Fanfic: Uma vizinha especial AyA (Adaptada) | Tema: AyA

 Meninas obrigada pelo apoio, estou me mudando pra casa da minha avó e a internet aqui é modem e lenta mas vou postar aos poucos, a web está quase chegando ao fim, comentem!

Com mais um passo atrás, Poncho bateu contra a lateral da porta de um dos reservados e perdeu o equilíbrio. Tentou se apoiar na parede, mas acabou caindo sentado. Por sorte, a tampa do vaso sanitário estava fechada.

- Mais do que você jamais sonhará em saber sobre emoções - acrescentou Anahi.

Ela se aproximou, colocou-se entre as pernas abertas dele e trancou a porta atrás de si.

Poncho de repente se sentiu encurralado e tentou levantar-se.

- Não acho que este seja o lugar ideal para discutirmos o assunto.

- Fique sentado aí, Poncho. Este é um local perfeito. Afinal, você é tão cheio de si...

- Olhe... - começou ele, interrompendo-lhe a tirania. Sua paciência acabara de se esgotar - não sei qual é o problema, mas basta!

Poncho afrouxou, nervoso, a gravata e abriu o primeiro botão da camisa. Um homem não podia agüentar tanto. Clientes importantes o aguardavam numa sala de reuniões.

- Ou você me diz qual é o problema ou...

- Seu telefone está quebrado? - ela indagou, com ironia. - Você não me ligou ontem, como prometeu.

Poncho a fitou, surpreso. Ela parecia à beira das lágrimas.

- Toda essa confusão só por causa disso?

- Você disse que telefonaria.

Poncho sentiu certo peso na consciência.

- Eu... tive de trabalhar até tarde - defendeu-se, de repente sem palavras. - Era mais de meia-noite quando cheguei em casa, e aquele bendito vira-lata...

- Oliver - corrigiu-o, o lábio inferior ainda tremendo.

Poncho engoliu em seco. O movimento que a respiração ofegante causava aos seios dela o estava tirando de órbita.

- Sim, ele mesmo. Oliver... me distraiu. - A súbita fragrância de rosas o envolveu, deixando seu corpo mais consciente de Anahi do que já estava.

- Ele está bem?

Poncho passou os dedos pelos cabelos e tentou se situar na pergunta, mas só conseguiu absorver cada detalhe da mulher a sua frente. Aquela proximidade... e ele podia ver com clareza a marca dos mamilos sob o vestido. Foi necessária toda sua determinação para não levar a boca até ali e sugá-lo com o desejo que explodia em seu interior. O tecido marcava cada curva dela, os seios firmes, o contorno da cintura fina... E então havia aquela pequena rosa tatuada na perna.

- Eu preciso saber... Onde conseguiu esse vestido, Anahi?

O desejo, o mesmo que corria por suas veias, queimava também nos olhos de Anahi.

- É de Dulce- murmurou, afastando-se o máximo que a porta permitia.

- Lembre-se de agradecer a ela. - E Poncho deu uma risada travessa.

Parecendo frágil como cristal, Anahi dava a impressão de que estava pronta para cair em prantos a qualquer momento. Por fim, Poncho tomou coragem para ir ao ponto:

- Está triste assim porque não telefonei?

Ela pestanejou. Um sentimento de proteção apoderou-se do co­ração de Poncho . Não queria que Anahi chorasse. E muito menos ser o responsável por tais lágrimas. Ela engoliu em seco, o esforço visível em sua garganta.

- Acho que não estou acostumada a esse tipo de coisa. - Os olhos azuis marejados se conectaram aos dele. - Quero dizer... - Gesticulou e abraçou a si mesma. - Você foi embora e não ligou... então eu apenas...

Anahi suspirou, o som quase um soluço.

Antes que pudesse lembrar a si mesmo de todas as razões pelas quais não deveria, Mac a alcançou.

- Venha cá - murmurou, puxando-a para o colo. Então envolveu-a nos braços e aconchegou o pequeno corpo trêmulo contra o peito. - Eu deveria ter ligado.

Ele deu-lhe um beijo doce na testa.

Anahi soluçou.

- Desculpe-me. Acho que estou sendo boba, mas isso nunca aconteceu comigo antes. - Ela se aninhou nos braços fortes. - Não sou muito boa nisso - acrescentou; com tristeza.

Que coisa!, pensou Poncho , afundando o rosto nos cabelos dela e inalando a leve essência de xampu. Levantando o queixo, olhou-a com intensidade. Então, sorriu. O coração acelerou quando ela retribuíu-lhe um sorriso tímido.

Poncho secou uma lágrima do bonito rosto e traçou-lhe o lábio inferior com o indicador.

- Anahi?

- Hum?

- Vamos para algum lugar. Este não é o local mais romântico do mundo.

- Tudo bem - sussurrou, ajeitando o vestido na altura das coxas. - Sinto muito, Poncho.

Ela destrancou a porta atrás de si, em seguida desaparecendo pela porta que levava ao corredor, uma lágrima voltando a descer por sua face.

Ele ficou de pé, ajeitou as roupas, os cabelos, e saiu da cabine, indo rápido atrás dela. Quando estava saindo, encontrou com uma moça loira que arregalou os olhos e correu em disparada. Sem dúvida, fora chamar o segurança por encontrar um homem no toalete feminino.

Meneando a cabeça, Poncho retornou à sala de reunião. Anahi não estava em nenhum lugar à vista.