Fanfic: ‧‧‧Salsa‧‧‧ | Tema: WebNovela
Por mais que eu enviasse e-mails com o currículo ninguém me chamava para as entrevistas. Recém formada, morando com os pais, e o máximo que eu conseguia era uma dor de cabeça. Decidi que ia topar qualquer coisa, só pra não ficar sem emprego, até achar um emprego na minha área. Tinha acordado cedo naquela manha, fiz um café e fui caminhado até a banca mais próxima. Peguei um exemplar de cada jornal disponível afim de encontrar alguma coisa. Qualquer coisa. Voltei pra casa e me sentei na mesa da cozinha, com uma xicara de café do lado e um marcador cor de rosa. Começei a circular tudo que me interessava. Cinco xicaras de café e um pacote de bolacha depois, consegui 10 e-mails e 5 números de telefones de empregos em potencial. Respirei fundo e me sentindo melhor, fui encaminhar os e-mails.
Já faz uma semana que tinha encaminhado os currículos e até agora, nada. Já estava pirando, tendo um surto. Fazia uns 4 meses que tinha me formado na faculdade de administração, nenhum estágio quis firmar o contrato e agora cá estou eu, sem emprego. Fiz administração porque achei que o mercado de trabalho era mais amplo mas, me enganei. ´Porque ninguém me chamava pra entrevista? Tenho 23 anos e ainda moro com os meus pais. Mas não vou me desesperar, era temporada de verão, eu moro perto da praia isso é igual a vários empregos. Mesmo que temporários. Minha mãe me convidou pra ir no centro com ela então, vou me arrumar. Optei por uma bermudinha e uma camiseta soltinha e prendi os cabelos num coque. Porque não há o que segure essa juba e nesse calor. Ah, a minha juba! Já tentei tudo, tudo mesmo. Cremes, loções, tratamentos… Nada resolve a rebeldia dos meus cachos. Mas até que agora, eu aceito eles. Fomos no carro da minha mãe, porque além de eu não ter carro, o carro dela tem ar condicionado. As ruas atulhadas de gente, carros e quiosques com agua de coco e milho. Minha mãe vai comprar um presente para o casamento da filha de uma amiga, do clube do livro dela. No que parece uma eternidade, entramos na centésima loja, procurando alguma coisa que:” Não seja clichê e nem brega”, segundo minha mãe.
Olhamos um milhão de coisas. Chaleiras, vasilhas, roupas de cama, bibelôs… Uma coisa que eu nunca entendi é o casamento. Quer dizer, eu fico muito feliz pelos meus pais estarem casados ainda. E por um dia terem casado. Mas por opção, eu não vejo que seja o melhor pra mim. Sou um espirito livre. Livre e sem emprego.
- Cleo? - É minha mãe me cutucando e pela cara dela, já faz tempo.
- Sim mamãe?
- O que acha dessa chaleira de vaquinha? Ela solta um mugido quando a agua ferve, não é uma graça?
Ela pergunta e quase esfrega a chaleira no meu rosto. Honestamente, uma chaleira de vaca? Sério? Onde vamos parar?
- Hum… É legal mãe. Bem… legal.
- Você não gostou não é? – Diz ela recolocando a chaleira preta e branca na prateleira.
Não vou nem responder, não quero mentir. Me viro pra olhar as taças e vejo uma bomboniere linda, de vidro com uma tampa que imita um coração.
- Olha mãe, disso eu gosto.
Minha mãe segue com os olhos meu dedo em riste e abre um sorriso débil.
- Sim, é lindo! Vamos levar.
Depois de pago, embrulhado um milhão de vezes em alguns jornais e depois num papel de presente verde, saímos finalmente da loja.
- Então Cleo… Algum sucesso com o emprego?
Coloco minhas mãos nos bolsos, respiro fundo e dou de ombros.
- Ainda não. Mas já mandei uns e-mails e só estou esperando mesmo.
Ela não falou mais nada. Continuamos caminhando pelas ruas cheias, ainda caladas. Minha mãe disse que queria ir comprar alguns livros e depois disse que nos íamos almoçar.
Autor(a): drivig
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