Fanfic: Estranhas Conhecidas (Portiñon) | Tema: Portiñon, AyD

                No dia em que eu finalmente consegui teclar com a talzinha do site, a droga da luz me faltou. “Que infelicidade! Praga da Lygia”. Voltou um pouco depois, mas a garota tinha saído. Fui trabalhar e depois disso não a encontrei online novamente. Continuei com a minha estratégia de deixar o PC conectado a maior parte do tempo possível. Lygia havia me questionado sobre em que pé estava o meu flerte com a garota difícil de localizar, pensei que essas meninas de sites ficavam conectadas vinte e quatro horas por dia, mas essa não, ela era escorregadia e essa falta de notícias me deixava ainda mais ansiosa para o momento em que eu, com toda certeza, poria minhas garras nela. Sorri antes de ligar o microondas para esquentar o jantar. Minha irmã estava no quarto estudando, quando ela estuda não tem jeito, só sai da toca quando não há mais comida lá dentro. E, esse não era o caso, mais cedo eu vi várias barras de chocolate sobre a escrivaninha dela.  

            Comi a minha torta de frango sentada na cama, de frente para o computador, li o novo capítulo de Maldito Platão e fiz algumas comprar pela net. Olhei o relógio e já passava das dez e meia. Eu estava esperando Fernanda me ligar para dizer que Deby não estava mais na casa dela. Depois da conversa que tivemos, eu procurei evitar encontrar com minha amiga, sei lá! Eu não tava com saco para ouvir lamentações, ela só falava da forma covarde que tinha terminado o namoro com Jéssica. Jess fora viajar com o pai para São Paulo, ele tinha um amigo médico que trabalhava no hospital Albert Einstein e faria uma bateria de exames para ver se o suposto câncer se confirmava. Deby estava desesperada, não por conta da doença, mas por que havia se arrependido de ter terminado com Jess sem sequer saber se ela realmente estava doente, a outra havia jurado que se não estivesse com câncer, nunca mais olharia na cara de Deby. Desde então, Fernanda havia virado confidente da prima.

            O telefone tocou antes que eu terminasse de comer minha torta de frango.

            -  Oi gata! – falou do outro lado da linha.

            -  Ela já foi?

            -  Acabou de sair... E, Dul, por que não conta logo pra ela que estamos ficando? – perguntou.

            -  Ela não vai entender, você sabe que a gente tinha um lance...

            -  Não quer compromisso mesmo, né?

            - É... e você sabe disso. Não gosto de coleira, muito menos de exclusividade, a gente fica junto porque se curte, se outra garota nos interessar... ninguém deve nada a ninguém. – suspirei entediada - Assim é melhor, não acha?

            -  Vem logo pra cá, estou morrendo de saudades, Dul! – disse com o tom de voz sensual. Ela tinha uma voz deliciosamente rouca que me deixava deveras excitada, ou melhor: faminta!

            Alguns minutos depois eu estava na casa de Fernanda.

            -  Demorou – disse ela ao abrir a porta para me receber – vestida de calcinha e camiseta -, e me puxar para dentro de casa segurando forte a minha camisa – Acho que estou no meu período fértil, sabia? – disse e me beijou na boca.

            -  Que... ótimo! – sussurrei com meus lábios presos nos delas. A língua de Fernanda se enroscou na minha, senti nossas salivas se misturando... apoiei minha bolsa no sofá, e com as mãos livres agarrei-a pelas nádegas, puxando-a para mais perto de mim. Seus seios esmagados nos meus eram reflexo do quanto estávamos grudadas uma na outra. Com dificuldade, caminhamos pela casa em direção ao quarto. Arranquei-lhe a blusa, ela mordia e lambia o meu pescoço. Minhas mãos se perdiam nos seus seios... Suas pernas enroscavam nas minhas, ela mexia o quadril provocando um atrito delicioso dos nossos sexos.

            -  Deixa eu tirar isso... – falou sorrindo enquanto enfiava as mãos pela minha calça, abria o zíper e com dificuldade tentava me livrar da peça. Ajudei-a, e então ela tirou a peça, minha calcinha foi parar nas suas mãos de brinde. Arranquei minha camisa, logo o meu sutiã. Ela beijou os meus mamilos, empurrou-me para a cama...

            -  Ainda não! – impedi que seus lábios descessem até o meu sexo, troquei de lugar com ela sobre os lençóis e meus dedos deslizaram rapidamente pelas laterais da sua calcinha – Precisamos ficar quites – falei arrancando a peça e introduzindo os meus dedos dentro dela. Fernanda estava encharcada, ela fechou os olhos, arqueou a cabeça para trás e se entregou aos meus domínios. Eu adorava vê-la daquele jeito, entregue, gemendo e derramando para mim todo o seu gozo. Ela me tocou em seguida, me deixando tonta de tanto prazer. Paramos de transar lá pelas quatro da manhã. Conversamos um pouco sobre a vida, e depois Fernanda acendeu um cigarro, eu detestava aquele cheiro. Levantei-me...

