envolveram-lhe o pescoço e ela encostou a face contra a dele.

O pulso de Poncho atingiu o batimento máximo. Anahi devia estar ouvindo.

- Relaxe, Poncho. Feche os olhos e deixe que a música o leve.

Anahi moveu-se nos braços dele, o corpo balançando com o ritmo. Poncho inalou o aroma fresco dos cabelos úmidos de chuva e a obedeceu.

Automaticamente, apertou os braços ao redor da cintura de Anahi, trazendo-a para mais perto. Os seios fartos tocaram-lhe o peito, despertando-lhe um desejo tão agudo que não estava certo de poder controlar. Cada toque das formas femininas contra sua calça jeans comprimia-lhe o baixo-ventre, enviando ondas após ondas de paixão ardente.

Os lábios dela roçaram-lhe o pescoço sem querer. Anahi enrijeceu, e Poncho notou, fitando-a e emitindo um gemido.

Quanto tempo fazia? Muito tempo, sem dúvida. Aquela tinha de ser a explicação. Ele passara muito tempo sem fazer sexo. Não podia ser nada além disso.

O próximo toque dos lábios dela não foi acidental. Com muita calma, Anahi depositou beijos na extensão de seu pescoço. Poncho fechou os olhos e lutou contra o impulso de jogá-la no chão e torná-la ali mesmo sob a chuva.

Incapaz de viver um segundo mais sem corresponder, ele segurou-lhe a nuca, mordiscando-lhe a orelha.

- Anahi, sabe o que está fazendo comigo?