Fanfics Brasil - Dulce – Tempos de mudanças Estranhas Conhecidas (Portiñon)

Fanfic: Estranhas Conhecidas (Portiñon) | Tema: Portiñon, AyD


Capítulo: Dulce – Tempos de mudanças

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No sábado de manhã eu acordei com Lygia batendo na porta do quarto. Sonolenta, esfreguei os olhos na tentativa de conseguir enxergá-la. Minha irmã ergueu o telefone na minha direção, eu apanhei o aparelho, logo fiz gestos para saber quem era.


-  Sua amiga Deby. – sussurrou - Acho que seu celular está sem bateria.


Agradeci com a cabeça, ela saiu do quarto...


-  Alô! - falei antes de bocejar.


-  Bom dia garota! - disse tentando sustentar uma animação falsa, eu e todo mundo sabia que ela estava enfrentando uma dor de cotovelo terrível por causa da Jess. Ontem mesmo estávamos na Lapa, com uma turma num bar e Jéssica chegou acompanhada de sua nova namorada. Ela veio a nossa mesa, nos cumprimentou e lançou um olhar frio sobre Deby, que deste momento em diante fechou a cara, misturou vodka com cerveja e descontrolada começou uma briga feia ao dar um soco no rosto de Cristina, sua algoz. Eu e Fernanda tentamos separar a briga, mas os seguranças acharam prudente nos expulsar do estabelecimento. Levamos a bêbada em casa, demos banho, pusemos na cama e aguardamos quase duas horas até que ela parou de chorar e conseguiu dormir. Exausta, voltei para casa, pois não queria correr o risco de ter de dormir ao lado de Fernanda, depois conto o porquê, primeiro deixa eu atender a ligação, beleza?


-  Tá melhor? - perguntei entediada enquanto - de frente para o espelho -, ajeitava o meu cabelo despenteado.


-  Nova em folha.


-  Não posso dizer o mesmo, mas tudo bem...


-  Tem uma rave pra gente ir hoje, tá afim?


-  Não!


-  Qual é Dul! Você tem andado tão esquisita.


-  Problemas no trabalho...


 - Sei... isso tá me cheirando a rabo de saia - riu ao final da frase.


-  Não tem nada melhor para fazer?


-  A rave vai ser dez!


-  Não tô com pique, detesto aquele povo bêbado e drogado que você gruda.


-  A Fernanda vai. Soube que vocês estavam ficando pelas minhas costas.


-  Não tô com pique... “DR” agora não, ta?


-  Já sei, já sei... Mas, se mudar de ideia, estaremos a sua espera. "Xau"


-  "Xau" - disse e desliguei.


 


Tornei a deitar-me na cama, e comecei a lembrar dos últimos acontecimentos. Para saciar a sua curiosidade, são essas lembranças que me impediram de dormir ao lado de Fernanda na casa de Deby ontem... Bom, no dia em que fui “a tal festa” para retomar a minha vida, tudo estava perfeito! A música era sexy, tinha duas garotas belíssimas, que estavam em ótima sintonia com a gente, o quarto cheirava a desejo; havia sedução em cada gesto das outras quatro mulheres, mas eu simplesmente, broxei... Depois dizem que mulheres não broxam. Pois, é! Não consegui passar dos beijos sensuais e das mãos nos seios da loira que eu nem sabia o nome. Sai do quarto me queixando de uma terrível dor de cabeça. Fernanda e Deby, que me conheciam bem, até acharam que eu estava falando a verdade, mas os olhos da loira - que eu havia tirado as calças -, nitidamente zombavam da minha desculpa esfarrapada.


Fui para casa xingando até a última geração de Any. Sim, porque tudo era culpa dela. Depois daquela noite maravilhosa que passamos, todas as mulheres tinham perdido a graça para mim, e logo eu que achava isso impossível.


Amarguras a parte, eu tinha recusado o convite da rave principalmente por ter um compromisso para esta noite. Ontem, minutos depois da confusão, falei com Jess que a gente precisava conversar, ela concordou e nós ficamos de jantar juntas neste sábado. Nos encontraríamos em Botafogo às 20h30.


