Fanfics Brasil - Dulce – Um novo rumo da história Estranhas Conhecidas (Portiñon)

Fanfic: Estranhas Conhecidas (Portiñon) | Tema: Portiñon, AyD


Capítulo: Dulce – Um novo rumo da história

16 visualizações Denunciar


Eu estava plantada no meio do quarto, ainda dentro de um robe branco impregnado do cheiro de Any. Depois que ela bateu a porta, indo embora não somente daquele ambiente, mas também da minha vida... fiquei atônita por alguns segundos. Submersa em uma agonizante vontade de chorar, e claro, tentando entender o que havia realmente acontecido.


Primeiro me senti furiosa, pois Any havia tomado a atitude que pertencia a mim, fazia parte dos meus planos dar um fora nela, e depois trocar o número do celular, me desfazer daquela conta inútil no MSN, e jamais voltar a olhar para aquele site... Respirei fundo enquanto buscava a beira da cama para me sentar. Retirei alguns fios de cabelos do rosto...


“Ela me deu um fora!” pensei, remoendo passo a passo tudo o que acontecera há tão poucos minutos atrás. “Fria, calculista... sádica!” disse enquanto mordia de leve a minha mão. “Como pude ter sido tão idiota?” Me envolvi com aquela pilantra de uma maneira inexplicável. Antes de o sono me derrubar, pensei seriamente que eu poderia levar adiante aquele relacionamento. Cheguei a cogitar a possibilidade de viajar para São Paulo duas ou três vezes por mês, mas... Any simplesmente me deu um fora! Ela era muito mais sem caráter do que eu. Aquela mulher não tinha coração. Seu plano fora... Nossa! Éramos tão iguais que assustava. Deslizei as mãos pelos lençóis bagunçados, puxei para junto de mim, o travesseiro em que ela esteve deitada. Aspirei o cheiro bom dos seus cabelos, e pela primeira vez na minha vida, eu senti a dor de perder alguém. Quando me dei conta, eu chorava feito uma criança com fome. Era um choro sufocado, triste, que tirava a minha força e fazia doer todos os músculos do meu corpo.


Num impulso, apanhei o telefone e liguei para Any. “Desligado!”, falei e arremessei o aparelho no canto da cama. Olhei ao meu redor... Nada fazia sentido. “Era perfeito, o que deu errado?”, eu me perguntava, batendo na cabeça como se quisesse que ela explodisse em milhões de pedaços. Lembrei-me das vinte e quatro horas que passei com Any naquele quarto e me contorci inteira. “Era perfeito, o que deu errado?”, repeti agoniada.


 


Para a minha tristeza, o meu vôo atrasou quarenta minutos. O aeroporto estava tão cheio que eu tive de me juntar a alguns garotos que tinham sentado no chão.  


 


Abri a porta de casa quase meia noite. Lygia estava deitada na sua cama quando larguei a minha bolsa de viagem no tapete do seu quarto. Fez barulho, ela se voltou para mim, sonolenta esfregou os olhos para tentar enxergar na escuridão. Não esperei que ela falasse nada, corri para o seu lado na cama e a abracei calorosamente.


-  Dul, o que aconteceu?


Não respondi, apenas chorei abraçada a ela. Naquele momento, eu só queria me sentir protegida; queria que alguém me dissesse o que fazer, ou que aquilo que eu tava sentido pela primeira vez passasse tão rápido quanto surgiu.


-  Meu Deus... você está...chorando? – passou as mãos pelos meus cabelos enquanto falava – O que aconteceu, me diz! Fizeram alguma coisa com você? Te machucaram?


Balancei a cabeça negativamente, não havia me machucado da forma como Lygia tinha deduzido. Era uma ferida imaginária que abrira em meu peito.


-  A Any... o que ela fez de tão grave? – ergueu os meus olhos, havíamos nos acostumado com a escuridão.


-  Ela me deu um pé na bunda.


Lygia acendeu a luz do abajur. Me olhou fixamente, como se tivesse se deparado com um fantasma. Eu, ao mesmo tempo que estava envergonhada, sabia que precisava dela para desabafar. Se não contasse a alguém o que tinha acontecido, na certa enlouqueceria.


-  Não tô acreditando, Dul! Não era... você quem faria isso com ela?


-  A garota é ardilosa, Ly! – me apoiei no cotovelo – A gente transou deliciosamente por horas... foi a noite mais gostosa de toda a minha vida, acho que da dela também. – pensei por uns instantes – Acho não, tenho certeza! Posso ser tudo, menos imbecil. Sei quando uma mulher sente prazer, e te garanto... ela goz...


-  Me poupe dos detalhes, Dul! – interrompeu.


-  Tá certo. – suspirei – Como ela foi fria! – disse magoada – Me usou, e depois simplesmente disse que não queria mais me ver.


-  Tem certeza que ela gostou tanto assim de você?


-  Não enche! – franzi o cenho – Ela gostou, eu senti... a pele dela, o olhar, a umidade, tudo nela denunciou que foi maravilhoso.


-  Ela tem namorada, oras! – sentou-se na cama – Caiu em tentação, depois que o tesão passou, ela se deu conta de que tinha feito uma bobagem.