            -  Quer água? – perguntei da porta do quarto.

            -  Não, vou terminar o cigarro e tomar um banho... vem comigo?

            -  Claro. Já volto. – disse e saí. Passei pela sala e olhei minha bolsa repousada no sofá, lembrei-me de que meu notebook estava desligado. Eu tava com tanto tesão pela Fernanda que até me esqueci do meu plantão. Liguei o cabo na energia, logo eu estava online. Não tinha ninguém àquela hora da manhã, mas também, meus amigos virtuais eram poucos, Lygia sim podia se conectar a qualquer horário e teria alguém para teclar com ela. Deixei o aparelho sobre a mesinha de centro e fui até a cozinha beber água, voltei com o copo na mão e sentei-me um pouco no sofá da sala. Olhei para a tela do computador no momento em que uma janela abriu. Esfreguei os olhos sem conseguir acreditar em quem era. Sorri encantada com o destino que sempre me privilegiava. “Meu dia de sorte”, pensei enquanto colocava o note no meu colo para teclar.

            Amor impossível diz:

          Oi...

            Dul diz:

          Oi moça que some...

            Amor impossível diz:

            Tive uns problemas... Fiquei te devendo meu nome né? Também você me deixou falando sozinha

            Dul diz:

          Acabou a maldita energia aqui.Vai me falar seu nome agora?

            Amor impossível diz:

          Any. Anahi.

            Dul diz:

          Prazer Anahi. O que aconteceu que você que não ficou mais no MSN?

            Amor impossível diz:

          Tive uma convulsão...

 “Ela teve uma convulsão? Que mentirosa e exagerada essa menina”, pensei.

            Dul diz:

            E eu, tive uma taquicardia quando a energia caiu. Rs Fiquei triste, queria tanto saber o seu nome, Any!

            Amor impossível diz:

            Tô falando sério, mas deixa pra lá... de onde vc é, Dul?

            Dul diz:

            Sou carioca, e vc?

            Amor impossível diz:

            Moro em São Paulo, e sou paulistana. Rs

            Dul diz:

            Pertinho... Inclusive, estou esperando uma boa oportunidade para ir à São Paulo

***

            Sorri enquanto teclava. “Uma paulistinha!”, pensei... Se ela fosse interessante, eu seria mesmo capaz de viajar só para ter o prazer de dormir com ela.

***

            Amor impossível diz:

            Vc é sempre assim, atiradinha?

            Dul diz:

            Não!!!!!!!! Geralmente eu sou tímida. Rs

            Amor impossível diz:

            Sei... eu não devia estar dando conversa para uma carioca, vcs tem fama de sem vergonha.

            Dul diz:

            Isso é intriga da oposição... estou a procura de um grande amor...

            Amor impossível diz:

            Está procurando nos lugares certos? Rs

            Dul diz:

            Acredita em destino?

            Amor impossível diz:

            Não vai me xavecar, né? Rs

            Dul diz:

            Tô falando de destino, não de cantadas...

            Amor impossível diz:

            Desculpe, Srta seriedade. Rs

            Dul diz:

            Quero te conhecer melhor, não pense que é uma cantada... eu realmente senti algo diferente dentro de mim, quando li os seus recados no site. Não sei explicar, sabe?

            ***

            Sorri baixo, só então me dando conta de que Fernanda estava me esperando... Já bastava de investimento àquela hora da manhã. Esperei a resposta dela... Esperei mais um pouco... Ela parecia estar sem resposta, mas no fundo, eu sabia que era puro charminho.

            ***

            Amor impossível diz:

            ...

            Dul diz:

            Duvido que vc não tenha sentido qualquer coisa...

            Amor impossível diz:

            Pretensiosa... Rs

            Dul diz:

            Sentiu, não é? Msm que tenha sido desprezo... sei q não foi indiferente a mim, senão, não estaríamos aqui teclando... Isso não é coincidência, Any!

            ***

            Silêncio do outro lado novamente, ela não respondeu, percebi que estava teclando e apagando... A resposta não veio, tive um pouco de receio de ter pegado pesado, eu não queria que ela me achasse uma maluca mística, mas queria convencê-la de que estava apaixonada. Senti as mãos de Fernanda me puxando pelo ombro, minimizei imediatamente a tela.

            -  Na net essa hora? – falou enquanto mordia a minha orelha, senti o cheiro bom de sabonete que exalava da pele dela e só deu tempo de arrancar o modem da net para que a conexão caísse, antes de puxá-la para o meu colo e beijar a sua boca, seus seios... suas coxas...