 


Passei o dia atarefada com Lygia. Eu precisava espairecer e ela me levou para dar uma volta no shopping. Nada pior do que ir fazer compras com uma consumidora compulsiva como minha irmã. Ela era ótima pessoa, mas estava ansiosa - na segunda-feira a namorada de Maceió ficou de confirmar com o chefe se seria ela a vir conversar com um cliente no Rio -, com a possibilidade de conhecer a pretendente nordestina antes do fim do ano.


Quatro horas e meia no shopping e Lygia comprou cinco vestidos, duas blusas, quatro pares de sapatos e três barras de chocolate.


-  Ao final desse chocolate você não caberá mais nessas roupas. - falei durante o caminho do shopping para a casa.


-  Estou nervosa, Dul! Nem acredito que vamos nos conhecer! - falou com brilho nos olhos. Pensei nos meus olhos quando vi Any sorrindo no desembarque daquele maldito aeroporto de São Paulo.


-  Não se iluda. Ela ainda nem sabe se virá mesmo.


- Os astros conspiram a favor do nosso amor. - sorriu e eu a achei patética. Me recuso a narrar para vocês o que se sucedeu na nossa conversa. Fico enjoada só de lembrar.


 


À noite eu e Jess estávamos sentadas no restaurante Couveflor, na Rua Pacheco Leão, no Jardim Botânico. Ambas um pouco sem graça, afinal de contas, fazia tempo que não conversávamos. Eu simplesmente a abandonei depois de saber da sua suposta doença e Jess estava completamente consumida em sua dor, primeiro pela suspeita do câncer, segundo pela rejeição da namorada.   


-  E aê? – ela quebrou o silêncio enquanto mexia no suco que havia pedido – Aprontando muito?


-  Não... – sorri meio amarelo – Tô preocupada com a Débora. – não fiz rodeios.


-  Olha, Dul...


-  Eu sei que ela foi uma F.D.P, mas a mulher tá pirando.


-  Estou namorando a Cris, você sabe.


-  Você não gosta dessa garota, Jess, isso está estampado na sua cara... – balancei a cabeça numa negativa – Só quer fazer a Deby sofrer, acha que precisa dar o troco nela, mas eu aposto que está sofrendo tanto quanto.


-  Você não entende nada de amor, Dul! – falou um pouco severa. Eu não entendia mesmo, mas acho que o amor é mesmo assim, a gente não entende nunca, mas sente. Às vezes não sabe expressar em palavras o que está dentro de nós, mas os olhos falam. Fiquei quieta, e ela continuou – O que aconteceu com você?


Viram? Os olhos falam.


-  Conheci uma garota e ela arrasou a minha vida – desabafei.


-  Você? Tá brincando, né?


-  Sim, brinquei com fogo e me queimei.


-  Eu conheço?


-  Não, ela é de São Paulo... conheci num site de histórias lésbicas.


Contei a Jess tudo o que tinha acontecido comigo. Ela me ouviu perplexa.


-  Por isso eu tô aqui – continuei falando – Eu não quero que a Deby e você... Putz! Abram mão de um sentimento tão bonito por causa de magoas que podem ser perdoadas.


-  Dul, eu realmente acho a sua atitude nobre, mas... A Deby sempre quis um relacionamento aberto – apoiou as mãos sobre a mesa – Eu até curtia no começo, mas estou numa fase em que quero alguém só para mim, sabe?


- Sei... – suspirei lembrando do sorriso de Any.


-  Depois que passei por esse susto da doença, repensei muitas coisas, e uma delas é que eu quero parar, ter minha família, casar com alguém que eu ame e que me faça bem, e não ficar perdendo noites e noites com várias mulheres diferentes. Quero uma só, que me complete.


Suspirei novamente, eu tava ficando assustada. Jess tinha falado tudo o que eu gostaria de dizer, mas que não conseguia ou não tinha coragem de admitir.


-  Vocês deviam conversar, sabia?


-  Estamos em sintonia diferente.


-  Entendo... – fiquei sem argumentos. Jess tinha razão, Deby ainda precisava amadurecer um bocado para elas tentarem novamente.