-  Ela é uma vadia! – levantei-me também.


-  Dá um tempo pra menina, Dul... talvez ela não esteja acostumada a trair a namorada, isso a assustou.


-  Ela é uma safada! – andei pelo quarto – Como eu fui cair nessa? Dá pra acreditar? – falei indignada.


-  Pela primeira vez você se deixou levar  pela emoção. – caminhou até onde eu estava – Estou orgulhosa de você.


-  Tá brincando, né?


-  Não! Tô falando sério... agora você vai pensar pelo menos duas vezes  antes de sair por ai iludindo as garotas.


-  Tá doendo pra caralho, sabia?


-  Eu sei... mas vai passar.


-  Quando? – perguntei já perdida naquelas malditas lágrimas novamente.


 


Não fui trabalhar nos dois dias que se seguiram. Eu estava sentada no sofá quando minha mãe resolveu que precisava ter um papo sério comigo. Uma droga quando ela resolve tirar férias das suas viagens.


-  Não vai mais trabalhar, Dul? – sentou-se ao meu lado.


-  Estou doente, já mandei o motoboy levar o meu atestado.


-  Pagou quanto por este atestado?


Ergui a sobrancelha, encarei-a.


-  Duzentos reais, uma pechincha, não acha? – falei irônica.


-  O que você tem? – retirou as folhas do jornal das minhas mãos – Nunca te vi tão muda, displicente, sem apetite...


-  Tô cansada. Meu médico disse que estou sofrendo de estresse.


-  Deixa de ser irônica, menina! Você nem ao médico foi.


-  Você passa dois meses viajando e quando volta quer entender em um dia tudo o que passou na sua ausência?


-  Quero entender o que está acontecendo... e quanto as minhas viagens, você sabe perfeitamente que são a trabalho.


-  Olha, mãe... eu não tô legal. – sentei-me – estou louca para culpar alguém pelo meu desânimo, certo? Portanto, não tente conversar comigo pelos próximos... cem dias!


Disse e sai da sala. Fechei a porta do quarto abruptamente. Eu estava insuportável desde que voltei de São Paulo. “Maldita viagem!”, deitei-me na cama, adormeci. Acordei com o telefone tocando. Atendi sonolenta.


-  Alô. – bocejei em seguida.


-  Oi, Dul! É a Deby, tudo bem?


-  Tudo péssimo – pensei – Tudo indo – disse.


-  Tudo indo pra mim também. Tá de bobeira hoje?


-  Alguma proposta irrecusável?


-  Duas gatas na casa da Fernanda pra gente se divertir, tá afim?


Pensei um pouco.


-  Deby, e a Jess? – ela entendeu a pergunta.


-  Tá em outra. Eu pisei feio na bola... – alguns segundos de silêncio - ... soube que ela está saindo com uma tal de Cristina. Tenho que esquecê-la amiga, por isso estou voltando pra pista.


Acho que eu também tinha que reagir de alguma forma. Any também tava em outra, e ficar em casa amarrando um bode por causa dela seria o mesmo que assinar meu atestado de idiota.


-  Tô dentro!  As gatas já estão na casa da Fê?


-  Acho que sim...


-  Te encontro lá em meia hora, ok?


-  Que beleza! – falou animada – Ei, Dul!


-  O quê? – perguntei antes de desligar.


-  Senti saudades.


-  Eu também. – menti.


Desliguei o telefone com a sensação de que eu iria colocar a minha vida nos eixos de novo. 



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): MahSmith

Este autor(a) escreve mais 9 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

Cheguei em casa e me tranquei no quarto com as lagrimas secas em meu rosto e uma dor infernal, mas não era na cabeça e sim no meu peito. Fui uma tola achando que não me envolveria. Não era possível ficar com uma mulher com a Dul e não se envolver. Seu cheiro ainda estava na minha pele e a nítida sensação dos seus ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 11



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • tryciarg89 Postado em 07/09/2023 - 19:47:25

    Fofa demais,ameiii esse final

  • angelr Postado em 19/08/2015 - 15:02:05

    Que web linda 😍😍

  • lunaticas Postado em 16/05/2015 - 22:16:20

    Linda web <333

  • justin_rbd Postado em 20/01/2015 - 13:13:01

    MAIS UMA VEZ EU AQ KK,RELI SUA FIC E ME AMOCIONEI MAIS UMA VEZ ,

  • justin_rbd Postado em 27/11/2014 - 13:55:10

    sua fic foi perfeita !! parabéns

  • vverg Postado em 22/02/2014 - 10:56:21

    Linda história do começo ao fim =)

  • vverg Postado em 17/02/2014 - 21:35:38

    Nossa!!!! A historia é muito triste, mas não deixa de ser bonita pela entrega das duas... =)

  • laryssales Postado em 16/02/2014 - 14:05:57

    omg a fic ta cada vez mais envolvente *-*

  • juhdul7 Postado em 16/02/2014 - 10:22:29

    Amei a fic!! Posta mais!!

  • isabela_araujo Postado em 10/02/2014 - 17:24:37

    adorei a fanfic, posta maais (:


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais