Fanfic: Uma vizinha especial AyA (Adaptada) | Tema: AyA

- Não posso acreditar nisso - resmungando, Anahi inspecionou a pequena cela em que Phil Gerard os deixara mais de uma hora atrás.

Como Phil podia fazer aquilo com ela? Eles tinham uma longa história. Phil a conhecia melhor do que qualquer pessoa. E a entendia melhor do que qualquer um, também. Então, como? Fechou os olhos e meneou a cabeça.

- Não posso crer...

- Pois acredite - replicou Poncho.

Anahi ergueu as pálpebras e fitou seu companheiro de cela.

- Tudo isso é culpa sua.

- Minha?! - As pupilas dele brilharam de indignação.

- Você... - Anahi começou a apontar um dedo acusador, mas o peso da mão dele a deteve. Ela, então, olhou para a pulseira de metal que ainda os unia. - Não é justo. Phil não deveria ter nos deixado algemados.

- Bem, se você não tivesse batido no peito dele com sua unha afiada, nós poderíamos não estar aqui neste momento. Tem alguma idéia das conseqüências de agredir um oficial da lei?

Anahi pôs as mãos aos quadris, e puxou Poncho, no processo, para mais perto de si.

- Se você não tivesse tentado matar aquela linda árvore antiga...

Um músculo contraiu-se no belo maxilar de Poncho.

- A árvore é minha. Posso matá-la, se quiser.

Ela ficou furiosa e inclinou-se em perigosa proximidade em direção a Poncho, o Matador de Magnólia.

- Apenas tente, seu destruidor, e eu o atingirei...

Os penetrantes olhos verdes de Póncho fixaram-se nos dela e o resto da frase morreu nos lábios de Anahi. Ele estava perto demais. Mais perto do que ela esperara, mais perto do que deveria estar, e ainda assim, não o bastante.

Toda a força da convicção de repente esvaiu-se de Anahi, junto com o ar de seus pulmões. Longos dedos de uma mão algemada a sua alcançaram-lhe a cintura, trazendo-a mais próximo ainda. A respiração dele era como uma pena sobre seus lábios. O aroma masculino assaltou-lhe os sentidos, deixando-lhe as pernas bambas.

A mão livre dele tocou-lhe o rosto, e dedos gentis trilharam sua face.

- Agora sim é uma proposta interessante - murmurou ele, a boca provocante prometendo um beijo.

- Any! Meu Deus, tudo bem com você?!

Era Dulce.

Anahi e Poncho separaram-se num sobressalto, tanto quanto as algemas permitiram, e ela meneou a cabeça para clarear a névoa que instalara-se em sua mente. Sorriu aliviada quando Dulce chegou à cela e espreitou através das barras de ferro.

- Estou bem, Dulce.

- Phil vem vindo soltá-la neste minuto. Querida, lamento ter demorado tanto, mas ele se recusou a liberá-la até que conseguisse entrar em contato com o advogado de Herrera.

- Alfonso, vim o mais rápido que pude. - A voz vinha de um homem alto e de boa aparência que chegou atrás de Dulce, que se virou para olhá-lo.

- O que você está fazendo aqui?

Ele sorriu.

- Representando meu cliente, claro.

Dulce o estudou.

- E desde quando você está representando esse homem? Nunca vi o nome dele em nenhum arquivo lá na empresa.

- Desde que Christian , o advogado dele em Atlanta, me pediu que o fizesse. - Contornou Dulce e estendeu a mão para Poncho . - Sou Christopher Uckerman.

Alfonso apertou-lhe a mão, um sorriso amplo no rosto.

- Obrigado por vir, Christopher . Christian me falou muito de você.

Dulce riu, zombeteira.

- Bem, isso não poderia ter sido bom.

Anahi franziu o cenho, confusa.

- Dulce, você conhece esse homem?

Ela suspirou.

- É ele o futuro sócio de meu pai na firma.

- Oh...

Então aquele era o sujeito que Dulce vivia para detestar.

- Você não deve ter ouvido coisas lisonjeiras a meu respeito, srta. Portilla - sugeriu Ucker, numa entonação macia e sexy.

- Digamos apenas que não merecem ser repetidas.

- Esta situação representa uma séria violação de éticas.

- Não vejo como, Dulce- replicou Ucker.

- Isso é um conflito de interesses, Ucker. Somos ambos do mesmo escritório de advocacia, e nossos clientes estão em lados opostos.

- Bem, se você tem problemas, Dulce, terá de superá-los.

- Não penso assim.

- Nesse caso, acho que temos um desacordo a negociar.

- Não há nada para negociar - interveio Poncho, aborrecido. - Trata-se de minha propriedade. Tenho todo o direito de cortar aquela árvore, se assim desejar.

- Só por cima de meu cadáver!

- Isso pode ser arranjado - devolveu Poncho.