Fanfic: Uma vizinha especial AyA (Adaptada) | Tema: AyA

- O que houve aqui, Ucker? Onde estão todos?

Ucker o fitou e indicou com a cabeça a janela.

- Veja por si mesmo. Seus investidores foram seqüestrados.

Pondo as mãos nos bolsos, Poncho aproximou-se para olhar o estacionamento. Diversos de seus clientes, que tinham estado naquela mesma sala fazia apenas alguns minutos, entravam num microônibus, seguidos por Dulce, Lance e um pequeno grupo de estranhos. Antes que Poncho pudesse dizer algo, Anahi apareceu e subiu no ônibus um segundo antes de o veículo partir.

-Nós fomos pegos, meu amigo - declarou Ucker, com tristeza.

Poncho não podia se lembrar de alguma vez na vida ter se sentido tão enganado. Tão traído.

- O que houve?

- Não estou bem certo. Mas parece que fomos distraídos enquanto esse grupo tomava nosso lugar. A única coisa que sei éque depois que desliguei o telefonema de Dulce, voltei aqui e encontrei a sala vazia, exceto por Batson. Ele ficou furioso porque um certo senhor de idade chamado Towery interrompeu sua apresentação.

Poncho franziu o cenho.

- Towery? - Poncho repetiu o nome até o reconhecimento. - Towery! Ele é o tal senhor que vem encabeçando os protestos da rua Chenille.

Ucker estreitou os olhos.

- Ah, sim... Achei que o nome me era familiar. Então era nisso que Anahi e Dulce estavam metidas.

A verdade atingiu Poncho com súbita clareza. O fato de Anahi não ter feito nenhum trabalho de resgate das peças do casarão... e de ter tentado de tudo para distraí-lo do trabalho... O piquenique e a pescaria, o filhote, o ato de am...

Seu cérebro travou. Meneou a cabeça. Não, não podia ser. Ela não teria ido tão longe assim apenas para enganá-lo.

- Olhe, Poncho, não sei bem o que está havendo, mas tenho a leve impressão de que não vamos gostar. Dulce e Anahi parecem ter juntado forças com Towery para prorrogar a demolição da segunda.

- Mas por quê? O que elas duas têm a ganhar com isso?

Ucker suspirou, frustrado.

- Dulce fez isso apenas para se vingar de mim. - Deu de ombros. - Mas Anahi, não tenho idéia.

Poncho pensou na maneira como Anahi fora parar até na cadeia para evitar que a magnólia fosse cortada.

- Talvez ela seja daquele tipo fanático que se envolve nas causas até a alma - sugeriu, uma profunda sensação de tristeza a dominá-lo.

- Poncho, há uma coisa que preciso lhe contar.

- O que é? - Poncho intuiu que não ia gostar do que Ucker estava prestes a dizer.

- Aquela investigação sobre o passado de Anahi que você me pediu que fizesse. - Fez uma pausa. - Bem, não é o que eu esperava.

Poncho tornou-se apreensivo. Quão ruim poderia ser? Estivera per­to de Anahi o suficiente para saber que ela era uma boa pessoa. Doce e inocente em muitos aspectos.

- O que diz o relatório?

Ucker encarou o amigo.

- Seis anos atrás, quando Anahi tinha dezenove, foi presa por libertinagem.

Poncho parou de respirar, todo seu corpo parecendo paralisar.

- E?

- Durante os dezoito meses que se seguiram ao incidente, ela foi presa mais duas vezes. Mais uma por libertinagem e outra por agressão.

- Agressão?!

- Sim. - Ucker baixou o olhar. - Ela e seu... gigolô...

Poncho arregalou os olhos.

- ...tiveram uma briga e ambos foram parar no hospital. Ele afirmou que Anahi o acertara com um taco de beisebol. Ela alegou legítima defesa, e o tribunal apontou um advogado do governo para defendê-la.

Poncho respirou fundo. Prostituição. Cada instinto que possuía lhe dizia que não poderia ser verdade. Anahi não teria lhe mentido dessa maneira. Se aquilo fosse fato, o que eles haviam compartilhado era...

- Tem certeza, Ucker? - Mac sentia um imenso vazio dentro de si. O relatório podia não estar correto. Ele não podia ter sido tão tolo. Saberia se Anahi...

- Sim. E isso não é tudo.

Poncho sentiu o chão sair debaixo de seus pés.

- Fale.

- O advogado dela era Thomas Styles.

Se aquele nome deveria dizer alguma coisa a Poncho, não disse. Deu de ombros.

- Conhece Thomas Styles?

Ucker meneou a cabeça.

- Não, ele era um homem de idade. Morreu dois anos atrás, antes que eu viesse exercer advocacia aqui. O ponto é que, depois que ele representou Anahi perante a lei... - Ucker fez uma pausa, procurando as palavras certas - levou-a para morar em sua casa. Os dois viveram juntos até a morte dele. Thomas deixou para ela todos os seus bens, inclusive a casa na rua das Magnólias, onde ela reside.

As palavras atingiram Poncho como uma espada. Anahi, a mulher com quem fizera amor sem usar nenhuma proteção, tinha sido presa duas vezes por prostituição e vivera com um homem de idade até que ele morresse e lhe deixasse uma herança. Poncho a deixara penetrar seu mundo, contando-lhe coisas que nunca revelara a mais ninguém. E nutrira sentimentos por ela que nunca esperara nutrir por ninguém. O sangue pulsou em seus ouvidos. Até mesmo imaginara Anahi em seu futuro, tendo um filho dele!

- Você está bem, Poncho ? - perguntou Ucker, solidário.

Sentia muita raiva. E não precisava de solidariedade. Anahi Portilla era quem precisaria disso. Ela podia tê-lo enganado por um tempo, mas ele retomara o autocontrole.

- Estou. - E foi em direção à porta.

- Aonde você vai?

Poncho parou e virou-se para encarar o amigo.

- Vou mostrar a Anahi Portilla quem está no comando desse projeto.

franmarmentini: eles fizeram amor sim naquele dia que ela levou o piquinique para a casa que ele vai destruir, e eu postei sim mas é que o livro é meio romântico e não descreve a cenas em detalhes só dar a entender o que aconteceu entre os dois.

preparem-se meninas Poncho vai agir como um idiota com  Anahi =/