 


 


Domingo à tarde eu estava deitada na cama de Lygia esperando-a terminar o banho, para nós irmos a um show na praia de Copacabana quando o telefone tocou. Dei um salto e quase cai. Meu coração ficou rapidamente descompassado, minhas bochechas provavelmente coraram e as mãos tremulas quase não conseguiram me deixar atender a ligação. Atendi...


- Dul não desliga antes de me ouvir – falou do outro lado da linha uma voz vacilante e assustada - Eu fui uma estúpida e eu preciso te falar algo muito sério que tem a ver com o meu comportamento.


Respirei fundo, a ficha começou a cair de vagarinho. “Ela quer se divertir mais um pouco”, pensei.


- Eu sei qual foi o seu comportamento... Não precisa se explicar. Sua... Sua...


Me interrompeu bruscamente...


- Dul, eu agi errado. Muito errado, confesso, mas eu tenho uma boa explicação pra isso. – disse.


Fiquei em silêncio por alguns segundos... A voz de Any ecoava na minha cabeça e me entorpecia. Ela tinha um efeito inexplicável sobre mim.


 


- Sou toda ouvidos – falei com a necessidade de ouvi-la mais um pouco.


 


- Não dessa maneira. Quer ser meu guia pelo Rio no próximo final de semana?


-  O quê? – quase gritei ao telefone.


-  Tô indo para o Rio te encontrar... preciso muito conversar com você.


-  O que aconteceu?


-  Olha, eu não quero te dizer nada pelo telefone, preciso resolver umas coisas aqui por esses dias e no sábado eu chegarei no Rio. Pode me encontrar?


-  Sim. – disse de imediato.


-  Adoro a sua voz – falou. Eu senti vontade de chorar. Queria dizer tantas coisas a ela, mas eu não conseguia condensar as informações na minha cabeça. – Te mandarei por e-mail os dados do voo, tudo bem?


-  Tudo bem. – foi só o que consegui dizer antes de desligar.


 


A semana se arrastou... Mas, finalmente chegara o grande dia. De cinco em cinco minutos eu olhava o relógio. “Será que ela vem mesmo?”, pensei enquanto andava de um lado para outro no desembarque do aeroporto Tom Jobim.


Olhei o painel, o avião que veio de São Paulo estava em solo... Meu estômago doía, e eu tinha vontade de chorar... Parecia uma doença aquela agonia toda.


A espera parecia eterna, e eu só pensava em sentir o cheiro dela novamente, em tê-la nos meus braços mais uma vez, e beijar a sua boca...


Quando ela apareceu, puxando uma pequena mala de rodinhas, eu pensei que iria desmaiar... Any sorriu, acenou para mim, eu caminhei gélida... pararmos de frente uma para a outra novamente.



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Autor(a): MahSmith

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Olhei para Dul parada na minha frente e ali, naquele momento tive certeza que queria viver. Eu a queria. Precisava dela. Andei em sua direção olhando para seu rosto, analisando sua boca de traços delicados e seus olhos profundos e arrebatadores. Não tinha como negar que estava apaixonada. Não queria negar e o que mais importava naquele mome ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 11



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  • tryciarg89 Postado em 07/09/2023 - 19:47:25

    Fofa demais,ameiii esse final

  • angelr Postado em 19/08/2015 - 15:02:05

    Que web linda 😍😍

  • lunaticas Postado em 16/05/2015 - 22:16:20

    Linda web <333

  • justin_rbd Postado em 20/01/2015 - 13:13:01

    MAIS UMA VEZ EU AQ KK,RELI SUA FIC E ME AMOCIONEI MAIS UMA VEZ ,

  • justin_rbd Postado em 27/11/2014 - 13:55:10

    sua fic foi perfeita !! parabéns

  • vverg Postado em 22/02/2014 - 10:56:21

    Linda história do começo ao fim =)

  • vverg Postado em 17/02/2014 - 21:35:38

    Nossa!!!! A historia é muito triste, mas não deixa de ser bonita pela entrega das duas... =)

  • laryssales Postado em 16/02/2014 - 14:05:57

    omg a fic ta cada vez mais envolvente *-*

  • juhdul7 Postado em 16/02/2014 - 10:22:29

    Amei a fic!! Posta mais!!

  • isabela_araujo Postado em 10/02/2014 - 17:24:37

    adorei a fanfic, posta maais (:


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