Fanfic: Uma vizinha especial AyA (Adaptada) | Tema: AyA

Ela se afastou e fitou-o.

- Eu... não consegui me conter. - Ela parecia tão surpresa com a própria ação quanto ele.

Aquela inocência fez algo se modificar no interior de Poncho.

Ele tomou uma decisão naquele exato momento.

- Não lamente - sussurrou, beijando-a em seguida. - Jamais se lamente - repetiu contra seus lábios, procurando acesso na boca entreaberta.

Anahi se abriu para ele, permitindo que explorasse a docilidade de sua boca.

Pressionando-se contra ele, ela envolveu os braços ao redor do pescoço de Poncho, que deslizou as mãos até as nádegas e a trouxe para si. Ela gemeu. Ele sentiu o corpo quente sob o vestido ensopado. Queria-a nua, queria senti-la derreter em seus braços.

- Quero levá-la para dentro, Anahi.

- Tudo bem - concordou, ofegante.

Sorrindo, Poncho pegou-lhe a mão e a guiou pelo jardim. A risada dela ecoou na noite, e o coração dele disparou. O som era magnífico, mágico. Queria ouvi-la rir de novo e de novo.

Alcançaram a varanda dos fundos da casa dele, mas Poncho não conseguiu esperar até que pudessem entrar. Virando-a para si, pressionou-a contra a porta, cobrindo-lhe a boca com a sua. Suas mãos estavam frenéticas agora, especulativas, curiosas, aprendendo sobre o corpo dela. Anahi se integrou ao frenesi. Correspondeu com ardor ao beijo, tocando-o em todos os lugares.

- Lá dentro... nós temos de entrar - Anahi murmurou, entre beijos.

Poncho a enlaçou pela cintura fina e a pegou no colo. Então, abriu a porta de tela e entrou na cozinha mal iluminada, sem parar de beijá-la. Pressionando-a contra a parede, intensificou as carícias.

- Não aqui, não desse jeito, Poncho.

- Certo. - Tomou a pegá-la no colo e dirigiu-se à varanda envidraçada da frente.

Chutou uma poltrona de lado enquanto a língua de ambos dançava num beijo ardente. Enlouquecido de tanto querer, Poncho caminhou até o sofá e jogou-se nele, com as pernas de Anahi entrelaçadas em sua cintura.

Tinha que tocar aqueles seios. Já.

Seus dedos apressaram-se no tecido molhado, tentando abrir a enorme fileira de pequeninos botões de pérola na frente do vestido indiano. Quando ela se arqueou, Poncho perdeu de vez o controle. Gemeu, abandonando os botões. Então cobriu o bico de um dos seios com a boca, sugando-o por cima do tecido transparente.

Anahi gemeu de prazer, o som quase levando-o ao êxtase. Mas, num rompante de lucidez, conseguiu perguntar:

- Você tem preservativo?

Preservativo? Poncho praguejou. Claro que não tinha. Não esperava que fosse necessitar de um durante sua curta estada no Alabama.

Ergueu-se sobre um cotovelo e passou os dedos pelos cabelos.

-Não. - Detestou ter de admitir o fato, temendo mais a reação dela.

Anahi se sentou rápido e, no movimento, bateu a cabeça na dele.

Ela gritou, Poncho também. Quando ele jogou seu peso para o outro lado a fim de esfregar a cabeça dolorida, Anahi começou a fechar os botões da roupa.

- Espere! Posso ir à farmácia. Voltarei em cinco minutos. - Poncho censurou-se por seu tom suplicante.

Nunca suplicara nada a uma mulher. Mas seu desejo por Anahi era tão forte que chegava a causar-lhe desespero.

Ela escapou do toque dele e colocou-se em pé.

- Não é uma boa idéia.

O vestido transparente continuava colado nas lindas curvas.

Aquelas que ele queria possuir mais do que queria respirar.

- Vou embora, antes que façamos algo de que possamos nos arrepender - acrescentou quando deu um passo atrás.

Poncho levantou-se, o corpo inteiro reclamando pela paixão não realizada. Tentou alcançá-la, mas ela evitou o toque.

- Pensei que você quisesse isso tanto quanto eu, Anahi. Ela umedeceu os lábios e desviou-se.

-Eu... não pretendia ir assim tão rápido. Não... não faço sexo casual. - Engoliu em seco. - Desculpe-me.

Sexo casual. Era aquilo. Eles de fato não se conheciam e nem mesmo estavam namorando. Poncho sentiu algo como um golpe no estômago. Seduzira Anahi? Pensara que ela o havia seduzido.

- Acho que nenhum de nós pretendia ir tão depressa. - Num patético esforço de se redimir, ele tentou um sorriso.

Anahi assentiu.

- Tem toda a razão. - Ela deu mais dois passos. - Deveríamos ter ido um pouco mais devagar com as coisas. Você sabe...

Anahi tropeçou numa cadeira e quase caiu. Sorrindo, rodeou o obstáculo e continuou em direção à porta.

- Poderíamos ter começado com um encontro, em vez de... - O batente da porta a deteve desta vez. Poncho deu risada.

Anahi esfregou a cabeça e piscou.

- Nós não deveríamos... - Ela parou quando Poncho diminuiu a distância entre eles e segurou-lhe o braço, virando-a.

- Então vamos tentar deste jeito.

Relutante, ela deixou que ele a conduzisse até a cozinha e porta afora.

Em silêncio, cruzaram o jardim e pararam nos degraus de trás da casa dela. A chuva cessara, e a lua que aparecera brilhava sobre as folhas molhadas.

- Sinto muito, Poncho- disse ela, com doçura, e então olhou para o chão.

Poncho ergueu-lhe o queixo, o coração acelerado dentro do peito.